Por: Michele Bran
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Olá, escritores. Tudo bem? Espero que estejam ótimos e escrevendo
bastante.
No post de hoje, vamos conversar um pouquinho sobre como deixar críticas
melhores, mais embasadas e sem grosserias, o que é ótimo.
Sinceramente, sou dessas que já pegou um milhão de brigas internet
à fora defendendo que todos nós precisamos aprender a receber comentários
negativos sobre tudo o que fazemos (não apenas na escrita). Acho realmente
preocupante que pessoas não saibam lidar com o pensamento discordante e as
críticas diretas, partindo para uma defensiva prejudicial: bloqueiam o crítico,
difamam, xingam e até orquestram ataques junto a seus seguidores (quem não se
lembra da guerrinha por pontos de popularidade do Nyah antigamente, em que
muitos autores se juntavam com leitores para tirarem pontos de quem fazia
críticas negativas?).
Mas, por outro lado, ultimamente vejo o surgimento de outra forma
de agir que acho tão perigosa quanto: pessoas que não sabem tecer críticas sem
ofender os outros. Pior ainda é quem já vai criticar com esse objetivo e usa as
piores palavras possíveis para desqualificar o trabalho alheio, atacando a
pessoa e não expondo a opinião sobre o trabalho dela.
A meu ver, tudo na vida tem que ter equilíbrio e, por isso, eu
talvez vá gerar mais outros milhões de tretas, mas preciso dizer: por um lado,
precisamos aprender a receber críticas sem nos sentir pessoalmente ofendidos, e
por outro também precisamos entender que do outro lado da tela há um ser humano
que merece respeito e por mais pobre e raso que esteja seu texto, ninguém
merece ouvir palavras como “lixo” e afins.
Por isso, este post está aqui. Vamos ver hoje algumas dicas
básicas para tecermos nossos comentários negativos de forma a ajudar o autor em
questão a melhorar na escrita e, de quebra, não parecer um belo troll. Let’s
go!
1) Ao apontar um erro, indique aonde ele ocorre
Apontamentos vagos como “tem alguns errinhos” não costumam ajudar
muito porque, muitas vezes, somos incapazes de perceber o que houve de fato.
Infelizmente, somos poucos betas no Nyah para a quantidade de usuários e muitos
autores acabam precisando revisar seus textos sozinhos, o que causa um
problema: geralmente, somos cegos a nossos próprios erros. Eles costumam passar
batido aos nossos olhos e precisamos que alguém nos mostre onde eles estão
exatamente para ser possível a mudança.
Não é necessário mostrar um por um (até porque, em alguns casos, o
comentário ficaria maior do que a história e, sendo sincera ninguém é obrigado
também), mas indicar um com mais cuidado e dizer que outros semelhantes ocorrem
já é o suficiente para o autor se ligar e prestar mais atenção.
2) Evite palavras ofensivas
Um dos mais importantes. Tente manter o nível sempre, afinal a
ideia é ajudar o autor a melhorar e não fazer com que ele desista da escrita,
certo? (Até porque se esse é seu objetivo, você precisa voltar umas cem casas
na vida).
Seja educado e cordial sempre, mesmo que a história não tenha
agradado nem um pouco. Lembre-se de que do outro lado da tela existe uma pessoa
e, por mais sério que seja o deslize, ninguém merece ser desrespeitado ou
xingado por isso. Todos nós cometemos erros e ninguém nasce sabendo escrever
(ou fazer o que quer que seja), é um trabalho diário de esforço, tentativa e
melhoria.
Além disso, uma postura agressiva só vai te trazer problemas e
minar as chances de as pessoas te ouvirem, não importando quanta razão você
tenha.
3) Liste pontos fortes também, se conseguir encontrá-los
Eu, particularmente, acredito que todo texto tem seu lado
positivo, nem que seja a ideia que foi mal aproveitada. É complicado ver o lado
bom de algumas histórias, eu sei, mas é importante dizer que eles estão lá
quando identificá-los.
Não digo isso para você passar a mão na cabeça do autor ou fazer
um mero contraponto: a ideia aqui é fazê-lo perceber que por mais que alguns
pontos precisem ser mudados, outros já estão bons e ele pode manter.
Caso contrário, ele pode mudar tudo e, muitas vezes, o que era um
diferencial, um ponto forte, acaba se perdendo nas reescritas subsequentes. Ele
pode acertar o que apontamos e acabar voltando a errar por alterar o que não
precisava.
4) Se possível, apresente sugestões
Nem sempre vamos ter uma dica, mas quando isso acontecer, não
custa nada deixá-la. Como sempre digo, conhecimento é um bem que não acaba
quando compartilhamos. Ao contrário: ele aumenta e se multiplica.
Além de uma sugestão enriquecer seu comentário e mostrar que você
realmente entende do que está falando e deseja, de fato, ajudar o autor, ainda
facilita o entendimento dele do que você realmente quis dizer, acelerando o
processo de evolução desse escritor.
E, de quebra, ainda pode proporcionar uma interação muito bacana
entre vocês. Muitas amizades literárias começaram assim, na troca de ideias.
5) Sinceridade é diferente de grosseria
Anote isso em um bloquinho para não esquecer! Há um abismo
gigantesco entre falar o que pensamos e destratar os outros. Quase sempre está
na forma como falamos, então não custa nada observar como vamos passar nossa
ideia de forma que ela não saia da maneira errada.
Soar grosseiro, rude e agressivo só faz as pessoas ficarem na
defensiva com suas opiniões. Elas tenderão a desconsiderar o que você diz ou
responder na mesma moeda, mesmo que você futuramente mude de posicionamento e
passe a se colocar de outra forma.
Há jeitos de expressarmos nossa opinião negativa sobre algo
minimizando os impactos dela. Só precisamos exercitar. Na prática, nem é tão
difícil. Ao terminar seu comentário, releia-o e pense: “estou tratando os
outros como gostaria de ser tratado?”.
BÔNUS: Não espere que todo mundo entenda
Por mais educados e cordiais que sejamos, infelizmente, nem todo
mundo vai entender. Muitos vão continuar ignorando ou, pior, vão responder de
maneira agressiva. É normal, nem todo mundo está preparado para receber uma
crítica. É algo que demanda tempo, maturidade, cabeça do lugar. O importante é
não desanimar porque a interação com o autor não saiu como o esperado.
Por mais que alguns não lidem bem com críticas, há outros tantos
apenas esperando por alguém que possa dar uma força com a escrita. Pessoas que
praticamente imploram por isso, que querem melhorar de fato, que desejam sanar
seus problemas literários e apenas não sabem onde eles estão.
Continue sendo sincero e expondo seus pontos de vista sem
grosserias, sem ter por objetivo destratar ninguém e, mais cedo ou mais tarde,
encontrará essas pessoas para terem um feliz casamento literário.
Paciência!
Beijos e até a próxima.
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