Por:
Hannah Dias
Oiê! Aqui estou eu, mais uma vez,
para escrever outro post para esse blog maravilhoso que tanto amamos, que tanto
gostamos e que tanto abraçamos. Acredito que promover um pensamento mais
profundo sobre a escrita virou um quadro meu aqui no blog, olha que amorzinho.
O mais legal é que enquanto ajudo vocês, estou me ajudando também. Vamos todos
nos ajudar a manter nossa criatividade a todo vapor.
Foi um pouco complicado conseguir um
tema que eu realmente gostaria de abordar. Na verdade, o que é mais
interessante, para mim, é conseguir ajudar na motivação dos novos autores e
fazê-los entender que a escrita é um caminho maravilhoso, mas árduo. É preciso
ter muita força de vontade e determinação. Mas é gratificante e pode
transformar a vida de muitas pessoas. Então, com isso em mente, foi difícil
encontrar um tema que eu pudesse abordar a questão de ajudar na parte
emocional e prática da coisa.
E o que escolhi dessa vez foi: O QUE
ESCREVER?
Devo dizer que o título realmente é
vago e pode ser interpretado de diversas formas, mas vamos levar ao pé da
letra. Literalmente. Com as cartas na mesa.
Autores,
o que vocês devem escrever?
Pode-se escrever todo tipo de coisa
hoje em dia. Um diário, talvez. Biografias (conte sobre como você conseguiu
ganhar a gincana da sua escola, nada contra), crônicas, fanfics, poemas,
artigos, contos (sobre a galinha que correu para a rua), informativos,
panfletos, entrevistas (reais ou imaginárias; quem sou eu para ditar sua
criatividade?), canções, dicionários, reportagens, críticas, roteiros (de
rádio, de televisão, de novela, de filme, de série, de desenho), questionários,
debates, documentários, cartas, resumos, memorandos, peças teatrais, histórias,
telegramas (sei lá), discursos de campanha (nossos representantes políticos
estão precisando), contratos, relatórios, notas científicas e etc. Há uma
infinidade de possibilidades para você, querido escritor.
Eu comecei a escrever quando tinha
onze anos, talvez dez, não me recordo direito (a menina tem dezessete anos e
não consegue se lembrar... orem por mim). Eu ficava com um caderno na mão
escrevendo romances que realmente não entendia direito, mas achava super
interessante as relações humanas e queria saber mais. Escrevi redações para
escola e recebi patadas da minha amada professora de português, porque minha
criatividade ia um pouco além do que era requisitado pelo ambiente escolar —
"Hannah, você não pode escrever cinco páginas de redação. São apenas
trinta linhas!" —, descobri o mundo nerd dos animes, me apaixonei e quis
refazer suas histórias para que se encaixassem àquilo que eu realmente queria,
então vieram as fanfics.
Escrevi fanfics de todo tipo, poucas, muitas, grandes e pequenas.
A época de transição dos meus onze aos treze anos foi mágica e realmente me
abriu muitas portas para o famoso autoconhecimento. Comecei a entender a minha
escrita e como ela funcionava. Aprendi que eu era uma escritora, mesmo sendo
tão jovem. Compreendi que toda aquela quantidade de livros que li a minha vida
inteira tinha um significado e possuíam um papel extremamente fundamental na minha
existência.
Passei pelas fases de não entender como criar diálogos
emocionantes (e como faria isso com meus doze anos?), de não saber muitas
regras ortográficas, de não saber encaixar pensamentos corretamente, de não
estabelecer relações interpessoais de maneira eficaz, de não saber expressar
aquilo que eu realmente queria passar, de não entender isso, de não entender
aquilo, de não entender aquela outra coisinha. Hoje, posso dizer que não sei
tudo. Estou longe de saber. Há dias que não faço a menor ideia de como consigo
criar POEMAS em alguns momentos e em outros nem saber rimar duas palavras. Há
certas situações, que escrevo um artigo em cinco minutos e outros em duas
horas. Há dias que lembro de todas as regras gramaticais. Outros dias, preciso
revisar tudo novamente para escrever duas linhas.
Neste exato momento, escrevendo este texto, estou me sentindo
enferrujada. Não estou me sentindo confiante. Não estou acreditando muito em
meu potencial. Não sei o que vai dar. Não sei se ficará bom. Não sei se vocês
vão gostar. Sei que estou aqui, tentando. Sem inspiração, sem motivação, com a
única recompensa sendo mostrar para você, querido escritor, que não há regras.
Não há limites (a não ser que você escreva alguma coisa que pode machucar o
amiguinho, aí não pode) e não há um método. Todos temos diversas
possibilidades. Há uma infinidade de possibilidades.
Eu ainda não sei muita coisa sobre escrever, em sua simplicidade.
Sei que, muitas vezes, não há um chamado especial. Nunca houve para mim. Nunca
pensei que escreveria histórias, artigos ou qualquer outra coisa, afinal, eu
era péssima em textos na escola. Esta beta aqui não sabia como começar uma
redação, não sabia interpretar, não sabia o que era narrar. Eu simplesmente não
sabia. E hoje eu sei. Por quê? Eu não sei.
Conclusão: você pode ter um chamado especial. E você pode não ter
um chamado especial. Você pode querer escrever. E você pode não querer
escrever. Então, o que você deve escrever?
Você não deve fazer nada. Você deve sentir no fundo
de seu coração o que deseja fazer. E não é preciso música de fundo ou
uma lâmpada em cima da sua cabeça. Você simplesmente escreve, sem mais nem
menos, porque é aquilo que você anseia fazer.
E a partir do anseio de escrever alguma coisa, a criatividade vem
naturalmente. As palavras vêm naturalmente. O que você aprende (e vai continuar
aprendendo) vem naturalmente. A felicidade vem naturalmente e a angústia vem
naturalmente (lide com isso, escritor!!). As ideias também vêm naturalmente
(talvez não em seu tempo, mas elas vêm). A motivação e a inspiração vêm
naturalmente, assim como a desmotivação, o desespero e tudo que há por aí. Tudo
chega naturalmente, porque você é um escritor. Você domina todas essas questões
naturalmente.
Então, escreva seus diários, suas biografias, crônicas, fanfics,
poemas, artigos, contos, informativos, panfletos, entrevistas, canções, dicionários,
reportagens, críticas, roteiros, questionários, debates, documentários, cartas,
resumos, memorandos, peças teatrais, histórias, telegramas, discursos de
campanha, contratos, relatórios e notas científicas. ESCREVA. Escreva,
escritor.
Este é quem você é. Dê um abraço em si mesmo. Um beijinho no
queixo. Agora pegue sua caneta (ou lápis, ou computador, ou sua máquina
datilográfica) e escreva. Crie mundos, ou fale sobre o mundo que você vive.
Crie pessoas ou desenvolva as pessoas que você convive. Elabore romances (dos
mais tórridos aos mais fofinhos, todo mundo ama), invente aventuras, exponha um
mistério, conceba criaturas novas (eu gosto de vampiros, uma dica), idealize
guerras (entre coelhinhos de pelúcia, por favor) e continue criando,
sempre sendo fiel a si mesmo. Fiel àquele escritor que queria as cinco páginas
da redação, mas só pôde as trinta linhas.
Escreva o que quiser. Quando quiser. Se quiser. Se conseguir. Se a
motivação estiver aqui. E veremos as maravilhas que surgem a partir daquilo que
você nasceu para fazer.
Que texto lindo!
ResponderExcluirSabe, estava me sentindo desmotivada a voltar a escrever. Embora tenha ideias fervilhando em minha cabeça e burburinhos incômodos de diálogos, a minha confiança já não é a mesma. Aquele impulso da minha adolescência que me fazia lotar cadernos de versos (músicas, poemas e linhas desconexas) pareceu ter entrado em coma profundo... E eis que recebi comentários aleatórios de dois escritores que diziam sentir minha falta. O coração de escritora não aguenta! E quando eu estava aqui em uma batalha interna entre digitar ou deixar as vozes morrerem aos poucos, eu li suas palavras e elas me encheram de coisas que não sei explicar. A nostalgia das minhas redações (que eu sempre amei fazer, por sinal) me preencheu por completo.
Acho que encontrei a motivação que eu procurava. Muito obrigada.
Muito obrigada pelo comentário! Ficamos felizes por teres gostado :D
ExcluirMaravilhoso esse texto, super motivador. Agradeço muito por compartilhar essa experiência e por este encorajamento. Continuem com este trabalho. Amei ter conhecido e encontrado vocês. Parabéns!!
ResponderExcluirObrigada pela leitura e pelo carinho! :D
ExcluirNossa, eu estou emocionadíssima! Que texto simples, porém profundo. Hanna, suas palavras conseguiram despertar um lado meu que há muito apequenou-se. Muito obrigada por isso, sério. E obrigada a todos que fazem parte da Liga dos Betas; por se disponibilizarem, por estarem sempre nos ensinando, nos motivando e compartilhando experiências incríveis, como esta que acabei de ler.
ResponderExcluirObrigada pela leitura e pelo teu comentário tão carinhoso! <3
ExcluirSó me corrigindo: É Hannah. Foi mal, haha.
ResponderExcluirSem problema!
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