Por: Lady Lovegood
Hullo, jovens padawans, como
estão? Então, eu sou a Lady Lovegood, uma Beta aqui da Liga que
teve a brilhante ideia de se sacrifi-, digo, *cof cof*, candidatar, para
escrever o artigo de hoje para vocês! Antes de qualquer coisa, eu devo
avisá-los de que nada aqui foi escrito com base em experiências próprias, com
base em experiências visuais ou algo semelhante. Eu realmente sou apenas uma
leitora ávida que lê bastante sobre BDSM e curte o gênero. Então, se algo não é
como vocês sabem que é ou imaginam, me desculpem, eu tentei ao máximo escrever
algo que poderia ajudá-los a construir cenas que envolvem BDSM.
Aviso: vocês, jovens -18, que eu sei que estão lendo esse artigo, por favor, não tentem reproduzir nada daqui em casa. Nem na escola. Ou no supermercado. Ou em banheiros públicos.
Definitivamente não em banheiros públicos.
Aviso: vocês, jovens -18, que eu sei que estão lendo esse artigo, por favor, não tentem reproduzir nada daqui em casa. Nem na escola. Ou no supermercado. Ou em banheiros públicos.
Definitivamente não em banheiros públicos.
O que é BDSM?
Se você for um dos muito curiosos que veio aqui ler só pelas
siglas estrangeiras, mas realmente não sabe o que é BDSM, a tia vai explicar
para vocês. (A Wikipédia vai, para ser mais precisa.)
BDSM é um acrônimo
para Bondage e Disciplina, Dominação e
Submissão, Sadismo e Masoquismo. O BDSM tem o intuito de trazer prazer sexual através da troca erótica
de poder, que pode ou não envolver dor, submissão, tortura psicológica, cócegas e outros meios. Por padrão, a prática é aplicada por um
parceiro(a) em outro(a).
O conceito fundamental sobre o qual o BDSM
se apoia é que as práticas devem ser SSC (Sãs, Seguras e Consensuais). Atividades
de BDSM não envolvem necessariamente a penetração, mas, de forma geral, o BDSM é uma atividade erótica e as sessões
geralmente são permeadas de sexo. O limite pessoal de cada um não deve ser
ultrapassado, assim, para o fim de parar a sessão/prática, é utilizada a
Safeword, ou palavra
de segurança, que é
pré-estabelecida entre as partes.
Amém, Wikipédia.
Agora prossigamos.
BDSM NA LITERATURA
Personalidade dos
Personagens
Sobre o BDSM em si, a primeira coisa que vocês devem levar em consideração é que é apenas mais uma ação que seus personagens irão realizar, ou seja, vocês não podem, em momento algum, fugir do caráter dos seus personagens. Só porque eles vão praticar atividades sexuais mais criativas ou diferentes, isso não significa que de repente eles irão se tornar estrelas de filmes eróticos. Se eles são alguém naturalmente tímido, é claro que, mesmo ansiando por praticar BDSM, sua personalidade ainda fará com que eles se sintam acanhados em praticar, dizer ou experimentar certas coisas. Se eles são pessoas mais aventureiras e descontraídas, isso também deve ser mostrado.
Sobre o BDSM em si, a primeira coisa que vocês devem levar em consideração é que é apenas mais uma ação que seus personagens irão realizar, ou seja, vocês não podem, em momento algum, fugir do caráter dos seus personagens. Só porque eles vão praticar atividades sexuais mais criativas ou diferentes, isso não significa que de repente eles irão se tornar estrelas de filmes eróticos. Se eles são alguém naturalmente tímido, é claro que, mesmo ansiando por praticar BDSM, sua personalidade ainda fará com que eles se sintam acanhados em praticar, dizer ou experimentar certas coisas. Se eles são pessoas mais aventureiras e descontraídas, isso também deve ser mostrado.
Não façam com que seus personagens sejam apenas duas bonecas
infláveis que anseiam apenas sangue, dor e prazer. Eles também são pessoas e sentem
uma infinidade de coisas — mas ainda chegaremos nessa parte.
Experiência
O que nos leva a outra ponto. Ao escrever uma cena de BDSM,
você deve deixar seu leitor ciente, além da personalidade dos personagens,
também o nível de experiência que eles possuem, e se manter coerente com isso.
Se alguém está praticando BDSM pela primeira vez, como submisso, por exemplo, é
natural que eles sintam apreensão ou medo de serem machucados. Mesmo se for um
submisso que está com fire in the rabo e louco para levar umas
chicotadas, citar certo nível de apreensão se for a primeira vez que ele fará
isso torna o personagem mais real. Mas claro, se sua intenção é realmente criar
um personagem o mais libertino possível, que gostaria de ver sua própria pele
sangrar e não se importa com nada, você também pode muito bem fazê-lo.
Essa questão da experiência está intimamente ligada a
questão das personalidades. Para vocês entenderem, darei alguns exemplos.
Imaginem que temos o personagem Harry, que será nosso
dominante, e ele tem muita experiência, e nosso outro personagem, Draco, será
nosso submisso, e ele nunca fez isso antes. Draco, apesar disso, possui uma
personalidade muito forte e é orgulhoso, enquanto Harry é mais amável. Em uma
prática de BDSM entre os dois, Draco, o submisso, apesar de estar em posição
considerada “inferior”, não seria o tipo de personagem que aguentaria calado
enquanto outra pessoa faz o que quiser com ele.
“Mas a submissão total
não seria a ideia aqui, tia?”
Em tese? Talvez. Mas você está trabalhando com personagens
que, eu acredito, você gostaria de tornar o mais próximo possível de reais. E
pessoas reais ainda sentem medo, dor ou indignação. E são justamente seus
personagens, com os sentimentos e emoções deles, que criam sua história, que
moldam suas ações e seu enredo.
Não seria muito divertido ler algo totalmente estereotipado,
não é mesmo?
Voltando para o exemplo agora. Muito bem, enquanto Draco
seria alguém indignado e meio arrogante, também seria sua primeira vez
praticando e, sob a camada de orgulho, ele ainda estaria com medo ou nervoso. Quanto
ao Harry, mesmo já tendo chicoteado muita gente por aí, sua personalidade
amável e preocupada ainda apareceria.
Você percebe? Não é apenas fazer seu personagem pegar um
chicote e açoitar (a não ser que você esteja escrevendo um PWP e, ainda assim,
seria preferível citar todas essas informações), você também tem que fazer com
que seu leitor sinta empatia e consiga sentir e viver as emoções e ações da
história.
E sim, caso vocês estejam perguntando, eu curto Yaoi/Slah e
shippo Drarry. Beijos de luz.
Confiança
Este tópico também está ligado aos outros dois —
personalidade e experiência.
Uma das principais coisas que seu personagem deve ter é
confiança, seja nele mesmo ou em seu parceiro. Nele mesmo para saber que tomou
a decisão correta ao querer praticar, e confiança em seu parceiro para saber
que ele não faria nada que não foi acordado com antecedência. Um submisso, por
exemplo, deve confiar que seu dominante não o machucará além do que ele
permitiu, e o dominante, em contrapartida, deverá confiar que seu submisso o
avisará caso ele se exceda.
O que nos leva a um subtópico: As palavras seguras.
Essas são palavras pré-acordadas que servem para o Submisso
comunicar ao Dominante se ele se sente confortável com o “jogo” apresentado, se
ele se sente levemente desconfortável, mas mesmo assim concorda, se ele não
permite fazer tal coisa ou se ele quiser parar imediatamente. Enfim, as opções
são várias. Cabe você escolher o que se encaixa melhor na situação dos seus
personagens, contudo, há uma preferência para o uso de cores para indicar as
situações.
Agora, voltando ao entrelace de confiança, personalidade e
experiência, vamos dar o seguinte exemplo:
Scorpius, o Submisso, tem muita experiência com BDSM e é muito confiante nele mesmo e no que ele é capaz de suportar, além de ser alguém atrevido. Albus, o Dominante, por outro lado, é inexperiente e tem medo de machucar seu submisso, mas é uma pessoa amável. Em uma prática de BDSM entre esses dois, seria natural Albus, mesmo excitado com a ideia, não ir tão longe quanto gostaria ao tentar jogos mais pesados com Scorpius. Caberia a Scorpius, a pessoa mais confiante, convencer ou provar a Albus de que estava ok para prosseguir.
Scorpius, o Submisso, tem muita experiência com BDSM e é muito confiante nele mesmo e no que ele é capaz de suportar, além de ser alguém atrevido. Albus, o Dominante, por outro lado, é inexperiente e tem medo de machucar seu submisso, mas é uma pessoa amável. Em uma prática de BDSM entre esses dois, seria natural Albus, mesmo excitado com a ideia, não ir tão longe quanto gostaria ao tentar jogos mais pesados com Scorpius. Caberia a Scorpius, a pessoa mais confiante, convencer ou provar a Albus de que estava ok para prosseguir.
Em uma fanfic/original, todos esses fatos devem ser levados
em consideração, percebem? Como eu disse antes, são pessoas que vocês estarão
retratando.
E sim, também shippo Scorbus.
Sentimentos e Emoções
Por sua vez, sentimentos e emoções também estão atrelados ao
resto — confiança, personalidade e experiência.
Se seus personagens são casados e costumam fazer isso
rotineiramente, é óbvio que a confiança e a experiência será bem maior e, além
disso, eles provavelmente se amam e fazem isso para algo além do prazer.
Nesses casos em que os personagens possuem sentimentos um
para o outro, esse é outro aspecto que deve ser abordado, detalhando como e o
que os personagens sentem na hora de praticar BDSM. Se os sentimentos são
apenas unilaterais, você também pode abordar essa perspectiva.
Um exemplo:
Sirius, Dominante experiente, confiante e aventureiro, mas que não sente nada por Remus (parte meu coração dizer isso) que, em contrapartida, ama Sirius.
Sirius, Dominante experiente, confiante e aventureiro, mas que não sente nada por Remus (parte meu coração dizer isso) que, em contrapartida, ama Sirius.
Em uma cena de BDSM entre os dois, você, autor, poderia
descrever como o Remus se sente fazendo isso com alguém que ele ama, mas que
não o ama em troca.
(Olha eu aqui dando ideia para Plot — aproveitem, jovens
padawans!!!)
Sim, shippo muito Wolfstar!
Situações/Prática/Limites
O importante sobre BDSM é que — eu espero, torço muito — ele
será praticado por pessoas e elas, assim como todos, tem seus limites. Então,
nada de querer cortar todas as partes do corpo de alguém e falar que ela vai
gozar só com isso, ok, amiguinhos? Isso não existe. Pode até existir na sua
fanfic, aliás, mas vai ser bizarro e ninguém vai acreditar que é verdade
(espero que não).
Como eu falei lá em cima, eu não tenho nenhuma experiência
real com BDSM. Nem visual. Tudo o que eu sei eu me baseio no que eu mesma li.
Então só vou citar uns dois casos aqui de exemplos sobre o que NÃO fazer.
Imaginem que seu personagem amordaçou alguém. Até aí tudo
bem. Só que você precisa deixar claro que o dominante deixou, sim, o nariz da
outra pessoa descoberto para ela poder respirar, ok? E, caso ela faça alguma
atividade que a deixe com dificuldade para respirar pelo nariz (como ao fazer
um blowjob), é importante que seu Dominante também esteja preocupado com isso.
E, ainda falando da mordaça, vocês também tem que imaginar o
que acontece com uma pessoa que está com a boca amordaçada por um longo período
de tempo. Às vezes escorre baba, às vezes a pessoa fica com falta de ar, ou ela
pode ficar com o rosto vermelho do esforço. Nem tudo são flores e rosas, ok,
jovens padawans?
Outro exemplo são as varas de equitação, que são usadas para
chicotear. Eu geralmente costumo me deparar com fanfics em que os Dominantes
usam aquilo “com toda a sua força”.
Ok, pessoal, vamos refletir.
As varas de equitação são usadas em cavalos; aquilo é um
material resistente e não muito flexível. Você tem certeza que vai querer que
seu Dominante chicoteie o Submisso dele 6789 vezes com aquilo? Você tem certeza
que depois de todo esse tempo o Submisso ainda vai curtir?
Bom senso, jovens gafanhotos, bom senso.
Sobre outras práticas e objetos, que eu tenho certeza que
era o que vocês queriam que eu também falasse, vai ficar por conta de vocês!
Yay! XD
Eu não vou ensinar aqui ninguém a praticar nada mais pesado
que isso, não (eu sinto o cheiro de vocês, -18). Hahaha.
Ademais, acho que é isso. Espero que isso ajude vocês em
algo, realmente. E, como último conselho, eu gostaria de deixar claro que BDSM
só é BDSM com uma coisa essencial chamada CONSETIMENTO. Não confundam isso com
sexo forçado ou algo semelhante, por favor. O que foge disso é assédio sexual
ou estupro.
Até mais, jovens gafanhotos! ;)
Eis um tema que me apetece, mas sinto que ainda sou meio soft em abordar. Parabéns pelo artigo.
ResponderExcluirObrigada pelo comentário!
ExcluirLi tudo bem direitinho, porém o medo de escrever errado ainda assombra.
ResponderExcluirArtigo lindinho <33
Obrigada pela leitura!
ExcluirNão tem problema escreveres errado! Se isso acontecer, corriges :)
Boa sorte com as tuas histórias!
Eu adorei o artigo, confesso que estava com muito medo de escrever sobre e acabar não dando certo como gostaria, mas, depois de ler isto estou bastante confiante. Muito obrigado, ajudou bastante!
ResponderExcluirFicamos felizes por ajudar <3
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