Resenha: Star Wars – Marcas da Guerra

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Por: Rodrigo Caetano



E aí, galera? Tudo bem? Hoje venho aqui falar de modinha. Sim, modinha. Mas não é qualquer modinha não. Vim falar de Star Wars, a maior modinha de todos os tempos, a modinha das modinhas. E, por que não (?), talvez a melhor de todas elas.

Aos fãs de carteirinha e longa data, deixem-me explicar. Deixem-me esclarecer que não há nada de pejorativo quando digo que Star Wars é modinha. Nem quando digo que Star Wars foi feito para ser modinha. Ele foi a primeira saga de filmes feita para ser viral, antes mesmo do conceito de “viralizar” existir. Foi o primeiro filme a ser lançado acompanhado de jogos (não necessariamente de videogame), bonecos, propaganda de massa, livros e histórias secundárias.

Star Wars foi a primeira saga a tentar buscar fãs de todos os modos, em todas as mídias, de todas as idades, no mundo inteiro. Boba Fett é um personagem icônico e um líder de venda de bonecos, e tem apenas poucas falas nos filmes. Seu personagem foi inteiramente construído de maneira secundária na época da trilogia original, e hoje ele é conhecido mundialmente. Ele serve como exemplo de como Star Wars foi o primeiro filme a virar febre mundial e conquistar todos os públicos.

Star Wars foi feito para ser modinha, conseguiu e o é até hoje. Nenhuma saga, de livros, de TV ou de cinema, conseguiu atingir o que Star Wars conseguiu. Não discuto aqui qualidade, mas sim tamanho, proporção, poder de venda e apelo com o público. E é por isso que hoje, quase quatro décadas após o lançamento do primeiro e original filme, ainda estamos aqui, sentindo novamente a febre com o lançamento de um novo, vendo o filme quebrar recordes e mais recordes de bilheteria no mundo todo.

Goste ou não, Star Wars já é fato há muito tempo e faz parte da nossa vida de muitas e muitas formas. Já é referência cultural do mundo. Seja impresso no cereal que você vê no mercado, no livro que acabou de lançar na livraria, no pôster de cinema, no desenho de TV para as crianças ou no novo game lançado. No Youtube e no cinema, na loja de brinquedos e no supermercado.


E, agora, também no blog da Liga dos Betas.


Dessa vez a resenha é sobre o novo livro da saga Star Wars, o primeiro de uma trilogia que pretende preencher um pouco do vazio de história entre o sexto filme, O retorno de Jedi, e o novo, O despertar da Força. O livro faz parte de um esforço de publicação com o selo: Jornada para o Despertar da Força, que inclui quadrinhos, livros infanto-juvenis e livros adultos, como é o livro que será analisado aqui: Marcas da Guerra.

Um último comentário, antes de entrarmos na ficha do livro: já pensaram que máximo seria ser contratado para fazer a representação literária de uma obra do cinema da qual você é fã? Esse autor, assim como muitos outros, literalmente foi contratado para escrever e publicar uma fanfiction de Star Wars. E essa fanfiction entra para o Canon da saga! Que máximo!


Título Original: Star Wars – Aftermath
Título Traduzido: Star Wars – Marcas da Guerra
Autor: Chuck Wendig
Editora: Aleph
Ano: 2015

Sinopse: 

O que aconteceu depois da destruição da segunda Estrela da Morte? Qual o destino dos remanescentes do Império Galáctico e dos antigos Rebeldes, agora responsáveis pela fundação da Nova República? Marcas da guerra é o primeiro livro do cânone oficial a mostrar o que acontece depois do clássico Episódio VI: O retorno de Jedi, dando pistas sobre o que podemos esperar da nova trilogia que se inicia com O despertar da Força, a ser lançado nos cinemas em dezembro.
Nesse novo panorama galáctico, vamos descobrir que a guerra ainda não chegou ao fim... e que os traumas deixados por ela ainda serão sentidos por muitos e muitos ciclos. Capitão Wedge Antilles, almirante Ackbar, almirante Sloane, o garoto Temmin e a mãe, Norra Wexley, a caçadora de recompensas Jas Emari, o antigo agente imperial Sinjir: novos personagens e velhos conhecidos dos amantes da saga, que sempre estiveram envolvidos na luta, agora devem escolher o lado a que deverão jurar lealdade. Deverão colocar-se ao lado da Nova República, procurando estabelecer um novo governo democrático na galáxia? Ou juntar-se às fileiras imperiais, na tentativa de voltar ao poder absoluto depois das mortes dos lordes Sith Palpatine e Darth Vader?

Resenha:

Antes mesmo de comprar o livro, li algumas opiniões divergentes sobre Marcas da Guerra. Alguns diziam que era um livro terrível, feito única e exclusivamente para capitalizar em cima do lançamento do novo filme. Outros diziam que era uma ótima leitura, que lhe entregava exatamente aquilo que prometia entregar, e que apesar de não ser o melhor livro do mundo, era uma leitura prazerosa que valia a pena.

Como normalmente ocorre comigo nesses casos, minha opinião sobre o livro acabou recaindo em algum lugar entre uma posição e outra. Porém, provavelmente mais para o lado positivo.

Marcas da Guerra não me pareceu entregar tudo aquilo que se propunha. Algumas coisas ali dentro não foram bem construídas e soaram genéricas. Pareciam ter sidocolocadas ali apenas para explorar o universo e fazer referências aos filmes. Alguns fan-services não foram feitos com tanto bom gosto quanto o novo filme demonstrou ter, e, de modo geral, o livro demora um pouco demais para engrenar.

Na tentativa – correta, na teoria– de apresentar todos os seus personagens no primeiro arco do livro, o autor acaba sofrendo por ter tantos novos personagens principais a apresentar.Desse modo, o início, apesar de bem povoado de cenas emocionantes de ação, se arrasta. As cenas de ação — nem todas perfeitas, mas bem construídas — acabam sofrendo, por que não estamos envolvidos com os personagens.

É apenas mais próximo à metade do livro que conseguimos começar a criar laços mais fortes e a nos importar mais com aquilo que nos é apresentado. E, por tanto, é apenas a partir daí que o livro começa a crescer e cumprir mais com as suas promessas, de entreter e nos gerar interesse. Uma vez engajado, o leitor com certeza se divertirá e encontrará nele uma boa fonte de entretenimento.

O livro brinca com uma estrutura de narrativa complicada. Ele corta muitas cenas, sempre mudando o personagem-foco, em uma tentativa de deixar o ritmo acelerado, de forma similar ao novo filme. O problema é que, na mídia literária, isso acaba sendo um desafio maior do que na tela de cinema. E, com tantos personagens a serem a apresentados, isso se prova um desafio ainda maior. Por tanto, enquanto ainda não estamos engajados, esse ritmo acelerado mais atrapalha do que ajuda a narrativa. Apenas quando já estamos bem situados, esse ritmo começa a dar frutos.

Um dos melhores pontos do livro são os interlúdios. Apesar de numerosos e desconexos da história principal, é através deles que conseguimos ter uma noção maior do estado em que a galáxia se encontra, nesse período tão caótico, de troca de governo e últimos estágios da guerra. Vemos paisagens familiares e novas, conhecendo pequenos contos que nos servem de quadros para os diferentes pontos da galáxia, e como cada um deles está lidando com o período após os feitos da batalha de Endor. É aqui onde o livro mais brilha, ao cumprir a promessa de nos dar um bom entendimento sobre a queda do império e a ascensão da Nova República. Acredito que, se isso continuar durante toda a trilogia, os livros serão um material sem igual para retratar a mudança política na galáxia e, quem sabe, a criação da Primeira Ordem e da Resistência.

É, por sinal, em um desses interlúdios que o livro cumpre sua promessa de nos mostrar um dos personagens favoritos dos fãs. E, incrivelmente, esse foi um dos interlúdios que menos gostei.Ele me pareceu ter sido escrito única e exclusivamente para colocar esse personagem no livro, e poder dizer para o público que existe ali uma participação de alguém que eles gostam. Se você comprar o livro para ver um dos personagens mais queridos dos filmes, saiba que apenas o verá em algumas poucas páginas, e que elas não serão assim tão importantes para a história em geral, pelo menos por enquanto.

Apesar disso, o livro apresenta personagens interessantes e bem construídos, que fazem valer o esforço da leitura e o esforço de conhecê-los. Existem alguns momentos bastante animados e que me fizeram prender a respiração, e, no fim, me peguei roendo as unhas e torcendo para mais de um personagem, de ambos os lados da luta. Uma leitura de que não me arrependo e que me dá razões suficientes para indicá-la para qualquer fã da saga, principalmente um que se interesse pela construção de mundo e pelos por menores da história maior.


Eu aprovo, e com certeza porei as minhas mãos nos próximos volumes da trilogia.


Acho é isso. Espero que tenham curtido e até a próxima!

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