Por: Sthefany Beatriz
Olá, gente! ~euzinha outra vez.
Eu pensei muito sobre como seria a melhor forma de começar
este post, mas, no fim, resolvi que iria contar este fato a vocês, porque nosso
assunto é um pouco denso pra eu ficar colocando questões filosóficas.
Acho que eu nunca desclassifiquei uma fanfic por gênero, até
pelo fato de ser uma fã assumida de clichês seja como leitora ou como
escritora, todavia, vejo ataques constantes a ideias “batidas”, como se as
pessoas fossem obrigadas a ter interesse em uma obra só porque ela foge dos
padrões.
Quando comecei a pensar o porquê a história alheia causa
tanto incômodo, percebi que os motivos seguem quase que o mesmo padrão do poste
anterior. E que é uma mescla de frustração e até desespero por não ter o
próprio trabalho reconhecido. Sabe o que eu concluí?
Um dos grandes motivos que isso acontece é porque nos
colocamos no centro do mundo.
Talvez você esteja fazendo uma careta e me chamando de louca
depois dessa minha conclusão, porém é verdade. Nem todas as pessoas
inferiorizam por causa disso, só que uma grande parte faz.
A gente sabe que não é o centro do mundo propriamente dito,
entretanto, achamos que somos o centro do mundo de alguns/alguém (pai, mãe, avó,
etc.) ou que fazemos parte do mundo de alguém. Vejam a lógica: mesmo que meu
trabalho não seja bom, as pessoas que me amam irão valorizá-lo, dizendo que
amou e que vou melhorar ainda mais e tals. Alguns amigos vão falar, com tato,
que isso ou aquilo pode melhorar, sempre com otimismo. Só porque eu me
esforcei, fui recompensada, fui reconhecida mesmo, talvez, não tendo feito algo
tão bom.
Por quê? Porque eu faço parte do mundo de alguém, sou o
centro do mundo dos meus pais de certo modo. E eu esperei muitas vezes que as
pessoas me recepcionassem assim... pois, oras, eu me esforcei.
É algo natural achar que vai ser recompensada depois de
fazer esforço. Vivem nos dizendo isso em todos os locais: na escola, em casa,
na rua, nos programas de TV. Bem, se você já foi estagiário ou é um assalariado
certamente vai ser mais realista — vamos marcar pra beber e reclama dessa
mentira :) —, só que isso é o que achamos natural.
E a nossa frustração é essa, sabe? Precisamos entender que
as pessoas não são obrigadas a nada, absolutamente nada. E não vale dizer algo
parecido da boca pra fora, pois eu já fiz isso muitas vezes e era só dela pra
fora mesmo.
Muitas vezes, não temos um nome real ou um rosto, somos só
um nickname que fez uma história brotar no site de fanfics. Parece meio cruel
tudo que eu estou falando, não é? Uma pena que é verdade.
Estatisticamente, você vai encontrar inúmeras pessoas que
preferem um clichê adolescente a um mistério da senhora Christie. Que preferem
Percy Jackson — insira qualquer infanto-juvenil — a Allan Poe. A vida já é tão
difícil pra gente ter que estar bolando enredos complexos e que demandam tempo
e paciência, ou lendo algo que exige muita concentração, conspiração e
sofrimento. As pessoas querem aventuras bobas e sorrisos por beijos na chuva.
Não todas, é claro, mas é assim comigo na maioria dos dias e com a maioria dos
meus amigos também.
Eu não gosto de ser taxada de burra ou de ter um gosto menos
refinado por isso. Na verdade, eu amo ler livros assim, principalmente porque
não estou estudando e só trabalho meio período agora. Quando eu estudo é
diferente. HEHE
Foi horrível perceber que o mundo não tem obrigação nenhuma
comigo, porque eu me enxerguei como um ponto pequeno no meio da galáxia — muito
dramática — e, por um tempo, cheguei a ficar bem perdida. A vida não é um espinho
pra cada mil pétalas; é uma pétala a cada um milhão de espinhos.
Ficar exaltando sua história porque ela é “diferente” e
depreciando as outras não te torna um autor torturado que só vai ser apreciado
depois da morte — mesmo que você tenha certeza disso, as pessoas só vão te
achar louco, então... —, só te torna
chato e estigmatizado de invejoso ou prepotente. Talvez você não se importe, hein?
Sei que você está sendo narcisista pela euforia de achar que
melhorou extremamente depois de toda frustração e negação que teve, mas isso
ainda é inveja, viu? Também é algo natural e faz parte de tornar-se um escritor
pra alguns, porém... nem tudo que é natural é bom.
Vou cutucar mais a ferida e te alertar que sua história pode
não ser tão boa assim. Ou ela pode ser incrível e flopar por N fatores que não
estão no seu controle, o que ainda não dá o direito de esnobar a escrita e o
gosto alheio. É raríssimo ter uma ideia original, afinal, quantas coisas ainda
não passaram pela imaginação do ser humano?
Muitas pessoas não são tão seguras como você se diz ser,
muitas pessoas ficam mal vendo sua diversão sendo tão inferiorizada. Eu e
muitas outras estamos escrevendo para fugir um pouco desta vida tão apressada,
não almejamos ser autoras(es) profissionais — digamos que não é nossa
prioridade, mas se aparecer, que bom! — e exigimos
respeito.
O problema de quem faz isso é baixa
autoestima e nenhuma outra pessoa deve pagar por esse problema, salvo quem
sente. É horrível ter isso, eu já tive e sei. E mais triste ainda é perceber o
quanto de merda já fizemos por causa dela. Não seja mais assim. Se não pelo
outros, faça por você.
Agora, fiquem refletindo com Poseidon.
Até mais. ♥
Já escrevi fanfics e sei, realmente, do que está falando, Sthefany.
ResponderExcluirQue bom que existem pessoas como você, que se ligaram que o caminho para a felicidade não se construirá retirando pedrinhas do caminho alheio.
Foi um ótimo texto, que agora, certamente me deixou refletindo um pouco com Poseidon. rs
Obrigada! (:
Ps. Descobri o blog hoje e estou com um sério problema em comentar sobre tudo de bacana que estou lendo aqui. Logo, serei taxada como Spam! hahahaha Beijos!
Olá! Sê muito bem-vinda!
ExcluirObrigada pela leitura! :)