Por: Ladybug
SMS, WhatsApp, Twitter e demais
aplicativos da vida moderna (móvel)...
Então
seus personagens já trocaram e-mails e vocês decidiram por um
método X que não complicaria em nada a compreensão do leitor
(lembre-se, não fazemos aos outros o que não queremos a nós
mesmos, ficar tentando entender o que o autor escreveu não é
legal), agora, seus personagens contemporâneos estão com telefone
móvel em punho, seja ele rico ou pobre, tenha ele pago por um
telefone caro ou baratinho, no momento em que repassar o número para
alguém, virá uma mensagem (nem que seja da operadora), acontece que
os personagens cotidianos da vida contemporânea trocam mensagem como
se trocassem de roupa (alguns mais, outros menos), imagine, a partir
daí, que o personagem fica o tempo todo sinalizando que vai trocar
mensagem... Beeeem chaaaaaaato.
“Pego
meu telefone da marca tal e envio um sms: Fulano vc quer se encontrar
cmg? ;)”
Obviamente
que virá a resposta:
“No
segundo em que me viro e taco meu telefone da marca tal sobre a cama,
ouço a chegada da mensagem, é, sem dúvida, o Fulano respondendo.
Pego meu telefone da marca tal e verifico que é realmente o Fulano e
ele diz: =O Finalmente vc aceitou, eu já estava cansado de tentar =)
**palmas** <3”
Não,
amiguinhos, não façam isso. Não haver norma culta (registrada em
cartório) para envio de mensagens eletrônicas, não torna “isso
aqui” terra de Marlboro, de jeito nenhum! Não ter “regras” não
é o mesmo que não ter “bom senso”. Lembrando que é muito
bacana manter um nível de entendimento do seu texto quanto ao que é
falado e o que é escrito. Mesmo sendo uma expressão jovial, sei lá,
entre personagens que ainda vão para a escola, tente respeitar a
limitação de alguns leitores, não é impossível encontrar pessoas
que não falam internetês. Logo, mesmo sendo um texto jovial,
escrito por pessoas muito novinhas e coisa e tal, alguns “adultos”
podem querer ler e aí... Bem, digamos que... Sabe a expansão da
faixa etária da sua história? Pois é, não vai rolar. Brincar de
adivinhar o que o autor está tentando
escrever é terrível!
Creio
que estamos de acordo quanto a manter a norma culta em consonância
ao Acordo Ortográfico atualizado para e-mail e também mensagens
(curtas) de texto. Pressuposto, vamos para a diagramação desses
textos e como tornar essa troca de mensagem atraente e divertida.
Esse
aqui é muito, muito bom! (Eu deveria manter-me à margem de
opiniões, como foi o caso dos livros citados pela diagramação de
e-mails, visto que 50 Tons e A Culpa é das Estrelas encontram
defensores e atacantes viscerais, munidos de pau, pedra, chicotes,
estiletes, alguns até tentam agredir os de opinião contrária com
cilindros de oxigênio), ainda assim, fica difícil não pasmar com
esse livro, a capa já fala por si (eu o li em inglês, estou
aguardando-o em português, não vai chegar a tempo dessa postagem,
então vou mostrar a diagramação em inglês, mesmo que alguns de
vocês não entendam uma palavra, o conceito dos retângulos para a
mensagem de texto via SMS fica “visualizável”):
A
dúvida é: Dá para colocar os benditos retangulozinhos no Nyah!
Fanfiction? (eu parei a matéria aqui neste ponto, abri o site apenas
para me certificar disto. A resposta é não,
tentei copiar e colar normalmente e não vai. Como imagem, tem toda
aquela trabalheira de salvar a imagem em um banco específico e
blá-blá-blá. Muito barulho por tão pouco “e se eu acho que é
muito pouco e você
acha que não é, então eu creio que você
é doido de pedra”).
O
lado bom: você não precisa desses retângulos para se fazer
entender!
Um
outro exemplo de diagramação de texto é o Twitter de Cíntia, a
personagem Cinderela Pop, da Paula Pimenta (como leio bastante
e-book, fica fácil trazer um print):
A
diagramação das mensagens está com a mesma fonte, só que menor, e
há o espaçamento entre a narrativa da personagem e os tweet’s que
ela vai lendo no decorrer do livro.
Creio
que no Nyah! Fanfiction, para mensagens tão curtinhas do Twitter, o
bom e velho itálico dá seu recado direitinho, sem embolar a vista
de ninguém (lembre-se do bom senso, trocar mil mensagens em itálico,
sem intercalar com o texto em formatação normal, poderá ser
tedioso ao extremo, cansativo, e corre-se um risco enorme de que
abandonem sua história).
Observação:
Descrever o sistema operacional do telefone também não é
necessário (cuidado para não cair nesta armadilha, já repararam
que fica ostentoso — de um modo ruim, nada cômico — a todo
momento lermos que o Personagem C estava com seu “Ai”alguma-coisa
para lá e para cá, trocando mensagem com a personagem J que também
usava um “Ai”sei-lá-qual-modelo-mais).
De
volta ao: O que fazer com meu SMS??? Devo colocar data? Hora? Alinhar
à esquerda para um e à direita para o outro? (Dá para fazer isso
no Nyah! Fanfiction?) [essa
é a deixa de interrupção de matéria para verificação da
dúvida]...
Resposta
com um print:
Sim.
Porém, e como estava escrito no texto printado,
qual seria a necessidade de diagramarmos uma história assim? Será
que isso teria mais a ver com o desejo quase que incontrolável do
autor em postar sua história com uma diagramação dessas, ou o
leitor realmente se identificaria com isso? Acharia legal e coisa e
tal? (eu não tenho uma resposta para uma indagação desse porte em
um nível coletivo).
Tricia
Rayburn, no livro A Sereia, retratou a mensagem de texto com uma
simplicidade enorme!
“ (...)
A capa de couro branco, com La vie en rose escrito em letras
pequenas. Tirei o celular do bolso da calça e mudei de direção,
seguindo para a mesa de bebidas. Tentei falar com Simon, depois com
Caleb e com Simon novamente. As ligações caíam na caixa postal,
então mandei uma mensagem de texto para Simon: Z
está aqui. Pegue C. Encontre-me no carro em 2 minutos.
(...)”
A
autora usou (dois pontos) e (itálico). Apenas.
Enquanto
isso, Drica Pinotti, em seu livro A
Pílula do Amor, fez
parágrafo, acionou dois pontos, e ainda, manteve o texto, sem
qualquer formatação. Depois, achou melhor letra maiúscula. E para
completar, itálico após os dois pontos e itálico em um parágrafo.
Cada uma dessas formatações em momentos diferentes do texto (salvo
no capítulo 6). Vejam:
Capítulo
6:
“(...)
Então, não me espantei quando recebi uma mensagem de Peter em meu
Blackberry. Ele trabalha em uma agência de publicidade, talvez
quisesse um conselho sobre alguma questão legal. Eu sei. Pouco
provável, mas mais improvável ainda foi o que aconteceu na
sequência.
Peter
Thompson: Está livre hoje à noite?
Nossa,
ele é mesmo direto. Claro (...)
Eu:
Depende, qual é a proposta?
Peter:
Apenas um jantar, vinho e boa conversa.
Perfeito!
Adorei! Julia fez mesmo o dever de casa. Como havia prometido,
conseguiu um encontro entre mim e Peter. Essa garota é das minhas.
(...)”
“(...).
Desliguei, entrei em casa, tomei um banho e, quando me preparava para
ir para a cama, uma mensagem chegou no meu celular.
Me
diverti muito essa noite. Vamos repetir. Tenha bons sonhos.”
Capítulo
19:
“Já
passava das sete quando meu celular apitou. Eu tinha adormecido na
banheira e nem percebi o tempo passar. Era uma mensagem vinda de um
número não identificado: ÀS 7h45 SIGA AS PEGADAS, ABRA A PORTA E
SINTA-SE EM CASA.
Era
ele. Me mandou a última dica por celular.
Capítulo
20:
“Mas
saí de lá com a receita de um analgésico leve, o pé enfaixado e
uma mensagem de Brian no celular: Seu
cheiro está comigo, te ligo à noite. Tenha um bom dia, pequeno
cacto.”
Com
franqueza, não sei até que ponto a miscelânea de estilos
descritivos pode ser interessante para o leitor, há muitos leitores
que apreciam a uniformidade nos textos. Saber o que vão encontrar
quando o autor narrar que seguirá um trecho em mensagem de texto é
garantir que não haja distração do enredo. O leitor não vai ficar
tentando adivinhar a maneira como o autor vai formatar o texto.
Novamente,
Megan Maxuell, em Peça-me o que quiser, exibe a mensagem de texto do
protagonista e opta por aspas:
“(...)
O celular apita. Recebi uma mensagem. Eric. “8h30 na recepção.”
(...)”
Não
tem como dizer que está complicado de entender.
Portanto,
não se esqueça de que, independentemente da maneira como você vai
inserir a cultura contemporânea das mensagens de texto, não se
descuide da ortografia, da sintaxe, que seja coerente, que seja de
fácil entendimento e que não canse nossas vistas (aqui é um apelo
totalmente pessoal).
Quanto
aos áudios?
Acredite,
não há muita diferença entre áudios e mensagem de texto. Descreva
que seu personagem enviou/recebeu um áudio e a mensagem
entregue/recebida pode seguir a mesma linha em que se baseou para as
mensagens de texto. Não me lembrava de ver uma diagramação para
áudio em um dos livros que li, mas, tornei a procurar em cada um
deles. Enquanto eu procurava nos mais óbvios, os livros chick lit,
lembrei que havia algo em A
Culpa é das Estrelas, abri
o livro e comecei uma busca frenética pelas páginas, e, Ufa!
Encontrei algo similar:
“(...)
Acabei ligando para ele. O telefone tocou cinco vezes e a caixa
postal atendeu. “Esta é a caixa postal do Augustus Waters”, ele
disse, a voz de clarim pela qual eu tinha me apaixonado. “Deixe uma
mensagem.” E o bipe. O silêncio
na linha era muito horripilante. (...)”
A
representação da fala do personagem em uma mensagem de áudio,
mesmo sendo da secretária do celular, já nos dá uma ideia de como
o Sr. Green resolveu a questão. A resposta: Aspas.
Drica
Pinotti, a autora de A
Pilula do Amor, citada ali
em cima, também representou a mensagem de áudio de uma secretária
de celular (em itálico) reparem que os trechos são curtos e
intercalados de narrativa:
Uma
maneira de fazer essas representações bem feitas é optando pelo
clássico de Mies Van der Rohe (arquiteto, que incutiu o conceito de
que “menos é mais”). Letras em um tamanho menor; espaçamento
para diferenciação de conteúdo; iniciais do nome do personagem
antes da mensagem, com data e hora, ou sem data, ou sem a hora, ou
qualquer combinação entre um e outo; a simplicidade destacada no
texto da Lauren Weisberger... Enfim, escolha uma maneira de
transmitir seu enredo evitando se perder em meio a tantas formas de
diagramar mensagens eletrônicas.
Agora, se o seu texto se passa bem
antes da década de 70, ou se os seus personagens estão usando
pombos ou amarrando papelzinho em hastes de flexas, bem... Essa
matéria não atingiu seu propósito.
Espero
ler muitas histórias, assim como a comunidade Nyah!, com diversos
textos contemporâneos bem escritos. Nos lemos no universo Nyah!
**
Todos os exemplos utilizados neste post foram devidamente citados de
acordo com a sua autoria **
vocês são ótimos <3 parabéns!
ResponderExcluirObrigada! <3
ExcluirVocês realmente tiraram as minhas duvidas,muito obrigada,continuem arrasando.
ResponderExcluirMuito obrigada!
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