(Fonte:
http://data.whicdn.com/images/247905840/large.jpg)
Olá!
Esta é
a segunda parte do artigo “Como escrever histórias sobre ballet”. Se você ainda
não leu a primeira, é só dar um pulinho aqui e
depois voltar para cá. Agora, se já passou por lá, pode fazer um alongamento e
calçar as sapatilhas, pois nós vamos continuar a dança de onde paramos.
♠ Os figurinos
Ballet não é só tutu prato, minha gente. Temos também o tutu romântico, que é uma saia mais longa e sem armação. No mais, se você não estiver seguindo nenhum “ballet pronto” pode fantasiar à vontade sobre o figurino. Aproveite e dê um pulinho no artigo “Como descrever vestuário” aqui no blog da Liga¹.
Já aproveitando a ideia, vamos falar sobre as roupas de aula. Aqui não tem segredo: sendo uma roupa confortável e que permita alongamentos, não tem problema (a não ser que a escola de dança na história tenha um uniforme). Os professores precisam checar o trabalho dos músculos, então opte por peças que sejam justas no corpo, ou que deixem ele à mostra. As roupas “de lei” são: meia calça (de preferência um modelo com furos nos pés – suplex –, para que a bailarina possa colocar e tirar a ponteira, ou ficar descalça sem ter de tirar a meia), collant, shorts/saia e, claro, sapatilha (alguns bailarinos preferem utilizar meias para perceber melhor os pontos de apoio do pé).
Falando sobre sapatilhas, é importante lembrar que sapatilhas de ponta estão sempre acompanhadas das fiéis ponteiras. Cada bailarina (é difícil ver bailarinos utilizando ponta, mas alguns deles usam!) tem uma força e uma necessidade diferente, então os modelos de ponta e ponteira diferem muito. Inclusive, muitas alunas fazem adaptações em suas pontas, como quebrar as solas, por exemplo. Por isso não é recomendável emprestar sapatilhas de ponta; é um item bem pessoal.
♠ Os termos
Existem alguns termos que aparecem bastante no ballet (bastante mesmo). Eles completam os passos para indicar o tamanho e a direção, por exemplo. Observe: tendu devant – tendu que estica a perna à frente do corpo.
E aqui você tem uma listinha com os principais termos:
v Devant – (dêvã) à frente.
v En avant – (an avã) para frente.
v A la seconde – para a segunda (posição).
v Décoté – (decotê) ao lado.
v Derrière – (derriér') atrás.
v En arrière – (an arriér') para trás.
v Allongé – (alonjê) alongado (braços, movimentos e posições de pé).
v Dessous – (dessú) também chamado de Under no Método Royal. É o movimento que
vem da frente por trás.
v Dessus – (dessí) também chamado de Over no Método Royal. É o movimento que vem
de trás pela frente.
v Demi – (demí) metade. Todo movimento feito até a metade. Um demi rond de jambe começa devant e termina décoté.
v Grand – (grã) grande. Um movimento feito de forma ampliada.
v Grand pas de deux – (grã pá dê dê) passo de dois. É o pas
de deux completo, composto de entrée,
adagio, variação masculina e feminina
e coda.
v Bas – (bá) baixo.
v Bras – (brá) braço. Port de bras significa portagem de braços; sequência de
movimentos com os braços. Bras bas é o braço preparatório; os braços ficam
alongados abaixo da linha do umbigo.
v En dehors – (ãn deór) para fora. É a rotação que fazemos com as pernas e pés,
como também é um sentido, uma direção, para movimentos. Se a perna de ação for
a direita, ela vai da direita para a direita ou para trás, dependendo do
movimento e da sensação de cada um.
v En dedan – (ãn dedã) para dentro. "Dans" significa que algo está
inserido em algo. Oposição do en dehors,
essa rotação é muito usada no jazz e na dança contemporânea ocidental. Também é
uma direção: se a perna de ação for a esquerda, ela vem da esquerda para a
direita ou frente, dependendo do movimento ou sensação de cada um.
♠ Dicas e lembretes gerais
v Nas cenas de dança, é
essencial fazer a narrativa acompanhar o ritmo da música. Por exemplo, se a
música for mais tranquila, procure transmitir uma sensação de suavidade e
leveza através de suas palavras; se ela for mais rápida e/ou agressiva,
expresse o ardor, a raiva, a agonia da melodia.
v A dança sempre tem um
sentimento para passar, uma história para contar. É através dela que o
bailarino se expõe para a plateia, então uma coreografia nunca é dançada da
mesma maneira por duas pessoas diferentes. Citar nomes técnicos e criar toda
uma ambientação condizente é necessário, claro, mas não se esqueça de dar
ênfase no principal objetivo da dança: transmitir sentimentos. Saber como a
personagem se sente dançando, o que a dança representa em sua vida, por que ela
dança são detalhes que agregam toda uma magia especial à história.
v Não se atenha tanto a
nomes técnicos. Citar um aqui e outro ali só para dar um ar bailarinístico ao enredo já é o
suficiente. Continue escrevendo como sempre escreveu e confie em suas
descrições.
v Por mais que uma pessoa
ame o ballet, nem sempre (na maior parte do tempo) é uma dança
gratificante. É preciso muito esforço, determinação, foco e persistência.
Talento não é nada se a pessoa se contenta em ficar na zona de conforto, é
preciso aproveitar todas as oportunidades para se aprimorar.
v Os bailarinos costumam
estudar várias danças ao mesmo tempo (como jazz e contemporâneo). Mesmo tendo
foco e linhas diferentes, esses outros estilos podem contribuir para a técnica
do ballet.
v
É comum acontecerem lesões durante os treinos. Coisas como torsões,
luxações, fadiga muscular, fraturas e etc. Para evitar isso, é importante fazer
um bom aquecimento e saber os limites do próprio corpo.
Se você nunca teve um contato prático com o
ballet, sugiro que tente experimentar participar de uma aula, ou apenas ir
assistir. Procurar por tutoriais de passos no YouTube e tentar reproduzir os
mais simples (faça um aquecimento antes!) também é válido. Isso vai ser uma
ajuda e tanto na hora de descrever as sensações das suas personagens com mais
vivacidade.
E
falando no famigerado YouTube, abuse muito dele. Procure por tutoriais de
passos, vídeos de aulas de ballet, depoimento de bailarinas, apresentações e
aproveite para assistir aos ballets de repertório. Tentar ir a apresentações de
ballet ao vivo também é válido (e uma ótima oportunidade para suspirar com as
habilidades alheias). Não se esqueça de se afogar nos filmes sobre o tema.
Ah, e
se você quiser saber mais sobre os métodos do ballet, dê um pulinho aqui: https://goo.gl/Frs5s9². Aliás,
esse blog é cheio de posts bacanas que podem te dar uma luz.
Então, chegamos ao reverence! Espero que este artigo tenha te ajudado de alguma forma.
Sinta-se livre para deixar dúvidas nos comentários do post. Obrigada por ter
separado um tempo para dançar comigo e até a próxima.
Referências
http://ligadosbetas.blogspot.com.br/2016/12/como-descrever-vestuario.html¹. Acesso em 28 de maio de 2017, às
17h16.
Uau estou escrevenrolado uma peça de balé, nunca dancei mas amo a dança e a música clássica. Isso está me ajudando e tanto!
ResponderExcluirFicamos felizes por ajudar! Boa sorte com a escrita!
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