Oi, galera! Lá venho eu aqui novamente fazer mais uma resenha. Vamos resenhar a incrível e imortal obra de Lewis Caroll, com o primeiro e mais famoso livro da duologia de Alice — Alice no país das maravilhas!
Isso mesmo! Hoje vamos primeiro ao País das Maravilhas conhecer pessoas como o Chapeleiro Maluco, o gato de Cheshire e o Coelho branco — se é que esses últimos podem ser chamados de pessoas. Assim, vamos ver o que há de tão especial nesse clássico atemporal que encanta não apenas crianças, seu público primário, como também adultos e estudiosos da literatura.
Para começar, primeiro vale dizer que Lewis Caroll é, na verdade, um pseudônimo de Charles Lutwidge Dadgson, um — acreditem se quiserem — professor de matemática (!) britânico que viveu no século XIX.
A história desse clássico da literatura infantil nasceu de maneira inusitada. Charles estava em um passeio de barco no rio Tâmisa, em Londres, com as três filhas do reitor da Universidade em que lecionava, quando resolveu contar uma história para uma das meninas, Alice Liddel, de 10 anos à época. A menina gostou tanto da história que pediu para que ele a escrevesse e, assim, depois de muito trabalho no texto, o autor resolveu lançar o livro sob seu pseudônimo, Lewis Caroll.
Incrível, não?! Imagina se ela tivesse de mau humor naquele dia?!
Sem mais enrolação, vamos ao livro!
Título original: Alice’s adventures in wonderland.
Título traduzido: Alice no país das maravilhas.
Autor: Lewis Caroll
Disponível no domínio público em:
Resenha:
Devo confessar que precisei ler esse livro mais de uma vez, o que parece ser vergonhoso em se tratando de um livro infantil. Porém, como vocês verão, esse não é um livro infantil qualquer. Alice não é tão especial sem motivos.
Na primeira leitura, encarei o livro de maneira inocente, despreparado para o que iria encontrar ali. Encarei o livro sem, primeiro, ter lido uma resenha como essa. Por isso, depois de alguns capítulos, estava mais perdido que a pobre coitada da Alice.
O livro é curto, pequeno, como devem ser os livros infantis, e, se você é um leitor mais velho e experiente, conseguirá lê-lo de maneira bem rápida. Se puder dar-lhes uma dica é: não o façam. Tomem seu tempo, leiam apenas alguns capítulos de uma vez, e deixem a história e ficar na sua mente nos intervalos de leitura.
Lewis Caroll, apesar de professor de matemática, é um escritor tremendamente habilidoso, e foi isso que descobri quando resolvi, recentemente, dar-lhe outra chance. Li com calma, prestando atenção nos detalhes, nas brincadeiras com a linguagem e, principalmente, com a simbologia que ele usa.
E me descobri encantado. Não se enganem; o País das Maravilhas continua sem fazer o menor sentido para mim, mas esse é mesmo o objetivo. Com uma fábula tão bem trabalhada, o autor consegue usar a lógica (ou falta dela) desse mundo mágico justamente para desconstruir e questionar diversas das lógicas básicas, que tomamos como certas no nosso mundo.
E é assim que, através dessa intensa e constante quebra de padrões — sejam físicos, com o crescimento e a diminuição do tamanho de Alice, sejam intelectuais, com questionamentos sobre etiqueta e o papel das coisas — que o autor consegue retratar com maestria os desafios que uma criança enfrenta ao crescer e se inserir aos poucos no mundo adulto.
E é esse o tema central do livro. Os processos e desafios que uma criança, um ser que pouco sabe sobre as regras sociais e físicas do mundo em que vivemos, enfrente ao ter que aprendê-los e absorvê-los de maneira tão profunda quanto nós, adultos, já o fizemos.
O constante crescimento e diminuição de Alice, os conselhos que ela recebe tanto da lagarta quanto do famoso gato de Cheshire, até mesmo o chapeleiro, são todos ao mesmo tempo metáforas e instrumentos que auxiliam no amadurecimento de Alice, que começa o livro como uma menina perdida e chorona, e termina como uma menina muito mais madura e dona de si, capaz de enfrentar seus medos e questionar a sua própria realidade.
E isso é algo que todos nós devemos sempre nos lembrar. Ao mesmo tempo, saber que as pessoas não necessariamente absorvem e aprendem as regras sociais — básicas para nós — da mesma maneira, e que, por mais profundas que sejam as lógicas que nós assimilamos quando crianças, nenhuma delas está livre de um justo questionamento e reavaliação.
Espero, assim, ter ajudado vocês a se encontrarem um pouco mais nesse mundo mágico que é o País das Maravilhas. Em breve, ainda este ano, espero poder voltar para vermos as coisas através do espelho!
Um abraço e até a próxima!
Obrigada.
ResponderExcluirObrigada pela leitura!
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