Por: Hel
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No
artigo de hoje teremos:
·
Futebol de campo.
Hello, pessoas, tudo
bem com vocês? Tia Hel chegou com mais um artigo no blog, continuando a nossa
série sobre como escrever histórias sobre esportes. Conforme o combinado, hoje
vamos analisar um pouquinho os três aspectos que envolvem o Futebol na hora de se escrever uma
história com esta temática esportiva.
Na parte I, revisaremos o básico sobre como
funciona o jogo, na parte II falaremos
um pouquinho sobre que tipos de fatores externos podem aparecer lindamente na
história de vocês e na parte III veremos
sobre o primordial durante a narrativa: o foco nas questões emocionais, tanto
da equipe como do protagonista. Para quem quiser detalhes de regras e posições,
as referências vão estar todas bonitinhas ao final do texto.
Parte I — Funcionamento do jogo
Fundamentos técnicos do futebol:
·
Passe: é a
movimentação de bola entre os parceiros de equipe;
·
Chute: o ato
de tocar a bola utilizando o pé, tendo como objetivo principal a realização de
um gol;
·
Cabeceio: o ato
de golpear a bola com a cabeça;
·
Drible: é a
forma como um jogador se esquiva do seu adversário, seja pelo bom manejo de
bola, toques, mudança de direção e/ou deslocamento rápido;
·
Voleio:
espécie de chute considerado mais pela beleza plástica, feito de maneira
bastante específica, no qual o jogador golpeia a bola que está vindo de forma
aérea em sua direção antes que ela toque no chão.
Posições genéricas dos jogadores:
·
Goleiro: o
único jogador em campo que pode tocar a bola com as mãos, desde que esteja
dentro dos limites da grande área do campo. Sua função é evitar o gol dos
adversários. Um bom goleiro necessita ter bastante flexibilidade, velocidade de
reação e, de preferência, estatura elevada. Por ter de desenvolver habilidades
bastante específicas e bastante diferenciadas dos demais jogadores, sua rotina
de treinamento costuma ser bastante separada do restante da equipe, tendo um
preparador específico também.
·
Zagueiros: esses
jogadores ocupam a grande área defensiva e têm como função ajudar no bloqueio
dos ataques dos adversários, protegendo assim a área de sua equipe para que não
tomem gol. Os zagueiros geralmente são jogadores bastante altos e fortes,
embora não lhes seja obrigado ter tanta habilidade de dribles e velocidade como
alguns jogadores de outras posições. O fato de os zagueiros geralmente terem
grande estatura, auxilia-os no momento em que sua equipe está atacando, pois
eles podem partir para a área de ataque também e, estando próximos do gol
adversário, possuem grandes oportunidades de cabecear bolas aéreas e fazerem
gols.
·
Laterais/alas: atuam
pelos lados do campo e fazem a ligação entre a defesa e o meio-campo. Quando
estes laterais estão transportados mais para o meio-campo e possuem maior
liberdade para atacar, estes acabam sendo chamados de “alas”. Os laterais são
jogadores que devem possuir bastante resistência e velocidade. Acabam sendo os
jogadores que mais correm durante uma partida, tendo grande desgaste físico,
pois percorrem toda a lateral do campo, apoiando tanto jogadores da defesa como
jogadores do ataque, realizando cruzamentos, cobrando arremessos laterais, etc.
Claro, também podem tentar finalizar jogadas, mesmo não sendo a principal
função.
·
Meio-campistas: como
o próprio nome sugere, atuam no meio de campo e são peça fundamental dentro do
jogo, pois eles que encaminham a bola para alcançar, finalmente, a área de
ataque. Dependendo da característica que assumem dentro do jogo, eles devem
possuir bastante potência (aceleração) para fazer arrancadas, também ser
bastante habilidosos com dribles e ajudar fazendo cruzamentos e finalizando
jogadas. Os meio-campistas devem ser jogadores também muito criativos, para
ajudar a criar jogadas que conectem a bola aos atacantes, sem que esta seja
perdida para os marcadores adversários.
·
Atacantes: jogadores
que estão mais perto da área do gol adversário e podem jogar como “pontas”
(atacantes que atuam mais pelos lados do campo e que se movimentam mais,
tentando penetrar a defesa adversária e muitas vezes também tendo que buscar
bola e jogo no meio de campo) ou como centroavante (jogador mais centralizado, que
costuma não sair muito da sua área de posicionamento e fica na grande área do
time adversário boa parte do tempo). Independente da subdivisão na qual se
encontram, os atacantes devem possuir bom chute, finalização, ter boa
habilidade para driblar a defesa do outro time e também saber cabecear, pois
são eles que estarão sempre mais próximos do gol adversário.
Características e regras básicas do jogo:
·
Oficiais de arbitragem: Num jogo de futebol existe o árbitro principal (que
marca todas as jogadas e participa ativamente dentro do campo de jogo); os
árbitros assistentes (também conhecidos como bandeirinhas), que ficam nas
laterais do campo auxiliando nas marcações de saída de bola pelas laterais e
fundos, bem como impedimentos e faltas; e o quarto árbitro, que geralmente é
responsável por fiscalizar as substituições das equipes, equipamentos, indicar
tempo de jogo adicional, etc.;
·
Quantidade máxima de jogadores titulares em uma
equipe: 11 (onze);
·
Quantidade mínima de jogadores em uma equipe para que
o jogo ocorra: 7 (sete);
·
Quantidade de substituições por equipe: na maioria dos torneios são 3, mas dependendo do
campeonato pode haver até 5 substituições;
·
Tempo de jogo: dois
tempos de 45 minutos, sendo que o período de intervalo entre eles não deve
exceder 15 minutos; minutos extras poderão ser dados ao final de cada tempo se
o árbitro assim achar necessário para compensar momentos em que o jogo teve de
ser parado para realizar substituições de jogadores, avaliação de lesões,
perdas de tempo, etc.;
·
Início de jogo: é
feito por intermédio de sorteio, sendo que a equipe que ganha escolhe a direção
para onde quer jogar e a equipe adversária dá o tiro inicial (saída de bola) no
meio de campo. No segundo período, as equipes trocam o lado do campo e atacam
na direção contrária à do primeiro período (lembrando que no momento da saída
de bola, todos os jogadores devem estar no campo de defesa da sua equipe, à
exceção do jogador executante do tiro de saída);
·
Bola fora de jogo:
sempre que a bola ultrapassar toda a marcação das linhas laterais ou as linhas
de meta (de fundo);
·
Arremesso lateral:
deve ser cobrado a favor da equipe adversária do último jogador que tocou a
bola antes desta sair pela linha lateral. Deve ser cobrado com as mãos;
·
Tiro de canto:
também conhecido como escanteio, marcado quando a bola ultrapassa completamente
a linha de meta, e tocada por último em um jogador da equipe defensora. É
cobrado na área de canto mais próxima;
·
Tiro de meta:
cobrado geralmente pelo goleiro, quando a bola ultrapassa a linha de meta de
sua própria equipe, sendo a bola tocada por último por um jogador adversário;
·
Tiro livre direto, indireto e penal: também conhecidos como cobranças de faltas: só podem
ser marcados por faltas e infrações cometidas quando a bola estiver em jogo. No
tiro livre direto, a bola pode ser direcionada diretamente para o gol; no
indireto, contudo, a bola não deverá entrar diretamente na meta (gol), tendo de
ser tocada por mais algum jogador antes. O tiro penal (pênalti) deverá ser
cobrado na marca que se encontra na área penal e será marcado sempre que um
jogador cometer uma infração punível com
tiro livre direto dentro de sua própria área penal;
·
Faltas e incorreções: As faltas são marcadas sempre que o árbitro considerar
alguma atitude ou jogada imprudente, tais como entradas bruscas em disputadas
de bolas, rasteiras, socos, pontapés, toques com a mão, etc. A decisão se a
cobrança de falta será por tiro livre direto ou indireto dependerá de qual
infração foi cometida pela equipe adversária; dependendo da gravidade das
infrações, o jogador pode ser advertido pelo juiz com um cartão amarelo (levar
dois cartões amarelos numa mesma partida constitui cartão vermelho mais
expulsão) ou cartão vermelho, sendo que este denota que o jogador foi expulso
do jogo, deverá sair da partida e se dirigir direto para o vestiário da equipe,
sem poder ser substituído por outro companheiro, ficando sua equipe, então, com
um jogador a menos;
·
Gol: Só é
considerado quando a bola ultrapassa por inteiro a linha de meta entre os
postes e por baixo do travessão de uma das equipes;
·
Impedimento: a
posição de impedimento ocorre quando qualquer parte de seu corpo (exceto mãos e
braços) está mais próximo da linha de meta adversária do que a bola e o
penúltimo jogador adversário. Quando o árbitro percebe a posição de impedimento
do jogador e este recebe uma jogada de um companheiro da mesma equipe, a
infração é marcada e a equipe adversária, ganha, então, um tiro de meta.
Parte II — Fatores externos e como estes afetam o jogo
e a narrativa
Rotina de treino: Além
do treinamento técnico comandado pelo treinador da equipe, os jogadores também
fazem um extenso programa de treinamento, dirigido pelo preparador físico da
equipe. Tal rotina envolve treinamento cardiorrespiratório (geralmente feito com
corridas), treinamento de força (musculação e treinamento de potência),
treinamento de flexibilidade (especialmente para os goleiros) e avaliações
físicas esporádicas. Um jogador bem treinado será um jogador bem preparado para
jogar. Teu protagonista respeita a rotina de treinamento? E se ele não
respeita, que tipos de punições ocorrem? Ele segue uma dieta dirigida por um
nutricionista? Ele possui vícios que prejudicam seu rendimento como jogador? Se
sim, como a equipe e a imprensa lidam com esta problemática?
Local de jogo: Os
jogos de futebol, geralmente, são realizados no estádio da própria equipe ou no
estádio da equipe adversária. Por ser um esporte de grande massa, isso tem um
peso bastante considerável no jogo em si. Ter o “mando de campo”, ou seja,
jogar no estádio da própria equipe, significa ter maioria de torcedores do seu
time te apoiando para a vitória e pressionando o time adversário para que a
derrota dele ocorra. Por outro lado, jogar no estádio do time adversário
significa ter uma parcela mínima de torcedores da própria equipe torcendo por
você no momento do jogo, ao passo que a maioria massacrante de torcedores
estará apoiando o time adversário. Jogar no campo adversário significa, também,
maior desgaste dos jogadores, já que estes, por vezes, devem se deslocar para o
local de jogo horas a fio dentro de ônibus, aviões, etc.
Narre o ambiente,
descreva como ele se encontra: Há muito barulho acontecendo em campo? Há
desentendimentos na entrada do estádio? A torcida está animada ou desanimada? Apoiando
o time ou irritada? Há barulhos de fogos? E por aí vai.
Temperatura ambiente: Algo também a se levar em conta na hora da narrativa
de um jogo é a temperatura ambiente na qual ele está ocorrendo. Se um jogo
ocorre no período da noite, sabe-se que a temperatura estará fria ou amena (na
maioria dos casos). Por outro lado, se ele ocorre pela manhã ou principalmente
no período da tarde, altas temperaturas podem ser alcançadas facilmente,
gerando, assim, maior desgaste para os atletas. Nestes casos, às vezes o
árbitro pode até mesmo autorizar uma pequena pausa para hidratação dos
jogadores, para que não ocorra problemas sérios. Ainda assim, em jogos
realizados em altas temperaturas, o rendimento dos jogadores poderá ficar
bastante prejudicado pela perda de líquidos no corpo (que podem causar
desidratação).
Pergunte-se: A
atmosfera está úmida? Seca? Abafada? Chove e faz frio? Se sim, o campo está
encharcado e prejudicando o passe de bola?
Altitude: Um
jogo realizado em altitude atmosférica elevada pode gerar certos desconfortos
para jogadores que não estão acostumados a jogarem nestes locais. Pode ocorrer
falta de ar, tontura e até mesmo uma certa falta de adaptação à velocidade da
bola, já que ela provavelmente deslizará mais rápido pelo gramado. É por este
motivo que equipes que se deslocam para jogar em cidades com altitudes elevadas
costumam chegar alguns dias antes do jogo, para que os jogadores possam se
acostumar com a diferença mecânica do jogo e também preparar de maneira melhor
o condicionamento físico para o desafio. Se isto acontecer na sua história,
narre como os jogadores estão se sentindo, o que mais os está incomodando?
Acidentes/Imprevistos/ Prorrogações: Se, durante um jogo, algo não previsto, tal como uma
trombada entre jogadores que cause acidente, ou uma lesão, ou qualquer coisa do
tipo ocorrer, isto afetará de maneira significativa o jogo, já que o treinador
talvez não tenha na equipe um jogador que possa substituir o outro lesionado
com tanta eficiência. Outras questões que se encaixam nos imprevistos podem
incluir noites mal dormidas dos jogadores, doença inesperada e prorrogações de
jogo, pois estas acontecem num período no qual os jogadores já estão muito
desgastados, e problemas como cãibras e lesões podem ocorrer com maior
frequência e facilidade.
Você, como autor, pode
atentar-se para as seguintes descrições: Qual a intensidade da dor que o seu
personagem está sentindo? Ele consegue jogar por mais alguns minutos ou deve ser
substituído imediatamente? A equipe fica desestabilizada com a saída dele ou
consegue manter a compostura? Seu personagem está sonolento, fraco, exausto?
Bem, esperamos que não, não é mesmo?
Parte III — Fatores emocionais/psicológicos e suas
manifestações
Baixo rendimento
·
A torcida pode, por
assim dizer, ser uma bênção ou uma maldição. Ao passo em que pode, através de
gritos, hinos e palavras de apoio demonstrar o seu amor e carinho pelo time de
coração, caso este não corresponda às expectativas, pode haver vaias, xingos e
tudo isso ter um efeito negativo no jogador, dependendo da sua personalidade.
Por exemplo, se um jogador comete um pênalti e sua equipe sofre um gol por
conta disso, a torcida da sua equipe pode, no calor do momento, se virar contra
ele e direcionar xingamentos e vaias para tal jogador. Isto afeta diretamente o
emocional do indivíduo, fazendo com que ele perca o rendimento no restante do
jogo;
·
Se o jogo está empatado
e a equipe leva um gol, especialmente se for num jogo de caráter eliminatório,
tal acontecimento também pode influenciar drasticamente no rendimento da
equipe. Quem aqui já conseguiu esquecer o fatídico 7x1 que o Brasil sofreu na
Copa de 2014? Hehe;
Alteração do temperamento
·
Da mesma forma, se a
equipe está sofrendo uma derrota, o temperamento dos jogadores pode ficar
alterado, podendo ocorrer brigas, discussões frequentes, maiores simulações de
faltas, fazendo com que o árbitro tenha que tomar atitudes mais enérgicas para
não perder o controle do jogo. Alguns países sul-americanos, por exemplo,
tendem a causar mais confusões em jogos quando estão perdendo, e “enrolar” o
andamento do jogo quando estão ganhando;
·
Jogadores também podem
ficar irritados e, por conta disso, cometerem infrações desnecessárias quando
sentem que foram prejudicados por alguma marcação do árbitro. Isto pode gerar
discussões e até mesmo cartões amarelos ou vermelhos, prejudicando, ao final, a
equipe como um todo.
Cobranças de pênaltis
·
Por proporcionar uma
chance enorme de gol, há muita pressão colocada sobre os ombros dos jogadores
que são designados para cobrarem um pênalti, seja durante o tempo normal de
jogo ou seja numa grande final, quando o jogo e o tempo de prorrogação
terminaram em empate. Explorar o lado emocional do jogador durante este momento
é de suma importância, pois por mais que ele não aparente em seu exterior, um
grande medo de errar — e expectativa se será o herói ou vilão — está ocorrendo
internamente. O mesmo vale para os goleiros, que apenas com uma defesa podem
consagrar seu time como campeão ou como perdedor.
Traumas
·
Se o protagonista
sofreu algum trauma em jogos passados, como por exemplo acidentes fatídicos em
aviões, lesões ou descontrole emocional, isso pode afetar seu rendimento em
jogos futuros, após a recuperação do ocorrido. Não há como simplesmente apagar
o passado num passe de mágica, e isto abre margem para uma boa exploração de
como seu personagem se sente internamente. Ele ficará aéreo? Errará muitos
passes? Não dará o melhor de si?
Lembre-se: Nestes momentos nos quais o emocional está afetado,
não escreva simplesmente: “ele está nervoso”. Narre as sensações corporais, os
medos internos, os fantasmas de jogos anteriores, lembranças de palavras
motivacionais ou desmotivacionais de parentes, amigos e treinadores, etc.
É importante também fazer a seguinte pergunta: haverá
consequências pós-jogo por conta de tais atitudes/acontecimentos? Como ficará o
relacionamento da equipe? Eles estarão unidos ou começará a haver discussões
nos treinos? Como os protagonistas lidarão com essas situações fora do campo?
E, finalmente, por hoje encerramos aqui, pessoal.
Espero que este artigo possa ser uma base interessante para quem se interessa
em escrever uma bela fanfic futebolística. No final do mês que vem eu volto,
dessa vez para falar sobre o vôlei. Beijos e até!
Referências
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