Ficção científica e seus subgêneros

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Por Jéssica L. (Scout Caramel)

Acredito que vocês já estejam carecas de saber do desafio de Julho e Agosto do Nyah! (se esse não for o seu caso e você ainda tiver seus lindos e viçosos cabelos, clique aqui). O negócio é que eu decidi me inscrever e participar, mas quando vasculhei o conteúdo do blog dos betas, percebi uma coisa:
Não tem nenhum artigo sobre o assunto!
Dessa forma, pensei com meus botões: Isso precisa de uma solução...
Após cautelosa ponderação, resolvi me empenhar em escrever sobre esse tema, que ainda é meio novo pra mim, então fiz minha pesquisa e agora trago a vocês os tipos, ou subgêneros de ficção científica, de forma resumida, na esperança que isso dê uma animada em quem está pensando em participar, mas não tem ideia de por onde começar. Vamos lá:






Hard Sci-fi e Soft Sci-fi

O nível de detalhe e fundamento científico da sua fic será um dos aspectos a serem levados em consideração, por isso a conveniência de se dividir as Ficções científicas em dois tipos:
A ficção científica hard é quando a história se baseia bastante em plausibilidade em seus elementos científicos, isto é, do quanto tal tecnologia ou evento seria possível, descrevendo realisticamente essa realidade, e imaginando e expandindo os efeitos disso. Vale lembrar que, por “plausibilidade”, não estou definindo qualidade: um pouco de realidade é necessária para que o leitor se intesse na sua fic, mas ela por si só não é garantia de uma história “melhor”: são apenas focos diferentes. E se por um lado a atenção aos detalhes e a complexidade maior podem servir de “isca” para o leitor, como tudo na vida, há o outro lado: a ciência está sempre avançando, e várias descobertas ocorrem que desmentem antigas “verdades”, e isso se reflete na história, que pode ficar parecendo “incorreta”, afinal, o autor não sabia de tal fato no tempo em que a ficção foi escrita. Alguns autores conhecidos de Hard Sci-fi são Júlio Verne, Isaac Asimov e H. G. Wells. Entre os filmes, podemos destacar 2001: Uma Odisseia no Espaço (1968), Gravidade (2013) e Brilho Eterno de uma Mente sem Lembraças (2004).
Já a ficção científica soft seria quando os elementos científicos são usados apenas como um “pano de fundo” para a história, sem que esta se concentre realmente em explorar os aspectos desse elemento, dando espaço na história pra discutir outros temas. Alguns autores desse estilo são Ray Bradbury, Neil Gaiman e Philip K. Dick. Entre os filmes, existem vários exemplos, mas vou destacar três: De volta para o Futuro (e suas continuações), a franquia de Planeta dos Macacos e os filmes do Star Trek.
Claro que isso também não serve pra delimitar os autores de Sci-fi, traçando uma linha entre eles; Vários dos caras citados acima escreveram em ambos os estilos, e isso não definiu o sucesso deles. Soft ou Hard, o que importa numa fic é entreter, e isso vale em qualquer gênero.

Cyberpunk, Steampunk e outros “punkies”

Cyberpunk, definida pela Wikipedia Inglesa: Em geral, é uma ficção que se localiza no futuro, de caraterísticas decadentes do ponto de vista moral. Superpopulação, alto índice de violência urbana e degeneração ambiental são temas frequentes, mas o essencial é a temática tecnológica em geral enfocada na informática, telecomunicação e eletrônica. Definida por Lawrence Person, um editor do gênero: “Personagens do Cyberpunk clássico eram marginalizados, solitários alienados que viviam à beira da sociedade, em geral, futuros distópicos onde a vida diária foi impactada pela rápida mudança tecnológica, uma datasfera onipresente de informação computadorizada, e a modificação invasiva do corpo humano.”. Assim, espere encontrar obras como Akira, Ghost in Shell e Blade Runner como os principais representantes dessa estética.
Steampunk, ou Retrofuturismo: Trata-se daquela ambientação num futuro também, só que com aparência de “Inglaterra vitoriana”, com estilo inspirado na estética do passado, principalmente do século 19. Seria como uma visão alternativa do futuro, onde toda a tecnologia se parece com algo que tivesse sido imaginado por pessoas dessa época. Obras como Metrópolis de Fritz Lang e Farenheit 451 de Ray Bradubury, imaginavam ambientações futuras que já foram ultrapassadas ou cujo curso atual da história já inviabilizou. A ambientação fica como uma espécie de universo alternativo, ou algo do tipo "como seria se tal coisa tivesse acontecido". Exemplos: Os filmes mais recentes do Sherlock Holmes com o Hugh Jackman, Full Metal Alchemist e Planeta do Tesouro, da Disney.
Biopunk (traduzido da Wikipedia Inglesa): Ficção científica biopunk é um subgênero da ficção cyberpunk que se passa em um futuro próximo com consequências não intencionais da revolução da biotecnologia na sequência da descoberta do DNA recombinante. Histórias biopunk exploram as lutas de indivíduos ou grupos, muitas vezes o produto da experimentação humana, em um cenário de governos totalitários e megacorporações que abusam biotecnologias como meio de controle social e de especulação. Ao contrário cyberpunk, não se baseia em tecnologia da informação, mas em biologia sintética. Como no pós-cyberpunk ficção, os indivíduos são geralmente modificado e não reforçada com Cyberware, mas por manipulação genética. Uma característica comum de biopunk ficção é a "clínica negra", que é um laboratório, clínica ou hospital que realiza ilegal, não regularmentada, ou modificação biológica eticamente dúbia e procedimentos de engenharia genética. Como exemplos, posso citar: Blade Runner (de novo!), a série Resident Evil e A Ilha do Doutor Moreau, do (olha, que coisa!) H.G. Wells.
Social Sci fi (traduzido da Wikipedia Inglesa): Ficção científica social é um subgênero do mesmo, onde comentário social (cultural ou política) ocorre em um universo sci-fi. Ficção utópica e distópica é um gênero clássico, embora a maioria das obras de ficção científica pode ser interpretada como tendo comentário social de um ou outro tipo como uma característica importante. Não é incomum, portanto, para uma obra de ficção científica ser rotulada como sci-fi social, bem como inúmeras outras categorias. Um dos escritores que usaram ficção científica para explorar a sociologia de temas do próximo-futuro foi HG Wells, com seu clássico “A máquina do Tempo” (1895), no qual o personagem viaja até um futuro no qual a raça humana se desenvolveu em ramos distintos, os Elóis e os Morlocks. Os primeiros seriam pacíficos e dóceis, aparentemente vivendo num mundo paradisíaco, sem qualquer tipo de preocupações, até perceber que eles, na realidade, servem de alimentos para uma outra raça, os Morlocks, que vivem no subterrâneo e que, apesar de outrora terem sido dominados pelos Elóis, tornaram-se predadores destes. Na realidade, lendo-se a obra pode-se perceber que o tema na verdade são as conseqüência da desigualdade de classes: a sociedade feliz de Elois predados pelos Morlocks, mas que ainda precisam deles para mantê-la funcionando é uma crítica velada da sociedade capitalista, onde a classe exploradora, ou a burguesia, é simbolizada pelos fúteis Elóis em seu mundo, e a classe explorada, ou o proletariado, é representada pelos Morlocks, desnutridos e vivendo nos subterrâneos.
Space Opera (Segundo a Wikipédia em português): Space opera é um subgênero da ficção científica que enfatiza a guerra espacial e aventura romântica, muitas vezes melodramático, e que se passa principalmente ou inteiramente no espaço. Geralmente envolve conflito entre adversários que possuem habilidades avançadas, armas futuristas e/ou outra tecnologia sofisticada. O termo não tem nenhuma relação com a música, mas em vez disso é uma brincadeira com o termo "horse opera", que foi cunhado durante o auge do cinema mudo para indicar filmes de faroeste clichês e fórmulas. Space operas surgiram na década de 1930 e continuam a ser produzidas em literatura, cinema, quadrinhos e jogos de vídeo. Exemplos: o anime Space Dandy, a franquia de Star Wars e, olha só que surpresa, o desenho do He-man (ai, tô velha!). O filme Guardiões da Galáxia também tem alguns elementos desse tipo.
Enfim, existem vários outros subgêneros dentro da Ficção Científica, mas seria difícil abordá-los convenientemente num só artigo, então por hoje é só, boa sorte escolhendo o seu tema e divirtam-se pensando em novas formas de explorar os limites da tecnologia e da imaginação. Como diria o Capitão Planeta, “O poder é de vocês!” (Ai, só tenho 23 aninhos, não tô velha!)


Ficção Científica, por Marcus Valerio XR, Disponível em: <http://www.xr.pro.br/Ficcao_Cientifica.html> Acesso em 19/07/2015
Wikipedia, Science Fiction, Disponível em: <https://en.wikipedia.org/wiki/Science_fiction> Acesso em 19/07/2015
Wikipédia, Ficção Científica, Disponível em:

3 comentários:

  1. Muito legal este artigo :-)
    Parabéns!
    Adoro os posts da Liga, são muiiiiiitos úteis.
    Bjs.

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    1. São mesmo, não? Obrigada por comentar, fico feliz que tenha gostado do artigo! =)

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