Por: Takahiro Haruka
Olá,
galera!
Hoje eu venho falar sobre o
terror dos professores, dos estudantes e, é claro, de nós,
escritores: o Novo Acordo Ortográfico. Achava eu, em meados de 2008,
que a língua portuguesa era um pesadelo constante e que eu nunca
conseguiria gravar todas aquelas regras longas, cansativas e
confusas. E olhem só que irônico: apesar das décadas sendo usada e
aprendida com muito esforço, em 2009 vimos uma reestruturação, e
em 2012 o uso do novo acordo tornar-se intenso. Foi uma blasfêmia
aos que tanto se esforçaram para aprendê-la!
Mas essas são águas
passadas. Há quem é contra a reforma, há quem está se adaptando,
há quem nem chegará a aprender as regras anteriores e, por fim, há
quem não se importa com o assunto. Nós, escritores, no entanto,
precisamos estar atentos a nossa ortografia e, para fazer bonito,
precisamos nos adaptar o quanto antes.
Tendo em mente a importância
da adaptação ao novo acordo, desenvolvi dois posts falando sobre o
assunto. Mas por que dois, Noni? Simples, querido: vamos tratar
isoladamente da história da tal reforma e das mudanças resultantes
dela. Ou seja, teremos um post chamado Teoria
e um chamado Prática.
Antes de começar o nosso
conto de
fadas ao avesso,
gostaria de declarar que este post será um tipo de curiosidade, e o
segundo um guia. O que queremos é que você os consulte sempre que
precisar. As mudanças ocorrerão aos poucos, então não tem por que
sermos afobados. O caminho para se aprender a língua portuguesa é
longo e cheio de curvas. O importante é ter sempre em mente que o
conhecimento vem do buscar.
Pois bem. Era uma vez, em
1943, um formulário desenvolvido pela nossa grandíssima Academia
Brasileira de Letras...
Brincadeiras à parte, a
história se inicia quando, procurando internacionalizar
(lê-se: unificar) a língua portuguesa, Brasil e Portugal se unem
para criar um único acordo ortográfico. Porém, o acordo
desenvolvido em 1945, que foi acatado por Portugal, não teve o mesmo
sucesso no Brasil. Retrocedemos e mantivemos as normas estabelecidas
em 1943, mantendo-as até 2008.
Para conhecimento supérfluo,
já que nosso foco é no acordo seguinte vigente, podemos citar a
retirada das letras K, W e Y do alfabeto oficial, as regras para a
acentuação das oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas,
apóstrofo, hífen e sinais de pontuação e a mudança na divisão
silábica (para saber todas as mudanças, vide link no fim do
artigo).
Discussões sobre a
unificação da língua foram sendo feitas ao longo dos anos. A
Academia Brasileira de Letras e a Academia de Ciências de Lisboa
desenvolveram, juntas, um Novo Acordo Ortográfico, e reuniram os
representantes dos sete países lusófonos*, em 1990, para assiná-lo.
Os países são: Angola (África), Brasil (América do Sul), Cabo
Verde (África), Guiné-Bissau (África), Moçambique (África),
Portugal (Europa) e São Tomé e Príncipe (África). Timor-Leste
(Ásia) posteriormente aderiu ao acordo.
Embora o acordo tenha sido
assinado, seu uso não foi posto em prática imediatamente. No Brasil
e em Portugal, apenas foram oficializados em 2009. São Tomé e
Príncipe ratificou em 2006 e Timor Leste em 2004.
Apesar de ele estar já em
vigor no Brasil e em Portugal, seu uso ainda não é obrigatório.
Ambos os países têm um prazo de até o fim de 2015 para oficializar
definitivamente e vigorar as normas. No Brasil, os livros didáticos
das escolas estaduais já utilizam o novo acordo.
Vale observar, por fim, que
a língua portuguesa possui duas ortografias: a portuguesa (PT-PT),
aderida por todos os países do CPLP (Comunidade dos Países de
Língua Portuguesa), exceto o Brasil, onde é exercido o português
brasileiro (PT-BR).
O que vem a seguir sobre o
assunto são as mudanças ocorridas por causa do Novo Acordo. Para
não estender muito este post, e para tornar fácil a localização
apenas das mudanças, elas serão colocadas no segundo post sobre o
assunto: Novo
Acordo Ortográfico – Prática.
Fiquem no aguardo da
sequência, que é também a parte mais complicada do assunto.
Nos vemos por aí. Beijocas!
;)
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