Por: Takahiro Haruka
Mais pronomes? Sim, meu caro, mais pronomes.
Olá a todos. Hoje vos trago um artigo falando especificamente sobre pronomes reflexivos e pronomes recíprocos.
Os pronomes reflexivos muitas vezes são negligenciados pelo pouco uso, desconhecimento ou falta de atenção. Como assim?
Pois bem, para iniciarmos, precisamos antes saber qual é a função do pronome reflexivo:
O pronome reflexivo indica que a ação do sujeito reflete nele próprio.
O pronome reflexivo é usado quando quem faz a ação é ao mesmo tempo quem a recebe.
Por exemplo:
Eu me cortei ontem.
Eu cortei. Cortei quem? Eu mesmo.
Encontro sempre por aí algumas situações em que o pronome não é usado por uma questão de oralidade, ou seja, a falta do costume de usá-lo no dia-a-dia. Veja a seguir:
Eu sentei no banco.
Eles se julgavam.
Eu se machuquei.
Observe os exemplos em que o pronome foi usado de modo inadequado ou não foi usado. No caso do primeiro, eu sentei no banco, o correto seria eu me sentei no banco. No segundo, eles se julgavam, devia ser eles se julgavam a si mesmos. E, no último, eu se machuquei, eu me machuquei.
Os pronomes reflexivos estão diretamente ligados aos pronomes oblíquos, sendo os átonos:
Eu – Me
Tu – Te
Ele/Ela – Se*
Nós – Nos
Vós – Vos
Eles/Elas – Se*
*a forma do pronome é a mesma na 3ª pessoa do singular e na 3ª pessoa do plural.
Há também os pronomes reflexivos que acompanham os pronomes oblíquos tônicos. São eles si e consigo (Ele chamou a si mesmo de indulgente. / Preocupe-se consigo mesmo).
Não há segredo! Para descobrir se é necessário ou não o uso do pronome reflexivo, basta analisar o sujeito e o objeto da ação.
Agora falaremos sobre o pronome recíproco.
O pronome recíproco indica ação mútua entre os sujeitos.
No caso do pronome recíproco, uma observação inicial é necessária: todo pronome recíproco é um pronome reflexivo, nem todo pronome reflexivo é um pronome recíproco. Como assim, Noni? Eu não entendi. Pois é, parece bastante complicado, mas não é.
Os pronomes reflexivos nos, vos e se, representando as pessoas do plural (nós, vós, eles/elas), aparecem, em algumas circunstâncias, causando ambiguidade. Veja a seguir:
João e Maria enganaram-se.
Há duas interpretações para a sentença acima. Primeira: ambos, João e Maria, cometeram um engano. Segunda: João enganou Maria e Maria enganou João. Diante da ambiguidade, não há um certo ou errado, fica a critério do leitor escolher o significado, o que, na escrita, é fundamental evitar.
Portanto, o correto seria, para a primeira interpretação, João e Maria enganaram-se a si mesmos, enquanto, na segunda, João e Maria enganaram-se um ao outro.
É necessário atentar-se sempre à ambiguidade e evitá-la. Então, se o sujeito e o objeto da ação forem os mesmos e o pronome estiver em alguma das pessoas do plural, você pode estar diante de um caso de pronome recíproco, nesse caso, pode existir mais de um significado para a sua frase.
Mesmo que esses tipos de pronomes estejam caindo em desuso na linguagem coloquial, ainda são imprescritíveis na linguagem culta e fazem muita diferença no sentido de uma sentença.
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