Por: Hel
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No artigo de hoje teremos:
·
Introdução
ao tema: uma visão geral sobre a série que se inicia.
Introdução
Olá, pessoal, tudo bem com vocês? Algumas semanas
atrás eu recebi um pedido para iniciar aqui no blog uma série a respeito de
como escrever sobre esportes, pois apesar de já termos um post aqui que aborda
um pouco do tema, ele não é direcionado a nenhum esporte específico (apesar de
dar dicas valiosas). Pois bem, depois de um bom tempo sem escrever para vocês,
aceitei o desafio e cá estou, unindo o útil (ser formada em Educação Física) ao
agradável (ser uma beta reader, claro, rs). Bem, vamos ao que interessa.
Quando falamos sobre histórias cujo universo se passam
num ambiente esportivo, algumas coisas precisam ser levadas em consideração:
1ª e mais
importante: você
precisa conhecer muitíssimo bem sobre o esporte (ou esportes) que estará
inserido no enredo, ao passo que os leitores não precisam saber de quase nada.
~Pera, como assim,
tia Helen? Tá doida?
Não. Ou sim, mas não vem ao caso agora. Pense da
seguinte forma: Assim como em qualquer outra história que é ambientada num
lugar que você não conhece, você tem que fazer uma boa pesquisa sobre o local,
costumes e etc., assim também se dá a respeito de um esporte — por mais que
você já conheça um pouco sobre ele.
Isso porque uma coisa é ter conhecimento para si
próprio sobre um tema, outra bem diferente é ter conhecimento para repassá-lo
para outra pessoa, ainda mais dentro de uma narrativa, que irá ser lida por um
público que talvez seja bastante heterogêneo com respeito ao assunto em questão.
Alguns podem saber mais, outros podem saber menos, e você tem que pensar nos
dois tipos de pessoas no momento em que estiver escrevendo a história.
Levando isso em consideração, é importante conhecer
termos técnicos, características do local de jogo, materiais, posições e assim
por diante, mas isso é importante para que você
tenha a imagem do jogo muito bem delineada na sua mente na hora de narrá-lo.
Uma das dificuldades que os leitores mais possuem na
hora de ler uma história esportiva é o fato de o narrador não conseguir narrar
a cena de maneira bem ordenada e explicativa, fazendo com que eles não consigam imaginar de maneira
satisfatória o que está acontecendo no momento do jogo. Porém — e aqui
encontra-se o “pulo do gato” —, na hora de passar todo o seu conhecimento para o
papel ou computador, deixe a narrativa
dos fatos o mais simples possível:
ü
Utilize
termos técnicos apenas quando extremamente necessário, e ainda assim, se o
fizer, explique o significo dentro da própria narrativa mesmo, de preferência;
ü
Não
transforme a cena numa narração de locutor esportivo. Por mais que o esporte
tenha papel fundamental na sua história, transformá-la numa descrição maçante
do que acontece lance por lance fará com que o leitor perca o interesse pelo
que realmente deve ser levado em conta, que é como a situação está afetando os
protagonistas da sua história. E falando nisso, vamos para o segundo ponto a
ser considerado.
2ª coisa mais
importante: uma
história com enredo esportivo não é, em hipótese alguma, feita apenas de cenas
de jogos com narração mecânica e sem sentido. Muito pelo contrário. Ela é feita
como todas as outras — com problemas reais que existem “fora das quadras” e que
afetam o arco histórico:
Quais são os
problemas que o protagonista enfrenta dentro e fora do jogo?
O que ele faz
quando não está competindo?
Ele possui uma
rotina de treino? O que acontece durante ela?
Ele gosta do
esporte que pratica ou está infeliz?
Ele está saudável,
lesionado, fora de ritmo?
Como os
adversários o afetam dentro e fora do jogo?
Não sei nem como frisar isso o suficiente: faça uma
narrativa de jogo desconectada do universo psicológico/emocional dos seus
personagens e com certeza terá a receita para o fracasso. A sua história precisa saber transmitir uma mescla de
acontecimentos externos com acontecimentos internos/intrínsecos ao personagem,
pois sem isso os leitores não conseguirão ser afetados pelo que acontece nas
cenas, especialmente quando estas precisam transmitir uma atmosfera tensa,
competitiva ou mesmo sentimentos como nervosismo, raiva, descontrole, e por aí
vai.
Façamos uma síntese dos problemas mais comuns que
podemos encontrar ao ler uma história sobre esporte:
ü
Diversas
cenas de jogos que são extremamente parecidas em construção de narrativa, o que
deixa a leitura repetitiva e maçante. Sabe aquele pessoal que narra beijo
sempre do mesmo jeito? Então, o problema aqui é basicamente o mesmo;
ü
Cenas
que narram apenas os movimentos mecânicos do esporte, em vez de mesclarem tais
coisas com a descrição do estado emocional de quem está jogando;
ü
Falta
de enredo externo (fora dos jogos);
ü
“Mal
de Alzheimer” — que é quando a pessoa diz que a história é sobre esporte, mas
esquece-se completamente de inseri-lo na história ou só o menciona muito
vagamente, focando apenas no enredo externo, fora dos treinos e competições
(vamos combinar, tem que haver um meio termo, tia Helen agradece o bom senso);
ü
Excesso
de termos técnicos ou menção de tais termos sem a explicação deles;
ü
Previsibilidade
dos acontecimentos. A história vai ter o protagonista como campeão? Então como
deixá-la, de certa forma, imprevisível e emocionante para os leitores? E se a
história não vai ter o protagonista como campeão, quais serão as tramas por
detrás dos bastidores? Tudo isso são coisas a se pensar. E é claro, existem
1001 maneiras de se reinventar uma temática na hora de escrever, seja inserindo
um segredo que influenciará a história dentro e fora das quadras, ou trabalhar
com duas equipes rivais, mas ambas carismáticas e que encantem o leitor, etc.
Por conta dessas questões, a série que se inicia hoje
analisará diversos esportes individualmente, sob três aspectos:
·
O
funcionamento do jogo em si;
·
Fatores
externos e como estes afetam o jogo em questão e, consequentemente, a narrativa
da sua história;
·
Fatores
emocionais/psicológicos e como eles se manifestam nos jogadores; consequentemente,
como podem ser demonstrados dentro da narrativa.
A ordem dos esportes a serem estudados será a
seguinte:
1.
Futebol
de Campo;
2.
Voleibol;
3.
Basquetebol;
4.
Tênis
de Campo/ Tênis de Mesa;
5.
Natação;
6.
Ginástica
Artística;
7.
Patinação
Artística/ Dança no Gelo;
8.
Beisebol
(Baseball);
9.
Hóquei
no Gelo (Ice Hockey);
10. Futebol Americano (Football).
E enfim, por hoje é isso, galera. No próximo artigo da
série vamos falar daquilo que o povo gosta e já começar chutando com o pé
direito (esquerdo no meu caso, porque eu sou canhota quando o assunto é
futebol, rs). Não percam, a caminhada é longa, mas devagar a gente chega lá.
Beijos na bochecha e até loguinho!
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