Resenha: Goo Hae-Ryung, a Historiadora

domingo, 10 de novembro de 2019

Por: Hannah Dias
Link do Nyah: https://fanfiction.com.br/u/319835/

Hoje eu vim falar sobre um tema que amo DEMAIS: doramas! Doramas no verão, no inverno, no frio, na chuva, no sol, o tempo inteirinho! Farei a resenha de um dorama apenas, mas espero que gostem e se envolvam nessa história e nessa “novidade” cinematográfica junto comigo.

A Netflix proporcionou este ano um dorama chamado “Goo Hae-Ryung, a Historiadora” e, em primeiro lugar, queria falar os pontos positivos desse dorama.

A história se passa na era Joseon na Coréia, que seria os nossos séculos IV-XIX (MUITO TEMPO), então, basicamente, é uma história de época. Temos a protagonista Goo Hae-Ryung que é exatamente o que virou clichê há um tempo: ela é a típica garota que, ao contrário de TODAS (logicamente, apenas ela tem essa noção) as outras, não quer se casar, nem cuidar de filho, etiqueta, etc. Goo Hae-Ryung, a diferentona. Porém, eu gostei de como ela se interessa pelo o mundo ocidental e como busca conhecimentos diversos sobre o assunto; gostei de como ela queria tocar a vida tendo escolhas e podendo escolher; o que não gostei foi a maneira como colocaram esse desejo, como algo feito 1000 vezes da mesma forma. Gostei da independência. Não gostei de como é retratado.

O outro protagonista é um PRÍNCIPE! Príncipe Dowon! Ele é um grande mistério porque é príncipe, mas vive exilado em outra parte do castelo. Por causa disso, ele decide se tornar um autor anônimo que acaba super conhecido em Joseon, mas anonimamente. Ele escreve romances! Tem uma alma sensível, além de ser bastante ingênuo, mas confiante. Ele é cortês, e quer servir ao seu país da maneira que conseguir. É um protagonista perfeito. Sem tirar nem pôr.

A história começa, mais ou menos, quando há um caos na cidade quando o governo começa a queimar livros e censurá-los também. Muitas casas são reviradas e poucos livros são deixados para leitura. Com medo de uma rebelião maior, o rei decide que o Príncipe Herdeiro deveria criar um concurso público (sim, já existia!) para a contratação de historiadorAs (inclusão gostamos), já que elas tinham sido úteis em outro mandato de outro rei. O príncipe pede logo a ajuda do seu irmão mais novo, Dowon, para achar um tema adequado sobre o qual as aspirantes a historiadoras deveriam escrever, quase uma redação. Hae-Ryung faz o concurso (obviamente) e ela e mais três meninas entram no palácio como aprendizes de historiadores.

É bastante engraçado a interação das meninas com os historiadores, e o dorama deixa bem claro a importância da história e dos seus registros. Por isso, as historiadoras devem estar aonde os membros da família real estiverem, e, assim, a relação entre o príncipe Dowon e Hae-Ryung se desenvolve. Entretanto, não se engane. Há MUITA coisa acontecendo no dorama. Tem o rei que é um estúpido (no sentido literal da palavra) que faz artimanhas com o Segundo Conselheiro Real. Algumas censuras não acabam, por exemplo quando o rei exigiu ver os registros dos historiadores e eles se opuseram; houve o encarceramento de Hae-Ryung e os historiadores entraram de greve; além disso, tem o mistério do próprio príncipe Dowon e por que ele está exilado e, à maior parte do tempo, sozinho. Também tem muita indicação e crítica implícita ao machismo e à entrada de mulheres em cargos que teoricamente só seriam ocupados por homens. As meninas, entretanto, se mantêm firmes, e logo criam intimidade com os historiadores, tanto que eles veem a importância delas, e até fazem greve como o caso que eu falei acima.

Para mim, a protagonista cansa no seu papel. Fica uma força invisível querendo que você se conecte com a personagem apenas por causa do seu papel de “menina que não se encaixa nos padrões” (sendo que as outras três também não possuem esse papel?) e o quando ela é memorável e incrível por causa disso, mas admito que essa posição é exagerada e já está desgastada. Não precisa dar um motivo para a menina ser incrível. Não é porque ela foi contra o sistema. Foi porque ela foi apenas ela mesma. Focar demais na posição ÓBVIA dela nunca vai chegar aos pés de Mulan, gente. Parem de criar várias minis tentativas de “Mulan’s” e nos deem algo de verdade e que faça sentido.

Agora, o príncipe é o que surpreende. Pelo que eu vejo, ele acaba sendo o verdadeiro protagonista da história. Você fica roendo as unhas esperando entender porque a vida dele é do jeito que é. Ele é exilado, apenas com seu servo eunuco e suas duas damas de companhia (todos muito engraçados, por sinal), e passa a maior parte do tempo lendo ou escrevendo. Sua relação com seu pai, o rei, não é boa, e é bem estranha. A sua relação com sua vó, a Rainha Mãe, também é estranha, mas de um modo bom, como se ele não entendesse o porquê de sua vó ser tão carinhosa com ele. A melhor relação é com seu irmão, o Príncipe Herdeiro, onde há “broderagem”.

Ele é muito sincero, de coração mole, corajoso, amigável, gentil, cavalheiro, sensível (chora não, Dowon), dedicado, persistente, romântico… gente, o cara é demais. Ele é a coisa mais preciosa do planeta. Faz tudo pela Hae-Ryung (Quando ela foi presa, ele não pôde fazer muita coisa, então levou comida aos montes e muitos cobertores para ela) e é simplesmente carismático. Você anseia apenas em ver o sorriso dele. Ele se mostra disposto a fazer o que for necessário pelo bem comum, quando isso lhe é exigido, e arca com as responsabilidades de suas ações. Com o príncipe nessa torre, ele também é salvo pela a historiadora, mas só por conta de seus próprios sentimentos em relação a ela e as pessoas. Em relação a si mesmo, ele se salva sozinho.

Esse dorama está disponível na Netflix com 20 episódios e recomendo muito! Os temas abordados (não falei muito deles) são incríveis. Há a noção de que é necessário uma intervenção ocidental no país (até aparece um estrangeiro) nas áreas de medicina e saúde pública. Há a exaltação da história para cada momento minimamente importante para o país e preservação da cultura nacional. Há mistérios muito intrigantes para se desvendar… enfim, é um dorama com muitas coisas e pode agregar muito!

14 comentários:

  1. Cheguei aqui por causa da postagem sobre a narração em 2ª pessoa (parabéns!) e me deparei com essa resenha!Amei esse dorama. Entrou para lista de favoritos!

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  2. Amei essa resenha o dorama é maravilhoso concordo e recomendo só quem lê...e assiste bons livros vai entender esse dorama que já entrou na minha lista dos favoritos

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  3. Bom dia, vim prestigiar teu trabalho. Chequei a ele meio que "de paraquedas", mas foi um encontro muito feliz. Fizeste um belo trabalho e venho te incentivar a continuar com as resenhas, pois é difícil encontrá-las assim, tão bem escritas, coesas e fundamentadas. Parabéns, continue.

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  4. Que bom que encontrei sua resenha, penso o mesmo sobre as personagens e estava meio angustiada por não ter gostado tanto da personagem da historiadora e ter gostado muito da personagem do príncipe. Fiquei pensando se teria sido a interpretação, mas acho que é mesmo o roteiro.

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  5. Ótimo,a adorei o dorama,os personagens ,muito interessante de se ver.

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  6. Eu amei muito o dorama, mas oq aconteceu com o rei depois q foi provado q ele estava no trono por conta de um golpe?

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  7. Eu estou amando assitir a essa série. Eu estou apaixonada pelo papel do princípe carismático. eu achei as caracterizações incríveis.

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  8. Gente, não entendi o final na parte do rei, o que aconteceu com ele e com o pai do Oficial Min??? O rei morreu??? Porque o oficial Min e a irmã dele ficaram de luto??? Desde já agradeço!

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  9. Série RIQUÍSSIMA, linda!!! Cha Euwnoo me surpreendeu muito!!! Muito bom gosto em tudo! Só não gostei deles terem se amigado e optarem por viver na bagunça.

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