Por: The Escapist
Olá, caros leitores do blog da Liga dos Betas, é com imensa satisfação que venho conversar um pouquinho com vocês!
O Nyah! Fanfiction, como todos sabemos, é um site dedicado às fanfictions, mas nós sabemos também que nem todas as histórias postadas no site estão incluídas em algum fandom, mas pertencem a uma categoria muito ampla, chamada de Originais.
Mas então, qual a diferença entre escrever uma fanfiction ou uma história original? Bom, partindo do óbvio, na fanfic você utiliza personagens, cenários e outros elementos oriundos de outra história, adaptando-os e moldando-as à sua vontade. É importante lembrar, também, que fanfictions não devem ter fins lucrativos e sempre devem ter um aviso de propriedade intelectual — é o disclaimer que colocamos nas nossas histórias no Nyah!.
Ex:
“Harry Potter pertence a J. K. Rowling.”
Mas eu não vim aqui para falar sobre ficção criada por fãs. Meu objetivo é falar um pouco sobre histórias originais, mais precisamente, sobre como escrevê-las. Pessoalmente, eu sempre me senti mais à vontade escrevendo originais, mas algumas pessoas não se sentem assim. Às vezes, há um pouco de tensão envolvida no processo de deixar de lado as fanfictions e resolver entrar em um universo seu, lidar com personagens e enredo completamente criados por sua própria cabeça. Se você é desses, calma! Tudo tem jeito.
A seguir, vou falar um pouco sobre alguns pontos que eu considero importantes e têm peso na hora de escrever uma história original. Antes, porém, gostaria de esclarecer que as ideias apresentadas são frutos de experiência pessoal e leituras diversas. Além disso, o presente artigo não se propõe a encerrar a discussão sobre o tema. A escrita é uma atividade dinâmica e que exige prática.
Isso posto, vamos ao trabalho!
Pensando no enredo
Um dos maiores desafios na hora de escrever uma história original é criar um enredo que seja atraente, principalmente porque a ideia de originalidade por si é bastante ampla. Uma grande parte das histórias que conhecemos foi inspirada em alguma outra, que também já teve origem em algum ponto anterior e por aí vai. Às vezes, tudo depende da maneira como você decide trabalhar com determinado tema, mesmo que seja clichê. A sua missão é transformá-lo em algo diferente, ter uma visão diferente e transpor isso para a sua história.
E os clichês?
Clichês não são proibidos. É aquela velha história de “é clichê por alguma razão”, o que não deixa de ser verdade. O cuidado principal que você precisa ter é a maneira como irá trabalhar com esse clichê, ok? Não há nenhuma regra que impeça você de escrever uma história sobre uma garota descolada, que ficou órfã e foi morar com os tios... na Inglaterra, ou algo assim.
Pode fazer? Pode. Mas lembre-se de acrescentar algo, encontre o diferencial, aquilo que tornará sua história única e diferente de tantas outras que seguem a mesma linha.
Uma das formas de fazê-lo é criando personagens consistentes.
Invista nos personagens
Para conquistar seus leitores, você tem que criar personagens marcantes. Se, em uma fanfiction de Harry Potter, por exemplo, você pode contar com a prévia empatia dos leitores, numa história original, a missão de criar esses laços é toda sua. Seus protagonistas precisam ter alguma característica que atraia o leitor; mas além dos principais, procure criar personagens secundários que despertem interesse. Afinal, a história é sobre eles, o que eles pensam, do que gostam, como agem.
Ambientando sua história
Além de um bom enredo e personagens marcantes, um item que vai fazer diferença na sua história é a ambientação. Leve sempre em consideração o tempo e o espaço onde acontece a ação, os lugares que os personagens frequentam, usos e costumes da época que você escolheu para desenvolver o enredo.
A ambientação correta ajuda a conferir credibilidade à história. Considere, por exemplo, que o seu plot envolve personagens estrangeiros: você precisa tomar cuidado para não colocá-los fora de contexto.
Sua atenção será redobrada se a sua história for de fantasia, ficção cientifica ou algum gênero que não se encaixe no nosso mundo. Isso porque, quando você cria um enredo que se passa em São Paulo, por exemplo, toda a estrutura está pronta, a cidade, os lugares, os costumes, você precisa apenas de uma boa pesquisa, para então contextualizar suas ideias. Agora imagine que está escrevendo uma história fantástica, onde todo o universo será criado exclusivamente por você. Terá que pensar nas origens deste mundo, no povo que o habita, seus costumes e crenças, sua política, seus deuses, a geografia, o clima, enfim, tudo mesmo!
Escreva sobre algo que você conhece
Eu poderia dizer “sobre algo que você gosta”, mas isso tornaria tudo muito amplo. Não basta gostar de um assunto para poder escrever sobre ele, é preciso saber algo sobre tal. Eu, por exemplo, gosto muito de ficção cientifica, mas é difícil para mim escrever sobre esse tema, uma vez que não domino o jargão, por assim dizer.
Mas, Escapist, isso quer dizer que eu não posso escrever uma história sobre uma expedição de marcianos à terra?
Claro que pode! O que eu quero dizer é que você deve ter o mínimo de conhecimento sobre o assunto que deseja abordar para que sua história não fique devendo muito no quesito verossimilhança, ok? Por isso, quando estiver pensando no seu plot, não deixe de pesquisar o assunto que será o background da sua história.
Suponha que você queira escrever um romance medieval ambientado na Inglaterra do século XV. Você se sairá melhor se fizer uma boa pesquisa sobre os costumes da época, isso ajudará na hora de compor o enredo e nos detalhes de caracterização dos personagens.
Inspire-se no que você gosta de ler
Pense naquele seu escritor favorito, aquele que quando você lê, pensa: “quero ser assim quando crescer”, e seja ele.
É brincadeira, gente.
Alguns escritores são inigualáveis, a gente sabe disso; não existem dois Gabriel Garcia Márquez no mundo — infelizmente —, eu estou falando de ter uma referência, alguém em quem se inspirar, alguém cujo trabalho você admira por n motivos. O Stephen King, por exemplo, é uma das minhas referências. Por quê? Porque eu gosto do estilo dele, do tom irônico da narrativa, do tipo de personagens que ele cria, do fato de ele escrever bons livros com fim comercial. Se por acaso você ler alguma das minhas histórias, não será estranho encontrar várias referências ao King.
Então, pergunte-se quem são suas referências literárias? Que tipo de escritor você quer ser? Descobrir do que você gosta também é importante para te ajudar a trabalhar seus pontos fracos.
Não deixe a autocritica te destruir — lidando com as críticas.
Ser o principal crítico da sua escrita pode ser uma coisa boa. É uma maneira de você reconhecer suas fraquezas e saber que pode melhorar. Mas pode, igualmente, se tornar um problema, a partir do momento que você começar a não gostar de nada do que escrever.
Qual ficwriter nunca escreveu aquela fanfiction que parecia incrível, mas depois ficou se perguntando: que p*** é essa? (raise my hand). Bem, com Originais, isso acontece o tempo todo. Se você terminou o primeiro capítulo do seu original, releu e pensou que ficou horrível, você não está sozinho, é uma sensação mais comum do que eu gostaria. O que você não pode, de jeito nenhum, é deixar que isso te desanime. O ofício de escritor — de qualquer tipo — exige paciência e persistência. A menos que você seja alguma espécie de gênio, dificilmente vai conseguir escrever algo realmente bom logo na primeira vez (talvez nem depois de várias vezes, como diz minha própria experiência).
Se, ao terminar de ler sua Original, seu primeiro instinto for jogar tudo no lixo e esquecer que aquilo existiu, tenha calma. Não seja tão duro consigo mesmo. Seus erros, com certeza, poderão ser reparados com um pouco de trabalho duro.
Peça ajuda de alguém: um segundo olhar sobre o seu texto vai ajudar a identificar o que precisa ser melhorado. Mas cuidado com os amigos! Eles são fofos e tudo, mas têm a tendência a achar tudo lindo e maravilhoso. Por isso, além deles, procure também a opinião de alguém imparcial — um beta reader, por exemplo.
As críticas — sejam de terceiros ou suas — não devem deixá-lo desconfortável e inseguro; o efeito precisa ser exatamente o contrário: motivá-lo a aprender e desenvolver seu potencial.
Estas foram apenas algumas dicas para o caso de você querer se aventurar no mundo dos Originais. É importante lembrar que, escrevendo em um universo totalmente seu, ou navegando em águas conhecidas, o caminho é igualmente difícil. Os obstáculos que um ficwriter e um escritor de originais enfrentam são basicamente os mesmos. E ainda não existe uma fórmula mágica para escrever uma boa história, você tem que começar em algum ponto e ir aprendendo ao longo do caminho.
Nossa adorei, seu blog é incrível. Estou com algumas ideias mas estava precisando disso, de tudo que li aqui pra me ajudar a continuar. Obrigada <3
ResponderExcluirDe nada! :D Ainda bem que pudemos ajudar!!
ExcluirOi responda por favor,eu escrevo,tento,estou escrevendo uma fic original,mas ainda n me sinto preparada pra postar no site,mas eu escrevi algumas crônicas,curtas,gostaria de saber se é possível postar crônicas no site,digamos que se fosse por categoria seria uma "ONE shot" original,acho que é assim que se diz,bom gostaria de saber se isso viola as regras.desde já agradeço a ajuda,thanks
ResponderExcluirNo Nyah! só se pode postar histórias, one-shots ou longs. Pode ser um bocado difícil desenhar a linha entre crónica e one-shot, e sem ler eu não te posso ajudar. Se tu achares que pode ser lida como uma one, que tem sinopse, género, etc., não acho que vai haver mal em publicares, mas sem ler não consigo ser uma grande ajuda.
ExcluirBeijos e boa sorte :D
Adorei as dicas!��❤
ResponderExcluirEstava tendo dificuldades para escrever uma história que eu realmente gostasse.
Deixei de escrever um tempo e varias outras ideias foram surgindo, melhor dizendo, consegui clarear um pouco a mente, não desisti e logo voltarei com tudo a escrever.
Esse texto foi de extrema importância para mim!❤
Me deu um incentivo a mais para continuar tentando.
Muito obrigada!!
e muitos beijos!!
De nada! Ainda bem que te foi útil!
ExcluirBoa noite! Gostei muito de seus comentários. Claros e objetivos. Gostaria de ter sua opinião sobre o meu conteúdo: escrevo uma autobiografia de meus pais, faz dois anos que pesquiso junto aos familiares que ainda estão por aqui. Que cuidados devo ter, para realizar um trabalho enxuto. Não é para ganhar dinheiro nem troféus. Será distribuído para familiares e amigos da família. Obrigado. Um abraço!
ResponderExcluirOlá!
ExcluirEu não tenho que admitir que não tenho grande experiência com biografias. A minha melhor sugestão é arranjar um beta reader que poderá acompanhar a história e o processo de escrita de perto, ajudando e criticando o necessário. :)
Eu acho que não é correto eu escrever esperando a atenção dos outros, mas desde minha primeira fic eu sou assim...Ela foi excluída pois tinha emoticons e bla bla, e só depois de ler uma boa quantidade(acho que mais de 19) de história sobre o tá, descobri que a parte colegial é familiar das protagonistas era um clichê.Até hoje não entendo o porquê das pessoas terem gostado dá história...
ResponderExcluirRIP Gêmeas na Mansão das CreepyPastas.
Obrigada pelo comentário!
ExcluirObrigada por esclarecer de forma tão clara e concisa o que é uma historia original. No filme "Vidro" o Sr. Vidro fala que eles próprios são histórias originais e não uma edição limitada de HQ. Saí do filme sem entender. Com sua explicação o filme ficou ainda mais interessante.
ResponderExcluirMuito obrigada pela leitura e pelo comentário!
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