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Recomendações de Leitura Dia da Mulher [04/04]

sábado, 2 de abril de 2016



Ohayo! Elyon Somniare volta a pegar no leme! Espero que estejam a gostar das nossas recomendações até ao momento, e que a vossa lista de livros tenha crescido, mwahahah. Mas não apenas isso, espero que tenham também recomendações a deixar nos comentários. Como é óbvio, há uma variedade de factores que leva a que seja impossível listar todos os livros (e fics/fanfics) que merecem recomendação, contudo, fazem-se os possíveis. Não tenham vergonha em partilhar aquele livro ou fic maravilhoso que trata ou apresenta as personagens femininas de forma incrível.

Pelo entretanto, chegou a hora da recomendação das leituras à distância de um clique no Nyah!


“Trato Desfeito”, Mrs Days
(Rodrigo Caetano)

Uma história sobre uma forte mulher que viveu durante séculos entre o céu e o inferno, presa por um acordo que envolvia tanto a sua vida como a sua alma. Essa história é um poderoso conto de ação, não recomendado aos menores de dezoito anos, com uma forte personagem feminina, que não deixa nada a desejar quando comparada com os grandes heróis clássicos. Ela atira primeiro e pergunta depois, sem perder o charme e a sexualidade. Quem disse que as meninas não sabem botar para quebrar? 


“Minh’alma perdida nas curvas do teu cabelo”, Salow
(Enrique Buendía)

Há várias razões pra essa fic ser lida: além da personagem principal ser escrava, negra e ter sentimentos pela sua senhora, tirando a situação que ela vive com o seu dono, a personagem tem o seu nome ocultado como se de fato – acontece várias vezes – nada daquilo importasse em si. A personagem feminina, além disso, é guiada por duas orixás mulheres, Iemanjá e Iansã, trazendo também a cultura afro-brasileiro para dentro da fic, que possui personagens marcantes com situações bem reflexivas.


“Delilah”, Holly Hobbie
(Rodrigo Caetano)

Uma songfic que merece essa classificação: essa é uma one-shot linda de um amor bonito, inspirada pela música de mesmo título da banda Florence and the Machine. Uma história bem escrita do início ao fim, por uma autora com grande sensibilidade, contando sobre a descoberta da homossexualidade e do amor entre duas meninas. “Delilah” é um conto delicado, mas que merece atenção nesse mês tão especial.


“A Mhaighdean Bhan Uasal”, Giulia Correia
(Enrique Buendía)

A fic possui uma protagonista incrivelmente forte e que me fez suspirar ao imaginá-la. O que eu posso dizer dessa protagonista foi aquilo que eu comentei na história: uma mulher forte, com coragem de abondar tudo o que havia construído, e ainda tem mais a questão do que se procede após o abandono, a autora trabalha num ambiente bem no passado, onde havia o culto à Deusa, uma divindade superior feminina, o que também torna mais interessante, principalmente para pesquisas sobre uma sociedade que funcionava com uma deusa mulher.


“Ocean Eyes”, Julliet
(Rodrigo Caetano)

Uma história de amor inspiradas por ótimas músicas do Owl City, todas contidas em um álbum que compartilha o título com a história. A fanfic em si pode ser considerada uma songfic, mas cada um dos capítulos retrata perfeitamente uma música do álbum. É difícil encontrar songfics que conversem tão bem com suas músicas. Mais difícil ainda é encontrar uma história que converse tão bem com cada uma das músicas escolhidas para inspirar os capítulos. É uma bonita história de uma jovem mulher à procura de si mesma — e de um amor há muito perdido — tirado dela por aquilo que ela mais amava na vida: o mar.


“Da Feminilidade do Ser”, Elyon Somniare
(Enrique Buendía)

Uma fic marcante que traz drabbles sobre mulheres histórias, como Cleópatra, Ana Bolena e Inês de Castro. A escrita da autora chama a atenção pelos episódios narrados, e as pequenas narrativas sobre as mulheres causam reflexões acerca daquilo que elas foram para o tempo delas e como elas se comportam em suas sociedades de séculos passados. Enfim, a quebra daquilo que é considerado ser feminino é tão forte que nos faz pensar sobre a própria feminilidade do ser.


“La Dama y el Paraguas e outras histórias de morte”, Ganimedes
(Elyon Somniare)

Uma história formada por histórias diferentes que criam um ciclo entre si. Com uma narração excepcional, podemos encontrar exactamente aquilo que o título levanta: histórias de morte, sendo a da “dama y el paraguas” (guarda-chuva) a principal razão para incluir esta recomendação. Não julguem que por serem “de morte” as histórias são de terror. O único terror é aquele que advém da contemporaneidade de todos os elementos que a narração utiliza e dos temas que nos leva a considerar.


Não deixem, então, de dar uma olhada nestes links, ou de deixar outros nos comentários! But now, lembram-se de no primeiro post destas recomendações eu ter falado duma surpresa? Pois é que nem só de ler vivem a mulher e o homem, ahah! Eis a nossa última recomendação: o cartoon “Steven Universe”, escrito pela, já nas palavras da beta Giulia Correia, “lindíssima Rebecca Sugar, diva, destruidora de corações, queen of hiatus”:

“Steven Universe”, Rebecca Sugar
(Giulia Correia)

É um cartoon infantil sobre um garoto que tem poderes. Mas não se engane sobre a aparência de clichê, de desenho pra crianças, de mais do mesmo. Não! Não tem nada disso. Bem, tem clichê, mas o que não tem, hoje em dia? “Steven Universe” tem mais que isso, tem rochas lésbicas espaciais, guerras antigas e templos maneiros.

Ainda não se animou? O desenho tem uma animação amorzinho com cenários incríveis, tem músicas maravilhosas que pisam nas músicas de Phineas e Ferb e, mais, tem uma progressão na história, um foreshadowing, uns plot twists…! É uma história digna de todos os louros, prometo.

Mas assim, por que eu tô falando sobre ela no dia da mulher, se é sobre um garoto com poderes? Bem, por causa das muitas mulheres da trama. É uma lista bem grande. Temos a Garnet, a Pearl, a Amethyst, a Connie, a Rose, a Peridot… e todas essas personagens, elas são badass de maneiras diferentes.

A Garnet esmaga e canta Stronger than you. A Pearl é super inteligente, super organizada e, se você a acompanhar pela trama, percebe que tem muito mais nela do que isso. A Amethyst é uma personagem que começa nhé, mas se desenvolve de uma maneira muito maneira com o correr dos episódios. A Connie, nossa, nem vou falar sobre ela por motivos de spoilers, mas nossa. Nossa.

Se eu falar sobre as outras darei spoilers, mas só queria deixar registrado que são ótimas também. É um cartoon que trama muito bem suas personagens femininas, o que é super raro. É também um cartoon com diversidade de corpo, de família, de orientação. Recomendo assistir. Se não pela diversidade, pela história, que é maravilhosa.
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Recomendações de Leitura Dia da Mulher [03/04]

sexta-feira, 25 de março de 2016

“Precisamos Falar Sobre Kevin”, Lionel Shriver
(Giulia Correia)

Antes de mais nada, gostaria de falar que esse livro é um livro polêmico. Ele conta a história de Kevin Khatchadourian, um daqueles adolescentes americanos que a gente vê na TV que vão para a escola com uma arma e atiram nos estudantes. Ao contrário do que se pode esperar, porém, não é ele quem conta a história: é a mãe dele, Eva Khatchadourian, por meio de cartas ao pai dele, Franklin.

Sim, a história toda é contada por cartas <3. Elas nos fazem entrar na cabeça da Eva e entendê-la enquanto ela própria tenta compreender o que levou seu filho a fazer isso ao mesmo tempo em que tem que, sozinha, arranjar uma maneira de lidar com a situação que foi jogada em seu colo e a culpa que a sociedade lança sobre ela por ser a mãe de um monstro.

Eva nos leva ao começo de tudo (quando começou a namorar com Franklin) e caminha conosco por toda a trajetória dela como mãe: o momento em que engravidou, o nascimento, a infância e a adolescência de Kevin, tudo isso para tentar responder a questões sobre culpa e responsabilidade, consciência e alienação.

A história por si só é maravilhosa, mas a caracterização da personagem e, mais importante, a imersão que você tem nela é muito rara de se achar. Tem momentos na história que um outro personagem joga a opinião dele sobre um determinado acontecimento e você fica genuinamente surpreso e, muitas vezes, tão ofendido quanto a Eva. Você acaba se apegando às opiniões dela sobre todo mundo e tudo o que acontece, quase como se ela estivesse certa sempre.

Talvez não seja o livro perfeito para se ler no dia da mulher, nem o livro que demonstra o feminino de forma lisonjeira, mas é um livro que retrata uma personagem tão completa e tão multifacetada que poderia até existir de verdade, e que merece ser lido e relido e, principalmente, refletido e discutido.

“A Menina que Roubava Livros”, Marcus Zuzak
(Rodrigo Caetano)

Um livro que encanta pela personagem e pelo narrador. Nele encontramos a história de uma menina durante a Segunda Guerra Mundial. Abandonada pela mãe judia durante a fuga, Liesel Meminger é adotada por uma família alemã. Com uma narrativa forte, conduzida pela própria figura da morte, o livro nos conta a vida de Liesel durante a Guerra, e nos apresenta uma visão diferente e uma nova perspectiva de um dos períodos mais sombrios da História da Humanidade. Tudo enquanto nos mostra o poder da palavra, dos livros, e como, muitas vezes, eles podem representar a esperança e a persistência, algo essencial para enfrentar desafios como aqueles. Um livro forte e que recomendo a qualquer um.

“Mansfield Park”, Jane Austen
(Enrique Buendía)

Livro da querida Jane Austen, a personagem principal de Mansfield Park não é aquilo que se pode chamar de mulher bem resolvida, acredito até que a Fanny esteja muito mais próxima da Macabea do que da Tereza, mas, enfim, o que eu achei interessante nessa história é que, diferente de clássicos que costumam ser repletos de personagens masculinos, o livro traz várias mulheres e todas diferentes entre si, tem tia mesquinha, tem tia tranquila, tem sobrinha apática, tem filhas que aprontam, adultério por parte de uma mulher casada, outra mulher mais esperta e interessada no dinheiro. Mansfield é uma residência que traz várias mulheres, Fanny é um pedaço delas, a principal, mas torna-se muito interessante ver todos os componentes agindo juntos, principalmente as mulheres.

Saga “Divergente”, Veronica Roth
(Pedro)

Essa saga é uma daquelas que ajudam a quebrar paradigmas. Resolvi indicá-la devido à personagem principal, Tris.

Há uma questão, bastante metafórica, no primeiro livro da série que é bastante interessante: a personagem se vê dividida entre seguir um caminho que lhe agrada e um caminho que lhe é esperado. Ela pondera sobre o eventual desgosto de sua família, dependendo de sua escolha.

É um livro que traz nuances sobre questões importantes, como a liberdade de escolha. E como toda boa distopia, é recheado de críticas discretas à sociedade e aos moldes sociais que ela possui.

“Se Houver Amanhã”, Sidney Sheldon
(Enrique Buendía)

Os livros do Sidney Sheldon sempre trazem mulheres incríveis e inesquecíveis, sagazes, inteligentes, dominantes, poderia recomendar vários livros dele, principalmente “O reverso da medalha”, que traz uma das personagens femininas mais impressionantes que eu já vi, mas “Se Houver Amanhã” retrata não só o poder de uma mulher, mas também a vida simples que ela levava, a humilhação sofrida e amostras do sistema presidiário estado-unidense, como OITNB. Tracy é uma personagem determinada que vai atrás e faz coisas inimagináveis.

“A Guardiã da Minha Irmã”, Jodi Picoult
(Rodrigo Caetano)

Retratando um caso fictício, porém imensamente interessante, esse livro apresenta diversos questionamentos éticos e morais sobre a doença e a família. Com uma filha diagnosticada com leucemia, um casal procura fazer uma inseminação artifícial, para gerar uma criança geneticamente compatível com a primeira, de modo que possa lhe servir de doadora. Porém, a nova criança, uma menina, quando completa dez anos, procura um advogado para defender o seu direito de não doar sangue ou material biológico para a irmã doente, se preciso impondo aos pais a perda de sua guarda. A trama gira em torno de como a família é construída e desconstruída, e como cada um dos membros lida com os desafios da doença, enquanto tentam permanecer unidos e provar o seu amor um pelo outro.

Trilogia “Sevenwaters”, Juliet Marillier
(Elyon Somniare)

Escolher entre os livros da Juliet Marillier revelou-se um desafio, pois as razões que tenho para recomendar esta trilogia são bastante gerais a todas as suas obras. Com um ou duas excepções, Marillier segue uma narrativa centrada na mulher e na primeira pessoa. Misturando o romance com o fantástico, dá a conhecer ao leitor os momentos mais cruciais das suas personagens, perfazendo um arco estrutural em que é possível ver o avançar da história (nada no final é como no início) e o crescimento das personagens. Usualmente cada livro seu é centrado numa mulher diferente, e esta trilogia não é diferente. Em cada um dos seus títulos temos uma mulher única, com uma história única, mas com duas características em comum: à sua maneira, são todas mulheres fortes e complexas (pois nem sempre a mulher forte tem de ser a badass que faz girar um machado. Nada contra, gosto, mas gosto ainda mais de ver a diversificação na representação da personagem feminina), e todas merecem os finais respectivos: tudo o que alcançam é devido a elas, às suas escolhas por aquilo que é verdadeiro a elas mesmas, aos seus princípios e aos seus sentimentos, bem como à sua resiliência para ultrapassar as dificuldades que lhes são colocadas.

Optei por esta trilogia (agora saga) por ser tanto a que tornou a autora famosa, como aquela que me deu a conhecer Marillier (tem um spot duradoiro nas minhas recomendações), mas realmente não me parece que alguém fique defraudado por começar por qualquer outro livro da autora.
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Recomendações de Leitura Dia da Mulher [02/04]

quinta-feira, 17 de março de 2016

“As Brumas de Avalon”, Marion Zimmer Bradley
(Rodrigo Caetano)

Publicada entre o final dos anos 70 e o início dos anos 80, essa saga de livros conta a história do Rei Arthur durante 70 anos ou mais, antes e depois de seu nascimento. Seu foco, contudo, está nas mulheres que cercaram esse rei mitológico, incluindo a sua irmã, Morgana.Assim, a autora vai preenchendo as lacunas que foram deixadas por causa do paganismo e do machismo histórico da Bretanha. Além disso, o livro ainda aborda de maneira superficial algumas questões relacionadas a homossexualidade, tanto masculina quanto feminina. É uma narrativa poderosa, principalmente do ponto de vista das mulheres – Morgana em especial –, de um dos mitos mais conhecidos da Humanidade.

“Lueji, O Nascimento de um Império”, Pepetela
(Enrique Buendía)

Lueji narra a história de duas mulheres: uma é Lueji, a filha de um rei lunda, uma tribo africana na atual Angola, da qual se contam várias lendas, a outra é Lu, uma dançarina que desiste, que tenta conciliar a dança com a sua faculdade, e, bem, o livro vai narrando a histórias das duas simultaneamente: uma se passa na Angola antes de sua colonização, outra na atual Angola, e o mais interessante é o que tudo resulta no final. O narrador do livro é um homem, aparentemente o próprio Pepetela, e o que é interessante é que o livro traz o português angolano, traz a cultura de um país que fala a mesma língua falada no Brasil e em Portugal, traz tenções e sobrevivências de hábitos culturais, como reflexos de guerras entre as etnias, e também a história do nascimento de Lunda com toda a sua tradição, algo puxado para o início de Angola.

“A menina que circum-navegou o reino encantado no barco que ela mesma fez”, Catherynne M. Valente
(Giulia Correia)

Não vou enganar ninguém: admito que só peguei o livro porque tinha uma recomendação de Neil Gaiman na capa e não estava nada caro (na verdade, foi na bienal do rio, estava 10 reais). Ainda assim, quando li o livro, me surpreendi imensamente. Portanto, não se deixe enganar pela aparente infantilidade da história ou de como tudo soa, o livro é daqueles que você consegue tirar enormes interpretações de cada linha, e eu não faço ideia de como ele não é famoso.

Para começar, a protagonista é uma criança que não parece criança. Ela é inteligente e decidida. Depois, temos toda a parte de ser escolhida vs. ter se escolhido, o que vejo como uma crítica a histórias de fantasia em que a única característica boa do herói é ter uma profecia sobre seu destino e, ainda, temos um plot twist que vai te surpreender.

É um livro que deixou a feminista em mim bem feliz, por algum motivo. Talvez porque o livro está repleto de personagens femininas ótimas, desde a protagonista a personagens secundários. Temos, também, toda uma ambientação de um mundo mágico, com seres mágicos, dragões e paradoxos. Eu sou apaixonada por ele.

Se você gosta de livros tipo Alice, ou se curte histórias de Neil Gaiman, esse livro é pra você. Leia, releia, e venha conversar comigo <3

“Tieta do Agreste”, Jorge Amado
(Enrique Buendía)

Bem, Tieta é uma das personagens fictícias de Jorge Amado que mais me chamou a atenção, pela sua altivez, pela sua coragem, determinação, pela sua forma de vida, por aquilo foi capaz de fazer. Não dá pra falar muitas coisas sem acabar detalhando coisas do livro, mas Tieta é uma mulher que é expulsa de casa pelo pai e volta rica e poderosa para a sua cidade, ainda que não se saiba como ela tenha ficado rica. Altiva, ela vai, luta pelo que almeja em uma cidade que desconhece o progresso, procura resistir a preconceitos e dá um show.

“A Breve Segunda Vida de Bree Tanner”, Stephenie Meyer
(Rodrigo Caetano)

Uma história paralela à saga Crepúsculo, esse livro curto é uma das narrativas mais poderosas de Stephenie Meyer, retratando o verdadeiro mundo clandestino em que os vampiros de sua saga se escondem, explorando um espaço que a saga principal não lhe propiciou explorar. Com uma forte personagem feminina, vemos um conto que, apesar de curto, consegue ser tão poderoso quanto qualquer outro livro da série em que está inserido. Mais do que isso, o livro dá vida ao mundo criado pela autora na saga principal, e dá a ele uma profundidade muito maior.

“O Diário de Anne Frank”, Anne Frank
(Pedro)

Na literatura, por mais que haja uma história envolvente e com enredo impecável, sempre vai haver uma tênue cortina de fumaça que a separa da realidade; o limiar entre a ficção e a realidade. Esse não é o caso, feliz ou infelizmente, dessa obra.

Anne Frank é alguém que realmente existiu e o motivo da indicação é exatamente esse. Além do nazismo e da perseguição aos judeus, é possível observar como era a vida das mulheres e sua atribuição social da década de 40. É um livro que traz um relato histórico de uma das épocas mais sangrentas da Humanidade, sob a perspectiva de uma jovem com ideologias pares às que temos hoje. Em outras palavras: é um livro emocionante e rico.

“O Labirinto”, Kate Moss
(Dark Lace)

“A história se passa em duas linhas de tempo retratando a vida da mesma mulher e os caminhos que ela percorreu para lutar contra os mesmos problemas. Retrata a rotina da mulher moderna e a do medievo, suas provações e dificuldades, contrastando a forma como conseguiu encontrar as soluções. Um livro sobre a força e a coragem que uma teve que ter, para não ser esmagada num mundo masculino.”

“Trilogia Millenium”, Stieg Larsson
(Rodrigo Caetano)

Uma trilogia de um autor sueco comportando os títulos “O homem que não amava as mulheres”, “A menina que brincava com fogo” e “A rainha do castelo de ar”. Essa saga tem como protagonistas um jornalista chamado Mikael Blomkvist e uma jovem hacker chamada Lisbeth Salander. Outra personagem feminina extremamente forte e complexa, Lisbeth rouba a cena e conduz o fio narrativo dos três livros de maneira surpreendente. Quando você vê, descobre que a história sempre foi sobre ela. Apesar de não ser uma protagonista clássica, muitas vezes agindo como anti-heroína, ela chama atenção por sua ousadia, autenticidade e por seu modo único de ver e viver a vida.

Recentemente um quarto livro foi lançado, incluído na saga, porém o livro foi escrito por outro autor, uma vez que Stieg Larsson faleceu pouco antes da publicação do último volume da então trilogia.
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Recomendações de Leitura Dia da Mulher [01/04]

terça-feira, 8 de março de 2016


Saudações, jovens pinguinzinhos! 

Quem vos fala escreve nesta introdução é a Elyon Somniare, e não me irei alongar muito. Sabem que dia é hoje? Oito de Março, Dia da Mulher, e se não sabem a razão, aconselho a procurarem no Google, porque é algo sempre bom de se saber. Mas mais do que a razão histórica para dar importância à data, temos a razão social que ainda hoje, infelizmente, justifica a importância deste dia. Não, não nos iremos alongar sobre isso, não só porque daria pano para mangas, como também por não ser esse o foco do blog. A Liga, contudo, não quis deixar passar a data em branco, e por que não lançar algumas recomendações de leitura durante este mês? Com isso em mente, fizemos um apelo aos nossos betas, que prontamente lhe responderam. Serão quatro posts extra a saírem durante este mês Março, três com recomendações de livros, um com recomendações de fics no Nyah! (e uma surpresa que saberão na altura, ahah).

Antes de continuarem, contudo, peço que tenham atenção a duas coisas: as recomendações são variadas e destinadas a várias idades e gostos. Então, ao pensar “Como assim, colocaram livro X ao nível de livro Y, como pode!?” lembrem-se que o livro X pode não ser eeeeessa coisa para vocês, mas que o será para alguém de uma idade diversa, de uma experiência de vida diversa, de um gosto literário diverso, etc. A segunda coisa é que todos os betas que deram recomendações responderam ao apelo. Não houve nenhum beta que respondeu e foi ignorado, therefore, gostaria de não os ver a serem desmerecidos por conta da sua sugestão que vai contra o vosso gosto ou opinião ou pelo seu género, ok? Obrigada ;) 

“Jogos Vorazes”, Suzanne Collins
(Rodrigo Caetano)

Não apenas um, mas três livros contando a história de uma das personagens femininas mais marcantes dos últimos tempos, a saga de Jogos Vorazes nos apresenta a Katniss Everdeen, uma adolescente forçada a agir como adulta pela dura realidade que assola o mundo em que vive. Escolhida como símbolo de uma revolução de proporções maiores do que ela poderia imaginar, essa história é sobre uma mulher e não sobre o ícone que se constrói a sua volta, e isso faz com que ela seja uma das personagens femininas favoritas dos jovens nos últimos tempos. Isso e o fato de ela ser (insira aqui um palavrão que sirva para exaltá-la), além de ter os dois homens de sua vida babando por ela.

“Tereza Batista Cansada de Guerra”, Jorge Amado
(Enrique Buendía)

Eu sempre choro ao ler um livro do Jorge Amado, mas Tereza... foi um dos que mais conseguiu me arrancar lágrimas; Tereza é uma mulher que conhece a fama e a miséria, foi prostituta (liderou uma luta ao lado de prostituas, inclusive), foi vendida quando era uma adolescente, matou um homem com a faca da cozinha, não suportava ver homem batendo em mulher, enfim, uma mulher incrível. Acho que ela é a mais completa do Jorge Amado porque ela consegue reunir aquilo que as demais possuem e, assim, se sobressai, lutando por aquilo que quer, destemida, umbandista, guerreira, enfim, acho que é uma grande mulher pra ser homenageada no dia 8 de março.

“Chocolate”, Joanne Harris
(Ana Luísa Coelho)

"Chocolate" é um livro maravilhosamente doce da Joanne Harris. Toda a gente conhece o filme, ou já ouviu falar dele, porque tem o Johnny Depp no meio do elenco. Tendo lido apenas o livro, nem vos sei dizer qual personagem ele deveria interpretar porque, apesar de haver vários homens importantes em momentos diferentes, nenhum rouba o foco à protagonista e à sua filha, nunca. Este é um livro verdadeiramente próximo do que é ser-se mulher, e quem comentar que é por ter a ver com chocolate e comida e cozinha vai apanhar! Ficamos a conhecer uma mulher e a sua filha, o amor que as une, a sua forma de viver e o que trazem ao mundo por serem como são. O chocolate surge num contexto delicioso e com descrições tão vívidas que o leitor se sente na loja de chocolates da protagonista a toda a hora. É um livro com mulheres, sobre mulheres, mas para qualquer pesaoa de qualquer género. A história é simples, mas bem descrita, e tem pontos fortes que se ligam bem à realidade de qualquer pessoa, mesmo, para os notar e reavaliar, que a pessoa tenha ainda de matutar sobre o livro por alguns dias. Esses dois dias serão dias felizes. Adorei devorá-lo. É raro encontrarmos livros com protagonistas femininas que sejam sobre a vida delas, e como ela é boa através dos seus esforços e ideias, e não sobre como a vida delas melhora com algum par romântico. Romance não entra sequer na equação e garanto que ninguém, nem os românticos fervorosos como eu, lhe sentirão a falta. Recomendo muito este livro. Espero que também gostem dele.

“A Hora da Estrela”, Clarice Lispector
(Enrique Buendía)

O último da Clarice, conhecido pela sua personagem Macabea, uma mulher que, confesso, me deixou muito chocado, Macabea é uma nordestina que vai para o Rio depois da morte de sua única parente, uma tia, mas ela mal tem consciência de existir, vive apenas a sua vida pacata e sem ambições, ingênua e desamparada, uma mulher que “ninguém a quer” e que “não faz falta a ninguém”. A história narrada também é muito crua, com aquele intimismo da Clarice, mas não tão forte, e com uma jogada que vale a pena ser mencionada, a autora cria um narrador homem porque “escritora mulher pode lacrimejar piegas”, ou seja, sendo ela uma escritora mulher, faz todo um jogo irônico com a imagem de que a mulher, por descrever uma história triste, chora. Com a revelação de uma cartomante de que teria um futuro brilhante, Macabea tem a sua hora da estrela bem mais cedo e de forma surpreendente, algo que nos faz parar para pensar.

“Memórias de uma Gueixa”, Arthur Golden
(Dark Lace)

A história mostra a adaptabilidade feminina e sua flexibilidade numa cultura e época em que elas deveriam ser o que os homens esperavam delas. Entre a tradição e a guerra, o livro retrata o espírito feminino, sensível mas forte.

“O Fantasma”, Daniele Steel
(Dark Lace)

A história conta a trajetória de uma mulher que sofria a opressão masculina social e até violências, mas que apesar disso nunca perdeu a esperança de ser feliz. Outro livro que retrata a força e flexibilidade do espírito feminino, a coragem e o pioneirismo de uma mulher em uma época em que ela seria nada diferente de um objeto da casa.

“Orgulho e Preconceito”, Jane Austen
(Giulia Correia)

A fama do livro o precede: de todos os livros da Jane Austen, eu diria que é o mais famoso, o mais comentado, aquele com mais adaptações. Fala por si, não? Que um dos maiores nomes da literatura seja uma mulher e, mais, que ela tenha escrito seus livros e não se casado numa época em que se esperava que as mulheres fizessem o contrário me faz acreditar que não podia faltar um livro dela numa recomendação sobre o dia da mulher.

Acredito eu que a história, per se, a maioria das pessoas conheça, então não vou focar a recomendação nisso. Além disso, basta jogar no google e você vai achar diversos resumos. Então, aqui, vou falar sobre os motivos pelos quais você deveria ler o livro, além de assistir o filme.
Para começar, o livro desenvolve melhor o romance e a personalidade das personagens. O livro te dá uma ambientação maravilhosa e, apesar da linguagem e da idade, é bastante fácil de ler, principalmente se você pegar uma edição decente. O livro, também, tem muitas, mas muitas, cenas que não estão no filme. Se você viu a série (sim, tem uma série, é ótima, RECOMENDO), talvez reconheça a maioria, mas não todas.

Se você gostou do filme, não duvido que vai amar o livro. Sério. O filme é como se fosse uma versão resumida, e me lembro de (apesar de ter amado a história) ter achado tudo muito corrido, não ter visto o desenvolvimento do romance acontecer muito bem, o que se resolveu completamente quando li o livro.

Aliás, sobre a série: é antiga, mas é ótima. Muito mais semelhante ao livro, atores ótimos, COLIN FIRTH NOVINHO DE ROUPA COLADA. Tem uma entrada muito bonitinha e, senhor, a ambientação e as personagens são feitas de maneira muito boa. Sugiro assistir a série, ler o livro, ver o filme e procurar as adaptações <3
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