TÍTULO: Reimei no Arcana (黎明のアルカナ)
TÍTULO (EN): Dawn of the Arcana
AUTORA: Rei Toma
EDITOR: Viz, Shogakukan
VOLUMES: 13 volumes
GÊNERO: Shoujo, Fantasia, Romance
Olá, você!
Desde 2011, sou completamente rendida aos mangás shoujo no estilo colegial — estou falando com você, “Hirunaka no Ryuusei”! —, mas recentemente um tipo diferente de shoujo conquistou o meu coração.
O mangá que eu escolhi não é muito longo, nem muito antigo. A publicação é de 2009 e são apenas 13 volumes, um compilado de 53 capítulos. Rei Toma, a autora, também é responsável por “The Water Dragon’s Bride” e “The King’s Beast”. O traço da autora é impecável e é impossível não se apaixonar por cada detalhe da obra.
Reimei no Arcana apresenta criaturas fantásticas, poderes incríveis e uma narrativa de guerra que prende o leitor do início ao fim. Os personagens são cativantes, o enredo é único e o desenvolvimento da história nos obriga a seguir em frente com a leitura. Em poucos capítulos, conquistou um lugar especial no meu pódio do gênero fantasia.
Em Reimei no Arcana (黎明のアルカナ), os países Senan e Belquat vivem em uma guerra constante. Para selar um acordo de paz, os governantes — que se distinguem do povo comum pela cor negra dos cabelos — decidem firmar um contrato de matrimônio. Nakaba — a princesa de Senan, da primeira linha sucessória — se casará com Ceasar — o príncipe de Belquat, da segunda linha sucessória. Não existe sentimento de animosidade entre os dois e o povo parece se perguntar quanto tempo demorará até que Nakaba, que possui cabelos vermelhos como os de uma comum, seja assassinada no território de Belquat e a guerra recomece.
Em Belquat, Nakaba recebe um tratamento frio da família real e do povo. A sua origem, a cor de seu cabelo, o seu servo sub-humano, tudo isso parece servir como combustível para o ódio que sentem pela princesa. O jeito que Ceasar a trata nos primeiros capítulos é quase desumano, pra ser honesta.
(Quando a chama de Akage, Ceasar se refere à cor vermelha de seus cabelos.)
Mas quando Loki, o Ajin de Nakaba, ergue sua adaga para protegê-la do príncipe, Nakaba o coloca em seu devido lugar como servo. A personalidade forte de Nakaba e o modo que encara tudo de frente com a cabeça erguida foi o que me fisgou no começo, mas, assumo, a beleza inigualável de Ceasar contribuiu para que eu continuasse avançando na leitura.
(Parece aquela imagem do Finn Wolfhard dando um soco em direção à lente da câmera)
(Deus no céu, Nakaba na Terra.)
Aos poucos, a relação entre Ceasar e Nakaba evolui. O príncipe de Belquat se esforça para agradá-la, mesmo que ela o rejeite incontáveis vezes. O romance é meio ao acaso. A cada vez que Ceasar desiste de tentar conquistar Nakaba, o destino garante que os dois se aproximem um pouco mais.
Quanto ao romance, as coisas acontecem muito rápido em Reimei no Arcana e às vezes sinto falta de um pouco mais de desenvolvimento, mas, no geral, tudo se encaixa perfeitamente. A autora consegue que grandes conclusões venham acompanhadas por cenas marcantes, por isso as pontas não parecem tão soltas.
No capítulo 8, por exemplo, Nakaba é chamada ao salão principal e o rei ordena que tinja o seu cabelo vermelho porque é vergonhoso para Belquat ter uma Akage na realeza. A cena é dramática e dolorosa porque Nakaba odeia a cor do seu cabelo, mas não aceita ser forçada a tingi-lo. Em defesa de sua esposa, Ceasar corta o próprio cabelo e declara que o mundo em que vivem é podre. O ato simbólico de Ceasar conquista Nakaba, que passa a lhe ver com outros olhos. É um salto gigantesco no relacionamento dos dois, mas a cena é absurdamente marcante e perdura na cabeça do leitor mesmo após o fim do mangá.
(Aparentemente, ser arrastada por guardas e
ter a cabeça forçada em um balde de tinta não é exatamente o melhor jeito de
superar os traumas do passado.)
Apesar de Ceasar e Nakaba terem destaque na obra, a autora criou um mangá que não se resume ao romance. O tratamento que os humanos dão aos Ajins, considerados sub-humanos; os motivos superficiais que os governantes usam para começar novas guerras; o desprezo que Loki e os outros Ajins sentem pelos humanos; as promessas dolorosas que Nakaba e Ceasar são forçados a fazer para o bem de seus países; tudo, absolutamente tudo foi bem desenvolvido pela autora.
O leitor torce para que o casal principal fique junto, mas, também, quer ver o desenrolar de todo o resto da história. O rei de Belquat planeja uma guerra, por exemplo, e os personagens principais se mobilizam para evitar o conflito e manter a paz; Loki, além dos desejos de sua ama, parece ter interesse pessoal no bem-estar dos Ajins, sua própria raça; Ceasar deseja mudar o mundo e garantir que seja um lugar seguro para humanos e Ajins.
Uma das coisas de que mais gosto em Reimei no Arcana é o personagem Loki, o servo Ajin de Nakaba. Os dois estão juntos desde que a princesa nasceu e ele jurou protegê-la a qualquer custo. A cada vez que Nakaba se põe em perigo, Loki não poupa esforços para salvá-la. A sua lealdade é incontestável e o amor que sente por Nakaba é inegável. O Ajin é quase uma extensão da princesa e ela o ama infinitamente. Acho que é por isso que os capítulos finais, dos quais juro que não darei spoiler, doem tanto em mim. Eu chorei incansavelmente e demorei vários dias para me recuperar.
Existem personagens secundários também que têm grande importância na obra. O conselheiro de Ceasar e sua irmã, Akhil, Cain, outros Ajins que encontram pelo caminho, etc. A autora não centralizou todo o poder no trio principal e é algo de que gosto bastante. No fim, Nakaba, Ceasar e Loki não teriam avançado se não tivessem recebido ajuda — e isso é algo que Nakaba deixa bem claro.
Apesar de ter entrado para a equipe do blog pensando em como poderia sentar a madeira no trabalho dos outros, a autora tornou impossível criticar qualquer aspecto da história. O mangá é perfeito e eu sou completamente rendida por ele.
Se você já leu, comente sobre as suas impressões nos comentários. Vou adorar saber a sua opinião!
No mais, é isso!
Até a próxima resenha, pessoal!
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