Resenha: A Metamorfose

domingo, 21 de junho de 2020


Por: Cam

Sinopse: Nessa obra, Kafka descreve o caixeiro viajante Gregor Samsa, que abandona as suas vontades e desejos para sustentar a família e pagar a dívida dos pais. Numa certa manhã, Gregor acorda metamorfoseado num inseto monstruoso.

Editora: Via Leitura

Páginas: 96

 

Oi, pessoal! Estou de volta com mais uma resenha, e dessa vez para falar de um livro que mexeu muito comigo: A Metamorfose.

Bem, sem mais delongas, o livro conta a história de um caixeiro viajante chamado Gregor Samsa, numa manhã comum de trabalho este jovem acorda e se encontra no corpo de uma barata. Nojento, não é? Só piora a partir daqui.

Já até gostaria de falar que, se você tem fobia de barata, não é uma leitura muito agradável de ser feita, inclusive nem se você não tiver medo de barata é uma leitura muito agradável.

Enfim, nós ficamos sabendo praticamente tudo sobre a vida do Gregor, principalmente seu trabalho e suas condições de vida. De cara dá pra perceber que ele tem um trabalho muito estressante, sempre viajando de cidade em cidade e mal parando em casa, além disso, ele é a única renda da família dele que consiste no pai, a mãe e uma irmã.

Também fica claro o quanto o Gregor se importa com a família, até porque uma de suas maiores angústias ao lidar com a “vida nova” no “novo corpo” é o fato de ele estar se tornando um fardo para os seus pais e sua irmã, já que mal podia se mover e tampouco voltar ao trabalho.

O enredo em si é, a primeira vista, bem simples: estamos observando a metamorfose de Gregor em um inseto completo. Porém, quando eu parei para pensar na história como um todo, vi que vai um pouco mais além que isso. Não é apenas Gregor que sofre uma metamorfose na história, sua família também.

Para começar, eles são obrigados a abandonar o conforto em que viviam e arranjar empregos, já que Gregor estava incapacitado. E você percebe, ao longo do livro, como eles se tornam pessoas completamente amargas com isso e, ao invés de serem minimamente gratas a todo o esforço que o filho havia feito para banca-los até o momento, eles o ressentem por não poder fazer nada.

Em vários momentos durante a minha leitura eu parei para pensar: será que o Gregor realmente virou uma barata ou seria isso apenas uma metáfora para depressão? De qualquer forma, a mensagem, pra mim, é a mesma. O livro tenta mostrar a forma como seres humanos conseguem descartar tão facilmente alguém quando essa pessoa torna-se “inútil”.

Assim que o Gregor não foi mais capaz de prover para sua família, estes o consideraram completamente deplorável e indigno de atenção e afeto. E quantas vezes não vemos casos como esse acontecendo na “vida real”?

Pegue como exemplo o caso dos idosos: assim que param de trabalhar ou ser útil, e começam a “dar trabalho”, são deixados de lado pela família e postos num asilo (claro que esse não é o caso de todos, mas há várias pessoas nessa situação por aí).

Vou encerrar por aqui a fim de não dar muito spoiler. Você provavelmente vai se sentir bastante desconfortável com esse livro, mas recomendo fortemente a leitura, tenho certeza que vai te fazer pensar sobre muita coisa. Inclusive, acho que o fato de nos deixar desconfortáveis é bom, pois é difícil entender alguns tipos de angústias sem vê-las de perto.


Um comentário:

O blog da Liga é um espaço para ajudar os escritores iniciantes a colocarem suas ideias no papel da melhor maneira possível.



As imagens que servem de ilustração para o posts do blog foram encontradas mediante pesquisa no google.com e não visamos nenhum fim comercial com suas respectivas veiculações. Ainda assim, se estamos usando indevidamente uma imagem sua, envie-nos um e-mail que a retiraremos no mesmo instante. Feito com ♥ Lariz Santana