Por: Lady Lovegood
Olá, chuchus da tia! Como estão? Depois de um tempinho
sumida, cá estou eu com mais um artigo para o Blog! Da última vez eu dei
algumas dicas sobre “Como escrever BDSM”, e dessa vez vou tentar dar uma
direção sobre como escrever os tão queridos arcos de “Amor X Ódio”.
Esse trope com certeza é um dos meus favoritos e eu li
centenas de fanfics sobre relacionamentos assim, uma vez que meu OTP é Draco e
Harry, e eles com certeza são a encarnação de um relacionamento baseado nisso.
Enfim, com base em toda minha longa gama de experiência com os mais variados
tipos de histórias seguindo essa premissa, vou tentar guiar você, destemido
escritor, que gostaria de se aventurar por essa terra misteriosa e deliciosa!
Lembrando que esse artigo será focado inteiramente em relacionamentos
românticos (afinal, existe amor/ódio entre amigos, familiares, também, etc.).
- Antes do Amor
Para você, escritor, que está apenas começando a esboçar a
ideia de uma história de amor e ódio, a coisa mais importante a se considerar
para construir um relacionamento sólido e coerente entre seus personagens é
tentar delinear primeiro quem eles são antes de atingir a etapa do amor; isto
é, o que eles significam um para o outro.
Seus personagens são apenas
conhecidos? Seus personagens já foram amigos em algum momento? Eles têm
frequente contato um com o outro ou nunca se falaram? Os dois se odeiam
mutuamente? Isso é muito importante, porque nos leva ao próximo item, que é com
certeza um dos pontos que deve ser mais bem explicados na sua história.
- Motivos do Ódio
Veja bem, para que você tenha uma verdadeira história que
caminhe nos moldes do “amor/ódio”, é preciso que o ódio sentido pelos
personagens um pelo outro, ou apenas por parte de um, seja coerente e realmente
faça sentido existir.
Responderei a algumas das indagações do item anterior para
dar um exemplo de como definir o que os personagens significam um para o
outro +
o motivo de seu ódio ser essencial.
Seus personagens são apenas conhecidos?
Sim, suponhamos que você queira que eles sejam apenas
conhecidos e nunca tenham sido amigos antes.
Veja bem, com base nisso, existe uma gama de possibilidades
que você já pode descartar ou colocar na mesma. Seus personagens, já que não se
conhecem muito bem e não têm um relacionamento íntimo anterior, não podem, por
exemplo, manter seu ódio baseado em um sentimento de traição ou mágoa profundo
(até pode, neste último caso, mas é outro caso que vou apresentar mais para a
frente, sendo uma exceção*), mas eles podem muito bem odiar a outra pessoa pelo
que ela representa.
Quem não se lembra do ódio entre alunos da sonserina e
grifinória? A maioria dos alunos realmente não se conhecia, mas eles se odiavam
simplesmente pelo que achavam que o outro representava.
Seus personagens se odeiam mutuamente?
Digamos que não, que apenas um deles odeia o outro. E isso,
apenas isso, meu caro escritor, pode dar uma abordagem completamente diferente
a sua história, porque então não somente você precisa definir quem eles são um
para o outro, mas o motivo para um odiar enquanto o outro não.
Aqui, nesse conceito, está uma das ramificações mais usadas
no trope de amor/ódio, que é quando um dos personagens sente ódio e o outro
amor.
Isso me lembra muito o Simon e o Baz de Carry On, que vivem
e respiram o amor/ódio.
Na história (SPOILER, SPOILER, SPOILER), eles realmente não
se dão muito bem e são inimigos(?), mas eles também se conhecem muito bem,
porque compartilharam um dormitório por muitos anos. Mas enquanto o Simon
apenas demonstra desconfiança pelo Baz e parece que em algum momento realmente
o odiou, o Baz, no fundo, sob todo o descontentamento, ódio e atitudes
mesquinhas para chamar a atenção, realmente está apaixonado pelo Simon (sim,
ele admite isso com todas as letras no livro. LEIAM, é muito bom).
E não esquecendo, é claro, que no livro o Simon tem motivos
muito claros e sólidos para odiar o Baz (o Baz foi uma merda de várias formas),
então o ódio dele é muito coerente, enquanto apresenta também argumentos muito
sólidos para o Baz estar apaixonado pelo Simon e o odiar também.
- Eles se amam e odeiam ao mesmo
tempo?
Resolvi separar isso do tópico
anterior para não ficar muito grande e porque também quero trabalhar como um
quesito de exceção (apesar de ser muito usado).
Como ressaltei anteriormente, há
casos em que um dos personagens está apaixonado pelo outro enquanto o outro o
odeia. Mas também existe a possibilidade deles se odiarem e amarem ao mesmo
tempo. É uma das coisas que mais vejo em fanfics Drarry.
O importante, como falei nos itens
anteriores, é haver motivos coerentes para o ódio e o amor.
Vamos aos exemplos:
Em muitas fanfics vejo o Draco
amando o Harry pela boa pessoa que ele é, por ser heroico, bonito e por ter
salvado ele na guerra, além de ter matado Voldemort e ter livrado sua família
da ira daquele tirano. Em contrapartida, ele também o odeia, pois a derrota de
Voldemort também fez com que sua família estivesse do lado perdedor da guerra e
Draco se sente inferior a Harry.
O Harry, por sua vez, ama o Draco
por toda a lealdade que ele demonstra com sua família, por sua beleza,
esperteza e engenhosidade, mas também o odeia por tudo que ele representa, por
tudo que ele e sua família fez e por tudo que ele acredita.
Eu considero que esse seja uma das
ramificações mais difíceis de trabalhar, pois vocês têm que decidir com
antecedência se eles vão chegar a perdoar um ao outro em algum momento, se vão
conseguir superar seu ódio, ou se vão apenas considerar enterrar tudo para
debaixo do tapete.
Eu sinceramente espero que vocês
escrevam muitas histórias em que eles se perdoem e sejam muito felizes e tenham
bebês <3
- A estrada para o Amor
Depois de decidir todas essas coisas, aqui vamos nós! O
desenvolvimento.
Você, corajoso escritor, precisa traçar o caminho que nossos
jovens heróis vão traçar para chegar ao amor, e aqui vai muito da sua criatividade, sinceramente. Já vi
fanfics de tudo quanto é jeito em que no final as coisas funcionam.
Mas eu vou dar alguns exemplos do que é mais comum por aí,
casos vocês precisem de algumas ideias!
Seus personagens podem ser conhecidos que se odeiam apenas
com base no pouco que conhecem um do outro e, com o tempo e oportunidade,
começam a se conhecer melhor e sentir algo mais um pelo outro.
Eles também podem ser amigos que, por algum motivo, passaram
a se odiar, mas que, com o tempo, reacendem a amizade, se perdoam e logo se
tornam algo mais.
Ou, O MEU FAVORITO: eles são inimigos mortais que também sentem
uma atração gigantesca um pelo outro e não conseguem manter as mãos longe um do
outro, se amassando por aí nos armários de vassouras de Hogwar-... quer dizer,
*cof, cof*, se amassando por aí... E então começam a lenta ou rapidamente a se
apaixonar um pelo outro, conforme vão se conhecendo.
E lembram daquele meu asterisco de exceção lá em cima? Aqui
vai ele!!!!!!!
Meu arco favorito de desenvolvimento de amor/ódio até hoje
com certeza é o dos personagens Laurent e Damen de Príncipe Cativo! É
sinceramente além do perfeito.
SPOILER, SPOILER!
Na série de 3 livros nós vemos o ódio que o Príncipe Laurent
sente pelo Príncipe do país inimigo, Damianos, porque Damen matou o irmão mais
velho de Laurent, Auguste.
Veja bem, como eu disse no asterisco, aqui está uma exceção
porque o Laurent realmente não conhece intimamente o Damen, mas o odeia com
todas as forças por isso. Mas é um motivo sólido, então é coerente.
No livro o Damen conhece o Laurent anos depois de ter matado
o Auguste e realmente não pensa nele antes disso, todo o ódio dele pelo Laurent
é baseado na pessoa que ele vem a conhecer durante o tempo que ele passa ao
lado do Laurent (Laurent pode ser cruel).
Mas o mais interessante é como eles começam a lentamente
mudar esse relacionamento deles, mesmo sem querer, para algo diferente. Eles
começam a se conhecer e perceber que
eles são muito mais do que o que viam superficialmente ou baseado em
preconceitos. O livro também é excelente porque trabalha o personagem Laurent
de uma forma fantástica, fazendo com que o leitor quase não reconheça o Laurent
das primeiras páginas com o Laurent das últimas páginas. Mas, claro, se você
ler o meio do livro irá entender o porquê disso e os motivos que levaram os
dois a deixarem de se odiarem.
Desculpem, eu me empolgo falando desse livro.
- O Amor
E finalmente chegamos ao fim! O tão maravilhoso amor. Cabe a
vocês, nobres escritores, decidirem que fim dar a seus personagens.
Como eu falei em um item anterior, vocês precisam decidir
se, nesse ponto, os personagens conseguiram ou não superar seu ódio, se eles
irão ficar juntos mesmo ainda odiando o outro um pouco, se eles não ficarão
juntos, se eles perdoaram um ao outro, etc...
Como o trope se chama “ódio ao amor”, o mais comum é que
eles consigam, sim, superar esse ódio e ficarem juntos <3 Vocês só precisam
ter o cuidado, aqui, de fazer com que a estrada para o amor seja lógica e
desembarque em um final que não vai deixar pontas soltas ou os leitores
confusos se perguntando “Como?” ou “Por quê?”.
E lembrem-se: o clichê só é clichê porque é maravilhoso,
sim, e as pessoas adoram. Não tenham medo de escrever sua própria versão desse
trope e usar e abusar da imaginação!!!
Enfim, eu sinceramente espero que isso tenha ficado mais
coerente do que eu acho que ficou, e que tenha ajudado vocês em algo! Hahahaha
São tantas coisas para falar que ficou difícil selecionar.
Qualquer pergunta ou ajuda que vocês precisarem, podem
comentar aqui embaixo que responderei com todo prazer! <3
Beijos!
ola<3, etn, entrei aqui em busca de uma coisa que não encontrei, mas as informações em si me ajudaram MUITO para formular a história em sim, etn obrigada, mas se alguém tiver alguma ideia em especifico de algum motivo para a garota nova e a outra menina que já estudava no internato se odiarem? realmente não sei como fazer isso sem fazer alguma delas fazer builying com todo mundo
ResponderExcluirAmei a dica. Eu estou com uma história de um anjo que precisa proteger uma mulher que ambos se odeiam, ela odeia o odeia porque ele odeia humanos, que só a protege o livro inteiro porque é a forma de todos os anjos voltarem pra o paraíso novamente. Ele a odeia porque ela é a simples humana, teimosa, nunca confia nele. Mas então ela descobre além da super proteção dele tem algo nele misterioso que a encanta. E ele descobre que que ela além de ser a fraqueza dele também lhe dar força para ter sua graça celestial de volta através do amor. Eu quero um final bacana respeitando meus personagens sem um final brega de crepúsculo sabe. Quero algo dramático mas que seja feito a escolha do meu anjo se ele volta pra casa (paraiso) ou se escolhe ficar entre os humanos. Eles se amam na fase agora do meu livro ele já se declarou, embora ela tenha se declarado primeiro tomou a iniciativa do primeiro beijo 3 capítulos antes, mas eu quero que ele escolha voltar e ficar com ela. Quero que minha leitora entenda que possa ter escolhas a serem feitas por duas partes cada uma queria ter um anjo na sua vida. Mas está difícil minha inspiração para finalizar. Não sei como posso colocar o felizes para sempre sem precisar deixar tudo parecido com os outros livros. Quero diferente, quero um uau vou ler de novo.
ResponderExcluir