Vícios de Linguagem

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Por: KILL JOYS

Olá para todos, como vocês estão? 

Depois de muito tempo sem postar nada aqui no blog, decidi vir falar sobre os Vícios de Linguagem que existem na escrita. E o que são esses vícios? De onde eles vêm, o que eles fazem? 

Bom, vamos começar com uma definição simples: Vícios de Linguagem são, na maioria das vezes, erros gramaticais que cometemos, tanto por não prestarmos atenção ou por desconhecimento gramatical. Esses erros são muito comuns no nosso dia a dia e, por usarmos tanto, são considerados vícios. 

Existem diversos tipos de erros considerados vícios, principalmente na oralidade, no entanto, escolhi as cincomais importantes para contar a vocês como acontecem e o que fazer para evitar:

Ambiguidade: são frases, trechos ou expressões que causam duplo sentido na leitura. Muitas vezes, ocorre devido ao uso incorreto do pronome relativo, de vírgulas e de adjuntos adverbiais. 

Exemplo: A mãe encontrou o filho no seu quarto.

Ao ler a frase, é impossível saber se o filho estava no quarto da mãe ou no seu próprio. Para deixar claro em qual quarto ele estava, o ideal é indicar com um pronome possessivo no final, “A mãe encontrou o filho no quarto dela”. Quase todos os casos de ambuiguidade podem ser resolvidos com uma mudança de ordem de algum dos termos ou troca de pronomes.

Estrangeirismo: é o uso de termos ou expressões estrangeiras. 

Exemplo: Mesmo sem os ingressos, eles conseguiram entrar no show.

Sim, eu sei – não está errado usar palavras estrangeiras no texto, não mesmo. Acontece que, muitas vezes, usamos inúmeros estrangeirismos de uma vez, com palavras que podemos facilmente encontrar equivalentes na nossa língua, como é o caso do shampoo/xampu. 

Cacofonia: é o que ocorre quando o encontro de sílabas ou a repetição de fonemas e sílabas produzem um som desconfortável na leitura. A maioria dos casos ocorre por descuido, de modo que podem ser evitadas com a troca de uma palavra ou outra.

Exemplo: Correu com o coração na mão, pensando nas consequências estúpidas daquela ação.

Obscuridade: consiste em criar uma oração com o objetivo de torná-la difícil, ininteligível, confusa. Ocorre principalmente devido ao abuso de figuras de linguagem ou ao uso inapropriado da pontuação e orações grandes e mal intercaladas. 

Exemplo:"Uma vez que se aferiram os resultados da pesquisa, trabalho de muitos meses e destinatária de elevados recursos." 

A frase anterior é considerada obscura uma vez que não há oração principal para completar o significado da oração subordinada. A obscuridade já foi utilizada diversas vezes na literatura com o intuito de confundir o leitor, de modo que a complexidade das frases ajudou o autor a alcançar seu objetivo. O grande problema aqui é fazer uso da obscuridade por descuido, o que atrapalhará o melhor entendimento da história.

Pleonasmo: é uma figura de linguagem usada para intensificar o significado de um termo utilizando a repetição da própria palavra ou da ideia contida nela. Como vício de linguagem, o pleonasmo faz o uso de palavras ou expressões consideradas desnecessárias, uma vez que não intensificam o significado e só causam redundância.

Exemplo: Eu não a vi pela última vez há muitos anos atrás.

Apesar de ter citado apenas cinco dos diversos tipos de vícios de linguagem, é importante saber que grande parte deles pode ser evitada com um razoável conhecimento de gramática e uma revisão cuidadosa do próprio texto. Tomar esse tipo de cuidado ajuda a compreensão da história.






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Resenha: Sr. Holmes

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016


Por: Rodrigo Caetano

Esse é um livro um pouco mais pessoal, pelo menos para mim. Não pela história em si, ou pelo meu gosto por este ou qualquer outro trabalho do autor, mas pela personagem. Sherlock Holmes sempre foi um dos meus heróis favoritos, mesmo antes de eu saber disso.
É que, direta ou indiretamente, esse detetive mitológico inspirou diversos personagens. O famoso Dr. House, por exemplo, é um deles. Assim como grande parte dos detetives detalhistas e altamente perceptivos de filmes e séries de TV (The Mentalist, para citar ao menos uma). Foi apenas há pouco tempo que comecei a me familiarizar com as obras originais escritas por Sir Arthur Conan Doyle.
Já nesse livro em análise, vemos um retrato feito por outra pessoa do famoso detetive. Mas esse assume o seu nome e o seu papel, ao contrário dos personagens que são apenas inspirados por ele. E é isso que me motiva a escrever essa resenha, principalmente para o Blog da Liga.
Essa é uma história publicada, sim. Até virou filme, com ator famoso (Sir Ian Mckellen – O Gandalf e o Magneto) no papel principal. Mas o simples fato de ter o selo de uma editora e servir de base para um roteiro não a descaracteriza como fanfic. Vamosaela:

Título Original: A slight trick of the mind
Título Traduzido: Sr. Holmes
Editora: Intrínseca
Autor: MitchCullins

Sinopse: Aposentado há décadas, Sherlock Holmes mora numa fazenda em Sussex, onde cria abelhas com a ajuda de Roger, o filho da empregada. Além do apiário, o velho detetive gosta de passar o tempo relembrando casos memoráveis, que ele registra diligentemente em um diário. Com isso, tenta juntar os fragmentos remotos de uma de suas aventuras mais marcantes, ocorrida há mais de cinquenta anos.
Empenhado nessa empreitada, Holmes embarca em uma viagem rumo ao Japão do pós-guerra e acaba se deparando com um novo mistério: descobrir o destino do pai de seu anfitrião no país, Sr. Umezaki. Enquanto isso, na Inglaterra, Roger explora o escritório do ilustre detetive e lê avidamente seu diário, na tentativa de entender a mente e o coração de um homem tão único.
Intercalando lembranças de relacionamentos importantes que Holmes teve ao longo da vida, seus casos de amor, as amizades e um inesperado sentimento paternal, o romance de MitchCullin explora o lado humano de um Sherlock Holmes colocado diante dos surpreendentes mistérios da vida e da morte, sobre os quais ele ainda não tem a menor pista. Reflexões que, na voz de Holmes, mostram o efeito indelével que o envelhecimento exerce sobre o modo como enxergamos o mundo. 

Resenha: Esse livro é o resultado de uma empreitada ousada e corajosa. Sherlock Holmes sempre teve uma qualidade etérea, muito difícil de replicar, apesar das inúmeras tentativas de muita gente. Não se pode dizer que nunca lhe tenham feito justiça, mas há de se reconhecer que a maioria das suas representações foram, no máximo, medianas. Ainda assim, Sherlock Holmes vive no imaginário do povo, e todos tem uma ideia relativamente clara de quem ele é.
Aqui, porém, o autor explora o futuro desse personagem da cultura popular mundial em uma idade avançada, 93 anos, quando o tempo está lhe alcançando e furtando as habilidades mentais que sempre lhe foram características. Então, em essência, MitchCullins se propõe a contar uma história de Sherlock Holmes quando ele deixa de ser Sherlock Holmes.
Alguns podem considerar uma estratégia inteligente, afinal, isso lhe dá liberdade de ir além do imaginário popular, e justificar qualquer mudança com o avanço da idade, alémda clássica desculpa de todo escritor de que John Watson não lhe fazia justiça nos livros que escrevia dentro de seu universo fictício. Porém, eu acredito que seja uma desculpa para fugir da difícil missão a que o próprio autor se propôs no início do livro.
Apesar disso, o livro não peca tanto quanto algumas outras obras fizeram ao retratar Holmes. Apesar da grave, porém compreensível, omissão do conhecido gosto do personagem por cocaína, Cullins retrata um ser humano perturbado por finalmente, depois de mais de 90 anos, ser forçado a se comunicar com a sua própria humanidade, quando perde aquilo que ele achava que o definia. É um desenvolvimento psicológico bem interessante e bem construído no texto.
A estrutura da história é complexa. O livro viaja entre três períodos diferentes da vida de Holmes. O passado distante, em Londres; o passado mais próximo, no Japão; e o presente, em sua nova casa em Sussex (Inglaterra). Em cada um deles, nosso detetive é apresentado a um caso diferente. Apesar de nenhum dos casos serem tão interessantes quanto os famosos mistérios dos livros originais, eles servem bem aos seus propósitos definidos, cada um deles demonstrando o desenvolvimento do personagem.
Assim, o livro viaja no tempo de maneira intercalada, não se mantendo tempo demais e história nenhuma. E isso o prejudica, pois além de dificultar a leitura, faz com que o trabalho perca em estrutura e organização. Em um ponto importante, me peguei tendo que voltar a capítulos anteriores, para ter certeza de que não estava perdido. 
A linguagem também foi um problema. Não porque foi difícil, mas porque ao se adaptar a um estilo de história mais lento e vagaroso, com menos intensidade e mais espaço para desenvolvimento psicológico, o livro se afastou muito da linguagem clara e simples do trabalho original. Tanto que atrapalhou inclusive na identificação do personagem. Os livros de Sir. Doyle, mesmo que ficcionalmente escritos pelo Dr. John Watson, trabalham a linguagem de uma maneira esplêndida, transformando o complicado (aos olhos do narrador) em simples (aos olhos do personagem), e brincando com a o realismo e o misticismo de Holmes. Aqui, Cullins perde esse tom, em parte por tratar de temas mais delicados, e em parte por querer impor ao personagem uma voz que não combina com ele.
Contudo, a trama conseguiu me manter interessado e até me surpreendeu em alguns momentos. E cada uma das histórias que são contadas nesse livro tem uma clara representação na construção do personagem de Holmes. Ao final, é um livro interessante, mesmo que melancólico, sobre o poder da passagem do tempo e os seus efeitos mesmo nos mais icônicos homens. Não seria a melhor leitura que eu fiz esse ano, mas definitivamente não me arrependo dela. E verei o filme — afinal, eu quero muito ver o Gandalf e o Magneto como Sherlock Holmes. 

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Estereótipos em romance – Parte I

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016


Por: Anne L

es·te·re·ó·ti·po 
(estereo- + -tipo)

substantivo masculino
1. [Artes gráficas] Chapa obtida pela fusão de chumbo numa matriz ou numa impressão. = CLICHÉ
2. Trabalho feito com essa chapa.
3. Ideia, conceito ou modelo que se estabelece como padrão.
4. Ideia ou conceito formado antecipadamente e sem fundamento sério ou imparcial. = PRECONCEITO
5. Coisa que não é original e se limita a seguir modelos conhecidos. = LUGAR-COMUM
6. [Patologia] Comportamento ou discurso caracterizado pela repetição automática de um modelo anterior, .anônimo ou impessoal, e desprovidas de originalidade e da adaptação à situação presente. = ESTEREOTIPIA

O foco aqui são os itens 3, 4 e 5. Com isso em mente, vamos começar. 

A primeira coisa que eu percebi quando fui fazer uma pesquisa, perguntando sobre o assunto em alguns grupos de escrita, foi que a maioria dos estereótipos existe por um motivo: machismo. Não falarei sobre isso no post, mas achei um tanto curioso o quanto os valores da nossa sociedade se refletem nas artes. 

Para facilitar a leitura, vou separar os estereótipos em “hétero” e “yaoi e yuri”, embora alguns não sejam exclusivos de uma categoria. Nessa primeira parte, falarei sobre os héteros.

- Estereótipos em romance hétero

Como nas outras categorias, o que mais se repete aqui é a escolha de personagens, de arquétipos, ainda que certas situações também sejam recorrentes nas histórias.

Opostos sempre se atraem: quem nunca viu uma história em que o casal principal é formado por alguém rico e alguém pobre; o nerd e o popular; pessoas que se odeiam; o bonito e o feio; ou variantes? Vale apontar também que, em geral, a parte “desfavorecida” é a mulher. O que eu considero verdadeiramente ruim nesse estereótipo é que os personagens costumam ser definidos por essa característica principal. Se a história for sobre um CEO famoso com uma garota pobre, por exemplo, boa parte do enredo vai girar em torno da diferença de poder aquisitivo entre eles. A garota vai descobrir os luxos e as maravilhas que só o dinheiro pode proporcionar, e o garoto, a felicidade e o amor que, segundo essas histórias, só existem quando se vive com pouco (mas, mesmo assim, no final, eles viverão felizes para sempre e muito ricos, obrigada). 

A mulher como um instrumento para a mudança do homem: “Um Amor para Recordar” é o exemplo mais óbvio dessa. Aliás, os romances do Nicholas Sparks são basicamente formados por alguns estereótipos costurados, se vocês forem reparar. 
Esse ocorre quando o único objetivo da mulher na história é alterar a vida do homem de algum modo. Normalmente, o cara é desempregado ou delinquente, e ela bem-sucedida na própria profissão, estudiosa, dedicada... Lembra bastante os Opostos, de que falei no item acima, embora aqui haja uma maior chance de a mulher ser “superior” ao homem de alguma forma — até porque ela serve apenas como um modelo, um catalisador para que aconteça a mudança positiva na vida do personagem. Muitas vezes, tal mudança é ocasionada para que o cara evolua, adquira responsabilidades, realize seus sonhos e se torne a melhor versão possível de si mesmo. Enquanto isso, sua parceira permanece imutável em relação ao começo da história ou até involui para se adequar a esse novo homem.

O enredo como desculpa para o romance: “Grávida por acidente”, “Casamento por contrato”. Esse estereótipo você já identifica pelo título da história. Não existe um romance entre os dois personagens — às vezes, o futuro casal nem se conhece ou já se odeia —, mas aí vem aquela surpresa: serão obrigados a fazer parte do dia a dia um do outro por uns tempos, talvez até morar juntos. É provável que a mocinha precise pagar uma dívida nesse estereótipo (e o corpo serve como moeda), queira salvar uma herança de família, a própria família, ou tenha tido um caso inocente de uma noite que resultou numa gravidez. A causa é o menos importante, uma vez que o foco é como o convívio na rotina alheia vai fazer o amor desabrochar e tornar o infortúnio a melhor coisa que já aconteceu na vida dos personagens. Quem nunca viu uma fic assim no Nyah?

Se não fosse aquele mal-entendido... não haveria conflito no enredo. Enquanto a maioria dos itens dessa lista peca por não formar laços com a realidade, esse apresenta um aspecto comum no dia a dia de qualquer pessoa: brigas e discussões. 
Mas não pense que estou dizendo que é ruim o casal da sua história ter desentendimentos. Nada disso. O que fez esse estereótipo ganhar um lugar no post foi a maneira como muitos autores trabalham com ele, como se os personagens fossem incapazes de deduzir certas coisas ou nunca tivessem o mínimo de interesse em clarear as próprias dúvidas. Falo do rapaz que assiste a uma cena ou escuta uma conversa suspeita da garota e conclui o pior; dos “vilões” da história que inventam algo sobre o protagonista, e a mocinha, decepcionada, termina tudo com ele em vez de averiguar se a informação que recebeu é verdade; do casal que simplesmente não conversa sobre nada e, quando o menor obstáculo se aparece em seu caminho, acaba por se separar. Esse item ainda vem acompanhado por um terceiro personagem, o mediador: aquela pessoa que surge no lugar certo e na hora certa e convence um dos lados de que tudo não passou de um mal-entendido.

Um é pouco, dois é bom, três é um triângulo: Para que deixar o romance se desenvolver numa boa quando se pode colocar mais alguém no meio? Sobre esse estereótipo, tenho uma confissão a fazer: adoro, mas quando bem feito. A ideia de triângulo amoroso não é ruim em si, porém, como a maioria dos clichês/estereótipos, fica ruim se não for explorada direito. 
Um jeito óbvio de fazer isso é deixando evidente o tempo todo quem vai ser “o escolhido”. Para que se dar ao trabalho de arrastar a história nessa quando os leitores já sabem qual casal vai ser feliz para sempre no fim? Outro muito comum é colocar o melhor amigo — normalmente, esse ocorre com dois homens e uma mulher — como um dos pretendentes. Tem aquele cara (com grandes chances de ser um badboy) por quem a protagonista é apaixonada, tudo bem, mas e o melhor amigo, aquele que sempre esteve lá, que faria tudo por ela? Lamento, mas, nesse item, as chances de ele ficar com a mocinha são ínfimas. 

Até que a morte nos separe: Alguém tem câncer. Alguém vai morrer. Só que, antes disso, esse alguém se apaixona e vive um amor épico até que a doença separa o casal. É interessante matar um personagem principal na sua história (ou assim acho eu, porque me divirto), mas, dependendo do enredo, até isso fica batido e previsível. Em muitos casos, esse estereótipo anda de mãos dadas com o da Mulher como instrumento de mudança, pois ela é quem costuma estar doente ou servir para que o homem aceite que vai morrer, cresça e realize seus sonhos antes disso. 

Já dizia “American Pie”... que a primeira vez é inesquecível. Para muitos escritores, isso ocorre porque ela é maravilhosa para todo mundo. Nem sei se é necessário comentar que, em geral, a personagem virgem é a mulher, consequência direta da ideia enraizada na sociedade de que é ela quem deve sempre se controlar, se guardar e esperar pacientemente até que “a pessoa certa” apareça. Aqui o problema parece ser apenas falta de pesquisa, já que muitos autores descrevem o momento como a melhor coisa da face da Terra. Ninguém sente dor, não existe nenhum tipo de desconforto, e ambos sempre chegam ao ápice. Só alegria. Isso quando o virgem não se torna de repente um expert em sexo, discutindo opções mais quentes e posições com seu parceiro. Esse tipo de abordagem acaba deixando as cenas um pouco genéricas, e não me refiro somente ao fato de sempre parecer a mesma coisa (porque, no fundo, meio que é), mas de vários personagens acabarem irreconhecíveis, perdendo todos os seus traços únicos quando ficam entre quatro paredes. 
Caso interesse, no blog já tem um post — em três partes — especificamente sobre erros comuns em cenas de sexo, que explora várias faces desse estereótipo. Aviso que é para maiores de 18 anos.

À primeira vista: Como a ciência ainda discute se isso é possível ou não, naturalmente, o meu foco não é na possibilidade de o amor surgir dessa forma, mas na frequência com que isso acontece em histórias. Costuma ocorrer só com os protagonistas, que batem o olho um no outro e, pronto, já estão apaixonados. O fato de os dois se apaixonarem ao mesmo tempo torna esse item ainda mais estranho. Cada pessoa é diferente, reage a determinadas situações de maneira diferente. Muita gente ainda cita que os astros se alinharam, que o destino fez um esforço para que o momento acontecesse e tudo mais. Nesse contexto, é até plausível, porque parece que só com o auxílio de uma força maior esse amor poderia nascer. 

Quebra de rotina: Essa “quebra” a que me refiro não diz respeito a uma mudança real na vida da pessoa, mas à entrada de um desconhecido nela, aquele desconhecido, que, com o tempo (não precisa levar muito também), se tornará seu grande amor. Muitas histórias já têm como premissa o aluno novo que entra na escola, o empregado novo contratado para a empresa, o parente que é distante tanto geograficamente quanto na árvore genealógica e que surge de repente.Não parece haver explicação para aquela pessoa nova ser especial em meio a tantas outras que o protagonista acabou de conhecer, mas ela é. Simples assim. Até entra um pouquinho no À primeira vista.

“A aposta”: Quem nunca viu uma fic com esse nome? Apostas são comuns em grupos de amigos e são feitas tanto por conta de coisas bobas como de importantes. O que torna isso um estereótipo, então? O enredo todo ser baseado nisso e haver apenas duas possibilidades de desfecho, é claro: 1 – o personagem que precisa cumprir a aposta fica com a pessoa que o ajudou a fazer isso; 2 – o alvo da aposta descobre tudo, fica bravo, mas acaba sendo reconquistado pelo parceiro e fica com ele. Sem surpresas.

Não é crime, é amor: Porque é perfeitamente normal aquele cara perseguir a mocinha pelos cantos, observá-la dormindo e tudo mais. Romantização de estupro entra aqui também, embora eu veja isso mais em yaoi. Recomendo analisar o contexto sempre, pois pode ser (pode ser) que o autor esteja trabalhando com Síndrome de Estocolmo ou algum distúrbio psicológico. Aproveito para lembrar, no entanto, que essa romantização não é apologia de estupro (que é crime), mesmo que seja considerado moralmente repreensível. Você é livre para trabalhar com qualquer tema na sua história, mas é sempre interessante saber do que está falando. Creio que esse item seja o mais complicado de se lidar, já que o machismo que permeia os valores da nossa sociedade às vezes impede as pessoas de discernirem o que é aceitável do que não é. É útil pensar que qualquer coisa que viole seus direitos (sejam eles ter o controle sobre o próprio corpo, ter dignidade, ter o poder de escolha quanto a seus parceiros ou companhias, etc.) não deve ser uma coisa boa.

Ela tinha tudo na vida, menos ele: Esse eu vejo mais em comédias românticas (Katherine Heigl, oi), apesar de aparecer em fics também. A personagem tem tudo que sempre quis, realizou todos os seus sonhos, é bem-sucedida, esclarecida e independente... Mas não tem namorado. Pobrezinha. Eis que surge aquele cara, aquele, que muda tudo. Após o derradeiro encontro, ela começa a perceber que não tinha exatamente tudo que queria, que não era tão bem-sucedida assim e que, na verdade, o trabalho até a privava de certas coisas.
Esse item pode fazer par com o Mulher como instrumento de mudança, porque costuma haver uma involução da personagem, que, no fundo, é infeliz sem um parceiro e precisa de um para enfim se sentir completa. É um retrato falso da mulher moderna, que conquistou conhecimento, independência e sucesso, mas que vê que, sem um homem, isso não serve para nada. O homem que ela conhece, por outro lado, passa por um crescimento pessoal que o leva a ser completo sozinho, ficando à altura dela ou até acima. 

Eu tinha um objetivo na vida... Até encontrar você: Não deve ser confundido com o Ela tinha tudo na vida. 
Frequente em romances de qualquer tipo, é mais um estereótipo que vem da ideia de que pessoas são definidas por seus relacionamentos ou pelo papel que desempenham nele. A protagonista tinha mil metas pessoais para cumprir, o mocinho tinha milhares de sonhos... Mas acabaram se conhecendo, e tudo isso virou pó sob a grandiosidade do amor deles. Não parece muito verossímil. Por mais que as pessoas mudem quando entram em um relacionamento, dificilmente elas negam a própria identidade para viver em função de seu parceiro. Isso não é nada saudável, na verdade. Fica legal mostrar na sua história como o amor afeta alguém, porém, é uma boa tomar cuidado para que o “amor” não torne seu personagem raso. 

Destruidora de lares: Ela é famosa por ser antagonista do casal feliz, querendo separá-los e fazendo o possível para que isso aconteça. Mesmo em yaoi e yuri, normalmente, é uma mulher, que é retratada como uma pessoa ruim e com pouca profundidade além da parte de querer separar o casal. Ex-namoradas/esposas/noivas cumprem esse papel, em geral, mas muitas melhores amigas (da garota ou do garoto) também são usadas para infernizar a vida dos pombinhos. Uma de suas ferramentas de destruição é o Mal-entendido e, de vez em quando, ela pode alcançar a redenção como mediadora. 

Esses foram apenas alguns exemplos dos estereótipos mais comuns em romance hétero — ainda que muitos se encaixem também em yaoi e yuri, como será tratado na segunda parte. Tenham em mente que não é crime nenhum usá-los na sua fic, e uns podem inclusive ter uma abordagem interessante, caso o autor se esforce. Escrita se baseia praticamente em leitura, pesquisa e dedicação, uma vez que todos os temas já foram colocados em alguma história. É uma abordagem diferente, um aprofundamento em algum aspecto que torna o seu texto único.


"estereótipo", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/estere%c3%b3tipo [consultado em 29-01-2016].

Pesquisa de opinião em vários grupos de escrita.
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Resenha: Outubro

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016


Por: Humberto Cotrim

Olá, pessoas. Tudo certo? 
Bom, como é de praxe, o Blog da Liga trouxe a resenha sobre o livro de nossa última entrevistada. 

Titulo: Outubro
Autor: Kamile Girão
Editora: Independente
Ano: 2014
Formato: Livro digital (disponível atualmente na Amazon)

Sinopse: 

"Você sabe o por quê das folhas caírem no Outono?"
Shau desconhecia a resposta para aquela pergunta - até conhecer Kaero Morgan. E, naquele outubro de 2004, ele encontrou, no auditório da escola, aquela que lhe mostraria não apenas a razão pela qual as folhas abandonam suas árvores durante a estação que precede o inverno, mas que, também, ensinaria o rapaz de roupas largadas e desânimo constante a virar um homem.
Outubro, 2013. Para Felipe Alves, seria somente mais um dia de árduo trabalho no hospital. Contudo, ao entrar no quarto 706, o jovem enfermeiro percebeu que aquele não seria um mês comum. Após tantos anos, a vida finalmente lhe deu a chance de retificar os erros do passado e de livrar-se, finalmente, das folhas velhas que persistiam na árvore da sua vida.

Resenha: 

A história é contada em tempos distintos, alternando-se entre os anos de 2004 e 2013. Em ambos, os personagens principais são Felipe Alves e Kaero Morgan. No passado, o rapaz, também conhecido por Shau, era um adolescente despreocupado, sem ambições e que ligava pouco para seu modo de vestir. Possuía uma namorada, mas ela não parecia se importar em se assumir o relacionamento deles. Já Kaero era uma jovem madura, apesar de seus dezessete anos, conseguiu a vaga de professora substituta de piano e auxiliava no coral da escola; possuía seu futuro traçado e uma viagem marcada para Inglaterra. 
Foi ao adentrar o ensaio na sala de música que Shau viu Kaero, a garota de traços joviais, porém com uma maturidade tão aparente que lhe fez se sentir simplório e medíocre. Dali também nasceu uma admiração, que tenderia a evoluir, e que o fez voltar para assistir aos ensaios periódica e furtivamente. 

Nos dias atuais, o enfermeiro Felipe Alves reencontra aquela que marcou sua adolescência, sendo novamente atingido pelos sentimentos antigos, os mesmo que não trouxeram somente coisas boas. Ver Kaero hospitalizada o fez querer consertar todos os erros (e imposições do destino) ocorridos. 
A narração ocorre sob a perspectiva pessoal de Kaero, quando no passado, ao exibir o seu diário; e utiliza um narrador onisciente para tratar tanto sobre os momentos presentes quanto sobre os de 2004, abordando o desenrolar da história. Esta foi uma opção válida e que pôde aprofundar cada detalhe da história, porém não se engane, mesmo tudo sendo devidamente explicado, nada vem antes da hora. Por mais que você pense que determinado detalhe foi negligenciado, ele virá no momento exato. O que provoca certo mistério e aumenta mais a velocidade da leitura, embora isto só tenha ocorrido comigo a partir do meio da história. 
Aproveitando o gancho, digo que o começo da narrativa tem seu impacto, mas resolve diminuir bastante seu ritmo e evolução, podendo provocar uma perda momentânea de interesse no leitor, mas se você seguir, não haverá motivos para se arrepender.
Tenha em mente que Outubro é um romance que aborda a história de um casal e diversos temas da adolescência, mas não se tornando previsível e clichê. Trata aquilo que se propõe a trazer de maneira madura e com um quê de filosofia. As personagens são desenvolvidas, mesmo apresentando certas instabilidades. Talvez por própria vontade da autora. Em certos momentos, alguns personagens secundários pareciam se tornar meras ferramentas para a continuação da história. Seus diálogos pareciam não condizer com suas respectivas personalidades. Há um ponto na narrativa em que a avó de Kaero tem uma fala fria sobre um assunto muito sensível, isto causa impacto no leitor, porém não encaixa com a avó maternal que nos é brevemente apresentada anteriormente. Existem também momentos em que outros personagens parecem verdadeiros filósofos e capazes de tal discernimento sobre a vida que causaria inveja a qualquer um. Aponto que essas falas podem pesar negativamente, mas não posso deixar de afirmar que os diálogos entre os personagens principais são ótimos, nos fazem acreditar na relação deles, possuem carisma.
É valido destacar que a revisão do livro deixou passar meia-riscas, pontos equivocados, falta de hifens, entre outros escorregões, contudo não afirmaria que este é um ponto negativo, afinal, a transmissão de ideias não é prejudicada. Os deslizes não comprometem o andamento do enredo. Já sobre a escrita da autora, poderia dizer que ela se rebusca demais em certos momentos, existem palavras incomuns do vocabulário de jovens, além de uma colocação pronominal tão polida que soa estranha em um ambiente contemporâneo e new adult que a história aborda.

Em suma, Outubro provoca uma ótima leitura. É agradável aos olhos de quem gosta de romance, mas saberia conquistar os não adeptos. Trata sobre amadurecimento e nos leva a pensar que o cair das folhas é tão necessário para as árvores quanto para as pessoas.
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Entrevista: Kamile Girão

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016


Kamile Girão é uma estudante cearense de Design Gráfico e Letras Português/Inglês. Nascida no início da década de 90, começou a escrever ainda na infância, quando comprava brochurinhas para descrever suas brincadeiras no colégio e de boneca. Com o advento da pré-adolescência, a então diversão virou hábito. Inventou várias histórias, transformou outras em livros. Vive criando mundos paralelos e realidades alternativas nos percursos de ônibus que faz pelas ruas de Fortaleza.

Liga dos Betas (LB): Estudante de Letras e Design Gráfico, criadora do blog Café da Kami, autora de dois romances publicados, Yume (2011) e Outubro (2013), além do conto O Eco dos Sinos; e revisora. Obrigado por ceder um pouco do seu tempo para nós. Bom, para iniciarmos nada melhor do que saber sobre as origens do seu interesse pela escrita. Como começou a escrever? Você se lembra da primeira coisa que escreveu e o que te inspirou a fazê-la?

Kamile Girão (KG): Minha história com a escrita é engraçada. Veja bem, eu fui uma criança solitária. Não podia sair muito de casa e só tinha minhas amigas da escola para brincar (e não era sempre que elas vinham para a minha casa). Então, meu refúgio e minha diversão sempre foram os livros. Minha mãe lia muitas histórias para mim e isso me influenciou a querer escrever minhas próprias aventuras (principalmente, porque eu tinha dois primos mais novos e queria ler para eles também). Então, eu pedia para os meus pais comprarem caderninhos e escrevia lá as minhas brincadeiras no colégio, sempre acrescentando algum elemento fantasioso. Era a minha diversão: escrever sempre foi, acima de tudo, minha maneira de me divertir sozinha.

LB: É sempre bom ver o quanto a escrita e a leitura, acima de tudo, podem acrescentar a nossa vida. Então, enquanto autores, é natural recebermos diversas influências. Quais você pode mencionar como primordiais para aquela jovem escritora? E quais aquelas que te acompanham até os dias de hoje?

KG: Eu sinto que minhas influências variam conforme vou ficando mais velha e minha experiência como leitora cresce. Por exemplo, quando eu tinha 12 anos, era muito influenciada pela Flavia Bujor (autora de "A Profecia das Pedras") e pelas garotas que escreviam fanfics de Naruto (Neji x Tenten). Atualmente, sinto que aprendo com cada novo autor que entro em contato. No momento, as meninas dos meus olhos são Jane Austen e Caitlín R. Kiernan (A Menina Submersa). Mas coloco no pódio do meu coração Anne Rice, Neil Gaiman, Bran Stoker e Oscar Wilde. Aprendi muito com eles. Também posso dizer que fui muito influenciada pelas mangakas Naoko Takeuchi (Sailor Moon) e as garotas do CLAMP. Elas me influenciaram (e influenciam) até hoje.

LB: Já que mencionou as fanfics, vamos para seguinte pergunta. Pode-se afirmar que o site Nyah! foi o palco para as sua primeiras histórias disponíveis ao público? Suas fanfics ajudaram a te moldar como autora?

KG: Claro! Eu era muito tímida para mostrar meus escritos para alguém, então o Nyah! foi uma ótima forma de superar minha timidez e ganhar alguma confiança como escritora. Minha webnovel "Inevitável" foi bem aceita na época em que publiquei (meados de 2009), e isso me deixou segura para continuar a escrever.

LB: E sobre o seu processo de criação, costuma deixar a história fluir naturalmente ou prefere partir de uma base bem estruturada? Há algum ritual na hora de escrever?

KG: Eu passo um tempo ruminando a história e monto o roteiro dela. Mas não tenho nenhum ritual para escrever, além de olhar pro computador e pensar: "Eu deveria estar escrevendo, né?"

LB: Você poderia falar de seus dois romances publicados? Sobre o que fala Yume e Outono?

KG: Yume (que no momento está fora de circulação) fala sobre sonhos. A Nadia, uma garota alemã, recebe a proposta de desenhar um personagem dos seus sonhos por 1000 euros. Ela topa a oferta e começa a se forçar a sonhar com um rapaz que, ao contrário do que ela acredita, mora no Brasil e se chama Adrien. Por causa disso, ele também começa a sonhar com ela, e daí a história se desenrola.
Outubro já é um drama/romance/new adult ambientado em dois tempos. No presente, nós temos o enfermeiro Felipe Alves reencontrando o amor de sua adolescência e tentando acertar os erros do passado com ela. Já no passado, a gente vê a história deles se desenrolando cronologicamente. Um período intercala o outro e ambos se completam para narrar a história de Kaero e Felipe.

LB: Yume foi publicado primeiramente pela Editora Dracaena, enquanto Outono teve distribuição feita através da Amazon. O que você pode destacar como pontos positivos e negativos destas duas formas de publicação?

KG: Ah, Outubro também entrou em uma editora por demanda. Mas confesso que pesco poucos pontos positivos nessa forma de publicação. Tive muitas chateações, principalmente com a falta de profissionalismo com os editores. Então, posso dizer que foram experiências ruins.
Mas, com a publicação independente, a coisa melhorou de rumo. Consegui alcançar mais leitores e divulgar melhor o meu trabalho. Isso foi ótimo! O livro, com um preço mais acessível, foi adquirido por mais gente, fato que não consegui nas editoras pagas. Porém, o índice de pirataria subiu também. Já cheguei a ver gente vendendo o ebook de Outubro no Mercado Livre (na maior cara de pau mesmo). Já teve site distribuindo o ebook sem meu consentimento e se negando a apagar o livro mesmo com minha pressão. É algo bastante chato, mas consegui resolver. Inclusive, já vi gente publicando o livro (novamente, sem meu consentimento) integralmente em plataformas como o Wattpad.

LB: Seja qual for a forma de publicação é essencial a revisão da história. Você, ao ter seus textos finalizados, procura a ajuda de um beta reader, ou revisor? Ou opta por fazer a revisão de forma independente?

KG: Opto pelos dois. Eu já tive experiências infelizes em publicar algo sem antes submetê-lo ao crivo de um beta. Revisão também é essencial. Embora eu trabalhe com isso, prefiro ter um outro olhar sobre meus textos e contrato revisores. Eles podem perceber erros que não notei por já estar viciada e acostumada com o texto. É mais seguro passar por esse processo.

LB: Enquanto aos novos projetos, tem algo preparado para lançamento futuro?

KG: Tenho um livro no momento que está passando por uma leitura crítica, porém não tenho data de lançamento. Estou mais focada agora em concluir minha faculdade (me formo em Design agora em 2016, no meio do ano). Por isso, é provável que eu não divulgue novidades até conseguir o meu diploma...

LB: Ah, claro. Um projeto deve requerer tanto tempo e energias quanto a conclusão de um curso superior. Então, no mundo das fanfics a interação com o leitor é muito mais simples, acontecendo através de reviews e recomendações. Já no mercado editorial isto muda de figura. Como você obtém o feedback de seus leitores?

KG: Através de resenhas. Eles também entram em contato comigo pelas redes sociais, porém não é com a mesma velocidade que chegam as reviews das fanfics (risos).

LG: Para provar que a sua relação com as fanfics não podia ser mais real, existe uma fanfic postada no Nyah! de um de seus livros. Você sabia? Como se sente em relação a isto?

KG: Sim! Foi da super querida Milla Felacio! Eu fiquei muito honrada quando ela me falou que escreveu algo sobre Outubro. Como eu sou cria de fanfic, ver que alguém fez uma do meu livro me deixa honrada demais. Dá um sentimento quentinho no coração!

LG: Estamos chegando no fim de nossa entrevista. Mas, para encerrar em definitivo, um último questionamento. Tendo publicado seu primeiro romance aos dezoito anos, pode-se dizer que você possui conhecimento e experiências dentro do mercado editorial, não? Portanto, qual conselho poderia dar para aqueles autores de fanfics que almejam ter sua obra publicada?

KG: Primeiro de tudo: perseverança. Escrever um livro é, acima de qualquer coisa, um ato de persistência e dedicação.
Segundo: sempre procure um bom beta-reader. Por mais que seja complicado, a gente precisa entender que nossos manuscritos precisam passar por ajustes. Eles não saem perfeitos assim que terminamos de escrever, então é necessário fazer essa lapidação.
Terceiro: paciência, jovem padawan! Antes de lançar seu livro, pesquise sobre mercado editorial, analise qual alternativa de publicação é mais adequada ao que você deseja. Converse com autores, leia blogs, mantenha-se informado. Isso é muito importante.

Boa sorte a todos!
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