Este texto foi publicado originalmente no Lira dos Betas. O Lira é a caixa de poesia da Liga dos Betas, com textos escritos pelos nossos membros. A parceria entre o Blog e o Lira faz com que toda a semana, a nossa programação seja iniciada com um toque de poesia. Agradecemos a Izabel Hiddlesworth por autorizar a republicação!
No meu peito arde uma dor de milhões de anos
E agora eu calculo os danos
E rasgo os panos
Num tempo que não há de ter fim
Na minha língua queima uma palavra santa
Dentre outras tantas
Que se prometiam mansas
Mas mataram o amor que havia em mim
Dos meus olhos escorre um veneno morno
Que nunca fez parte do todo
Mas era suposto
Que nutrisse meu sangue carmesim
Nos meus ouvidos urge uma música louca
De notas tocadas em rotas
De rimas quebradas e tortas
Que marca o ritmo de um violento festim
Da minha pele brotam espinhos vis
E eu furo meus dedos, como pede o delfim
Porque minha vida é esta angústia que fiz
A pedra crua, coberta de alecrins.
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