A definição de "diálogo" é: “Fala, conversa entre duas pessoas; conversação entre muitas pessoas”. Parece bem simples, e alguns acabam pensando que é só escrever as falas e voilà: está feito um diálogo. Mas não é bem assim. Você deve saber algumas coisas antes de escrever, alguns detalhes que podem mudar a maneira como você encara os diálogos. Preparado?
Pontuação
Sabia que existe mais de um meio para sinalizar as falas? E, pasmem, muitas pessoas não sabem disso.
Há duas maneiras para sinalizar: usando o travessão (—) ou as aspas (“”). Evite ao máximo usar os dois juntos, e outra dica crucial: hífen (-) e underline (_) não têm esta função de introduzir falas. Portanto, se você os usa dessa forma, conserte o mais depressa possível e substitua por uma das opções apresentadas acima.
Não se esqueça de que no parágrafo anterior à fala deve haver dois pontos (:) caso o inciso venha antes da mesma. Exemplo:
João se aproximou da irmã e comentou:— Escutei um barulho estranho hoje pela manhã. (Certo)“Escutei um barulho estranho hoje pela manhã.” (Certo)- Escutei um barulho estranho hoje pela manhã. (Errado)_Escutei um barulho estranho hoje pela manhã. (Errado)
Lembre que a fala do narrador depois do travessão deve vir com letra minúscula quando explica a maneira como a fala foi proferida, e deve vir com letra maiúscula quando se narra alguma ação da personagem feita em seguida da fala. Exemplo:
— João, venha cá! — gritou-lhe a mãe da varanda.
— João, venha cá! — A mãe saiu correndo atrás de João.
Discurso e inciso
O discurso é aquilo que a personagem diz enquanto o inciso é a inserção do narrador. É usado para demonstrar reações, gestos e sentimentos da pessoa que está falando. Assim, pode vir antes ou depois da fala.
— São Edward e Emmett Cullen, e Rosalie e Jasper Hale. A que saiu é Alice Cullen. Todos moram com o Dr. Cullen e a esposa. (discurso) — Ela disse isso à meia-voz (inciso).
Crepúsculo (MEYER, Stephenie)
Perceba que o inciso, nesse caso, tem a função de mostrar como o personagem disse algo, apresentando o modo do discurso.
Quando temos muitas pessoas falando ao mesmo tempo, o texto pode acabar confuso. Então, o inciso também serve para diálogos com várias falas, para distinguir as pessoas e acarretar a capacidade de o leitor discernir quem está falando o que e com quem.
Naturalidade
Seu diálogo deve soar naturalmente, como as conversas que temos no nosso dia a dia. Usar a norma culta nesses casos pode acabar deixando os personagens parecidos com robôs, com falas que não fluem e não condizem com elas. Devemos sentir que o personagem está realmente ali; logo, sua personalidade também deve estar em suas falas.
Alguns falam de modo apressado, usam algumas gírias, têm sotaque e têm seu próprio jeito de se expressar. Então escreva, analisando a forma como o diálogo está sendo descrito, o local e a situação, e se lembre de ler em voz alta para ter certeza de que seu diálogo faz sentido e soa natural.
Não se esqueça também das ações dos personagens enquanto falam; afinal, ninguém fica de frente para outra pessoa e simplesmente começa a trocar palavras com ela enquanto ambos permanecem parados como duas estátuas. As pessoas mexem no cabelo, riem, reviram os olhos, se distraem e fazem todo tipo de movimento — todos nós fazemos isso. Então se lembre desses detalhes para não deixar o diálogo muito artificial. Nesses momentos, é importante usar o incisivo.
— Olá.
— Oi, tudo bem?
— Tudo ótimo. É muito bom te reencontrar.
— Olá — Ela sorriu e acenou de longe.
— Oi, tudo bem? — Mal pôde acreditar que era sua amiga, não a via há anos.
— Tudo ótimo — Abriu um sorriso ainda maior — É muito bom te reencontrar — E então abraçou a outra rapidamente.
Características dos personagens
Um ponto importante na hora de escrever é manter a personalidade e as características do personagem. Afinal, um empresário não fala da mesma maneira que um estudante de Ensino Médio, eles são de mundos diferentes, têm vocabulário, expressões e gírias que são geralmente opostas.
Imagine um empresário entrando em seu escritório; então, ele vai a um assistente e pergunta:
— E aí, mano? Tu sabe se Fulano entregou o relatório?
Não, isso nunca iria acontecer.
Atente-se às expressões usadas no tempo em que sua história se passa, pois, dependendo da região, do ano e do contexto histórico em que seus personagens se encontram, o modo como eles se comunicam pode ser bem diferente. Há sessenta anos, provavelmente, por exemplo, as pessoas usavam mais pronomes de tratamento ao falar com uma pessoa mais velha, e não existiam as mesmas gírias; então, cuidado para não cometer nenhum deslize.
E, por Deus, não ouse adicionar carinhas, abreviações ou coisas do gênero!
Objetivos
O diálogo tem como objetivo desenvolver a história, fornecer informações importantes e mostrar quem é o personagem; então, você tem de pensar antes de escrever qualquer coisa.
O diálogo acrescenta algo na história? Vai mudar o rumo das coisas? Vai revelar uma informação nova, demonstrar a relação entre os personagens ou fazer com que a gente os conheça melhor de alguma forma? Vamos ver alguma reação diferente, ou uma discussão que pode ser importante? Se a resposta for não, melhor não escrever.
Uma das coisas mais chatas de se ler são diálogos que o autor só os colocou ali porque estava sem ideias, ainda mais se o diálogo for longo. Isso causa uma sensação de tédio, e acabamos pulando esta parte para chegar aos “finalmentes”.
Aliás, diálogo não pode se estender como estamos habituados a fazer em nosso cotidiano; caso contrário, vai deixar o texto enorme e tedioso. Tem de ser algo rápido, que impulsione e acelere o ritmo da narrativa.
— Oi, senhor Manoel, como vai?
— Muito bem, o que vai querer hoje?
— Seis pães, a fornada já saiu?
— Ainda não.
— Caramba, vou acabar me atrasando.
— Não se preocupe, faltam poucos minutos.
— Tudo bem, vou esperar então.
Pode ser substituído por:
Ela foi até a padaria, entrou e cumprimentou o padeiro. Os pães ainda não estavam prontos, ela teve certeza de que ia se atrasar para o trabalho, mas decidiu esperar assim mesmo.
Por que substituir? Bem, a conversa dela com o padeiro não vai mudar nada, são só detalhes que podem ser colocados na narração para poupar tempo e fazer o texto fluir melhor.
Em alguns momentos, é melhor trocar o discurso direto pelo discurso indireto. O primeiro é bem conhecido, é a própria fala do personagem. Já o segundo é o narrador interferindo na história e utilizando de suas próprias palavras para descrever como o diálogo aconteceu.
Agora, falando em fornecer informações, deve-se ter em mente que também não podemos fazer grandes revelações. São pequenos detalhes ao longo das falas, capítulo por capítulo, que devem levar o leitor a tirar suas próprias conclusões a respeito do que vai acontecer. É claro que pode haver reviravoltas causadas por causa de uma discussão, segredos revelados ou coisa parecida, mas não se pode revelar detalhes da trama o tempo todo. É algo que deve ser ponderado.
Lembre que é através de pequenos diálogos que conhecemos os personagens. Podemos saber mais sobre eles observando a maneira como falam, como agem durante uma conversa e coisas do tipo. A personalidade deles fica cada vez mais visível durante o texto. Além disso, as falas podem ser uma ótima ferramenta para demonstrar qual é o objetivo da sua personagem, o que ela deseja e como pretende alcançá-lo.
— Tudo o que eu quero é ser cantora, e eu vou conseguir, acredite em mim.
Repetição de informações
Tenha muito cuidado para não cometer o erro de repetir informações que já estão presentes na narrativa. Se já foi dito que algo iria ser feito, não há nenhuma necessidade de a personagem dizer que vai fazê-lo mais uma vez.
Júlia decidiu que iria até o colégio para fazer algumas pesquisas, não queria passar o resto do dia em casa, era uma boa desculpa para sair.
— Mãe, estou indo para o colégio, volto mais tarde.
—Tudo bem, filha.
Em vez disso, você poderia tentar escrever assim:
Júlia decidiu que iria até o colégio para fazer algumas pesquisas. Não queria passar o resto do dia em casa, e essa era uma boa desculpa para sair. Avisou à mãe que estava partindo e foi para a escola.
Por que mudar? Porque, mais uma vez, o diálogo se torna irrelevante, não muda nada. A mãe dela deixou-a sair, mas isso não altera o rumo da história. Narrar com discurso indireto é uma boa opção para não repetir algo que já foi dito e que não trará nada de novo a trama.
Repetição de nomes e palavras
Usar constantemente o nome do personagem se torna cansativo.
— João, como vai você?
— Poxa, João, bom te ver.
— Volta aqui, João.
Sabemos que é com João que alguém está falando; então, a repetição do seu nome se torna desnecessária. O uso do incisivo para diferenciar os personagens pode ser aplicado neste caso.
Ele disse, ela disse
Não há nada mais irritante (no meu ponto de vista, pelo menos) do que ler um diálogo em que a pessoa só usa o verbo “dizer”. Existe uma infinidade de verbos de elocução, por que usar apenas esse? Também é algo que torna o texto cansativo, pois fica parecendo que o autor não conhece outras expressões para usar.
— Eu te amo — ele disse.— Também te amo, para todo o sempre — ela disse.— Para todo o sempre — falou.
Percebemos que eles estão conversando; portanto, a repetição do “disse/falou” no incisivo não tem sentido. Além disso, não é a única coisa que as pessoas fazem enquanto conversam. As pessoas se movem, riem, pulam, ficam inquietas, entre várias outras coisas que sua personagem também deveria fazer para não parecer uma morta-viva que só “diz as coisas” em vez de interagir.
Eis aqui uma pequena melhora no trecho:
— Eu te amo — ele murmurou.Achei uma tabela ótima com várias opções de verbos de elocução que você pode usar:
— Também te amo, para todo o sempre — Sorriu, e então ambos juntaram as mãos, entrelaçando-as.
— Para todo o sempre — confirmou.
Com estes passos simples, é possível mudar o modo de escrever um diálogo, torná-lo mais interessante e natural, além de ter como consequência o enriquecimento do texto. Espero que vocês façam bom uso de post e que o tenham aprovado. Adorei escrevê-lo e também aprendi algumas coisinhas.
Obrigada pela leitura e até a próxima!
Material consultado:
Minidicionário Soares Amora, 18ª edição.
Geraldo Galvão Ferraz, “O segredo do diálogo”, disponível em: www.revistalingua.com.br . Acesso em: 10/04/13
Fernando Heinrich e Carolina Bacelar, “Como escrever diálogos”, disponível em: http://www.revistafantastica.com.br/em-foco/como-escrever-dialogos/ .Acesso em: 12/04/13
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Olivemee é estudante, beta reader e ficwriter. Louca por livros, ama ler sobre história da idade moderna e é apaixonada pela cultura japonesa. Nunca soube escrever muito bem sobre si mesma e ainda está indecisa sobre qual carreira seguir.
Amei a matéria, principalmente a "listinha" de verbos que tem *-*
ResponderExcluirPost bastante interessante, mas ficou uma dúvida - só porque eu sou muito chata com a gramática que me odeia - quando fica claro que é um pensamento ou uma fala da personagem é necessário citar que é ela que vai falar?
ResponderExcluirEx: Mariazinha estava sozinha, seu telefone toca.
- Alô...
Ou seria correto assim:
Mariazinha estava sozinha, seu telefone toca e ela o atende:
-Alô...
O exemplo é idiota, mas foi a primeira coisa que consegui pensar (isso que dá não dormir, não produz nada descente).
Não é obrigatório usar verbos elocutórios quando se saber quem está falando no discurso. O teto fica até mais limpo, menos poluído.
ExcluirEntão, minha querida, sobre essa questão das falas,as duas maneiras estão corretas, vai da sua escolha. Eu (Lady Salieri), particularmente, entendo o seguinte: quando eu coloco os dois pontos (:) ele já me dá a ideia de que o sujeito daquela narração está falando o vem depois, no travessão. Então, no seu exemplo:
ResponderExcluir1 -
Mariazinha estava sozinha, seu telefone toca. (se é a própria Mariazinha quem fala alô, eu substituiria seu ponto final por dois pontos)
- Alô...
Ficaria assim:
Ex: Mariazinha estava sozinha, seu telefone toca:
- Alô...
2 -
Ex: Mariazinha estava sozinha, seu telefone toca.
- Alô... (se não foi a Mariazinha quem falou, mas a pessoa do outro lado da linha, eu colocaria um adendo aqui sobre quem falou "alô" por meio do travessão).
Bom, espero que tenha sanado sua dúvida!
Um grande abraço!
Muito bom! Ajudou bastante. Agora vou procurar escrever diálogos melhores já que esse é um dos meus maiores problemas nas histórias.
ResponderExcluirAté salvei a listinha dos verbos para expressar a fala, será bem útil.
pesquise sobre os verbos dicendi, tem uma lista enorme com varios verbos uteis, sempre uso.
ExcluirQue bom, Laura, ficamos felizes em ser úteis. Qualquer dúvida, não hesite em nos comunicar! Um abração!
ResponderExcluirAdorei, tinha mania de colocar diálogos desnecessários. Como digitar travessão?
ResponderExcluirClique em alt + 0151, minha querida! Bjo!
ExcluirOi, me intrometendo aqui! Uma outra dica é que, se você usa o Word, é só ir em Símbolos, pôr no travessão (depois que você clicar no desenho dele vai aparecer o seu nome) e mudar seu atalho. No meu notebook, não dá para fazer esse atalho do alt + 0151, então eu faço isso ;)
ExcluirOlha muito obrigada por esse post eu realmente esta precisando saber como melhorar meus diálogos, pois as narrações estão boas mas os diálogos nem tanto sabe, estava muito sem conteúdo e rela mete eles já estavam parecendo robôs conversando do que pessoas...obrigada
ResponderExcluirSuper bacana essa matéria, se assim posso dizer *--*
ResponderExcluirPrincipalmente a parte dos verbos de elocução... eu tenho muita dificuldade com eles, e espero que agora, a partir de tudo o que absorvi aqui, possa me ajudar.
Já fez uma diferença imensa (:
Obrigada!
Nada :D
ExcluirQue post fantástico! Tirei muitas dúvidas, muito obrigada. Meus diálogos agora vão melhorar muito...
ResponderExcluirAinda bem que ajudou!
ExcluirFui lendo aqui e já corrigindo o último capítulo com diálogos que escrevi. Pontos finais desnecessários antes do inciso e o uso do travessão fizeram uma baita diferença no visual do meu texto. Agora sim está como eu gosto: todo organizado e "limpo".
ResponderExcluirMuito obrigada pelas dicas <3
Ainda bem que ajudaram!! ^-^
ExcluirEu estou com algumas dúvidas que não foram contempladas no texto.
ResponderExcluirComo escrever diálogo abruptamente cortado por outro falante ? Em Inglês usa-se o travessão. Ex.:
“He loved you—”
“As if I could believe that.”
Como fica em Português?
Eu posso mistura diálogo com narração em um parágrafo como no Inglês? Ex.:
Rachael was a beautiful woman; she’d been told so since the day she turned sixteen. And at forty-two, she decided she was just entering her prime. She stared at herself in the mirror, patted her hair, and grinned at the man watching her reflection with her. “I still got it, don’t I, baby?”
"(...) o inciso é a inserção do narrador. É usado para demonstrar reações, gestos e sentimentos da pessoa que está falando. Assim, pode vir antes ou depois da fala."
Será que você poderia dar exemplos de incisos que estão antes da fala? No Inglês tem algo parecido:
He reached for her bare shoulders. “And I love every inch of the it you’ve got.”
Como isso ficaria em Português?
Desculpe pelo monte de perguntas.
Olá!
Excluir1º caso: Acredito que o mais usado nesse caso são as reticências. No entanto, se usares aspas para marcar o diálogo, acho que podes fazer como em inglês.
2º caso: Não aconselho. No entanto, acho que até o poderias fazer se usasses aspas para iniciar o diálogo.
3º caso: (acho que é isto que queres)
— Eu não sei o que pensar. — Passou a mão pela cara, suspirando. — Eu nunca esperei que ele me fizesse isso.
Espero ter ajudado! De qualquer maneira, o melhor a fazer é confirmares o que é melhor para a tua história com o/a teu/tua beta.
Beijos
Só tenho uma dúvida, quando meu personagem fala errado, como que escrevo a fala dele? Preciso colocar entre aspas ou escrever em itálico? Ou outra coisa parecida?
ResponderExcluirNormalmente, é o aconselhado, porque assim indicas que o erro foi intencional e não um erro de escrita. Eu pessoalmente prefiro meter em itálico :)
ExcluirAmei o conteúdo, estou começando a escrever meu primeiro livro e estarei usando o máximo de conhecimento aprendido aqui. Deus te abençoe!
ResponderExcluirAinda bem que podemos ser úteis!
ExcluirÉ um ótimo texto, com ótimas explicações e dicas realmente úteis. Mas, eu não concordo 100% com a sessão "disse ela, disse ele". Até concordo que um diálogo com a repetição do "disse" torna-se mecânico e massante, mas turbinar todos os verbos dicendi, eliminando todo e qualquer "disse" por substitutos como "ralhou", "trovejou" e "vociferou", por exemplo, acaba tornando-o igualmente problemático. Usar advérbios é humano, mas escrever "disse ele" ou "disse ela" é divino, como diz o mestre Stephen King no livro "Sobre a escrita" (que eu recomendo muito para os aspirantes ao ofício de escritor).
ResponderExcluirConcordo com o teu ponto. No entanto, a ideia não era dizer que não se pode/deve usar "disse", pelo contrário. A ideia era sim relembrar que há outras palavras que podem ser utilizadas para evitar que o texto se torne monótono e repetitivo, principalmente quando existe uma grande cena de diálogo.
ExcluirMuito bom!! Bastante esclarecedor!
ResponderExcluirAinda bem que pudemos ser úteis!
ExcluirAdorei a matéria! Tenho uma pequena dúvida, preciso criar um diálogo um pouco dramático ao qual a personagem tem a necessidade de expressar suas emoções em palavras para a irmã antes de contar a ela da morte dos pais. Pode ser um diálogo longo? Ou não é muito bom?
ResponderExcluirTudo depende de como construíres a cena e de como escreveres o diálogo da irmã, para além de que tens de ter em conta as características da personagem e a maneira como ela está a reagir ao acontecimento. As variantes são muitas, logo não há certo ou errado. O que te posso aconselhar é pedires ao teu beta ou alguém que conheça a história para ler o diálogo e te dar a sua opinião. Beijos e bom trabalho
ExcluirOlá por exemplo : Quando eu Vou escrever um dialogo eu não coloco ponto antes do — . Exemplo:
ResponderExcluir– Olá tudo bem? – Eu me encontrava muito nervosa(devo colocar ponto aqui! É necessário em todas as falas colocar?".") – Senti sua falta!
Olá! Neste caso leva ponto, mas isto varia dependendo do tipo de verbo que introduz o narrador. Tem também em atenção que deves usar travessão, não hífen ou meia-risca, como usaste. Espero ter ajudado.
ExcluirTenho uma dúvida, como diferenciar um dialogo de um pensamento, tipo quando é uma fala usamos o traço – no início, e para sinalizar que é um pensamento do personagem?
ResponderExcluirEu penso em começar a escrever com uma personagem apresentando o mundo em forma do que ela tá pensando e depois cair para um diálogo com outro personagem em outra cena, pode me ajudar?
Oi!
ExcluirEntão, tudo depende muito da tua escrita. Por exemplo, se a história for narrada em primeira pessoa, provavelmente não é necessário indicares que é um pensamento, visto que toda a narração é o pensamento de um personagem. Se for em terceira pessoa é um bocado diferente, mas podes continuar a não precisar de indicar que certo momento é um pensamento (olha os livros do Harry Potter).
De qualquer maneira, se for uma linha ocasional, podes sempre meter em itálico, ou entre aspas, ou escrever "pensou" a seguir. Podes ainda começar o parágrafo a indicar que o que se passa é do ponto de vista do personagem; por exemplo: "Fulano olhou em volta e viu Ciclana aproximar-se. Ela estava linda; os seus cabelos ruivo (...)."
Tem em conta que é muito difícil dar conselhos sem estar a ver o que está a ser escrito, por isso não tomes o que eu digo como lei. Vê o que é melhor para ti e experimenta um bocadinho.
Boa sorte!
Como fica a pontuação quando um diálogo precisa se estender muito? Digamos que o personagem está contando uma longa história sem ser interrompido. Não é possível iniciar novo parágrafo e colocar travessão, ou isso indicará que é outro personagem falando. Também não é possível ficar sem dividir a fala em parágrafos. Como fica, então, a pontuação nas trocas de parágrafos quanto o personagem é o mesmo?
ResponderExcluirOlá! Eu não te posso responder com completa certeza, mas aquilo que já vi fazer (inclusive, em livros como Harry Potter) é o autor iniciar a fala com travessão e, quando quer fazer parágrafo, iniciar o parágrafo com aspas. Fica algo como:
Excluir— [Fala do personagem.]
"[Continuação da fala do personagem.]
Espero ter ajudado!
Olá. Isso é o que normalmente vejo também. Inclusive, essas aspas são abertas no começo do parágrafo e não são fechadas. E, a partir do segundo, todos são iniciados com aspas até o fim da fala desse personagem.
ExcluirMas minha pergunta é porque não encontrei isso como regra em lugar nenhum. Nenhum site ou blog fala sobre essa situação. Também só sei o que tenho visto nos livros que li. Será que alguma gramática fala disso?
Eu nunca li sobre isto em nenhuma gramática. Como disse acima, mesmo aquilo que te respondi foi baseado naquilo que eu já li. No entanto, tenho a certeza que se deve encontrar qualquer coisa sobre o assunto. Boa sorte!
ExcluirOi, eu tenho preferência em escrever diálogos com aspas e não o travessão, mas tenho dúvidas em relação à continuação de falas em um mesmo parágrafo, exemplo:
ResponderExcluir“Amém”, respondeu o padre pegando seu chapéu, “caso o garoto acorde de novo, me chame imediatamente”, pediu enquanto saia de forma calma do quarto.
No caso, estaria correto a utilização da vírgula ou até mesmo um ponto para separar as falas das ações (ou gestos, entre outros)? Qual seria a melhor maneira?
Eu faria: "Amém," respondeu o padre, pegando no seu chapéu. "Caso o garoto acorde de novo, me chame imediatamente," pediu enquanto saía de forma calma do quarto.
ExcluirPara mais ajuda, podes ler este post: http://ligadosbetas.blogspot.pt/2014/11/como-pontuar-dialogos.html
Espero ter ajudado!
Adorei o post. Eu era horrível em escrever diálogos. Eu escrevia "dizer".
ResponderExcluirObrigada pelo comentário!
ExcluirNossa, esse post me salvou! As minhas dúvidas em construir diálogos eram tão especificas que achei que não havia site na internet que pudesse respondê-las. Muito obrigada!
ResponderExcluirObrigada pela leitura! :)
ExcluirEstou escrevendo um livro sem diálogo...
ResponderExcluir—Devo colocar diálogos, ou tento manter-me assim?
Ainda não entendi muito bem, mas vou ler mais algumas vezes e praticar.
Só tu podes responder a essa questão. Tudo depende da história, do género e do livro que queres escrever. Se achas que o mais acertado é não escreveres diálogos, então tudo bem :)
ExcluirQue solução você está usando no lugar dos diálogos? Discurso indireto? Como foi respondido acima, a decisão é sua. Tudo que posso lhe dar é uma opinião como leitor. Eu gosto de diálogos e acho que dão dinâmica ao texto, mas você é que tem de decidir. Talvez a sua história peça por um texto sem diálogos. Acredito que se a narração tem teor mais introvertido e psicológico, algo como uma egotrip do personagem, talvez seja mesmo uma ótima solução.
ExcluirTexto muito bom, parabéns. Estava procurando exemplos de diálogos como os usados na Bíblia. Lá não se usa travessão, nem aspas. Veja Mateus, por exemplo, as falas de Jesus e os questionamentos dos fariseus. O verbo Dizer é o mais usado.
ResponderExcluirVocê conhece algum livro que usa este tipo de diálogo?
Nenhum que me lembre de momento, mas vou deixar o teu comentário aqui caso alguém queira contribuir.
ExcluirOi, muito obrigado pelo texto.
ResponderExcluirFiquei com uma dúvida em relação a letra minúscula ou maiúscula após o fala.
Por exemplo: — Está pronta senhorita? — perguntava o senhor em um tom mais narrativo enquanto caminhava pelo quarto.
Como existe descrição da fala e uma ação na mesma frase, como devo prosseguir, letra maiúscula ou minúscula?
Olá! Neste caso deves usar letra minúscula, já que o verbo que usas a seguir à fala é o verbo "perguntar".
ExcluirMuito obrigada pelo texto!
ExcluirUma dúvida:
- Oi, tudo bem? - Ela disse.
O "ela" não seria em letra minúscula?
Sim, letra minúscula. Sempre que o verbo disser respeito ao que foi dito (verbos como disse, falou, exclamou, perguntou, argumentou, etc.) então a fala do narrador é uma continuação da fala e deve vir em minúscula. Se o verbo for outro como correu, olhou, agiu, pendurou, cortou (qualquer coisa que nada tenha a ver com a fala do personagem) então você começa outra frase quando entra o narrador, portanto, letra maiúscula.
ExcluirSeria sim. Viste algum sítio onde não está em minúscula?
ExcluirTexto excelente, muito obrigada pela ajuda! Estou há muuuuito tempo pesquisando por isso e é a primeira vez que encontro, obrigada.
ResponderExcluirUma dúvida:
— Olá — Ela sorriu e acenou de longe.
— Oi, tudo bem? — Mal pôde acreditar que era sua amiga, não a via há anos.
— Tudo ótimo — Abriu um sorriso ainda maior — É muito bom te reencontrar — E então abraçou a outra rapidamente.
Nesse diálogo, por que não há ponto final no final das falas? E outra coisa, por exemplo:
– Você complica tudo, nossa, você é muito chato – resmungava como uma criança birrenta.
Está certo dessa forma, né? Já que o verbo usado após o travessão é "resmungar".Se sim, por que não há ponto final no final da fala? Como saberei se é para pôr ponto no final da fala ou não?
Desde já, muito obrigada novamente e parabéns pelo bom trabalho!
Olá! Viste estas falas em algum sítio do nosso blog, ou são tuas? Estou a perguntar só para saber se têm que ser corrigidas ou não.
ExcluirNo primeiro exemplo, todas as falas e intervenções do narrador devem ser pontuadas.
No segundo exemplo, a fala está bem como tu a apresentaste. A fala não é pontuada porque a intervenção do narrador explica o modo como a fala foi dita, ou seja, é relativa à fala em si. Já no primeiro exemplo, todas as intervenções descrevem gestos ou ações tidas durante o diálogo, logo, não se referem à fala em si. Por isso, não se deve pontuar a fala do segundo exemplo. Para saberes se deves pontuar ou não tens que ter noção do que é que a interrupção do narrador diz respeito.
Nós explicamos isto tudo no post "Como pontuar diálogos?", que existe aqui no nosso blog. Talvez seja uma boa ideia leres esse post e, se ainda tiveres alguma dúvida, fica à vontade para a colocares.
Será que eu devo usar essa fala na minha história?Vai servir para alguma coisa??
ResponderExcluir-Catarina quero proteger você,te prometo que não vai ficar sozinha.
Será que estou errado?O que vocês diriam?
Olá! Como eu não conheço a tua história, nem faço ideia do contexto em que essa fala poderia aparecer, eu não te posso dizer se ela deve ser incluída ou não. Só tu podes saber isso.
ExcluirÉ necessário colocar o nome do personagem no final de todas as frases que ele falar?
ResponderExcluirClaro que não! Tudo depende do contexto. Por exemplo, se a conversa for só entre duas pessoas, a partir de certa altura fica fácil perceber quem diz o quê porque as falas são alternadas. Tudo depende da situação em que as falas se inserem.
ExcluirSó se for necessário para identificar o personagem que fala. Normalmente, quando o diálogo é entre apenas duas pessoas, você identifica os falantes nas primeiras falas e depois dispensa isso. Mas se há três ou mais participantes da conversa, você precisa deixar claro ao leitor quem está falando o quê.
ResponderExcluirGostei muito, mas fiquei com uma dúvida geral, sem discordar das regras apresentadas. A questão é: quem determina essas regras? Há alguma orientação acadêmica, uma convenção editorial, ou um reconhecimento de uso?
ResponderExcluirEtendo a diferença lógica entre usar maiúsculas ou minúsculas no inciso a depender da narração subsequente à fala. Mas porque não se deve fazer diferente considerando que a inteligibilidade não ficaria afetada?
Essas regras existem, mas são frequentemente violadas. Já vi livros de autores consagrados que não seguiam essas regras. Mas, para quem é atento, isso se torna perceptível. O leitor que só busca lazer talvez não ligue e nem note a diferença. Acho que vai da sua intenção do nível de qualidade que deseja atingir com seu texto.
Excluiré quando quero dizer que o personagem esta falando sozinho qual a pontuação ?
ResponderExcluirOi! Acho que depende da situação, mas sem conhecer o monólogo em questão, eu aconselharia a seguires as regras de diálogo normais, tendo o cuidado de especificar que o personagem está a pensar alto/a falar sozinho.
ExcluirComplementando: expressões como "pensou alto" ou "disse para si mesmo" (e outras semelhantes) podem indicar que ele não está falando com outra pessoa. Mas a regra de pontuação é a mesma. Eu costumo usar aspas para pensamentos e travessão para falas. É o mais comum no Brasil, independente de quantos são os interlocutores.
ExcluirOii! No caso de ser um diálogo entre 4 ou mais personagem, como faço isso? Sempre que eu tento fica cheio de repetições.
ResponderExcluirOi! Sem ter lido o diálogo é muito difícil ajudar, mas geralmente eu recomendo que, quando em dúvida, se utilize os nomes dos personagens.
ExcluirOlá. O importante para não ficar repetitivo é enriquecer seu vocabulário para encontrar os sinônimos adequados. De preferência, intercale com explicações e descrições da cena, para não ficar enfadonho. Por exemplo:
Excluir- Saia já daqui - gritou Pedro.
Joana se recusou a sair e retrucou.
- Não vou sair. Tá pensando o quê?
- Não vai adiantar gritar - interveio Bárbara. - Melhor sair e esperar ele se acalmar.
- Venha - disse Lucas, conduzindo Joana para a porta.
Percebe? Usei verbos diversos para não ficar "A disse isso", "B disse aquilo", "C disse aquela outra coisa"... E a narração, mostrando o que acontece, as ações, enriquece o texto, deixando mais agradável.
Eu não sabia os detalhes, mas sempre me incomodava com quem escrevia com esses erros.
ResponderExcluirSobre isso de não repetir muito "disse" nos diálogos eu me preocupei e fui reler, e caramba, estou tão aliviada que ta tudo certinho mesmo qie inconscientemente.
Eu não sabia que ficava repetitivo mas sempre mudo.
- blablabla - falou.
- Blablablablabla - fulana brincou, sorrindo.
- Blablabla - sorriu e o abraçou.
Blabla? - pergunta.
- Blablabla - desabafou.
Que bom, né?
Mas suas dicas foram muito úteis, ajudam demais quem está tentando melhorar a escrita ou quem está começando agora.
Ainda bem que pudemos ajudar! :)
ExcluirExplicações claras e objetivas! Obrigada!
ResponderExcluirsdsse56d5l6ççx6c~~5c6ç5cçc~cx
ResponderExcluirApós ler esse texto fui correndo corrigir todos os erros da minha história, me deparei com uma dúvida logo de cara (essa parte é a imaginação dele, por isso as aspas)
ResponderExcluir“— E o grande vencedor é… Kim Taehyung! — Logo todos da plateia comemoraram, gritavam todas as categorias de palavrões aos torcedores do outro lutador.”
Tem algo errado no texto?
Também queria saber outra coisa, estou escrevendo a história em terceira pessoa, eu poderia colocar alguns pensamentos do meu personagem em primeira pessoa? Ou eles têm que ser introduzidos conforme a história?
ExcluirTenho uma pergunta, esta frase:
ResponderExcluir— Senhor? — A mulher a sua frente falou, o acordando de seu transe.
O começo do inciso, teria que ser em letra maiúscula ou minuscula?
Você está usando um verbo dicendi, portanto deve ser com letra minúscula:
Excluir— Senhor? — a mulher a sua frente falou, acordando-o de seu transe.
Tenho uma pergunta, na minha história eu prefiro escrever em primeira pessoa, no caso só mostro ponto de vista da minha personagem. Porém, eu queria poder mudar em algumas partes específicas da história para o ponto de vista de outro personagem, só que sem ter que fazer um capítulo inteiro só pra ele. Mas não sei exatamente como devo separar os parágrafos para indicar que é outro personagem falando. Eu deveria separar com um dinkus ou fazer de outra maneira?
ResponderExcluirSituação complicada essa em que se meteu...
ExcluirMinha primeira sugestão seria que você se desprendesse dessa necessidade autoimposta de escrever em primeira pessoa. Os tipos de narrador devem seguir as necessidades da história a ser contada.
Você se deparou justamente com uma limitação das histórias narradas em primeira pessoa que é a não possibilidade da onisciência do narrador.
Mas vou tentar te ajudar.
Uma sugestão seria fazer (sem mudar de capítulo) uma seção separada, usando divisores como *** ou -x-x-x-. Nessa seção você escreve algo com uma fonte diferente, ou em itálico, usando um narrador onisciente em terceira pessoa. Seria como um "aposto" na história. Um espaço fora dos acontecimentos vivenciados pelo personagem-narrador que explica algo acontecendo além do seu campo de visão.
Acho que era isso que você procurava, não?
Sim, era isso que eu queria saber. Eu procurei em vários posts e sites em toda a internet, mas essa questão sempre fica meio sem resposta, o que me deixa sem conseguir adaptar minha história aos padrões e "regrinhas" que temos que seguir para a história ficar coerente.
ExcluirPara mostrar o ponto de vista de outro personagem, que é minha pergunta, o narrador tem que ser em terceira pessoa ou eu posso tentar fazer em primeira pessoa??
ExcluirConheço um livro que usa narração em primeira pessoa, mas alterna entre diferentes personagens. Cada capítulo é um personagem diferente narrando, e confesso que, apesar do livro ser muito bom, essa característica me desagradou, pois deixa a história confusa. Leva tempo até entender quem é que está narrando. O livro é "Lázarus", de Georgette Silen.
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