Por:
Rodrigo Caetano
E
aí, galera, tudo bem? A resenha de hoje é de um livro novo de um
autor nacional que vem chamando a atenção por aí. Conhecem o
Raphael Montes? O cara é um escritor de 24 anos, formado em direito,
que publicou seu terceiro livro, chamado “O Vilarejo”, na bienal
deste ano. Além disso, ele tem também dois livros policiais:
“Suicidas” e “Dias Perfeitos”, ambos na minha lista.
O
livro que vim comentar é o último que ele lançou e o escolhi por
diversos motivos, mas o principal é que ele é um livro diferente
dos que normalmente costumam ganhar resenhas aqui. Um livro violento,
classificado como de terror, e, além disso, um livro curto de
contos. Achei que poderia dar uma variada no que normalmente vemos
aqui.
Sem
enrolação, vamos lá:
Título
Original: O Vilarejo
Autor:
Raphael Montes
Editora:
Suma das Letras
Sinopse:
No vilarejo, falar que o pecado mora ao lado é mais do que um dito
popular: é uma verdade ameaçadora da qual os moradores se dão
conta pouco a pouco. E, para alguns, é tarde demais. Como resistir
ao mal? À luxúria, à ganância, à ira? Como não ceder aos
pecados da carne quando a guerra chega e o inverno castiga, quando o
frio e a fome tomam conta, quando uma força maior parece conspirar e
rodear os moradores para que eles se entreguem a seus piores
instintos?
A
cada conto, conheça a história de um habitante e como todas elas se
entrelaçam para formar uma narrativa perturbadora e fascinante sobre
nossa infinita capacidade de crueldade e compaixão.
Resenha:
O Vilarejo é um livro que me surpreendeu de muitas maneiras e
pode não ter sido a melhor escolha para uma resenha, pois é um
livro misterioso e eu não sou fã de spoilers. Porém, há
muito o que se analisar aqui, acredito eu, sem de fato estragar a
diversão para ninguém.
Contando
várias histórias sobre um lugar em épocas diferentes, Raphael nos
faz embarcar para um local que ele não diz o nome, no meio de um
país que ele não diz qual é, numa época que ele não nos conta
qual é.
O livro consiste de prefácio, posfácio (ambos importantes) e sete
contos separados, cada um com um título, cada um com seus
personagens principais, mas conseguimos perceber que envolvem o mesmo
local em diferentes épocas, relatando bastante bem a suposta última
geração a viver no lugar que desapareceu.
Claramente
fazendo homenagem aos sete pecados capitais, vemos um a um os
habitantes desse lugar distante e misterioso sucumbindo a seus
próprios desejos, defeitos, psicoses e tentações, enquanto somos
levados a explorar até que ponto uma pessoa pode ir. É triste o
quão surpreendente é a resposta para essa pergunta.
Além
disso, a ordem dos contos faz com que o leitor tenha de se esforçar
um pouco para acompanhar a ordem dos acontecimentos no tempo, e ligar
os pontos pouco a pouco até que consiga desenhar a verdadeira
história por trás dos acontecimentos terríveis desse lugar.
Tudo
isso, combinado a um estilo de narrativa dinâmico, com contos curtos
e histórias contadas no tempo presente que fazem com que a linha
entre ficção e realidade fique um pouco borrada, nos levando a crer
que talvez, apenas talvez, um lugar como aquele pudesse realmente ter
existido em algum momento. E é um tanto quanto inquietante perceber
isso, depois de ter se surpreendido e se chocado tanto.
Tendo
dito isso, apesar do livro ser classificado como um livro de terror,
ele não me deixou temeroso, nem me deu grandes sustos. Mas me chocou
bastante algumas vezes, e me fez refletir, como todo bom livro deve
fazer, acredito eu. Um ponto extra: o livro ilustrado é bem
divertido, e as ilustrações são um tanto quanto fortes, ajudando a
passar a exata sensação que o livro busca gerar.
No
todo, um trabalho bem feito pelo nosso escritor e uma boa leitura
para qualquer um que tenha estomago.
Valeu,
galera! Até a próxima.
P.S.:
Sobre não ter ficado com medo, isso era verdade antes de perceber
que essa resenha tinha exatas 666 palavras antes do P.S. Espero
sinceramente que entendam a minha decisão de escrever um pouco mais
aqui...
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