Resenha: Mulan (2020)

domingo, 11 de outubro de 2020

 


Por: Rebel Princess

Ficha técnica

Título: Mulan

Direção: Niki Caro

Baseado em: Mulan de Hua Mulan

Elenco: Liu Yifei (Mulan), Donnie Yen (Comandante Tung), Gong Li (feiticeira Xianniang), Jet Li (O Imperador), Jason Scott Lee (Bori Khan), Yoson An (Chen Honghui – baseado no personagem Li Shang do desenho animado).

Distribuição: Walt Disney Studios; Disney+

Lançamento: 4 de setembro de 2020

 

Eu digo “soldados!”, vocês respondem “Sim, my lady!”

            Olá, amados, tia Rebel está de volta com uma resenha para causar aquela discussão pacífica (se quiserem guerra, batam boca, mas se lembrem de não partir para a violência física, obrigada) entre os amantes do cinema/animações/remakes/filmes nostálgicos, enfim, acho que vocês entenderam.

            Venho até vossas pessoas falar sobre essa produção que deu pano pra manga, pois dividiu dois exércitos de fãs: os que amaram o resgate da história e os que odiaram e soltaram aquele “por favor, outro remake não!!!”.

            Pois bem, vamos nos deitar no divã e observar uns pontos importantes. Muita gente já conhece a história do desenho animado, e poucas coisas de enredo mudam para essa adaptação live-action, entãooooo gostaria de levar até vocês outros fuxicos além da sinopse para pensar.

A decisão de qual exército será seu aliado, soldado, é totalmente sua, mas sempre digo: veja o filme para falar bem ou mal com propriedade!

 

Fale bem ou fale mal do filme, mas exalte Fa Mulan

            Isso é fato em muitos sentidos: a história de Mulan foi precursora nos desenhos para muito do que conhecemos de emancipação feminina. Considerando a cultura chinesa na qual Mulan e sua família está inserida, sua atitude em assumir o lugar do pai na guerra contrariou não só a casamenteira, mas também todos os estereótipos de que “lugar de mulher” era o de esposa educada e limitada às atividades domésticas.

            Tem algo de errado nisso? De jeito nenhum, de nenhum dos dois lados! A beleza do que fica para nós do filme e de muita coisa que ele nos faz pensar é essa: o poder da escolha. Assim como Mulan decide se empenhar em treinamentos de suas habilidades físicas desde criança, sua irmã sempre sonha em se casar com um bom rapaz que a ame, não totalmente ilesas da cultura em que viviam, mas conseguindo decidir aquilo que querem para suas vidas.

            Tudo isso justifica todas as ações de Mulan? Talvez não, afinal, a lealdade ao imperador e ao país eram características essenciais a qualquer cidadão da época, e em nenhum momento a protagonista renuncia a isso, pelo contrário, por manter-se leal ao imperador enquanto cumpria o dever do pai, Mulan respondia ao soberano e ao seu coração, que lhe dizia que era certo proteger a família da desonra.

 

Desonra?

            ~Voz do Mushu~ pra toda sua família! Desonra pra tu, pra tua vaca!

            Pois é, sou do time que chorou amargamente pela falta do dragãozinho conselheiro da Mulan, o Mushu. Nesse live-action, ele foi substituído pela figura da fênix, símbolo da família Fa e que atua como o protetor espiritual de Mulan.

            Mesmo machucando o sentimento de nostalgia para aqueles que prezavam uma “fidelidade” do live-action para com o desenho, a substituição não atrapalha o fluir do filme, uma vez que se justifica e mesmo se atribui funções importantes à fênix, de forma que ela se torna mais que um termo acessório para a narrativa.

 

Das releituras de 1998 para 2020

            Entre críticas aqui e ali, bem como entre as avaliações, profissionais ou não, que li pela web afora, uma das que mais me chamou a atenção foi a do site Omelete, que não considerava o live-action um remake, mas sim uma releitura da cultura chinesa. Sem precisarmos ir a fundo em teorias da comunicação, dessa opinião se entende que, se encararmos o filme de 2020 como uma leitura diferente daquela que o desenho de 1998 fez da história de Mulan, ele serviu muito bem ao propósito, adequando-se aos critérios de uma produção cinematográfica de fantasia e aventura.

            Também é legal pontuar que podemos apreciar ou avaliar certo filme/série para muito além da simples comparação entre uma adaptação precedente, pois toda a galera espectadora, bem como os indivíduos envolvidos e os esquemas mercadológicos do cinema (para nossa alegria/tristeza) afetam como o negócio vai sair no final, certo?

No meio dos prós e contras, o live-action de Mulan não deixa de ser aquele filme coringa, que serve para assistir com a família no fim de semana e, ao mesmo tempo, pode nos ajudar a pensar muito da representação feminina e as diferenças entre culturas de tempos e lugares diferentes.

 

E aí, de qual exército você é, soldado? Conte pra gente suas impressões do filme e, se não assistiu, dá aquela chance, viu?

Beijos da tia Rebel.


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