Mostrando postagens com marcador AutorNyah. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador AutorNyah. Mostrar todas as postagens

Uma boa história não é feita somente de boas ideias

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Por: Renan Andrade (Autor do Nyah)
Meia-noite. Você está escutando música calmamente, mexendo no WhatsApp e vendo vídeos no Youtube quando, de repente, surge uma grande ideia para uma fanfic. Você abre rapidamente o seu editor de texto e começa a digitar seus milhares de ideias e rascunhos para fazer sua história, personagens, cenários e pensar como deixar tudo mais realista, futurista, sobrenatural, mágico, etc.
Você pensa em todos os detalhes de uma cena e faz questão de envolver o leitor em cada segundo de uma trama, se importando 100% com a sua concordância verbal, gramática e tentando limpar qualquer erro de português para fora de sua fanfic. Parabéns, você é um em um milhão.
Como escritores e autores, sempre pensamos antes de levar uma ideia ao papel. Afinal, sempre existe a dúvida natural de que ela não seja boa ou atraente o suficiente. Mas quando vem aquela ideia ideal, a pressa para escrever é tanta que nem mesmo pensamos se aquilo está ficando bom ou não. Isso é certo. Afinal, as maiores cenas um dia já foram rascunhos que o escritor leu e releu por dias ou semanas, e é exatamente aí que o escritor se sabota: na revisão.
Como uma boa história não é feita somente de boas ideias, as boas ideias em si não fazem a história toda. É preciso uma boa escrita, um aprofundamento das cenas de clímax (sim, toda história que se prese precisa de no mínimo uma cena de clímax, já que esse é o momento pelo qual o leitor se lembrará da sua história amando-a ou amando odiá-la), um bom desenvolvimento do enredo, uma boa passagem pela revisão duas ou três vezes, para assim poder amadurecer as ideias, retirando o que está ruim ou acrescentando o que lhe pareceu faltar enquanto você revisava toda a sua ideia.
No entanto, é raro. Histórias com ideias extraordinárias já foram estragadas pela falta de um(a) autor(a) que se presasse. A escrita foi ruim, a história não tinha clímax ou uma continuidade, isso sem falar naquela ideia tosca que apareceu naquele momento estranho, somente para preencher mais algumas linhas de texto. Por favor... Nem uma one-shot sem compromissos merece um quarto desse desprezo!
Autores no começo da carreira sempre têm ambições mais altas que resultam nas ideias mais extraordinárias que os escritores experientes. Porém, o peso de uma ideia extraordinária nunca será suportado por um escritor novato, público para o qual escrevo esse texto. Pessoal, é sempre normal olhar para trás e dizer que não gosta de suas fanfics antigas, afinal, você começou a escrever ali, e boas ideias foram mal trabalhadas ali também. Você não aguentava o drama do enredo, não tinha a melhor das gramáticas, e era um bebê aprendendo a dar seus primeiros passos. Sempre devemos perdoar. Mas, depois do primeiro ano escrevendo e percebendo que a sua escrita não era tão boa no passado, você não deveria tentar melhorar como autor?
Ledo engano...
Escritores de fanfics que escrevem há quase cinco anos pouco melhoraram desde seu primeiro ano. Eles seguram mais firmemente as ideias em suas mãos, mas ainda não conseguem compor uma história envolvente por causa da escrita, ou têm gramáticas lindas que são estragadas pelo peso nos ombros que uma boa história pode causar. Seja qual for o motivo, esse escritor já deveria ter parado de escrever em seu terceiro ano, pois não, para um escritor de fanfics, o terceiro ano é o máximo de tempo que você tem para amadurecer, depois dali, você já sabe que um escritor não vai mudar... Não sem MUITO esforço.
Eu posso lhes dizer isso pois mesmo sendo um escritor de fanfics no final de seu segundo ano, eu treino minha escrita ferozmente quando escrevo, sejam histórias, personagens ou canções, além de conhecer pessoas que nada amadurecem sua escrita. Isso me deixa triste. Ver pessoas publicando rascunhos na internet (sim, eu digo, pois é verdade: em cada dez fanfics, seis serão rascunhos), histórias que poderiam ser melhor empregadas, melhor tratadas, amadas, cuidadas. Que poderiam ter sido mais bem revisadas! Essas histórias poderiam ter me feito chorar de emoção, enquanto somente me fizeram chorar de arder os olhos por causa de uma escrita ruim, ou de ódio de quem escreveu por ter dado o diamante de sua mente à forma de pedra no papel.

A minha dica é: leiam. Antes de escrever, leiam. Muito. Não leiam fanfics com erros gramaticais terríveis, leiam fanfics com uma escrita revisada e bonita, leiam livros, qualquer coisa que consiga fazer você entender o poder de uma só frase, e, aí, você finalmente irá entender o poder que uma história tem quando bem feita. Não seja um escritor de ideias, seja um escritor de histórias.
3

Capas simples e cumpridoras

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Por: André Muniz

Como minha prima disse-me uma vez numa livraria, “Tem capas tão feias que me desestimulam sequer a ler a sinopse”. É quase que impossível não julgar pela capa logo de cara e, mesmo eu, que já aprendi diversas vezes que capa boa não é sinônimo de história boa, vez por outra julgo uma história desse modo. É até engraçado, porque a capa é o que menos diz sobre a habilidade do autor ou sobre a história e, nos livros, quase nunca é o autor que faz a capa, e sim alguma gráfica contratada pela editora (se liguem no “quase sempre”, a capa de Coração de Tinta foi criada pura e unicamente pela autora do livro, Cornelia Funke). Porém, é claro que ninguém vai criar uma capa de livro, enorme e bem trabalhada para uma fanfic. Para esta, basta uma capa simples e cumpridora. Sem mais delongas, espero ensinar aqui como escolher uma boa imagem e o básico dos básicos da edição destas.
Escolhendo uma imagem
Escolha uma imagem simples, porém cumpridora. Uma das minhas capas favoritas é a capa de A Menina que Roubava Livros, de Markus Zusak. Tudo que ela mostra é uma figura de preto, na neve, segurando um guarda chuva. A imagem é simples, mas cumpre o seu papel: instigar a imaginação do leitor. Quando eu vi a capa fiquei pensando em quem seria aquela figura. Seria ela a ladra de livros? Seriam os livros nas mãos dela aqueles que foram roubados? Afinal, porque ela estaria sozinha na neve? E o que isso tem a ver com a história de uma menina que roubava livros e vivia na Alemanha nazista? Repare como uma simples imagem pode trazer à tona toneladas de questionamentos.
Outra coisa interessante é prestar atenção aos detalhes. Toda história tem os seus detalhes, e é isso o que a torna memorável. Por exemplo: basta ouvir um “o.k.” e imediatamente eu penso em A Culpa É das Estrelas. Toda vez que eu vejo um guarda-roupa de madeira eu me imagino indo para Nárnia. É só ver uma rosa e todos se lembram de A Bela e a Fera. Mesmo que me esqueça do enredo central de qualquer um desses exemplos, eu ainda vou lembrar-me desses detalhes. E uma ideia boa é colocar isso na capa. Uma vez eu li um livro em que a capa continha uma rosa branca. Não entendi a capa até o final do livro, quando a personagem principal ganha uma rosa branca de seu par romântico. Imagine a minha reação quando eu finalmente entendi aquela rosa na capa! Colocar um detalhe na capa é melhor do que, por exemplo, um ator famoso que pareça com a descrição do seu personagem. Pra ser sincero, me desestimula totalmente o uso de atores na capa – já percebeu que na maior parte das vezes que aparece um personagem na capa (original) de um livro, raramente ele está de frente, geralmente está de costas ou com o cabelo no rosto? Então, isso tem um motivo. O leitor tem que ter a liberdade de imaginar os personagens, e, mesmo que o ator seja muito parecido com seu personagem, isso tira do leitor esse direito. É claro, isso vale muito mais pra histórias originais. Em fanfics propriamente ditas, é claro que o leitor vai imaginar o personagem do livro, então colocar um personagem na capa pode até funcionar (ou não).
Exemplo prático: Uma linda história sobre um garoto que ficou sem shampoo no vestiário e, mesmo tímido, foi pedir o shampoo do garoto ao lado emprestado (horrível, mas é só pra exemplificar mesmo). A capa poderia ser, por exemplo, uma embalagem de shampoo. O que faria muito mais sentido do que um monte de fotos de Andrew Garfield, Angelina Jolie, Leandro Hassum, Elba Ramalho...
Aliás, evite colocar coisas demais na capa. Fica visualmente muito mais bonito só o vidro de shampoo do que shampoo, condicionador, creme de barbear, loção pós-barba, desodorante, toalhas, cuecas...


Bem, está aí. Esse foi o primeiro artigo que eu escrevi para o blog, espero que tenham gostado. Quero agradecer às pessoas que me incentivaram e inspiraram. E lembrem-se de que tudo é relativo. Se a fanfic se passa na Itália, seria divertido um título em italiano. E nem sempre é ruim usar a imagem de um artista famoso, pode acabar funcionando. Enfim, na próxima vez que eu abrir o Nyah!, espero ver ótimas capas me convidando a ótimas histórias.


Editando a imagem
Eu gosto particularmente de dois programas de edição de imagens. O meu favorito é o photoshop; ele dá uma gama imensa de possibilidades e tem milhões de ferramentas e opções diferentes. O problema é que o photoshop é muito profissional e leva tempo para aprender a usar – principalmente se ele estiver em inglês. Para iniciantes, eu recomendo o paint.net, pois é um programa simples que trabalha com camadas (ainda melhor que o gimp, na minha opinião). Fica a dica: separe trinta minutos do seu dia, procure uma imagem qualquer no google ou no seu computador e fique brincando com ela no paint.net ou no photoshop (repetindo: o paint.net é muito mais simples). Clique em todas as ferramentas e abra cada mísera aba sem medo porque nada de ruim pode acontecer, e você vai acabar se acostumando com o programa. Aprendi a usar o photoshop assim, mexendo em cada ferramenta (é claro que isso levou um bom tempo). Não está encontrando o que procura? Vá para o google. Existem milhares de tutoriais na internet ensinando passo a passo como fazer praticamente tudo em diversos programas.
Mas, tio, como eu faço pra colocar o título da fic na minha capa?” Pra começar, eu nem acho muito legal isso de colocar título em capas. No nyah! o título fica tão perto da capa, que é impossível ver um e não ver o outro. Mesmo assim pode ser legal, dependendo da situação, mas evite títulos em outros idiomas, a não ser que tenha alguma coisa a ver com a história. Se a história inteira está em português, qual o propósito de um título em inglês? Eu não entendo inglês, por isso fico boiando em alguns títulos. Mas isso é outro assunto, vamos às capas. Tanto no paint.net como no photoshop a ferramenta de texto fica bem à mostra, no canto esquerdo da tela. Uma dica legal é que você pode baixar outras fontes na internet. Basta pesquisar um site de fontes no google (eu costumava usar o NetFontes, que é bem completo e fácil de usar), baixar a fonte desejada e, depois, procurar a pasta de fontes do seu computador (geralmente é só procurar no menu iniciar ou no painel de controle do computador) e passar a fonte baixada para lá. Tente baixar uma fonte legível, evite colocar cores muito fortes e que desviem a atenção da imagem. Não obstante, também não coloque uma cor muito opaca ou muito parecida com a imagem, o que acabaria impedindo o texto de ser lido. E, pra concluir, lembre-se de que muitas fontes baixadas pela internet não possuem acento gráfico, por isso, tome cuidado com o seu título.
Fontes bibliográficas:
Acesso em: 16/06/2014
Acesso em: 16/06/2014
Acesso em: 16/06/2014
2


As imagens que servem de ilustração para o posts do blog foram encontradas mediante pesquisa no google.com e não visamos nenhum fim comercial com suas respectivas veiculações. Ainda assim, se estamos usando indevidamente uma imagem sua, envie-nos um e-mail que a retiraremos no mesmo instante. Feito com ♥ Lariz Santana