Minibiografia: Natália Marques nasceu no interior de São Paulo e atualmente estuda Direito. Seu primeiro livro, “A Infiltrada – Infiltrando-se na NSA”, publicado em 2011 pela Editora Lio, é seu primeiro romance a alcançar o grande público. A sequência, “A Infiltrada – Infiltrando-se em seu coração” foi publicada recentemente na Amazon.
LB: O mundo das fanfics serve como primeiro palco para muitos autores, os auxilia no processo de escrita e dá acesso e contato com leitores. Você, tendo publicado no site Nyah! Fanfiction, levou a experiência adquirida para o mercado editorial?
(NM): Comecei a escrever fanfics sem qualquer pretensão. Era até uma surpresa, para mim, perceber o quanto minhas histórias eram queridas. Para mim, as fanfics permitiram que eu efetivamente continuasse a escrever, pois havia estímulo para ficar horas refletindo e horas escrevendo um capítulo para ser postado. Antes, tinha ideias, começava a escrever e parava porque acabava sem ver muito sentido em continuar. De certa forma, precisava de alguém que quisesse ler e que me desse o feedback. Com certeza, a interação que conquistei com os leitores continuou quando “A Infiltrada” foi publicada.
LB: Seu livro de estreia — A Infiltrada — foi, no princípio, uma fanfic de uma saga muito famosa. Como se deu o processo de adaptação dessa história para o livro? Foi complicado? Quanto tempo levou?
(NM): Eu recebi o convite da Editora mais ou menos no mês de fevereiro de 2011 e em julho de 2011 eu o entreguei. Não foi complicado. Algumas partes foram suprimidas, os nomes substituídos, mas a história em si tinha pouco em comum com a saga, usando apenas os nomes mesmo. Então foi bem tranquilo.
LB: Quanto ao seu processo criativo, costuma arquitetar tudo na hora ou prefere ter todo um arcabouço definido antes de escrever? E no momento antes do registro, tem algum hábito ou ritual?
(NM): Gosto de ter esqueminhas sobre o que pretendo ao longo do livro inteiro, mas não há algo extremamente definido para cada capítulo ou cada cena, porque grande parte da inspiração e criatividade vem enquanto se escreve. É como fazer uma caminhada pelo parque. Você sabe os pontos onde há bebedouros e você precisa parar em todos eles, mas o parque é cheio de trilhas, entretenimentos e outros fatores que podem fornecer um caminho melhor para o próximo ponto de bebedouro. O importante, no entanto, é sempre saber o que se quer na essência, senão o conteúdo pode ficar sem sentido, não amarrado, algo com aparência de ter sido feito a esmo.
LB: Aproveitando que já foi citado seu livro, A Infiltrada, você poderia falar um pouco sobre ele? Há uma continuação lançada recentemente, certo? O que podemos esperar?
(NM): A Infiltrada foi minha quarta fanfic e a que mais teve sucesso, tanto na rede social onde era publicada quanto nos sites, inclusive o Nyah! Conta a história de uma mafiosa italiana, chamada Claire. Por ter origens norte-americanas, ela é convocada por seus chefes a se infiltrar na Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA), com duas missões a serem cumpridas: a primeira era permitir que, após um ano, um dos maiores carregamentos de narcóticos da história conseguisse atravessar as fronteiras sem ser identificado. A segunda delas era matar o Generalíssimo Alan Beckert, que não é lá a pessoa mais aprazível do mundo. Claire, então, se infiltra como novata no treinamento militar da NSA, mas enfrenta toda sorte de percalços enquanto tenta alcançar seus objetivos, incluindo o próprio Beckert, que parece saber quem ela é. É uma mistura de amor, suspense, drama, tudo junto. Eu queria uma história completa, real, com personagens complexas e acho que A Infiltrada é tudo isso.
A segunda temporada, e final, foi lançada recentemente pela Amazon. Encerrei meu contrato com a editora por questões financeiras e a continuação será em formato digital. Meus leitores agora podem perceber toda a miscelânea que compõe essa história desde o início e espero que gostem do final pelo qual tanto esperaram!
LB: Quando você trilhava o início da sua trajetória como autora, seus amigos e família sabiam que você escrevia? De que maneira eles encararam isso?
(NM): Eu comecei a escrever muito cedo, com meus 13, 14 anos. Na época, ainda havia uma grande restrição ao uso do computador, por ter apenas um na casa. Então, por ser a irmã caçula, era a última na lista de preferências para usar, e, mesmo que eu argumentasse que estava escrevendo, isso era visto como “coisa de criança” e sem muita importância. Acho que foi um susto quando disse que uma editora me fizera um convite para publicação!
LB: Partindo agora para a sua faceta de leitora, quais gêneros e obras que mais te agradam? O que te influencia?
(NM): Eu sou bastante eclética. Adoro romances, adoro ficção, adoro livros chick-lit, adoro séries que envolvam temas “sobrenaturais”, adoro clássicos, enfim, de tudo um pouco.
LB: A interação com leitores da internet é mais rápida e comum do que com o público de livros publicados. No entanto, você costuma estabelecer esse contato? De que maneira você pode receber um feedback?
(NM): Sim, tenho uma página no Facebook sobre o livro e um grupo secreto, que faz às vezes de comunidade do Orkut, onde tudo começou. A interação é bem próxima e não abro mão disso. O feedback de leitores de fanfic é inigualável e creio que não conseguiria escrever sem tê-lo.
LB: Foi um convite feito por uma editora que te levou à sua primeira publicação. Uma situação um tanto atípica, suponho. Como você reagiu a esse pedido?
(NM): Foi uma baita surpresa, porque não tinha pretensões de publicar e, ainda que algumas leitoras falassem que AI tinha potencial, eu nunca dei bola, justamente porque via como várias pessoas sofriam para conseguir algo e, se conseguissem, era pago. Então demorou um pouco para cair minha ficha, mas aceitei de pronto.
LB: Para finalizar a entrevista, um questionamento tradicional: você teria algum conselho para dar aos escritores que pretendem se lançar no mercado editorial?
Liga dos Betas (LB): Primeiramente, gostaríamos de agradecer o tempo que você dispôs para dar esta entrevista. Muito obrigado. Então, podemos iniciar por uma pergunta, em sua essência, simbólica. O que te trouxe para o mundo da escrita? De que forma isso te afetou?
Natália Marques (NM): Eu quem agradeço a oportunidade de conversar um pouco com vocês. Creio que o que me levou ao mundo da escrita tenha sido o mesmo que levou a todos: o mundo da leitura. Com o tempo, apenas me contentar com a história dos outros não mais me bastava e eu precisava arquitetar as minhas próprias histórias. As fanfictions foram um caminho estimulante para começar a acreditar em meu potencial.
(NM): Comecei a escrever fanfics sem qualquer pretensão. Era até uma surpresa, para mim, perceber o quanto minhas histórias eram queridas. Para mim, as fanfics permitiram que eu efetivamente continuasse a escrever, pois havia estímulo para ficar horas refletindo e horas escrevendo um capítulo para ser postado. Antes, tinha ideias, começava a escrever e parava porque acabava sem ver muito sentido em continuar. De certa forma, precisava de alguém que quisesse ler e que me desse o feedback. Com certeza, a interação que conquistei com os leitores continuou quando “A Infiltrada” foi publicada.
LB: Seu livro de estreia — A Infiltrada — foi, no princípio, uma fanfic de uma saga muito famosa. Como se deu o processo de adaptação dessa história para o livro? Foi complicado? Quanto tempo levou?
(NM): Eu recebi o convite da Editora mais ou menos no mês de fevereiro de 2011 e em julho de 2011 eu o entreguei. Não foi complicado. Algumas partes foram suprimidas, os nomes substituídos, mas a história em si tinha pouco em comum com a saga, usando apenas os nomes mesmo. Então foi bem tranquilo.
LB: Quanto ao seu processo criativo, costuma arquitetar tudo na hora ou prefere ter todo um arcabouço definido antes de escrever? E no momento antes do registro, tem algum hábito ou ritual?
(NM): Gosto de ter esqueminhas sobre o que pretendo ao longo do livro inteiro, mas não há algo extremamente definido para cada capítulo ou cada cena, porque grande parte da inspiração e criatividade vem enquanto se escreve. É como fazer uma caminhada pelo parque. Você sabe os pontos onde há bebedouros e você precisa parar em todos eles, mas o parque é cheio de trilhas, entretenimentos e outros fatores que podem fornecer um caminho melhor para o próximo ponto de bebedouro. O importante, no entanto, é sempre saber o que se quer na essência, senão o conteúdo pode ficar sem sentido, não amarrado, algo com aparência de ter sido feito a esmo.
LB: Aproveitando que já foi citado seu livro, A Infiltrada, você poderia falar um pouco sobre ele? Há uma continuação lançada recentemente, certo? O que podemos esperar?
(NM): A Infiltrada foi minha quarta fanfic e a que mais teve sucesso, tanto na rede social onde era publicada quanto nos sites, inclusive o Nyah! Conta a história de uma mafiosa italiana, chamada Claire. Por ter origens norte-americanas, ela é convocada por seus chefes a se infiltrar na Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA), com duas missões a serem cumpridas: a primeira era permitir que, após um ano, um dos maiores carregamentos de narcóticos da história conseguisse atravessar as fronteiras sem ser identificado. A segunda delas era matar o Generalíssimo Alan Beckert, que não é lá a pessoa mais aprazível do mundo. Claire, então, se infiltra como novata no treinamento militar da NSA, mas enfrenta toda sorte de percalços enquanto tenta alcançar seus objetivos, incluindo o próprio Beckert, que parece saber quem ela é. É uma mistura de amor, suspense, drama, tudo junto. Eu queria uma história completa, real, com personagens complexas e acho que A Infiltrada é tudo isso.
A segunda temporada, e final, foi lançada recentemente pela Amazon. Encerrei meu contrato com a editora por questões financeiras e a continuação será em formato digital. Meus leitores agora podem perceber toda a miscelânea que compõe essa história desde o início e espero que gostem do final pelo qual tanto esperaram!
LB: Quando você trilhava o início da sua trajetória como autora, seus amigos e família sabiam que você escrevia? De que maneira eles encararam isso?
(NM): Eu comecei a escrever muito cedo, com meus 13, 14 anos. Na época, ainda havia uma grande restrição ao uso do computador, por ter apenas um na casa. Então, por ser a irmã caçula, era a última na lista de preferências para usar, e, mesmo que eu argumentasse que estava escrevendo, isso era visto como “coisa de criança” e sem muita importância. Acho que foi um susto quando disse que uma editora me fizera um convite para publicação!
LB: Partindo agora para a sua faceta de leitora, quais gêneros e obras que mais te agradam? O que te influencia?
(NM): Eu sou bastante eclética. Adoro romances, adoro ficção, adoro livros chick-lit, adoro séries que envolvam temas “sobrenaturais”, adoro clássicos, enfim, de tudo um pouco.
LB: A interação com leitores da internet é mais rápida e comum do que com o público de livros publicados. No entanto, você costuma estabelecer esse contato? De que maneira você pode receber um feedback?
(NM): Sim, tenho uma página no Facebook sobre o livro e um grupo secreto, que faz às vezes de comunidade do Orkut, onde tudo começou. A interação é bem próxima e não abro mão disso. O feedback de leitores de fanfic é inigualável e creio que não conseguiria escrever sem tê-lo.
LB: Foi um convite feito por uma editora que te levou à sua primeira publicação. Uma situação um tanto atípica, suponho. Como você reagiu a esse pedido?
(NM): Foi uma baita surpresa, porque não tinha pretensões de publicar e, ainda que algumas leitoras falassem que AI tinha potencial, eu nunca dei bola, justamente porque via como várias pessoas sofriam para conseguir algo e, se conseguissem, era pago. Então demorou um pouco para cair minha ficha, mas aceitei de pronto.
LB: Para finalizar a entrevista, um questionamento tradicional: você teria algum conselho para dar aos escritores que pretendem se lançar no mercado editorial?
(NM): Eu não tenho experiências no sentido de procurar editoras interessadas na publicação de livros, mas creio que contar com um público fiel antes de se aventurar a uma publicação, principalmente se for independente, é essencial. Hoje em dia estou bastante afastada do mundo das fanfics, mas sei que alguns autores publicam até mesmo originais que estão tendo boa aceitação em alguns sites voltados para isso. Conquistar os outros com a sua escrita também dará ao autor uma grande oportunidade de crescimento, porque é ao longo do tempo e com o conhecimento do gosto dos leitores que se arquiteta uma história de sucesso. Mas, lembre-se, mantenham-se fiéis ao que você quer. Nas minhas fanfics anteriores a AI, acabava escrevendo e, principalmente, terminando as histórias de modo previsível e de um jeito que sabia que todos aprovariam. Com AI eu me propus a fazer diferente. Queria uma história que fosse reflexo do que eu gostava de ler, agradando ou não alguns leitores. O relacionamento das personagens principais é de extremo amor e ódio ao longo do livro, muito mais ódio que amor. Eu não queria que fosse como aquelas histórias em que o “ódio” é resolvido em dois capítulos, sendo que, na verdade, esse ódio nada mais era do que um amor reprimido e daltônico. Não, eu queria que o ódio realmente fosse ódio e com razões contundentes para ser assim e que, se evoluísse para amor, deveria também contar com uma lógica por trás, o que, claro, demanda tempo. Alguns leitores, no começo, não queriam aceitar esse “tempo”. E eu persisti no que queria. Deu certo.
Perfeito. Amei d+ a entrevista, a escritora NATÁLIA MARQUES é uma fofa e sempre que eu mandava mensagem pra ela implorando pra saber quando A INFILTRADA- INFILTRANDO-SE NO SEU CORAÇÃO iria sair ela era sempre super amável ao me responder. Espero ler muitos outros livros dessa escritora linda.
ResponderExcluirAinda bem que gostaste do post! :D
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