Por: Felipe Martins
Saudações, leitores do Blog da Liga! Esta é a minha primeira
postagem aqui, mas espero agradar-lhes nesse post falando um pouco
sobre uma figura tão conhecida e, por vezes, maltrabalhada no mundo
das (fan)fics: o antagonista! Para começarmos, vamos saber mais
sobre a palavra em si.
De acordo com o dicionário Houaiss, antagonista vem do grego
antagōnistḗs (ἀνταγωνιστής)
e significa “1. que ou o que age em sentido oposto;
opositor. 2. que ou aquele que é contra alguém ou
contra alguma coisa; adversário”. Perceba que, em ambas as
definições, se fala sobre algo (ou alguém) que age em sentido
contrário, detalhe valioso para se entender o que é o antagonista
na literatura: aquilo (ou aquele) que vai contra os objetivos do
protagonista.
Historicamente, a título de curiosidade, deve-se a criação da
figura antagonista a Ésquilo, um tragediógrafo grego famoso, sendo
que, no início, o termo era empregado apenas para indicar o
adversário principal do protagonista (ou seja, a “segunda”
figura mais importante da trama).
Algumas observações importantes que você precisa ter em mente
antes de inserir a figura antagonista na sua fic:
- Apesar de agir de forma contrária aos objetivos do protagonista, ele não é necessariamente o “vilão” da história; em certos casos, quando o protagonista é um anti-herói, o antagonista pode assumir o papel de “bonzinho” no enredo.
- Ele não precisa ser um personagem; pode ser o próprio local onde se passa o texto (o ambiente sertanejo de Vidas Secas, de Graciliano Ramos), um sentimento que o protagonista tem de enfrentar (o ciúme em Dom Casmurro, de Machado de Assis), um preconceito, desigualdades (Capitães da Areia, de Jorge Amado, trata das desigualdades sociais), entre outros. Existem infinitas possibilidades!
- O antagonista, assim como qualquer outra pessoa ou coisa na história, não precisa ter uma posição fixa durante todo o enredo, já que a intenção de o inserir ali não precisa ser obrigatoriamente maniqueísta (ou seja, que traz uma visão dualista de Bem e Mal).
Exemplo: Vegeta, da saga Dragon Ball, era o antagonista em busca
das Esferas do Dragão para obter a imortalidade e o domínio sobre a
galáxia; com o passar do tempo, vendo que ele e os protagonistas
tinham inimigos em comum, viu-se forçado a criar uma aliança com
eles e a virar um anti-herói vingativo, buscando sempre ser melhor
que Goku.
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Mas, afinal, qual é a utilidade de um antagonista?
O antagonista é uma figura essencial em quase todo tipo de gênero
em que seja possível encaixar personagens. Muitas histórias, na
dinâmica entre os dois personagens, encontram o eixo principal de um
enredo conciso, sólido e complexo, o que exige que eles tenham uma
construção bem planejada. Não é preciso ir longe para descobrir
isso: J.K. Rowling baseou uma saga incrível e famosa em protagonista
(Harry Potter) e antagonista (Lord Voldemort).
É claro, contudo, que um enredo não se constrói apenas com isso.
Mas muitos dos livros que vierem à sua mente nos próximos minutos
terão essa rivalidade como o gênesis de tudo, garanto.
Sendo uma figura tão notável, é importante conhecê-la bem para
criarmos nossas (fan)fics sem problemas, não é mesmo?
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Como eu faço para ter um bom antagonista?
Assim como tudo humano, não existe uma fórmula exata que crie
magicamente um “antagonista perfeito”. Entretanto, é importante
que você procure ter a mesma atenção e foco na hora de criar o seu
protagonista com o antagonista, pois, como já foi dito, ambos são
muito importantes.
Procure fugir do maniqueísmo: originalidade e/ou inovação, assim
como tudo na escrita, são a alma do negócio! E lembre-se: ainda que
pareça difícil, pesquisar é muito importante e útil, afinal, é
conhecendo o velho que se pode imaginar o novo!
Espero que este artigo o tenha ajudado, leitor, a compreender um
pouco mais sobre os antagonistas. ‘Bora escrever antagonistas
complexos e originais, ‘bora? <3
Até a próxima, pessoal! Boa sorte e boas pesquisas!
muito útil, ajudou bastante!
ResponderExcluirObrigada pelo comentário!
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