Por: Hel
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No
artigo de hoje teremos:
·
Voleibol de quadra.
Oi, pessoal! Retorno
hoje para continuar a série sobre esportes, e falaremos sobre o voleibol,
esporte que é amplamente praticado no país nos dias de hoje, por mais que sua
popularidade não possa ser comparada com a do futebol. Seguirei a estrutura de
explicações usada no último artigo, mas lembrem-se que aqui o intuito é fazer
um apanhado geral sobre as características do jogo para que você tenha um
“pontapé inicial” para planejar a sua história sobre esporte. Contudo, não
esqueçam que, para detalhes, é necessário bastante pesquisa, e os materiais de
referência estarão disponíveis ao final do texto para aqueles que precisarem de
maior aprofundamento do tema.
Parte I — Funcionamento do jogo
Objetivo: Fazer
com que a bola, passando por cima da rede, toque a quadra adversária. Cada
equipe tem direito a três toques na bola, antes de enviá-la para a quadra
adversária e o jogo termina quando uma das equipes consegue vencer 3 sets de 25
pontos cada. Caso haja empate, de dois sets a dois, o jogo será decidido num 5º
set de apenas 15 pontos.
Fundamentos técnicos do voleibol:
Saque: Primeira
ação realizada no início/reinício do jogo (rally) e seu sucesso ou fracasso
depende apenas do executor. Antigamente, o saque era pensado apenas para enviar
a bola ao campo adversário, contudo nos dias de hoje, é pensado também para
dificultar ao máximo a recepção dos jogadores adversários, e assim, aumentar as
chances de marcação de ponto. Os tipos mais usados de saque são:
Ø Saque por cima: executado com o braço estendido por
cima da cabeça, é usado largamente no nível profissional, principalmente entre
as mulheres;
Ø Saque por baixo: muito usado por crianças no início da
aprendizagem, por ser de mais fácil execução;
Ø Saque flutuante: é uma espécie de evolução do saque
por cima. Contudo, o toque da palma da mão na bola é projetado para não gerar
giros na bola, fazendo com que a sua trajetória seja irregular e assim,
dificulte a projeção de recepção a ela pelo time adversário;
Ø Saque “viagem ao fundo do mar” (mais conhecido apenas
como saque “viagem”: muito usado nos dias de hoje no nível profissional, é o
saque mais agressivo que existe. Deve-se saltar e aplicar o máximo possível de
força e velocidade a ele, como se fosse uma “cortada”.
Recepção: como o
próprio nome já diz, é o fundamento utilizado para receber o saque vindo do
adversário. O jogador deve estar com pernas e troncos flexionados, o que
chamamos de “estado de prontidão”. Uma boa recepção garante também uma boa
finalização de ataque/contra-ataque, porém, caso a recepção seja ruim, é
provável que o ataque sairá deficiente.
Toque: também
utilizado para a recepção e continuação da jogada, pode ser feito por cima da
cabeça ou por manchete, toque este que é feito com as mãos unidas e braços
estendidos para tocar em bolas baixas. É importante ressaltar que o toque por
cima também é utilizado para fazer o levantamento de bola para que o ataque à
quadra adversária aconteça.
Defesa/Bloqueio: fundamento
de extrema importância para tentar fazer com que o ataque adversário não tenha
sucesso e não ultrapasse a rede. Vale ressaltar que o bloqueio da bola não
conta como “toque”, podendo a equipe proceder normalmente com os três toques os
quais têm direito.
Ataque: golpe
na bola aplicado na quadra adversária, geralmente com a maior quantidade de
potência possível para que não haja chance de defesa pela outra equipe,
conseguindo assim, o ponto.
Posições genéricas dos jogadores:
·
Posição 1: traseira-direita;
·
Posição 2: frente-direita;
·
Posição 3: frente-central;
·
Posição 4: frente-esquerda;
·
Posição 5: traseira-esquerda;
·
Posição 6: traseira-central.
As posições são
ordenadas dessa forma pelo fato de existir o rodízio de posições que é
obrigatório durante o jogo. Quando a equipe ganha o direito de sacar, a equipe
toda faz o rodízio, avançando uma posição no sentido dos ponteiros do relógio.
O jogador que estiver na posição 1 sempre será o jogador que deverá sacar. Algo
importante de se notar é que, caso, quando o juiz apitar o início/reinício da
jogada, algum jogador estiver fora da sua posição, isso é considerado uma falta
de posicionamento, e a equipe adversário ganhará um ponto, mais o direito de
saque. Independentemente disso, tenha em mente que os jogadores possuem funções
específicas, e portanto, após o reinício do jogo, poderão exercer suas funções
normalmente, desde que obedeçam às regras pré-estabelecidas do jogo, como por
exemplo: jogadores que estão no fundo da quadra não podem atacar estando à
frente da linha que separa o ataque da defesa.
Obs.: Existe um jogador
que sempre deverá atuar apenas na defesa, exercendo, assim, o papel de
“líbero”. O líbero deve vestir uma camiseta de cor diferente dos demais da
equipe, e nunca poderá estar na área de ataque da quadra — sua função é
estritamente de defesa.
Características e regras básicas do jogo:
·
Oficiais de arbitragem: 1º árbitro, 2º árbitro e mais 2 ou 4 juízes de linha;
·
Quantidade máxima de jogadores titulares em uma
equipe: 6;
·
Quantidade de substituições por equipe: um jogador de formação inicial pode deixar o jogo e
retornar, mas somente uma vez por set, bem como o jogador reserva. Ambos devem
fazer trocas fixas, ou seja, apenas entre eles dois e não com quaisquer outros
jogadores durante todo o jogo.
Ø Nenhum jogador deverá encostar parte do seu corpo na
rede, senão será considerado falta;
Ø Nenhum jogador deverá invadir a quadra adversária,
senão também será considerado como falta;
Ø Apenas o capitão da equipe deverá falar com o árbitro;
Ø Cada equipe tem direito a pedir dois tempos de
descanso por set, e em competições mundiais também existem os tempos técnicos
fixos, realizados sempre quando uma das equipes for a primeira a atingir o
oitavo e décimo sexto ponto;
Ø Cada equipe poderá fazer, no máximo, seis
substituições por set;
Ø As trocas com o líbero não são contabilizadas.
Parte II — Fatores externos e como estes afetam o jogo
e a narrativa
Rotina de treino: Assim
como no caso do futebol (para mais detalhes, dê uma olhada no artigo anterior),
uma equipe de vôlei terá uma rotina de treinamento que envolve um programa
extensivo que segue: preparação cardiorrespiratória, muscular e etc., tudo
focado para desenvolver a agilidade, a potência e o tempo de reação. Lembre-se
que, diferentemente do jogo de futebol, um jogador de vôlei precisa ter muito
mais potência muscular com a finalidade de conseguir realizar saltos e ataques.
Além disso, jogos de vôlei costumam ter espaços de dias mais curtos entre uma e
outra partida, fator muito bom para se ressaltar o cansaço, estresse e riscos
de lesões dentro de uma narrativa esportiva.
Local de jogo: Realizado
em quadra coberta, o jogo de vôlei possui espaço bem reduzido de torcida, se
comparado a um estádio, por exemplo. Contudo, o barulho realizado dentro de uma
quadra coberta pode ser até mesmo ensurdecedor, fazendo com que a pressão
psicológica se torne talvez até maior que a de um jogador de futebol. Atente-se
ao fato também que em circuitos mundiais, por exemplo, num dia o time está
jogando no próprio país de origem, e no outro já tem que voar para outro país e
realizar outra partida, tudo em espaços de tempo mais reduzidos que num
campeonato de futebol. Leve isso em conta também na hora de apontar o cansaço
do personagem.
Parte III — Fatores emocionais/psicológicos e suas
manifestações
Além de tudo o que já
foi apontado no artigo anterior e que pode ser facilmente adaptado para o mundo
do voleibol, algumas características que não podem ser esquecidas são estas:
Ø O jogo de vôlei é composto de 25 pontos em cada set,
pontos esses disputados ferrenhamente. Ninguém dá ponto de graça para o
adversário. Todo rally é disputado ao máximo, fazendo com que um pequeno erro
custe todo um set. Muitas vezes, uma equipe pode estar com 7, 8 pontos à frente
e com isto se sentir autoconfiante o suficiente para cometer erros bobos, tendo
como resultado a virada da equipe adversária e a perda do set. Essa incerteza
que o vôlei causa gera uma tensão psicológica muito grande, sendo que nada está
completamente definido nem quando uma das equipes está próxima de fechar o set,
com 24 pontos. Isto sempre gerar muito material para causar emoção e tensão na
história, seja para o bem, seja para o mal. Explore a narração do rally dentro
da história (aquele sequência de vários ataques e defesas que as equipes mantém
até que alguma, finalmente, consiga marcar o ponto), mas não se atenha ao lado
mecânico da coisa, foque também na percepção da situação pelo seu protagonista
e demais coadjuvantes.
A beleza de se narrar
um jogo de voleibol está, como dito acima, na incerteza de cada set, na
incerteza de cada ponto. Por mais que você não saiba todas as regras do jogo
afundo, atendo-se ao básico e trabalhando justamente todos os pontos que podem
causar comoção/expectativa no leitor, tenho certeza que sua história terá
grandes chances de sucesso.
E assim, chegamos ao
final de mais um post da nossa série esportiva. Em breve eu volto com mais um
esporte, ok, pessoal? Beijos e até a próxima!
Referências
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