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Dicas e Explicações Sobre Sex Talk

terça-feira, 29 de novembro de 2016

Por: Grim o

Aviso importante: esse artigo é proibido para menores de dezoito anos.

Olá, galera! Essa aqui é a minha estreia no Blog da Liga e eu escolhi já um tema bem quente pra isso. :P Não será algo muito longo, visto que não há um manual sobre “como fazer uma boa sex talk”, mas trago aqui algumas informações importantes e dicas que podem vir a calhar na hora de fazer sua história +18 ;)

Então, para quem desconhece, sex talk (tradução livre: conversa sobre sexo) ou dirty talk (t.l.: conversa suja) é um artifício muito comum em livros e fanfictions que abordam o tema “sexo”. Não é algo moderno, apesar de ter sido disseminado com a onda de livros eróticos que invadiu as livrarias de todo o mundo. Marquês de Sade, escritor do livro “Os 120 Dias de Sodoma”, já falava abertamente sobre seus benefícios ainda no século XVIII.

Mas o que realmente é sex talk?

Bem, sex talk pode se manifestar de diversas formas, seja em ficção ou vida real. Geralmente se trata de uma conversa entre dois ou mais parceiros em que o foco principal é o sexo. Pode ser feito como preliminares, para deixar a relação mais apimentada no momento; também durante o sexo, como forma de causar mais excitação; assim como após, em uma forma de perpetuar a sensação prazerosa que vem com o sexo.

No entanto, não é regra que tenha que ser feito presencialmente. Sex talk também tem as suas variantes para “sexo à distância”, como o phone sex (t.l.: sexo por telefone) e cybersex (t.l.: sexo cibernético). Afinal, quantas vezes vocês não viram em histórias os personagens falando por telefone sobre o que fariam com o(a) parceiro(a) se estivessem ali? Ou personagens descrevendo o que estavam vestido e provocando um ao outro por um chat ou vídeo-chamada? Essas são algumas variantes de sex talk.

Há uma multiplicidade de assuntos que compõem uma sex talk dentro do tema “sexo”. Pode acontecer em forma de comandos, como, por exemplo, em 50 Tons de Cinza com a relação dominante e submisso do BDMS. Pode ser constituída por descrições eróticas, desde sobre o que a pessoa está vestido, até a forma como ela se tocaria ou tocaria o parceiro. Também há conversas em que se usa palavras rudes e/ou chulas, como, por exemplo, “você é uma puta”, “vou te arregaçar”, “chupa meu pau, sua vadia” e variantes.

Algo muito importante que deve ser dito sobre sex talk: é algo que deve ser debatido com todos os parceiros e eles devem estar de acordo e confortáveis com o uso de qualquer uma das formas. Usar palavras rudes ou comandos, até mesmo descrições, sem a aprovação do(s) parceiro(s) pode causar desconforto, humilhação e, com toda certeza, perda da vontade de fazer sexo. Então muito cuidado!

Agora, passada essa rápida explicação, venho com algumas dicas sobre como fazer um boa sex talk para sua história!

A primeira dica é fique confortável. Não adianta nada você ser um autor super tímido com seus personagens e ficar incomodado com o tema “sexo”. Escrever uma sex talk é algo que exige uma certa tranquilidade e bem-estar consigo mesmo, porque se não, no fim, a conversa entre os personagens vai ficar forçada, sem graça e até irritante para certos leitores. Por isso, se você não sente comodidade em escrever cenas onde os personagens falam sobre sexo para provocar seus parceiros é melhor que treine para então fazer uma oficial para sua fanfic. Escrever o que chamam de “ficlets” (pequenas fics, geralmente com menos de mil palavras) é uma boa forma de desenvolver cenas com as quais sente dificuldade, afinal são histórias sem compromisso e sem pressão alguma para agradar leitores.

A segunda dica que lhes dou é: estabeleça os personagens que aceitam os diferentes tipos de sex talk. Assim como com pessoas, os personagens têm suas próprias personalidades, gostos e desgostos, e, por isso, é importante que se crie um critério onde você, autor, tem que buscar saber quais aceitam sex talk num geral e, depois, quais aceitam tipos específicos de sex talk. Porque imaginem um personagem super tímido, inexperiente quanto ao que é sexo, que sente vergonha até de ver o namorado sem camisa. Esse é o tipo de personagem que, provavelmente, não conseguiria manter uma sex talk com descrições. Ele possivelmente entraria em combustão de tanta vergonha e timidez antes de conseguir falar algo. xD Por outro lado, imaginem uma personagem mulher e feminista, ela é super presente no movimento, luta diariamente contra o machismo. Esse é um tipo de personagem que, provavelmente, não se daria bem com aquela sex talk que utiliza de palavras rudes e chulas, principalmente se entre essas palavras estiverem as famosas “vadia”, “puta” e variantes. Então é muito importante que você analise os tipos de personagens e casais que existem na sua história para definir quais os estilos de sex talk irá utilizar na história.

Em terceiro, defina o(s) momento(s) correto(s). Talvez “correto” não seja a melhor palavra para descrever, mas tenha em mente que há momentos mais propícios para se escrever uma sex talk, independente dos assuntos e dos meios utilizados para se fazer. Afinal, imagine um personagem virgem, tímido e com pouca experiência sexual. Esse não é o tipo de personagem que, na sua primeira vez, vai ficar dando comandos ou descrevendo situações eróticas para o parceiro. Ou, imaginem um casal que se ama demais, mas que estão separados por algum motivo. No primeiro reencontro, naquela noite de amor e paixão, ele provavelmente estariam mais preocupados em demonstrar os sentimentos que possuem do que ter um super orgasmo ou deixar a(o) parceira(o) super excitado. Por isso deve-se pensar com carinho as cenas que pedem por sex talk, para que ela não apareça forçada em sua história.

E, por fim, se divirta. Porque escrever, seja sobre sexo, amor, mistério, terror ou drama, tem a ver com o prazer que o próprio autor sente ao colocar aquelas palavras no papel. Não force uma sex talk se acha que não está se divertindo ao fazer os personagens interagirem dessa forma. Porque o que mais importa é você, autor. Essa é a sua obra. xD


Indicações de livros contendo sex talk:
Cinquenta Tons de Cinza, por E. L. James.
Série Crossfire, por Sylvia Day
Amante Vingado, por J. R. Ward


Referências bibliográficas:
WARD, J. R. Irmandade da Adaga Negra - Amante Vingado. 1ª Edição. São Paulo: Universo dos Livros, 2010
JAMES, E. L. Trilogia Cinquenta Tons. Rio de Janeiro: Intríseca, 2012
GRAY, Jordan. Dirty Talk: The Ultimate Guide For Beginners (50+ Examples). <https://goo.gl/o0Vvxo> Acesso em: 27/11/2016 às 16:46.
WIKIPÉDIA. Dirty Talk. <https://goo.gl/9veYlo> Acesso em: 27/11/2016 às 16:49.
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Estereótipos em romance – Parte II

segunda-feira, 7 de março de 2016

Por: Anne L


Encerro o post agora com a segunda parte, que vai trazer os estereótipos em romance yaoi e yuri. Vale lembrar que muitos já mostrados na Parte I também se aplicam aqui, mas não repetirei os itens. 

O machismo também exerce forte influência no que citarei abaixo, em especial com a ideia de “hetenormatividade”. Para quem não sabe o que é “heteronormativo”, a definição: 

he•te•ro•nor•ma•ti•vo 
(hetero- + normativo)


adjetivo


Que estabelece como norma a heterossexualidade e a instituição de categorias distintas, rígidas e complementares de masculino e feminino ou que é relativo a heteronormatividade.

Enquanto pesquisava, notei que muitas pessoas apontavam mais estereótipos de personagens que do romance em si. Já falei de alguns (em yaoi) neste post.

- Estereótipos em romance yaoi e yuri

Homem e mulher: Heteronormatividade define esse item. No yaoi, o seme (ativo), é sempre grandão — seja em altura e/ou em músculos —, grosseiro e com traços tidos como masculinos, tanto físicos como de personalidade, além de ter um maior foco em sexo. O uke (passivo), por sua vez, é pequeno, frágil, virgem e com necessidade eterna de ser protegido. Foca na parte romântica da relação. 
No yuri, apesar de ser mais incomum trazer divisões como seme e uke — ainda que elas existam: tachi é a “ativa”, e neko, a “passiva” —, elas se aplicam às aparências e à personalidade das personagens. Uma das garotas costuma refletir a ideia clássica de “homem”: cabelos curtos, roupas largas, voz grossa, atitude de moleca, foco em sexo. Também toma as iniciativas e guia a parceira pelo relacionamento. A outra, é claro, reflete a ideia de “mulher”: é delicada, fofa, feminina, gosta de vestidos e afins, foca em romance e não sabe muito sobre relacionamentos. 
Esse tipo de estereótipo perpetua os argumentos de que “gay deveria ser assim, lésbica deveria ser assado”, como se a orientação sexual das pessoas as definisse e não precisasse de mais nada para explicar as atitudes e preferências de um personagem além do papel dele na relação. Há brigas sérias dentro de fandoms e em fics quando um autor tenta fugir do estereótipo.

Não sou gay/lésbica, é só com você: Ao que parece, muitos protagonistas nunca tiveram qualquer tipo de contato mais íntimo com outros seres humanos até aparecer aquele indivíduo, o que faz o coração bater mais forte e o corpo flutuar sem razão. Isso fica ainda mais estranho quando se trata de relacionamentos homossexuais, porque supostamente era todo mundo hétero antes de aparecer aquele personagem. Não é impossível alguém descobrir a própria orientação sexual depois de conhecer uma pessoa específica, porém, o problema, como de costume, não é isso acontecer, mas acontecer sempre. Uma versão um pouco alterada do seme é vista aqui, o que, em vez de assumido e predador sexual, é o “machão” ainda no armário. O par dele costuma ser um uke assumido e de bem com a vida, que sofre por conta do preconceito de seu parceiro. 
Às vezes, os personagens desse estereótipo chegam ao extremo de dizer “não sou gay/lésbica, é só com você” ou variantes, como o clássico “mas somos homens, não podemos...” logo antes de cederem. Com essa negação, de repente, fica tudo bem. Heterossexualidade salva. 

Não existe romance em yuri: Pode até ocorrer algo similar em yaoi de vez em quando, mas esse estereótipo eu vejo adoidado em histórias yuri (e animes yuri, e tudo yuri). O romance vira apenas um acessório no meio de capítulos e capítulos de cenas de sexo. É frequente também que o emprego de uma das meninas na história seja garota de programa, dançarina exótica e afins, facilitando ainda mais nesse aspecto, como se ir para a cama fosse a única maneira de duas mulheres iniciarem um relacionamento (e que é baseado em sexo e só). Pode colocar romance em yuri sem medo, gente. 

Se beber, criarei um plot: Quem nunca viu uma fic em que o primeiro contato íntimo entre os personagens acontece por causa de uma noite de bebedeira? Qualquer um que já teve um relacionamento amoroso ou que observou o dos outros sabe como funciona, como tudo pode começar. Duvido inclusive que vá haver muita gente cujo namoro engatou só depois de o álcool deixar você e seu parceiro mais suscetíveis a aceitar a situação. E tem esse detalhe também, né: por que os personagens não conseguem lidar com os próprios sentimentos sem essa “ajuda”? Mesmo que um deles seja homofóbico ou simplesmente não queira aceitar que gosta do outro, é mais interessante trabalhar nisso que recorrer a esse estereótipo. E isso vale também para enredos com Verdade ou Desafio, ou Sete Minutos no Paraíso. 
Adiciono aqui uma observação sobre histórias em que um dos personagens fica tão bêbado que nem consegue ficar de pé, mas acaba dormindo com o futuro parceiro ou é coagido por outros a tocar nele: isso é abuso sexual, podendo ou não haver estupro (depende da fic). 

Não é crime, é amor – Parte II: Vou repetir esse porque é uma questão de extrema importância: aquele seme que persegue o uke, mesmo sob protestos, não é romântico; fazer o uke de escravo sexual contra a vontade dele não é romântico; a personagem que toca a outra sem convite não está sendo engraçadinha (em yuri, por exemplo, entre outros tipos de fanservice, é comum haver uma cena em que uma garota aperta os seios da outra, causando constrangimento). Uma versão um pouco alterada do uke é vista aqui, o tsundere, que é violento, se recusa a admitir que sente alguma coisa e sempre diz “não”, levando a cenas duvidosas na história. Óbvio que existem enredos e enredos, e, como falei na Parte I, pode ser que a pessoa consiga usar esses temas de forma diferente e intrigante. Além disso, você continua livre para trabalhar com essas situações na sua história da maneira como normalmente são apresentadas, mas não deixa de ser uma boa pesquisar a respeito antes.

Meu melhor amigo é o meu amor: Enquanto, em romance hétero, os melhores amigos são o vértice esquecido do triângulo, em yaoi e yuri, eles adquirem dois papéis: o iniciador e o amor verdadeiro. 
O nome “iniciador” já dá a dica, é aquele que introduz ao outro personagem a ideia de que talvez ele tenha estado no armário a vida toda e nunca percebeu. Eles se beijam (ou até chegam ao sexo) numa brincadeira e, pronto, quem foi “iniciado” segue com a vida e, eventualmente, encontra seu parceiro real. 
O “amor verdadeiro” pode ou não ser um iniciador, mas a diferença é que, no final, ele formará um casal com o outro personagem. A história se repete: sempre foram amigos, sempre estiveram lá um para o outro, estava escrito nas estrelas. 

Se não fosse aquele mal-entendido – Parte II: Esse também mereceu um comentário aqui porque o motivo da briga que separa o casal em yaoi/yuri em muitos casos é uma crise homofóbica. Tem história em que o personagem que sofre a crise sempre se aceitou, nunca teve quaisquer tipos de preconceito em relação à própria orientação sexual, mas de repente bateu aquele terror: “estou mesmo apaixonado por fulano(a)?! Mas fulano(a) é [insira aqui o gênero]!”. Ele vem em conjunto com o Não sou gay, ideia que o personagem repete para si mesmo ou para seu parceiro, de modo a ficar de bem com a vida e justificar o desentendimento. 

O mundo mágico dos fetiches inexistentes: Sem pesquisa e aprofundamento em qualquer assunto, é meio complicado escrever sobre ele. Considerando que muitos escritores do Nyah! ainda são bem novinhos ou, infelizmente, sofrem algumas consequências do machismo enraizado na sociedade (sim, isso de novo), não é surpreendente que as cenas de sexo (hentai, lemon ou orange) estejam cheias de erros anatômicos ou acontecimentos impossíveis. A Diandra fala sobre isso neste post (que é para maiores de 18 anos, só para lembrar), então comentarei sobre a inexistência de fetiches e afins nessas cenas. 
É certo que, de um jeito ou de outro, “50 Tons de Cinza” mostrou um novo lado a ser explorado entre quatro paredes e, embora os romances hétero estejam fazendo justamente isso (com suas limitações, mas mesmo assim), os yaoi e yuri, frequentemente, deixam a desejar em termos de variedade. Depois da primeira vez, o casal não tem curiosidade de experimentar algo diferente, os personagens não têm fetiches ou vontade de mudar alguma coisa, e por aí vai. Isso peca um pouco no quesito “realidade” e também deixa os personagens mais rasos, já que essa parte também tem a ver com a personalidade de cada um, suas experiências de vida, etc. Além do mais, é um estereótipo que contribui para que todas as cenas de sexo pareçam meio iguais. Alguém já teve essa sensação lendo lemon e orange? Pois é. 

E encerramos o post com menções honrosas de estereótipos citados na Parte I que também ocorrem aqui: Opostos se atraem (o nerd e o badboy, o machão e o gay afeminado, a menina fofa e a moleca); O enredo como desculpa para o romance (concidentemente, o futuro casal precisa morar junto/fazer um trabalho da escola juntos/trabalhar juntos numa empresa); Já dizia “American Pie” (“e a dor se transformou em prazer”); À primeira vista; Quebra de rotina; Eu tinha um objetivo na vida... Até encontrar você (em geral, o uke ou a moça mais feminina passam a viver em função dos parceiros); Destruidora de lares (em alguns poucos casos, o romance yuri tem um garoto no papel).
O meu objetivo não foi problematizar os itens da lista, ainda que seja muito fácil fazer isso com a maioria; para esse fim, precisaria de outro post só focando nesse lado. Só que é inevitável não apontar de onde vêm certos estereótipos — ou talvez todos eles — quando se tenta explicá-los. Mantenho, porém, o que disse na Parte I: não estou fazendo uma crítica a nenhuma história e os autores continuam livres para escreverem o que desejarem. Mesmo assim, é sempre útil entender o que criamos e por que seguimos determinados caminhos, tanto para compreender melhor nossas próprias histórias quanto para nos tornar mais críticos.

Material consultado:
"heteronormativo", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/heteronormativo [consultado em 29-01-2016].

Pesquisa de opinião em vários grupos de escrita. 


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Desvendando os gêneros sexuais Hentai, Lemon e Orange

segunda-feira, 29 de setembro de 2014


Por: Takahiro Haruka

Olá amores, como vocês vão? Olha a Noni aqui de novo! (risos)

O post de hoje tem o conteúdo mais voltado aos adultos, por isso, se você for menor de idade – e se ofender com a exploração de temas adultos –, pode ignorar o post e ser feliz, juro que não ficarei ofendida.

Dado o aviso, vamos iniciar o assunto, que é gêneros sexuais. Isso mesmo, vamos pautar as diferenças entre hentai, lemon e orange.

Lemon e orange são gêneros para histórias envolvendo homossexualismo. Para heterossexualidade, usa-se o hentai. Vamos criar a relação:

Hentai – o gênero faz alusão ao relacionamento sexual explícito entre um homem e uma mulher. Há riqueza de detalhes e narração de acordo com o que o autor achar conveniente.
Lemon – o gênero diz respeito ao relacionamento sexual explícito entre dois ou mais homens. Novamente, o autor dispõe de liberdade para narrar e detalhar o ato como lhe convém.
Orange – o mesmo que o lemon, mas aqui, trata-se do relacionamento sexual explícito entre duas ou mais mulheres. As cenas são descritas em sua totalidade, de acordo com o autor.

Eventualmente vemos os gêneros sendo usados de forma errônea. Se o relacionamento na história é entre um homem e uma mulher, então os gêneros serão hentai, romance, ecchi. No caso do relacionamento entre pessoas do mesmo sexo, teremos, para homens, lemon, yaoi e shounen-ai, e, para mulheres, orange, yuri e shoujo-ai. Pode haver a mistura entre os gêneros quando, mesmo o foco sendo um relacionamento hétero, em algum momento houver cenas de homossexualismo. Do contrário, se não houver cenas homoafetivas na história, não tem como os gêneros yaoi e/ou orange aparecerem – porque são situações quase opostas (ou é hétero ou é homo, meio termo é bissexual).

Há casos em que o nível de detalhes sobre o relacionamento faz os gêneros serem outros. Citei aqui Yaoi e Yuri, que são gêneros que informam que há uma relação amorosa entre pessoas do mesmo sexo, e Shounen-ai e Shoujo-ai, que indicam um grau leve de afeição entre os personagens do mesmo sexo, como beijos, abraços, ou até uma amizade muito profunda.

Vale lembrar que tais gêneros ganharam mais espaço no mundo das fanfics do que possuíam há alguns anos. Alguns shipps (casais) chegam a ser tão populares quanto o próprio universo a que pertencem. Uma observação interessante também é que, o público-alvo das histórias sobre o envolvimento entre dois homens é as mulheres. Grande parte do conteúdo é feito por elas.

Também vale ressaltar que, sempre que houve um dos três gêneros, a história obrigatoriamente será +18. Isso porque os três envolvem cenas de sexo explícito e há censura nos sites de fanfics. Por isso, lembre-se de que capas, títulos e sinopses devem sempre ter conteúdo livre. Deixe as coisas pervertidas para o enredo da história.

Ficou alguma dúvida? Esses gêneros, no começo, são realmente muito confusos, mas basta tentarmos nos acostumar com eles e treinarmos que alcançaremos a luz!



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Diferença entre Hentai, Lemon e Orange

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Por: Carol F. (Annye)

Se você acompanha o blog da Liga há algum tempo, deve ter visto o “Dicionário de termos e siglas do mundo das fanfics ”, caso ainda não tenha visto, fica a dica de um post que pode te ajudar bastante na hora de buscar e classificar fanfics. 
Mas nesse post vamos explicar um pouco mais sobre três termos desse dicionário: Hentai, lemon e orange (e alguns outros sinônimos dessas palavras), bem como dar algumas dicas na hora de escrever esses gêneros. 

O que têm em comum?
Hentai, lemon e orange são subgêneros de escrita que classificam uma fiction. Toda vez que você vir uma dessas três palavras, saiba que o conteúdo que você lerá contém cenas de sexo explícito e deverá acompanhar a classificação +18 (ou M).  
– Então não existem Hentais/Lemons/Oranges com a classificação +16?
Não. Fanfics que contém temas adultos e sexo implícito recebem o título de Lime. Caso a fanfic seja focada em animes, mangás e obras da cultura japonesa, pode-se usar o termo “Shounen-ai” (para casais masculinos) e “Shoujo-ai” (para casais femininos), embora esses termos estejam ligados mais a um relacionamento platônico e cenas leves de romance nas quais há alguma insinuação ao ato sexual. 
As semelhanças, contudo, acabam por aqui. Vamos às diferenças.

Hentai
Fanfics com esse tema abordam relacionamento heterossexual adulto. Provavelmente o uso dessa palavra em nosso universo teve influência direta de mangás e fanfics de animes. Contudo, hoje é utilizada em todas as categorias do Nyah! (e outros sites de fanfictions, internet a fora). 
– Espera aí, eu já vi a palavra “lemon” ser utilizada no lugar desse “hentai”. Qual o certo?
Poderia escrever um grande discurso sobre “como a língua se modifica” ou “palavras podem ter significados diferentes para diferentes grupos”, mas vou simplificar com um “depende”. 
Dentro deste texto, a única forma aceita seria hentai mesmo, pois lemon terá outro significado (como poderá ser visto logo adiante). Além disso, a disseminação da palavra “lemon” como sendo relação sexual heterossexual veio, provavelmente, porque as fanfics da categoria lemon eram muito populares e conhecidas justamente por suas cenas de sexo. 
Enfim, nesse caso não temos um padrão. Se você posta suas fanfics no Nyah!, sugiro o uso do bom e velho hentai mesmo. Mas se você posta (ou lê) fanfics em outros sites, pode ocorrer de elas serem marcadas como lemon, desde que seja usual para aquele grupo (não se esqueçam de ter bom senso, ok?).  

Lemon
Caracteriza fanfics que tenham relação homossexual adulta entre dois homens. 
– Pode ser relação homossexual entre duas mulheres?
Não.
– E entre homem e mulher?
Cai no tópico que acabamos de abordar lá no “hentai”. Até pode, mas eu recomendo que não use (principalmente no Nyah!). 
Também é importante falar que “lemon” tem alguns sinônimos: yaoi e slash.
– Tá, tia, então tem lemon, yaoi e slash. E qual eu uso?  
Confesso que nem eu mesma sabia a diferença entre essas três palavras e, minha resposta instintiva seria: qualquer uma. Mas após pesquisas, consegui uma resposta.
Yaoi é o PWP (sigla para porn without plot, que significa “sexo sem enredo”) cujo o casal central é composto por dois homens. Além disso, esse gênero é usualmente utilizado para fanfics de origem japonesa (ou seja, animes e mangás). 
Já Lemon e Slash têm significados praticamente iguais. A única diferença que eu achei é que “slash” caracteriza relacionamento amoroso, ou seja, eles obrigatoriamente são o casal principal romântico da fanfic. Lemon simplesmente significa que haverá sexo explícito entre duas personagens do mesmo sexo em grande parte da fanfic. 
No Nyah!, quando vamos classificar os gêneros, não existe a opção “slash”, deixando subentendido que Lemon é o substituto da palavra. Então, para todos os efeitos, usamos: Lemon para relacionamento adulto homossexual masculino e Yaoi para cenas de sexo homossexual masculino que não terão um enredo OU (por favor, reparem bem nesse “ou”) fanfics que sejam com um tema advindo da cultura japonesa.

Orange
É a contraparte feminina do “Lemon”. Ou seja, relação homossexual adulta entre duas mulheres. 
Fanfics com esse tema são bem menos populares que as “Lemons”, por isso, praticamente todas suas nomenclaturas tiveram como base palavras masculinas (Orange relacionado ao Lemon, Femmeslash ao Slash e Yuri ao Yaoi).
“Femmeslash” seria a contraparte feminina do “Slash”. Caracteriza relacionamento central amoroso entre duas mulheres. 
“Yuri” seria a contraparte feminina do “Yaoi”. Caracteriza obras de origem japonesa que apresentam relações sexuais entre um casal homossexual feminino. 
– Espera ai, tia! Yuri não pode ser PWP como o Yaoi?
Como já disse acima, quem sou eu para falar o que você pode e o que você não pode? Mas devo avisar que não é algo usual.
No Nyah!, também não existe o uso do termo “femmeslash”; então as nomenclaturas ficam: Orange, como sendo relacionamento adulto homossexual  feminino e Yuri, como sendo relacionamento adulto homossexual feminino (se a obra tiver influência japonesa). Simples assim. 

Dicas
Depois de elucidar vossas dúvidas sobre o tema, queria fechar esse artigo com algumas dicas que vocês podem utilizar para escrever bons Hentais/Lemons/Oranges, porém, todos precisam de dicas muito direcionadas, e eu não quero me estender ainda mais. Por isso, selecionei alguns textos já publicados no blog da Liga, que caíram como uma luva para complementar esse artigo.
Se você procura dicas para Hentai, os links abaixo podem te ajudar:

Se você procura dicas para Lemons, os links abaixo podem te ajudar:

E se você procura dicas para Orange... Bem, não temos sequer um artigo com essa finalidade. Ainda. De qualquer forma, ler os dois artigos da categoria Hentai e o primeiro da categoria Lemon pode ajudar grandemente, ainda que não sejam direcionados especificamente para esse fim. 

Concluindo
É bem compreensível que haja dúvidas na hora de classificarmos uma fanfic, principalmente porque, como já foi dito, a linguagem é dinâmica e vive em constante mudança. 
Por isso, espero que esse texto tenha esclarecido todas as questões referentes aos temas abordados. 
Caso esse artigo não tenha sido suficientemente claro, ou você discorde de alguma definição, ou então tenha algo a complementar (como um link com dicas de Orange, rs), os comentários são um espaço aberto que espera por você. 


Material consultado 
Além dos textos já linkados nesse artigo, utilizei o http://www.urbandictionary.com/ para me nortear nas definições. 


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Clichês em histórias Yaoi

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Por: Anne L -  beta reader e moderadora do Nyah! Fanfiction 



É bom começar dizendo que nem sempre um clichê é algo ruim, repreensível e que você nunca deve colocar um na sua história. São infinitas as situações em que os clichês podem ser úteis e até encaixar perfeitamente no texto, em especial se o autor souber usar. Mas esse post é focado nos clichês presentes nos yaois.

Yaoi, para quem não sabe, é uma palavra em japonês que se refere a histórias, animes, fanarts, etc, com conteúdo homossexual (homem/homem). É equivalente a boy’s love (BL), termo que também classifica histórias do gênero, e slash, termo mais usado em fics estrangeiras. Um gênero muito popular entre o mundo das fanfictions e mesmo entre escritores publicados, talvez também por conta disso, é alvo da criação de toda uma variedade de clichês.

Além dos que eu mesma cansei de encontrar, alguns escritores e leitores citaram alguns que eles observam nas histórias por aí.

  • Seme homem, uke mulher – para quem não sabe, seme é o termo referente em japonês ao ativo na relação. Uke, por sua vez, é o passivo.


Embora obviamente ambos sejam homens na história, muitos escritores têm uma tendência a fazer essa associação. O seme é o machão, aquele que nunca chora, que é grosso, que não demonstra seus sentimentos. E, é claro, o ativo durante o ato sexual. Já o uke é emotivo, doce, muitas vezes tímido; é aquele que cora, que chora, que suspira apaixonadamente. 

Acredito que isso aconteça, entre outras coisas, pelo motivo original da difusão do gênero no Japão. As mulheres de lá, reprimidas, vivendo numa sociedade bastante machista, acabaram vendo no yaoi uma forma de narrar histórias de amor, românticas de um modo geral, mas nas quais ambas as partes se tratassem de igual para igual. Isso explica por que os ukes nos mangás quase sempre possuem traços femininos físicos e de personalidade. No entanto, apesar de ser menor, mais delicado e sensível que o seme, na relação está numa posição de poder equivalente à dele, não abaixo. 

Contudo, apesar da justificativa louvável dessa representação, ela raramente reflete uma situação real na história, seja em mangás ou fanfics. Vira uma relação quase heterossexual, na qual o uke é, com o perdão da palavra, uma mulher com um pênis.

  • “Ele beijou seu peito branco e lisinho...” – homens totalmente sem pelos. Quem nunca viu um, não é? Acho que essa é mais por conta de uma idealização que as pessoas têm especialmente com o uke, já que “ele é a mulher”. Peito liso, barriga lisa, vi até histórias em que eles não têm pelos nas pernas. Gente, que isso! Essa é questão de bom senso. Homens têm muito cabelo, inclusive em lugares que eu prefiro não comentar. “Mas, Anne, o Fulaninho da minha fic depila!”. Aí tudo bem, aceito, mas duvido muito que todos os caras de todas as histórias yaoi depilem. Francamente.
  • Fulano é seme, Ciclano é uke – e isso nunca muda. A maioria das histórias tem isso como verdade, até por causa do item 1, e aí as atitudes, falas, tudo do personagem fica condicionado a isso. O seme nunca pode chorar, porque isso não é do feitio dele, tem sempre que se mostrar forte, duro, coisas que o uke não pode ser. O nome do casal muitas vezes é definido com base nisso, vindo o nome do seme primeiro e, mesmo durante o lemon, essa “hierarquia” se mantém inalterada. Tem gente que até repudia autor que troca as posições do casal, porque isso é errado, porque é estranho, porque é inimaginável ver Ciclano como seme... Gente, sério. Nem vou comentar sobre um relacionamento gay real, que não funciona bem assim, porque o foco é mais nas histórias. Mas a verdade é que rola até um preconceito de leve nesse clichê. O cara que é a “mulher” está privado, a partir daí, ser o “homem” e fim de papo.
  • O menor o olhou quando o maior fez que sim” – esse acontece em fics em geral, mas é mais frequente em histórias yaoi (acredito também que a ideia tenha sido disseminada a partir delas). Ninguém precisa fazer toda e cada frase citando os nomes dos personagens quando for se referir a eles, mas muitos autores criam tantos nomes alternativos que acabam substituindo os nomes reais com eles e a história fica confusa.


“O menor não gostava de ver o mais daquele jeito”

“O loiro avistou o moreno ao longe e acenou”

“O de olho azul piscou e o de tranças riu”


Não dá para imaginar decentemente a história assim, sério. Ainda mais se for num lemon. Esses adjetivos complicam, não ficam visualmente bonitos e não são muito explicativos. E se a pessoa não conhecer bem o fandom para saber que personagem é menor que o outro? Ela fica sem entender nada da história. 

E nem vou comentar o fato de “o menor” sempre ser o uke e “o maior” o seme, porque aí voltamos outra vez ao item 1.

  • Todo mundo é gay – em boa parte dos yaoi, por algum motivo, todo mundo é gay. O uke é gay, o seme é gay (óbvio), o amigo do uke é gay, o primo do seme é gay, o cara da padaria onde eles foram comprar pão é gay. Não vejo sentido nenhum nessa. Sua fic pode ser num internato, num hotel, num hospital, mas não existe nenhuma pessoa heterossexual, bissexual que seja? Bom senso, bom senso. E isso já é tão intenso entre as fanfics yaoi que, às vezes, quando aparece um personagem masculino novo na história, os leitores já assumem que ele é gay. Ou tem que ser. Precisa ser! E se o seme ou uke tem um irmão? Incesto já!
  • Cadê as mulheres normais? – fora o fato de praticamente não existirem – porque, além de todo mundo ser gay, mulheres em fics yaois são banidas da face da Terra –, as personagens femininas da história se encaixam em três categorias: a fujoshi, a lésbica e a vadia-que-vai-atrapalhar-o-yaoi-e-todo-mundo-vai-odiar. Acho bem irreal, já partindo da primeira. Nada contra fujoshis (acho que eu sou uma e não posso fazer nada pra mudar isso), mas tem sempre aquela personagem que vê os amiguinhos se pegando no yaoi e pira. Sai gritando, falando coisas inapropriadas, fazendo apologia em fics... Ou então a menina é lésbica. Porque é uma consequência, o cara é gay, a amiga dele tem que ser lésbica. Só assim para a personagem entender as coisas, só assim para ela aceitar.

E, por último, tem a personagem feminina que só está lá para causar na história e fazer todos os leitores a odiarem até o fim dos tempos porque ela “atrapalha o yaoi”. Às vezes ela nem atrapalha, mas só o fato de ter uma garota na história e não um cara (gay) é motivo suficiente pra ela ter o ódio eterno e declarado de todo mundo. E 95% dos leitores/escritores de yaoi é mulher! Lógica, onde está você?

  • Que falta de preconceito! – ainda no meio da realidade alternativa em que se passa a maioria das fics yaoi, é muito comum se deparar com esse item. O casal fica junto, se pega na rua, entre amigos, num jantar de família, e todos estão okay com isso. Claro que seria lindo se as coisas fossem assim de verdade, mas é uma ideia tão utópica que chega a ser desconcertante.

Nem todo mundo aceita homossexualidade. É um tema polêmico, como religião, política, e deve ser tratado como tal. Sua história pode não focar nisso, não chegar nem perto, mas daí se inserir num universo cor de rosa em que ninguém tem preconceitos... É quase como o item 5, no qual todo mundo é gay. 

E quando tem incesto? Um mundo que aprove homossexualidade cem por cento é aceitável perto de um que aprova inteiramente incesto. Quer dizer, chega a ser crime em alguns países! Por que fazer isso com a sua história?! O conflito pode deixá-la mais interessante, mais densa, mais atraente de um modo geral. E uma dose de realidade não faz mal a texto algum. 

Existem outros clichês (infinitos deles...), mas esses foram o que eu considerei piores. Repito que não tem problema usá-los em seus textos, quem lê mangás publicados mesmo ou assiste a animes com certeza já presenciou os sete ao menos uma vez. A questão é, como quase tudo na escrita, saber dosar esse uso.

***


Quem ajudou: Jean Claude, Lady Salieri, Leo Alves, Ana C., Diandra Santiago, Natália Marretti, Kaline Bogard, Nyuu D, Dayane Manfrere, Mylanessa.


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Gostar ou não de um gênero: Yaoi [2/2]

terça-feira, 2 de julho de 2013

<< Esse post é proibido para menores de 18 anos, por conter linguagem imprópria de cunho sexual.>>

Por: Leo Albyno

Acesse a primeira parte do artigo aqui: http://migre.me/fh0Vf


Após a pequena aula sobre o termo Boys Love e suas categorias (shounen-ai, yaoi e lemon), podemos pensar melhor estar mais atento ao que será tratado neste artigo (Boys love - homossexualidade em questão). Histórias do gênero Boys Love são comuns de serem encontradas em qualquer local que aceite publicações, indiferentemente dos termos utilizados para categorizá-las (Shounen-ai, yaoi e reversible). O artigo não é para favorecer ou desfavorecer a nenhum gênero, sendo somente exposto um ponto de vista sobre determinado assunto. Absolutamente ninguém é obrigado a gostar de Boys Love ou aceitá-lo, embora seja de direito de quem goste, também expor suas preferências sem sofrer represália de terceiros. 

Com grande destaque em rodas de debate, as discussões são caracterizadas pelo fanatismo que os fãs do termo boys Love possuem, visto que se equiparado a outros gêneros. Destaca-se nas histórias do gênero, as imagens (estereótipos) montadas sobre o Yaoi (termo para boys Love no ocidente), que não são totalmente verdadeiras se comparadas com a realidade homossexual no mundo moderno, em que não há uma regra mestra (seguir maior = seme; menor = uke). Por conta desta diferença (homossexualidade na realidade e na ficção) é normal encontrar por ai fãs do gênero que, na realidade, são contra os homossexuais (por estes não obedecerem à regra criada incoerentemente para semes e ukes). 



Estereótipos x real 

O termo Boys love e a palavra homossexualidade, embora tenham um significado parecido, não são iguais entre si. Por isso, faz-se necessário salientar as diferenças gritantes. O termo boys love (ou yaoi) é mais comum no universo feminino, e, muitas vezes, não é admirado ou defendido pelos próprios garotos homossexuais que, cientes da verdade de como é uma relação entre indivíduos do mesmo sexo, não obedecem esses estereótipos montados sobre os personagens. Em uma relação real, nem sempre os dois serão bonitos ou o seme será másculo, tampouco a regra “seme x uke” será obedecida. Ou seja, em um “boys love” da realidade, os garotos podem ser ativos ou passivos em uma mesma relação. 

Maior ou menor? Sério? Passividade ou masculinidade não é definida por tamanho. E por isso que, quando se vê um uke com dois metros de altura, o coitado sofre bullying. Ou então, aquele ativo que só tem 160 cm de altura, e que é desacreditado por todos, só porque não possui a altura ideal montada miraculosamente na mente doentia de algumas fujoushis. 



Boys love versus sociedade:

É comum ver aquele casal formado do nada nas histórias encontradas na internet que, do nada, chega a ser bem aceito por todos e as fujoushis acharem a coisa mais meiga do mundo. Contudo, isso não é tão fácil (casais homo serem aceitos) e até raro de ser achado em todo este nosso mundo. 

No mundo imaginário criado pelas fujoushis, parece não existir heterossexuais, estando todos pré-dispostos, algum dia, a demonstrar preferências por parceiros do mesmo sexo, surgindo de uma amizade de longa data ou até mesmo de inimizades. Também é comum ver aqueles relacionamentos de 10 anos terminar (relacionamentos héteros), simplesmente porque o personagem desenvolveu um amor por “outro” (pode ser por amigo, por desconhecidos até então, ou familiares) que acabou de encontrar e com quem quer viver feliz para sempre, sem que sofra sequer represália da própria família ou de qualquer outro que faça parte da história. 

Incesto também é algo normal no Boys love. Mas observe: como um vizinho passaria a encarar o outro, se soubesse que ele e o irmão dele gostam de “brincar” entre eles? Ou uma mãe, como ela se sentiria em saber que primos brincavam de médicos muito antes de tudo isso? Incesto é uma prática considerada nojenta por toda a sociedade real (não por toda; por sua maioria), seja ela em qualquer país onde se toque os pés. E, não, não é bonitinho, quando aqueles irmãos começam a amar-se mais do que deveriam e acabam a fazer mais do que deveriam. 



Boys love versus realidade:

Denomina-se MPREG o gênero de história no qual um homem acabará por ficar grávido. Interessante, né?! Dane-se a lógica! 

Ao escrever algo de caráter boys love, os autores deveriam tomar determinados cuidados. E, não, homens não engravidam na vida real e fica grotesco quando isso ocorre em uma ficção. Não é para se sentir ofendido (quem estiver lendo o artigo e goste de MPREG), visto que esta é uma opinião comprovada pela maioria. E não estão a ser julgados caso gostem (leiam ou escrevam) sobre. Mas, sim, é algo surreal, que causa repulsa entre homens independentemente de sua orientação sexual e só é bonitinho para as fujoushis.



Gostar ou não gostar: 

“Posso não concordar com tudo o que disseres, mas farei por onde que tu tenhas o direito de dizê-lo”, diz Voltaire. 

Um garoto que goste do gênero, não pode ser considerado homossexual. Simplesmente é algo ainda inexplicável (gostar de relações homo, sendo hétero), que causa comoção de muitos fãs, talvez por serem livres de alguns preconceitos impostos pelo mundo social. Acredita-se que gostar de yaoi é ter fantasias sexuais com cenas gays, o que é completamente equivocado em ser dito, assim como t a esmagadora maioria de fujoushis que gostam do gênero, são heterossexuais, assistindo-os apenas por achar algo muito fofo. 

Mas como a frase do filósofo, embora nem todos concordem com os impropérios descritos no boys love, há de ser respeitado assim como qualquer outro gênero. Embora não descreva com verossimilhança a relação sexual ou amorosa de um “casal gay”, há de despertar grande euforia quando é lido que aquele casalzinho tem tudo para cair na graça dos shipps. 

Deve ser reconfortante imaginar uma cena entre dois personagens preferidos, em que eles desenvolvem uma relação entre si superior à amizade – não precisa ser de conotação sexual -, e passam a cuidarem com mais afinco dos interesses do parceiro. Porém, é necessário tomar um cuidado em como será desenvolvido esse romance, visto que pode originar furor nos próprios e verdadeiros homossexuais. Certas características predefinidas deveriam ser menos exploradas (tamanho, feminilidade) e, em uma cena de lemon, lembrar-se que “ânus” não é como uma vagina que se auto-lubrifica e que, as histórias que se desenvolvem a levar em conta a realidade contemporânea dos fatos, são mais interessantes. 



Será postado um pequeno desabafo de uma fujoushi que sofre preconceito na família, por ser gostar do tema, como complemento. A entrevista não foi executada pelo autor do artigo, visto que o blog dela foi apenas encontrado como fonte de pesquisa na web.


Desabafo:



Se tenho medo? 

Tenho receio. Receio de que por gostar de tal material minha privacidade seja invadida e que meu bom senso seja posto à prova. Minha mãe já me mostrou várias vezes, por meio de palavra pejorativa, que ainda vive no século passado. Viver nessa casa agora será um tormento, tudo por não conseguir falar abertamente com ela sobre nada.
Não sei realmente porque gosto tanto de yaoi, mas comecei a assistir Sekai-ichi Hatsukoi e descobri que meu coração batia mais forte toda vez que Oonodera ficava vermelho vendo o Takano. Outra coisa que seduz é o mistério, a relação 'proibida'. Mesmo sendo hétero, tenho muito respeito por homossexuais, e acho a relação entre eles à coisa mais linda do mundo, então porque a sociedade me critica só por assistir e ler títulos do gênero?

Pessoalmente tenho vergonha de explicar sobre yaoi, pois vejo que tenho alguns amigos com a cabeça muito fechada para o mundo. O que queria deixar claro é que não assisto yaoi fantasiando algo (como muitos devem pensar), mas sim admirando a beleza da relação entre dois garotos que se amam. Bom, queria também afirmar que gays costumam não gostar de yaoi. Tá, a maioria dos fudanshi são gays, mas se formos analisar as estatísticas, o público que gosta de tal 'produto' corresponde mais ao feminino. Não sei direito o motivo disso, mas acho que é porque a relação, os estereótipos e a maneira como a história é abordada seja mal vista pelo público homossexual. 



Você é lésbica? 

Não, que eu saiba. Boys' Love é uma preferência que tenho, assim como você pode ter por shoujo, novela mexicana... Yaoi é feito por mulheres, e seu mercado tem como foco o público feminino, então posso me considerar 'normal', pois estou dentro da faixa.
Porque estou falando isso abertamente aqui? Esse é meu blog, e meus pais não o leem. Pronto. Se eles prestassem mais atenção em mim, tais absurdos não ocorreriam. Queria muito que eles olhassem ao redor, vissem garotas da minha idade com um filho nos braços, jovens usando droga, assim eles levantariam as mãos para o céu por ter uma filha que se informa, estuda, e que passa as férias em casa.



Você ainda pensa em sair de casa e ir morar só? 

Não é tolice esse meu desejo de sair de casa. Pensei bem, estudei os planos e calculei os gastos. Ainda não estou trabalhando por respeito aos meus estudos, pois não quero interferir no meu desempenho, mas assim que conseguir um 'trampo' quero juntar meu salário e partir dessa para uma melhor (não, não vou morrer).



Seu irmão é mesmo cruel? 

Ele é infantil, só isso. A crueldade dele é por ter um segredo meu nas mãos e agora o usar de forma defensiva. Sou sua irmã mais velha e é normal que briguemos, mas ele deveria saber que, por ele ter 16 anos, deveria não brincar com os sentimentos da própria irmã desse jeito.


Você é uma infantil por chorar?

Com a família sem noção que tenho, tenho vergonha de expor esse meu lado logo pra minha mãe, que é um tanto quanto conservadora. Os olhares dela é que me fazem chorar. 



Notas finais. Dicas:

Bem, depois desse artigo, nada mais junto do que dar algumas dicas (ou adendos). As dicas são de cunho pessoal, então. 

• Como dito, homens (nem mulheres) não possuem em seus ânus, a lubrificação natural que uma mulher possui em sua vagina. Logo, acredita-se que, em hipótese ou milagre algum, será penetrado se não estiver devidamente lubrificado. E claro, isso provoca uma dor imensa em ambos! 

• Use camisinha em seus personagens. Pode ser algo idiota, mas seria legal dar uma ajuda com a distribuição desta ideia. Infelizmente, o maior número de pessoas contaminadas pelo vírus HIV, ainda está em homens homossexuais, o que faz os fanáticos e conservadores colocarem a culpa da existência da doença nos homossexuais. Mas sabe por que isso (a doença ser mais frequente em homens gays)? Homens são luxuriosos por natureza... Agora, imagine dois deles em um relacionamento? É totalmente natural fazer mais sexo do que casais heterossexuais, e, por ser “mais simples”, acabam por fazer em lugares inapropriados e sem nenhuma preservação. Maldito seja o Grindr! 

• Alto. Baixo. Com o pinto maior. Com o pinto menor. Moreno. Loiro. Da bunda rosa ou peludo que nem macaco. Cuidado com o excesso de adjetivos aos seus personagens e não fica legal se toda hora você falar sobre o “uke” como o menor ou sobre o “seme” como o maior. E, por favor, evite usar etnia e cor de cabelo para descrever personagem ou citá-lo. Há tantas outras maneiras e, acredito que há algum artigo a falar sobre isso aqui no blog. 

• Dê alguma preparação antes do sexo (sexo é mais do que penetração; envolve carícias). Pense em revelar o prazer de ambos os personagens. Também é algo bem interessante de ler. 

• Sabe por que o prazer anal é MUITO prazeroso para o homem (havendo ou não penetração) e para mulher ainda é um tabu ou algo não tão físico? Naquelas aulas de biologia ou constituição do corpo humano, você se lembra de que provavelmente a sua professora te explicou sobre algo chamado próstata? Então, homens possuem e mulheres não. Quando estimulada, a próstata pode provocar em um homem a mesma sensação que estar a ser masturbado, mesmo que ele nem esteja a ser tocado em outro lugar senão lá. Se fosse para comparar, a próstata é para o homem a mesma coisa que os grandes e pequenos lábios na mulher. 

• Uma grande maioria de fujoushis possui amigos homossexuais. Se quiser ser a mais próxima da realidade, questione-o sobre a sua realidade. Eu tenho certeza de que você verá que não é tão conto de fadas, como a sua história!




Material consultado:
Entrevista no: http://blogdaraio.blogspot.com.br/2012/02/tudo-isso-so-porque-gosto-de-yaoi.html
Definição de Yaoi: http://paixaoanime.blogspot.com.br/2008/07/o-que-yaoi.html, http://pt.wikipedia.org/wiki/Fudanshi e http://books.google.com.br/books?id=9vn7hjM2v4QC&pg=PA259&lpg=PA259&dq=boys+love+lemon&source=bl&ots=quYTFBM1SY&sig=uxeiq3pt-nr59rE6hj0kVhNlWOA&hl=pt-BR&sa=X&ei=vjbDUab7E5D68QSgsoBo&sqi=2&ved=0CFsQ6AEwBg#v=onepage&q=boys%20love%20lemon&f=false
Blog opinativo: http://genkidama.com.br/argama/2011/12/02/porque-gosto-de-yaoi/


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Gostar ou não de um gênero: Boys Love [1/2]

quinta-feira, 20 de junho de 2013

<< Esse post é proibido para menores de 18 anos, por conter linguagem imprópria de cunho sexual.>>

Por: Leo Albyno

(Obs: Esse artigo foi dividido em duas partes. A segunda parte dele sai na seguinte quarta-feita)



Introdução:



Conhecendo os termos específicos referentes à categoria Boys Love


Boys love é um termo japonês para designar uma relação entre pessoas do mesmo sexo (homens). O relacionamento entre homens também é chamado de yaoi (no ocidente), termo bastante conhecido no mundo de fujoushis* (ou fudanshis, para homens) ou fan girls (fan boys) e é ainda alvo de preconceitos. Diga-se de passagem, é interessante ressaltar que o termo Boys Love (BL) servia para descrever paródias bizarras e doujinshis (dojins) com relações homossexuais explícitas entre dois homens. 

Pode-se dividir as relações homossexuais em animes e mangás em três categorias, a saber:


Shounen-ai (shounen = garoto; Ai = amor):


É o gênero mais leve. Subentende-se que há uma relação homoerótica entre personagens masculinos, caracterizada por declarações de amor, além de beijos e abraços "mais fortes" às vezes, beijos afetivos ou "sem querer" (situações inusitadas, à quais os personagens acabam por dar um beijo; esbarram-se ou viram-se e se dão um beijo, sem ser a reação intenção de ambos) e até mesmo aquelas cenas cortadas, que se acredita ocultar conteúdo do tipo homoerótico.

Cita-se como exemplo: Naruto.

Naruto tem um apreço absurdo por seu amigo Sasuke, acreditando que ele jamais seria capaz de fazer determinadas coisas. TODO o amadurecimento do personagem (Naruto) é originado através da busca, em trazer seu amigo de volta para casa, visto que ele (Sasuke) é obcecado por vingança e disposto a morrer por ela. Naruto sonha com o dia em que estará novamente reunido com o amigo e livre de todas essas coisas!




Yaoi (ya.ó.i):


É como o shounen-ai, só que mais quente e explícito. É caracterizado por cenas óbvias de romance entre dois homens, muitas vezes passando de carícias infantis (beijinhos no rosto, brincadeiras de agarrar etc), para perversões e cenas mais leves de sexo. 

Cita-se como exemplo: Junjou romantica.

A história gira em torno de um excêntrico escritor (Usagi-san) e o irmão de seu melhor amigo (Misaki-kun) e amor. Usagi é o tipo másculo, alto e mandão, enquanto Misaki é aquele adolescente de dezenove anos, que nunca ficou com uma garota na vida. Ele é meio escandaloso e está na flor da juventude. Misaki se vê inicialmente abusado pelo escritor, mas, no fim, acaba envolvido pela paixão, mesmo acreditando ser o substituto do próprio irmão... 



Lemon:


A categoria mais "avançada" dentre as supracitadas. Dentro do Boys Love, o lemon é marcado por cena explícita de sexo homossexual, porém, é um termo que é enfraquecido pela falta de conhecimento dos leitores. Alguns o chamam de yaoi por conta da relação homossexual também presente no outro gênero, porém é errado. Lemon se caracteriza por ser feito TUDO durante o sexo (violência, bondage, estupro etc), coisa que não se vê no gênero yaoi.

Cita-se como exemplo: Sensitive pornograph.

Sensitive pornograph é uma coleção de dois contos distintos, com cenas de sexo explícito entre homossexuais. O casal principal é formado por um escritor de nome Sono (na verdade um mangaka famoso) e Seiji, um jovem aspirante ao cargo de mangaka. Sono é um escritor promíscuo, que faz sexo com qualquer um que o peça, e conhece Seiji na entrega de um de seus trabalhos. O garoto, por sua vez, já era grande fã do escritor, mas não sabia que seu ídolo era um homem. A partir daí, bêbados, acabam fazendo sexo... E, até o final, acabam se apaixonando. 

***


No boys love é comum encontrar estereótipos (mais comuns nas categorias yaoi e lemon), cuja relação seja desenvolvida ou não durante a exibição do anime ou na leitura do mangá. Mas é importante deixar claro que sempre haverá aquele com papel "masculino", como em uma relação heterossexual, e aquele com papel "feminino". Mas como dito, é apenas um estereótipo que não é necessário ser seguido como regra, levando-se em conta que nem todo efeminado será passivo e nem todo ativo será totalmente másculo! Os personagens estereotipados, em uma relação homossexual, são chamados de seme, uke e reversible (não é comum), e são aqueles que: 


Seme: 

Basicamente será aquele a efetuar o papel masculino da relação. Geralmente criados como homens belos, altos e fortes, com características dominadoras!


Uke:

Aquele que desenvolve um papel feminino e mais frágil, ou seja, o passivo da relação. São geralmente os mais baixos e belos, além de sofrerem, muitas das vezes, com as perversões sexuais dos semes.


Reversible:

Termo pouco utilizado, que designa aqueles que podem se encaixar nos dois padrões acima. Aquele que é duvidoso até o momento em que algo é sugerido! No mundo homossexual, seriam os chamados “flex”: ou seja, poderia efetuar tanto o papel de um quanto de outro: ativo ou passivo (seme ou uke).


***

Notas: 
¹: Termo japonês a principio, difamatório, usado para referir-se a mulheres que gostam de conteúdo homossexual nos mangás ou animes. 


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