Escrevendo Histórias Sobre Esportes - Parte 3/11: Voleibol

terça-feira, 12 de março de 2019


Por: Hel

No artigo de hoje teremos:

·         Voleibol de quadra.

Oi, pessoal! Retorno hoje para continuar a série sobre esportes, e falaremos sobre o voleibol, esporte que é amplamente praticado no país nos dias de hoje, por mais que sua popularidade não possa ser comparada com a do futebol. Seguirei a estrutura de explicações usada no último artigo, mas lembrem-se que aqui o intuito é fazer um apanhado geral sobre as características do jogo para que você tenha um “pontapé inicial” para planejar a sua história sobre esporte. Contudo, não esqueçam que, para detalhes, é necessário bastante pesquisa, e os materiais de referência estarão disponíveis ao final do texto para aqueles que precisarem de maior aprofundamento do tema.


Parte I — Funcionamento do jogo

Objetivo: Fazer com que a bola, passando por cima da rede, toque a quadra adversária. Cada equipe tem direito a três toques na bola, antes de enviá-la para a quadra adversária e o jogo termina quando uma das equipes consegue vencer 3 sets de 25 pontos cada. Caso haja empate, de dois sets a dois, o jogo será decidido num 5º set de apenas 15 pontos.


Fundamentos técnicos do voleibol:

Saque: Primeira ação realizada no início/reinício do jogo (rally) e seu sucesso ou fracasso depende apenas do executor. Antigamente, o saque era pensado apenas para enviar a bola ao campo adversário, contudo nos dias de hoje, é pensado também para dificultar ao máximo a recepção dos jogadores adversários, e assim, aumentar as chances de marcação de ponto. Os tipos mais usados de saque são:

Ø  Saque por cima: executado com o braço estendido por cima da cabeça, é usado largamente no nível profissional, principalmente entre as mulheres;
Ø  Saque por baixo: muito usado por crianças no início da aprendizagem, por ser de mais fácil execução;
Ø  Saque flutuante: é uma espécie de evolução do saque por cima. Contudo, o toque da palma da mão na bola é projetado para não gerar giros na bola, fazendo com que a sua trajetória seja irregular e assim, dificulte a projeção de recepção a ela pelo time adversário;
Ø  Saque “viagem ao fundo do mar” (mais conhecido apenas como saque “viagem”: muito usado nos dias de hoje no nível profissional, é o saque mais agressivo que existe. Deve-se saltar e aplicar o máximo possível de força e velocidade a ele, como se fosse uma “cortada”.

Recepção: como o próprio nome já diz, é o fundamento utilizado para receber o saque vindo do adversário. O jogador deve estar com pernas e troncos flexionados, o que chamamos de “estado de prontidão”. Uma boa recepção garante também uma boa finalização de ataque/contra-ataque, porém, caso a recepção seja ruim, é provável que o ataque sairá deficiente.

Toque: também utilizado para a recepção e continuação da jogada, pode ser feito por cima da cabeça ou por manchete, toque este que é feito com as mãos unidas e braços estendidos para tocar em bolas baixas. É importante ressaltar que o toque por cima também é utilizado para fazer o levantamento de bola para que o ataque à quadra adversária aconteça.

Defesa/Bloqueio: fundamento de extrema importância para tentar fazer com que o ataque adversário não tenha sucesso e não ultrapasse a rede. Vale ressaltar que o bloqueio da bola não conta como “toque”, podendo a equipe proceder normalmente com os três toques os quais têm direito.

Ataque: golpe na bola aplicado na quadra adversária, geralmente com a maior quantidade de potência possível para que não haja chance de defesa pela outra equipe, conseguindo assim, o ponto.


Posições genéricas dos jogadores:

·         Posição 1: traseira-direita;
·         Posição 2: frente-direita;
·         Posição 3: frente-central;
·         Posição 4: frente-esquerda;
·         Posição 5: traseira-esquerda;
·         Posição 6: traseira-central.

As posições são ordenadas dessa forma pelo fato de existir o rodízio de posições que é obrigatório durante o jogo. Quando a equipe ganha o direito de sacar, a equipe toda faz o rodízio, avançando uma posição no sentido dos ponteiros do relógio. O jogador que estiver na posição 1 sempre será o jogador que deverá sacar. Algo importante de se notar é que, caso, quando o juiz apitar o início/reinício da jogada, algum jogador estiver fora da sua posição, isso é considerado uma falta de posicionamento, e a equipe adversário ganhará um ponto, mais o direito de saque. Independentemente disso, tenha em mente que os jogadores possuem funções específicas, e portanto, após o reinício do jogo, poderão exercer suas funções normalmente, desde que obedeçam às regras pré-estabelecidas do jogo, como por exemplo: jogadores que estão no fundo da quadra não podem atacar estando à frente da linha que separa o ataque da defesa.

Obs.: Existe um jogador que sempre deverá atuar apenas na defesa, exercendo, assim, o papel de “líbero”. O líbero deve vestir uma camiseta de cor diferente dos demais da equipe, e nunca poderá estar na área de ataque da quadra — sua função é estritamente de defesa.


Características e regras básicas do jogo:

·         Oficiais de arbitragem: 1º árbitro, 2º árbitro e mais 2 ou 4 juízes de linha;
·         Quantidade máxima de jogadores titulares em uma equipe: 6;
·         Quantidade de substituições por equipe: um jogador de formação inicial pode deixar o jogo e retornar, mas somente uma vez por set, bem como o jogador reserva. Ambos devem fazer trocas fixas, ou seja, apenas entre eles dois e não com quaisquer outros jogadores durante todo o jogo.

Ø  Nenhum jogador deverá encostar parte do seu corpo na rede, senão será considerado falta;
Ø  Nenhum jogador deverá invadir a quadra adversária, senão também será considerado como falta;
Ø  Apenas o capitão da equipe deverá falar com o árbitro;
Ø  Cada equipe tem direito a pedir dois tempos de descanso por set, e em competições mundiais também existem os tempos técnicos fixos, realizados sempre quando uma das equipes for a primeira a atingir o oitavo e décimo sexto ponto;
Ø  Cada equipe poderá fazer, no máximo, seis substituições por set;
Ø  As trocas com o líbero não são contabilizadas.



Parte II — Fatores externos e como estes afetam o jogo e a narrativa

Rotina de treino: Assim como no caso do futebol (para mais detalhes, dê uma olhada no artigo anterior), uma equipe de vôlei terá uma rotina de treinamento que envolve um programa extensivo que segue: preparação cardiorrespiratória, muscular e etc., tudo focado para desenvolver a agilidade, a potência e o tempo de reação. Lembre-se que, diferentemente do jogo de futebol, um jogador de vôlei precisa ter muito mais potência muscular com a finalidade de conseguir realizar saltos e ataques. Além disso, jogos de vôlei costumam ter espaços de dias mais curtos entre uma e outra partida, fator muito bom para se ressaltar o cansaço, estresse e riscos de lesões dentro de uma narrativa esportiva.

Local de jogo: Realizado em quadra coberta, o jogo de vôlei possui espaço bem reduzido de torcida, se comparado a um estádio, por exemplo. Contudo, o barulho realizado dentro de uma quadra coberta pode ser até mesmo ensurdecedor, fazendo com que a pressão psicológica se torne talvez até maior que a de um jogador de futebol. Atente-se ao fato também que em circuitos mundiais, por exemplo, num dia o time está jogando no próprio país de origem, e no outro já tem que voar para outro país e realizar outra partida, tudo em espaços de tempo mais reduzidos que num campeonato de futebol. Leve isso em conta também na hora de apontar o cansaço do personagem.



Parte III — Fatores emocionais/psicológicos e suas manifestações

Além de tudo o que já foi apontado no artigo anterior e que pode ser facilmente adaptado para o mundo do voleibol, algumas características que não podem ser esquecidas são estas:

Ø  O jogo de vôlei é composto de 25 pontos em cada set, pontos esses disputados ferrenhamente. Ninguém dá ponto de graça para o adversário. Todo rally é disputado ao máximo, fazendo com que um pequeno erro custe todo um set. Muitas vezes, uma equipe pode estar com 7, 8 pontos à frente e com isto se sentir autoconfiante o suficiente para cometer erros bobos, tendo como resultado a virada da equipe adversária e a perda do set. Essa incerteza que o vôlei causa gera uma tensão psicológica muito grande, sendo que nada está completamente definido nem quando uma das equipes está próxima de fechar o set, com 24 pontos. Isto sempre gerar muito material para causar emoção e tensão na história, seja para o bem, seja para o mal. Explore a narração do rally dentro da história (aquele sequência de vários ataques e defesas que as equipes mantém até que alguma, finalmente, consiga marcar o ponto), mas não se atenha ao lado mecânico da coisa, foque também na percepção da situação pelo seu protagonista e demais coadjuvantes.

A beleza de se narrar um jogo de voleibol está, como dito acima, na incerteza de cada set, na incerteza de cada ponto. Por mais que você não saiba todas as regras do jogo afundo, atendo-se ao básico e trabalhando justamente todos os pontos que podem causar comoção/expectativa no leitor, tenho certeza que sua história terá grandes chances de sucesso.

E assim, chegamos ao final de mais um post da nossa série esportiva. Em breve eu volto com mais um esporte, ok, pessoal? Beijos e até a próxima!



Referências

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