Novo Acordo Ortográfico [2/2] – Prática

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Por: Coralie



E aí? Belezinha?

Faz um tempo que eu não apareço por aqui! Estou saindo da minha montanha de livros, diretamente do Mundo Chamado Meu Quarto, para escrever este post! Brincadeiras à parte, estou finalmente trazendo a segunda parte do artigo sobre a Nova Ortografia. Antes, vale lembrar que ela é oficial a partir deste ano (2016).

Muito bem! Para começar, eu acredito que a melhor forma de se aprender as novas regras, para quem mal chegou a conhecer as antigas, é aprendendo-as como se nada tivesse acontecido. Isso mesmo! Esqueça que há regras antigas e novas. Se você tentar aprender as duas formas, pode confundi-las e terá dois trabalhos, sendo que as regras antigas em breve não valerão para o português formal. Porém, para fins didáticos, colocarei a diferença entre ambas. Vamos lá?!

Mudanças no alfabeto


Nosso alfabeto passou a ter, oficialmente, 26 letras, com a reinclusão do K, Y e W. Essas três letras são originalmente do alfabeto latino, contidas também no alfabeto inglês, mas não faziam parte do nosso desde 1943. Elas são usadas como símbolos de unidades e em palavras e nomes estrangeiros, como show, William, playground etc.

Trema


As famosas "bolinhas" (¨) sobre o u para indicar a pronuncia do gue, gui, que e qui. Alguns exemplos de palavras que o levavam: bilíngue, linguiça, cinquenta, sequestro, tranquilo. Vale lembrar que a maioria das pessoas não se lembravam de usar o trema, embora seja evidente pelo fonema sua singularidade. Mesmo que ele não esteja mais presente na escrita, seu som ainda é usado na fala: bilíngUe, lingUiça, cinqUenta.

Obs.: o trema permanece em palavras estrangeiras, como Müller.


Acentuação


1. Não há mais acento nos ditongos abertos (éi e ói) das palavras paroxítonas (aquelas que levam acento tônico na penúltima sílaba). 
Exemplos de palavras que antes levavam acento: apóio, colméia, Coréia, estréia, heróico, jóia, paranóico, platéia (considerando-se a separação silábica: Co-rei-a, es-trei-a, joi-a, pa-ra-noi-co)
Obs.: a regra vale apenas para palavras paroxítonas; oxítonas e monossílabos tônicos terminados em éi e ói continuam tendo acento: papéis, herói.
2. Não se usa mais o acento no i e no u, nas paroxítonas, quando vierem depois de um ditongo.
Exemplo: bAIúca.
Obs.: o acento permanece se a palavra for oxítona terminada em i e u (ou terminar em s). Exemplo: Piauí.
Também permanece se o ditongo for crescente: gUAíba.

3. Não há mais acento nas palavras terminadas em êem ou ôo(s).
Exemplos: doo, leem, magoo, creem.

4. Não se usa mais acento para diferenciar as palavras: pára/para, péla/pela, pêlo/pelo, pólo/polo e pêra/pera.
Exemplos: Ela foi ao polo Norte; O gato tem o pelo amarelo.
Obs.: O acento permanece nos casos de:
• Pôde (forma do passado do verbo poder) e pode (forma no presente do indicativo). Exemplo: Ela não pôde correr ontem por causa da chuva, mas hoje pode.
• Pôr (verbo) e por (preposição). Exemplo: Você vai pôr aquela camisa? Por mim?
• Acentos que diferenciam as formas no singular no plural: tem/têm, detém/detêm, mantém/mantêm.
• No caso do forma e fôrma, é facultativo o uso do acento. Vale ressaltar que o uso pode causar maior clareza.

5. Os verbos arguir e redarguir, nas formas arguis, argui e arguem, do presente do indicativo, não levam acento.

Hífen


Hífen com composto


01. Usa-se o hífen nas palavras compostas que não apresentam elementos de ligação.
Exemplos: guarda-chuva, arco-íris, segunda-feira, bate-boca.
Exceção: não se usa hífen em palavras que perderam o sentido de composição, como girassol e paraquedas.

02. Usa-se o hífen em compostos que têm palavras iguais ou quase iguais, sem elementos de ligação.
Exemplos: blá-blá-blá, tique-taque, cri-cri, glu-glu, pingue-pongue, zigue-zague, esconde-esconde.

03. Não se usa o hífen em compostos que apresentam elementos de ligação.
Exemplos: pé de moleque, dia a dia, fim de semana, cor de vinho, ponto e vírgula.
Incluem-se, nesse caso, os compostos de base oracional.
Exemplos: maria vai com as outras, leva e traz, faz de conta.
Exceções: água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao deus-dará, à queima-roupa.

04. Usa-se o hífen nos compostos entre cujos elementos há o emprego do apóstrofo.
Exemplos: gota-d'água, pé-d'água.

05. Usa-se o hífen nas palavras compostas derivadas de topônimos (nomes próprios de lugares), com ou sem elementos de ligação.
Exemplos: Belo Horizonte — belo-horizontino, Porto Alegre — porto-alegrense, Mato Grosso do Sul — mato-grossense-do-sul, Rio Grande do Norte — rio-grandense-do-norte.

06. Usa-se o hífen nos compostos que designam espécies animais e botânicas (nomes de plantas, flores, frutos), tenham ou não elementos de ligação.
Exemplos: bem-te-vi, peixe-espada, mico-leão-dourado, erva-doce, pimenta-do-reino, cravo-da-índia.
Obs.: não se usa o hífen quando os compostos que designam espécies botânicas e zoológicas são empregados fora de seu sentido original. Observe a diferença de sentido entre o par:bico-de-papagaio (espécie de planta ornamental) — bico de papagaio (deformação nas vértebras).

Hífen com prefixo


1) Usa-se o hífen diante de palavra iniciada por h.
Exemplos: anti-higiênico, macro-história, super-homem.

2) Usa-se o hífen se o prefixo terminar com a mesma letra com que se inicia a outra palavra.
Exemplos: micro-ondas, inter-regional.

3) Não se usa o hífen se o prefixo terminar com letra diferente daquela com que se inicia a outra palavra.
Exemplos: autoescola, intermunicipal, superinteressante, semicírculo.
Obs.: se o prefixo terminar por vogal e a outra palavra começar por r ou s, dobram-se essas letras. Exemplos:minissaia, ultrassom, semirreta.

4) Nos prefixos sub e sob, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r.
Exemplos: sub-região, sub-reitor, sub-regional.

5) Nos prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m, n e vogal.
Exemplos: circum-navegação, pan-americano.

6) Usa-se o hífen com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, vice.
Exemplos: além-mar, ex-aluno, pós-graduação, pré-história, recém-casado, vice-rei.

7) O prefixo co junta-se com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por o ou h. Neste último caso, corta-se o h. Se a palavra seguinte começar com r ou s, dobram-se essas letras.
Exemplos: coedição, cofundador, coabitação, cosseno.

8) No caso dos prefixos pre e re, não se usa o hífen, mesmo diante de palavras começadas por e.
Exemplo: reescrever.

9) Nas palavras com ab, ob e ad, usa-se o hífen diante de palavra começada por b, d ou r.
Exemplos: ad-digital, ad-renal, ob-rogar, ab-rogar.

10) Não se usa o hífen na formação de palavras com não e quase.
Exemplos: (acordo de) não agressão, (isto é um) quase delito.

11) Com mal, usa-se o hífen quando a palavra seguinte começar por vogal, h ou l.
Exemplos: mal-entendido, mal-humorado.
Obs.: Quando mal significa doença, usa-se o hífen se não houver elemento de ligação.
Exemplo: mal-francês.
Se houver, no entanto, elemento de ligação, escreve-se sem o hífen.
Exemplo: mal de lázaro.

12) Usa-se o hífen com sufixos de origem tupi-guarani que representam formas adjetivas, como açu, guaçu, mirim.
Exemplos: capim-açu, amoré-guaçu.

13) Usa-se o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se combinam, formando não propriamente vocábulos, mas encadeamentos vocabulares.
Exemplos: ponte Rio-Niterói, eixo Rio-São Paulo.


É isso aí, pessoal. Parece muita coisa para gravar, mas o importante é você sempre pesquisar quando tiver dúvida. Com o tempo nós nos acostumaremos a usá-las.







2 comentários:

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