Olá novamente,
caros leitores deste blog que vos fala! Como prometido, aqui temos a segunda
parte do retorno triunfal de “A tradução nossa de cada dia”. Para quem dormiu
2020 inteiro e, como eu, queria muito que o ano fosse cancelado de vez, temos
aqui a primeira parte
e, de um passado distante, o outro post sobre tradução que também teve um episódio especial no nosso Betacast.
Já sabem, né?
Biscoitos liberados!
Agora retornemos
ao amado Xeroque Romes xD
Das letras para as telonas
O título já é quase autoexplicativo, hoje trago aqui para vocês algumas considerações sobre as adaptações que o detetive peculiar sobre o qual estamos falando teve para o cinema ou para a TV. De curiosidade, a ideia para este post veio do meu contato com uma área maravilinda chamada Tradução e Adaptação, especificamente a tradução intersemiótica/intermidiática (de uma midialidade para outra) e sim, vai muito além do simples “vamos transpor isso aqui para o cinema”. Para não ficar discorrendo horas sobre a área, que vem ganhando notoriedade nos ambientes acadêmicos, deixo aqui duas referências para quem tiver interesse em conhecer um pouquinho mais!
Referência 1 - artigo de
Álvaro Hattnher: Literatura, cinema e outras arquiteturas textuais: algumas
observações sobre teorias da adaptação.
Revista Itinerários, de Araraquara, n. 36, 2013, p. 35-44.
Referência 2 – livro de Thaís
Flores Diniz: Literatura e cinema: tradução, hipertextualidade e reciclagem.
Editora da Faculdade de Letras da UFMG, 2005, 99 p.
Quem já leu os livros de Conan Doyle deve ter percebido que a frase “Elementar, meu caro Watson” realmente nunca apareceu nas obras escritas. Esse bordão surgiu em algum momento no meio das várias adaptações cinematográficas e se tornou O BORDÃO de Holmes, que usa muito a palavra “elementar” em suas explicações. Esse fato só comprova uma das teses mais famosas da área de tradução entre mídias: não vamos encarar como “perda” ou “ganho”, mas sim como uma expansão, uma transformação daquele material de partida que estava nos livros e se tornou imagético e sonoro em filmes e séries.
Com personagens mundialmente conhecidos, é difícil de se fazer um inventário completo das adaptações que Sherlock Holmes ganhou para o cinema e TV desde a primeira aparição, ainda sem som, em 1900, com o título Sherlock Holmes Baffled. Assim, apresentarei dois clássicos e outras mais recentes e que conheço melhor, cada uma com suas características únicas!
Obs.: se quiser conferir uma lista gigante de adaptações desde 1908, só visitar este site: www.arthurconandoyle.com/film-sherlockholmes
● The Hound of the Baskervilles (1939) – dirigido por Sidney Lanfield, traz Basil
Rathbone como Sherlock e Nigel Bruce como Watson, e trata da propriedade da
família Baskerville assombrada por um cão. Foi o 1º dos 14 filmes de SH que
Rathbone e Bruce protagonizaram.
● The House of Fear (1945) – também com a dupla Rathbone-Bruce, sendo este o seu 10º
filme, é baseado no conto As Cinco
Sementes de Laranja e dirigido por Roy William Neill.
● Sherlock Holmes (2009) – uma reinvenção do detetive é feita pelo diretor Guy
Ritchie nesse filme que foi o 1º de SH a ser lançado depois de 1988 nos EUA.
Robert Downey Jr. e Jude Law são os protagonistas Holmes e Watson
respectivamente, e o caso será o último da dupla – ou não – devido ao casamento
do doutor. Também há o retorno de Irene Adler, interpretada por Rachel McAdams.
Sim, Xeroque Romes é o Homem de Ferro xD
● Sherlock Holmes: O jogo das Sombras (2011) – sequência do filme de 2009, neste
temos o mesmo elenco e um enredo semelhante a O problema final, contando também com várias referências a outros
casos dos livros. Ambos os filmes de Ritchie são dotados de um pouco de humor e
estratégias que caem muito bem nas histórias, como a Holmes Vision, que
mostra como Sherlock planeja suas investigações pouco antes de elas
acontecerem, como se o espectador estivesse dentro da mente do detetive.
● Sherlock (2010) – esta série da BBC trouxe Holmes e Watson, interpretados por Benedict
Cumberbatch e Martin Freeman maravilhosos, para o século XXI e todo um jeito de
se aproveitar as tecnologias foi usado nas histórias, com títulos modificados a
partir dos títulos das obras escritas. É uma série maravilhosa, criada por
Steven Moffat e Mark Gatiss (que interpreta Mycroft na série), com 3 temporadas
e que segue o mesmo estilo dos livros de Conan Doyle: você não precisa conhecer
a fundo Sherlock para curtir a história.
Obs.:
ora ora, parece que temos dois Xeroque Romes aqui? Sim, amigos, tivemos a fusão
de mundos de dois Sherlocks no universo cinematográfico da Marvel, quando
Cumberbatch foi anunciado como Doutor Estranho e já tínhamos Downey Jr. como
Homem de Ferro. Nem é preciso dizer que os fãs sofreram um mindblowing.
●Elementary (2012) – série da CBS que também traz os personagens para o mundo contemporâneo,
e é estrada por Jonny Lee Miller como Holmes e Lucy Liu como Watson, versão
feminina. Olha esse ícone de atualização de Watson com a Lucy Liu, gente!
● Mr. Holmes (2015) – traz um já aposentado Holmes de 93 anos, interpretado por Ian McKellen,
ainda focado em um mistério que nunca conseguiu resolver. Dirigido por Bill
Condon e não deve o reconhecimento que merece na bilheteria ~crying
·
● Enola Holmes (2020) – ah, o sonho de todos os fãs do nosso mais novo Superman se realizando com Henry Calvin performando Sherlock Holmes! O filme, original Netflix, traz muitas “mudanças”, desde personagens até foco narrativo, direcionando os holofotes à irmã (nunca confirmada nos livros, com algumas aparições na série da BBC) de Sherlock, Enola, interpretada por Millie Bobby Brown.
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