Por: Íngrid Lívero
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Olá, meus consagrados! Hoje,
trago uma resenha um pouco diferente e que, por livre e espontânea pressão,
levará vocês a apreciarem um pouquinho do teatro inglês. Vim para falar sobre
uma peça de teatro com o título, livremente traduzido, A importância de ser
honesto, e começo perguntando: já tentaram levar uma vida dupla alguma vez?
*risada irônica*
Para
entendermos legal essa peça (bem curtinha, 3 atos apenas que você lê em um
piscar de olhos), é preciso lembrar do contexto em que foi escrita: a Era
Vitoriana na Inglaterra. Como se sabe, rainha Victoria era um pouco (lê-se
bastante) conservadora e, logo, a alta e média sociedade eram fanáticas por
seguirem a moral e os bons costumes. *Pausa enfática* MAS é claro que muitos
não resistiam aos prazeres da vida e criavam “personas”, ou falsas identidades,
para se aventurarem pelas diversões obscuras de Londres, e é isso que Wilde vai
criticar nessa comédia bem-humorada que faz rir pelos absurdos que coloca a
nossa frente.
Os caras mais honestos que já
se viu — o enredo
Basicamente,
The Importance of Being Earnest segue as peripécias de Jack e Algernon,
dois amigos consideravelmente abastados que, como descobrimos mais tarde,
possuem identidades diferentes na cidade e na casa de campo: Jack “tem” um
irmão a quem deu o nome de Ernest e sempre dá a desculpa que esse indivíduo se
mete em confusões (nas quais, na verdade, é ele quem se mete), e Algernon
“cuida” de um certo Sr. Raposo, muito doente e que mora longe, logo é a
oportunidade perfeita para que também curta a vida noturna de Londres sem ser descoberto.
Os
dois amigos levam muito bem essa double life, e as coisas começam a se
complicar apenas quando duas jovens se envolvem, Gwendolen e Cecily, as quais
são fissuradas pelo nome “Ernest” e sonham em se casar com alguém chamado
assim. Gwendolen é a típica filha da alta sociedade londrina, tem uma mãe que é
a figura prototípica da matrona que cuida da casa e do casamento dos filhos (e
crê em muitos absurdos relacionados à moralidade, para mais, leiam a entrevista
que ela faz com Jack no ato I!), mas a moça em si também se desvia, com Jack
(quem ela acha que se chama Ernest), em vários momentos do que sua mãe
consideraria um bom comportamento vitoriano. Cecily, por outro lado, é uma
figura mais infantil que vive escrevendo coisas em seu diário, inclusive um
relacionamento completo — com brigas, declarações apaixonadas, términos e
reencontros — com Algernon, por quem nutre uma paixão puramente ficcional na
qual acredita piamente.
A
base de todo o enredo é essa comédia de enganos, na qual Gwendolen e Cecily
acreditam estarem envolvidas com o homem perfeito chamado Ernest, mas que na
verdade são Jack e Algernon. Entre as tentativas desses últimos de conseguirem
a mão das jovens em casamento estão as manobras para manterem a vida dupla em
segredo. Ao final¼
vocês podem descobrir por si mesmos se os dois malandros serão descobertos ou
não.
Opinião, pulo do gato para não
fluentes em inglês, etc.
Essa
peça, caso você venha a ler sem compromisso de analisa-la literariamente (como
foi meu caso xD), é uma boa opção para uma leitura de comédia leve, sem maiores
complexidades além de memorizar quem são as personas de quem e toda a história
que Cecily inventa sobre ela e o grande amor de sua vida, Algernon, a quem
nunca havia visto antes de escrever a história. A linguagem que o Oscar Wilde
utiliza para as falas dos personagens é repleta de trocadilhos e umas sacadas
geniais, então, se te dá um quentinho no coração quando lê um texto bem escrito
e que você fica “entendi a referência!”, The Importance of Being Earnest
é uma ótima leitura (repare no trocadilho no próprio título com o nome “Ernest”
e o verbo “earn” que, em inglês, significa “merecer”). Para bons analistas de
obras literárias também, é um prato cheio pelo criticismo à Era Vitoriana e
simbolismo que remete aos pontos mais intrínsecos do ser humano — honestidade
ou falta dela, relações sociais e amorosas, apetites das mais diversas
naturezas.
Para
a infelicidade de nossos bolsos de leitores que contêm só 2 reais, a tradução
oficial não se encontra em pdf na internet, apenas pelo livro físico por
aproximadamente 30 mangos. Mas é claro que temos o pulo do gato! Se ficou
curioso(a) com a história, é possível encontrar a versão em inglês e uma
tradução razoável pelo site Spark Notes e, aos leitores menos rápidos, temos a
versão cinematográfica intitulada Armadilhas do Coração, bastante fiel à
peça e que permite um acompanhamento visual das reviravoltas das double
lifes de Jack (seria esse mesmo o nome dele?) e Algernon.
Um cheiro e um beijo para vocês,
e sejamos honestos quando se convém, please! xD
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