O retorno! A tradução nossa de cada dia - parte 2

domingo, 13 de dezembro de 2020

 

Por: Rebel Princess

Olá novamente, caros leitores deste blog que vos fala! Como prometido, aqui temos a segunda parte do retorno triunfal de “A tradução nossa de cada dia”. Para quem dormiu 2020 inteiro e, como eu, queria muito que o ano fosse cancelado de vez, temos aqui a primeira parte e, de um passado distante, o outro post sobre tradução que também teve um episódio especial no nosso Betacast.

Já sabem, né? Biscoitos liberados!

Agora retornemos ao amado Xeroque Romes xD

 

Das letras para as telonas

O título já é quase autoexplicativo, hoje trago aqui para vocês algumas considerações sobre as adaptações que o detetive peculiar sobre o qual estamos falando teve para o cinema ou para a TV. De curiosidade, a ideia para este post veio do meu contato com uma área maravilinda chamada Tradução e Adaptação, especificamente a tradução intersemiótica/intermidiática (de uma midialidade para outra) e sim, vai muito além do simples “vamos transpor isso aqui para o cinema”. Para não ficar discorrendo horas sobre a área, que vem ganhando notoriedade nos ambientes acadêmicos, deixo aqui duas referências para quem tiver interesse em conhecer um pouquinho mais!

Referência 1 - artigo de Álvaro Hattnher: Literatura, cinema e outras arquiteturas textuais: algumas observações sobre teorias da adaptação.

Revista Itinerários, de Araraquara, n. 36, 2013, p. 35-44.

Referência 2 – livro de Thaís Flores Diniz: Literatura e cinema: tradução, hipertextualidade e reciclagem.

Editora da Faculdade de Letras da UFMG, 2005, 99 p.


Quem já leu os livros de Conan Doyle deve ter percebido que a frase “Elementar, meu caro Watson” realmente nunca apareceu nas obras escritas. Esse bordão surgiu em algum momento no meio das várias adaptações cinematográficas e se tornou O BORDÃO de Holmes, que usa muito a palavra “elementar” em suas explicações. Esse fato só comprova uma das teses mais famosas da área de tradução entre mídias: não vamos encarar como “perda” ou “ganho”, mas sim como uma expansão, uma transformação daquele material de partida que estava nos livros e se tornou imagético e sonoro em filmes e séries.

Com personagens mundialmente conhecidos, é difícil de se fazer um inventário completo das adaptações que Sherlock Holmes ganhou para o cinema e TV desde a primeira aparição, ainda sem som, em 1900, com o título Sherlock Holmes Baffled. Assim, apresentarei dois clássicos e outras mais recentes e que conheço melhor, cada uma com suas características únicas!


Obs.: se quiser conferir uma lista gigante de adaptações desde 1908, só visitar este site: www.arthurconandoyle.com/film-sherlockholmes


      The Hound of the Baskervilles (1939) – dirigido por Sidney Lanfield, traz Basil Rathbone como Sherlock e Nigel Bruce como Watson, e trata da propriedade da família Baskerville assombrada por um cão. Foi o 1º dos 14 filmes de SH que Rathbone e Bruce protagonizaram.



      The House of Fear (1945) – também com a dupla Rathbone-Bruce, sendo este o seu 10º filme, é baseado no conto As Cinco Sementes de Laranja e dirigido por Roy William Neill.



   Sherlock Holmes (2009) – uma reinvenção do detetive é feita pelo diretor Guy Ritchie nesse filme que foi o 1º de SH a ser lançado depois de 1988 nos EUA. Robert Downey Jr. e Jude Law são os protagonistas Holmes e Watson respectivamente, e o caso será o último da dupla – ou não – devido ao casamento do doutor. Também há o retorno de Irene Adler, interpretada por Rachel McAdams. Sim, Xeroque Romes é o Homem de Ferro xD




   Sherlock Holmes: O jogo das Sombras (2011) – sequência do filme de 2009, neste temos o mesmo elenco e um enredo semelhante a O problema final, contando também com várias referências a outros casos dos livros. Ambos os filmes de Ritchie são dotados de um pouco de humor e estratégias que caem muito bem nas histórias, como a Holmes Vision, que mostra como Sherlock planeja suas investigações pouco antes de elas acontecerem, como se o espectador estivesse dentro da mente do detetive.



  Sherlock (2010) – esta série da BBC trouxe Holmes e Watson, interpretados por Benedict Cumberbatch e Martin Freeman maravilhosos, para o século XXI e todo um jeito de se aproveitar as tecnologias foi usado nas histórias, com títulos modificados a partir dos títulos das obras escritas. É uma série maravilhosa, criada por Steven Moffat e Mark Gatiss (que interpreta Mycroft na série), com 3 temporadas e que segue o mesmo estilo dos livros de Conan Doyle: você não precisa conhecer a fundo Sherlock para curtir a história.




Obs.: ora ora, parece que temos dois Xeroque Romes aqui? Sim, amigos, tivemos a fusão de mundos de dois Sherlocks no universo cinematográfico da Marvel, quando Cumberbatch foi anunciado como Doutor Estranho e já tínhamos Downey Jr. como Homem de Ferro. Nem é preciso dizer que os fãs sofreram um mindblowing.


Elementary (2012) – série da CBS que também traz os personagens para o mundo contemporâneo, e é estrada por Jonny Lee Miller como Holmes e Lucy Liu como Watson, versão feminina. Olha esse ícone de atualização de Watson com a Lucy Liu, gente!



     Mr. Holmes (2015) – traz um já aposentado Holmes de 93 anos, interpretado por Ian McKellen, ainda focado em um mistério que nunca conseguiu resolver. Dirigido por Bill Condon e não deve o reconhecimento que merece na bilheteria ~crying


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    Enola Holmes (2020) – ah, o sonho de todos os fãs do nosso mais novo Superman se realizando com Henry Calvin performando Sherlock Holmes! O filme, original Netflix, traz muitas “mudanças”, desde personagens até foco narrativo, direcionando os holofotes à irmã (nunca confirmada nos livros, com algumas aparições na série da BBC) de Sherlock, Enola, interpretada por Millie Bobby Brown.


Ufa, vários Xeroques! Seja pelas semelhanças de aparência dos personagens (chapéu do Sherlock e sua pose de pensador estressado ou o bigode do Watson, por exemplo) ou pelas diferenças de narrativa e ambientação das histórias, podemos concordar que cada adaptação é única e contribuiu, positiva ou negativamente, para a expansão do universo de Holmes ao longo dos anos.


Então era isso que eu queria deixar aqui com vocês, um pouquinho do mundo detetive no qual, assim que o descobri, me afundei nas suas páginas e me diverti muito. Além disso, as histórias de Sherlock e Watson ajudam muito a gente a descobrir muitos detalhes de Londres, da Scotland Yard, do público que procurava detetives e tantas outras coisas.


E se sentiu aquela pontinha de curiosidade sobre as histórias, lhe digo que é “Elementar, meu caro”, o que fazer em seguida: separe um Sherlock Holmes para ver/ler/comentar no fim de semana! Muita coisa achamos online ou nos serviços de streaming (Netflix, Amazon Prime e Globoplay) ♥


Obs.: todas as imagens foram retiradas do Google e não detemos direito autoral sobre nenhuma delas ;)






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