Por: Captain Ricci
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Hey. how you doin’? Esse é meu
primeiro post por aqui, e decidi escrever sobre uma coisa na qual penso já faz
bastante tempo: a relação entre representatividade LGBT em histórias e os
estereótipos.
É cada vez mais comum a presença
desses personagens em fanfics e em originais, e enquanto é ótimo que o assunto
seja tratado com mais naturalidade, quando a base de um personagem é um
estereótipo, ele tende a não ser muito bem construído. Estereótipos são
ferramentas narrativas questionáveis mas, muito além disso, são prejudiciais
para o grupo que representam. Frequentemente levam a clichês e, mais ainda,
quase sempre reproduzem preconceitos.
Se a ideia é trabalhar a sexualidade
do personagem com certo enfoque, eu sugiro que haja bastante pesquisa da parte
do autor para garantir uma boa representação.
Grande parte do que é falado aqui
gira em torno da tal representatividade,
porque não adianta colocar minorias em histórias e pensar que as representa, é
necessário comprometimento com essa escrita.
Sobre os estereótipos nocivos, há
três casos que normalmente andam juntos e prejudicam a história:
·
Heteronormatividade: apesar de possuir uma definição bem
ampla, a maneira como ela aparece nessas histórias é a mesma, ou seja, mesmo
numa relação homossexual existe a ideia do “homem da relação” e “mulher da
relação”.
·
Sexualidade como única
característica: um
equívoco recorrente na construção desses personagens, que é tratá-los como se
sua sexualidade fosse o que define o resto de sua vida como personagem. Tudo
gira em torno da sexualidade, não existem interesses, sonhos ou traços de
personalidade no geral que não se baseiam nisso. O resultado é um personagem
vazio.
·
Personagens secundários e alívios
cômicos: esse
personagem não ocupa nenhuma função na narrativa além da “representatividade”,
não é necessário em nenhuma escala para a história a não ser, talvez, a de
alívio cômico.
O que esses três aspectos têm em
comum? Um mau desenvolvimento de personagens que trabalha com estereótipos,
reforçando-os, além de prejudicar a narrativa. Quando eles são utilizados
juntos é praticamente impossível escrever algo verossímil.
Como, então, pode-se escrever
personagens LGBT? Simples: escrevendo-os como pessoas, não limitando sua vida à
sua sexualidade e principalmente escrevendo personagens que tenham, de fato,
importância para a narrativa. Ao escrever um personagem LGBT sem limitá-lo você
não só desenvolve melhor sua história, mas também para de reproduzir
estereótipos nocivos.
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