Tempos Verbais

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Por: KILL JOYS

Hellou, minha gente! Tudo bem com vocês? Aqui é a KILL JOYS, e vim nessa linda segunda-feira de feriado falar com vocês sobre um assunto muitíssimo importante: tempos verbais.

Vocês devem estar se perguntando por que eu amo roubar temas dos seus professores de português, certo? Primeiro Níveis de Linguagem, agora Tempos Verbais... Acontece que, esse também é um assunto muito importante para manter a coerência da história, por isso não resisti ficar sem falar sobre.

Bom, para falarmos sobre verbos, primeiro precisamos defini-los.

Verbos são uma classe de palavras que variam com gênero, número e grau, ou seja, precisam estar dentro de uma concordância. Semanticamente, indicam ação, estado, posse ou fenômenos da natureza. O nosso foco, aqui, será nos verbos que indicam ações, já que notei que os maiores problemas dos autores estão nessa parte.

O que define o tempo verbal é a relação da ação e da fala. Como assim? Vamos exemplificar para ilustrar a definição: se a ação ocorreu no passado e a fala está no presente, o tempo do verbo será o passado. Por isso, o mais importante aqui, é definir qual vai ser a relação entre a narração e os acontecimentos da sua história. Dessa forma, você vai poder consolidar a coerência e a coesão do seu texto, do início ao fim.

Para isso, vou contar a vocês os três tempos verbais mais utilizados (presente, passado e futuro), a característica de cada um deles no indicativo e dicas sobre como usá-los corretamente.

Vamos começar pelo mais simples, porém um tanto quanto problemático: o presente. O tempo presente é quando a ação coincide com a fala, ou seja, você está narrando ao mesmo tempo em que a situação está acontecendo. Por isso, pode indicar também ações que acontecem no cotidiano. Normalmente, é acompanhado de palavras que indicam rotina, pois assim fica explícito que é uma ação do dia-a-dia. Por exemplo:

Todo dia ela faz tudo sempre igual.” (Chico Buarque)

O verbo no presente também pode representar verdades consideradas incontestáveis, dogmas, leis ou estados permanentes, uma vez que independente do momento, sempre vão acontecer concomitantemente com a fala.

“A Terra gira em torno do Sol.”

O grande problema do presente é o gerúndio. Quando a ação está acontecendo simultaneamente com a fala (ou até mesmo com outra ação no presente) para expressar progressão. É um processo verbal não finalizado, contínuo, não possui flexão e atua, algumas vezes, que não nos importa por agora, como nome.

“Ele está correndo por aí desde ontem.”

Até aí, nada problemático, certo? O que muita gente confunde é o gerúndio com o gerundismo. A principal característica entre os dois é o fato de um ser correto gramaticalmente (gerúndio) e o outro, não. (gerundismo). Mas o que é o gerundismo? É quando se usa o verbo no gerúndio em um tempo que não é o presente. Isso é errado porque, nesse caso, o autor está usando um verbo no tempo não adequado. Vamos exemplificar para ficar mais fácil de entender:

“Nós vamos estar descendo para a quadra assim que bater o sinal.”

Sim, o que está no exemplo acima está errado. Veja bem, “descendo” é um verbo no presente, logo, está acontecendo agora, e na fala, foi usado em uma frase no futuro. É incoerente usar um verbo no presente para designar uma ação no futuro. A frase certa ficaria:

“Nós vamos descer para a quadra assim que bater o sinal.”

O segundo tempo verbal e o mais utilizado nas narrações é o passado. O tempo passado é usado quando a fala retoma a ação. Existem três tipos de pretérito no indicativo: o perfeito, o mais-que-perfeito e o imperfeito.

O pretérito perfeito simples é utilizado para indicar uma ação que se produziu em certo momento do passado.

  Entrei pela porta estreita e esbarrei no quadro.”

O pretérito perfeito composto é formado pelo verbo auxiliar no presente do indicativo e o verbo principal no particípio passado. É usado, principalmente, para expressar um fato repetitivo ou contínuo aproximando-se do presente.

Tenho falado com o médico antes das cirurgias, mas tenho percebido que nem sempre isso funciona.”

O pretérito imperfeito, diferente do perfeito, indica uma ação que ocorreu em uma época passada, habitual ou repetitiva; além de também expressar ações que aconteceram no passado e perpetuam até o presente. Normalmente, também é acompanhado de palavras que indicam a rotina. Exemplo:

“Você fumava vários cigarros todos os dias, lia o mesmo jornal e sentava no mesmo lugar.”

Além disso, o pretérito imperfeito também pode expressar consequências imediatas de fatos que não ocorreram, ou são impossíveis.

“Tivesse ele forças para trabalhar como no passado, transformava aquela pobre roça numa grande e verde plantação.”

Por último, o verbo no pretérito imperfeito pode indicar também uma ação simultânea à outra do pretérito perfeito. Como na frase:

“Quando eu dançava minha música preferida, você fingiu não me ver.”

Preciso contar para vocês que o pretérito mais-que-perfeito é o meu preferido na leitura. Não é nada incrível, gramaticalmente falando, quando o autor usa esse tempo verbal na narração. Acontece que, por parecer difícil e muita gente evitá-lo, pouco aparece no dia-a-dia das fanfictions. Esse pretérito não é nenhum bicho de sete cabeças para precisar fugir dele, aliás, é bem fácil entendê-lo. O mais-que-perfeito é utilizado para expressar uma ação que aconteceu antes da ação no passado.

Suponhamos que na história, a personagem saiu de casa e, assim que ela abriu a porta, percebeu que estava chovendo. Nesse exemplo, a primeira ação (de sair de casa) vai ficar no pretérito mais-que-perfeito e, a segunda ação (de perceber a chuva) no pretérito perfeito.

“Samantha abrira a porta e foi surpreendida pela chuva breve de verão.”

Pode-se usar também os dois verbos no preterido perfeito, como “abriu a porta e foi surpreendida”. Existe ainda o pretérito mais-que-perfeito composto, em que se usa o verbo auxiliar no preterido imperfeito do indicativo e o verbo principal no particípio passado.

“Samantha tinha aberto a porta e correu, porque chovia.”

E por último, porém não menos importante tempo verbal: o futuro. O tempo futuro é usado quando a fala antecipa uma ação do futuro. Existem dois tipos de futuro: o do presente e o do pretérito.

O futuro do presente é o mais encontrado nas histórias em geral. Indica fatos prováveis e posteriores à fala.
“Eles chegarão amanhã antes do café das cinco horas.”

Pode indicar também uma realização provável em afirmações condicionais, ou seja, sobre algo que pode ou não acontecer.

“Se você chegar em casa antes de meia-noite, encontrará janta pronta.”

Já o futuro do pretérito costuma confundir alguns autores em alguns casos. Isso acontece porque esse tempo verbal indica ações que não se realizaram e que, provavelmente, não se realizarão em afirmações condicionais. Exemplo:

“Eu iria andar com mais calma, se você não tivesse reclamado tanto.”

O que muitos autores confundem é, principalmente, o “iria” com “ia”. Quando a narração quiser expressar uma ação que poderia acontecer, que deveria acontecer dependendo de certa condição, usa-se futuro do pretérito, e não o pretérito imperfeito, como muitas pessoas acham, apenas porque oralmente, essas distinções não existem. Por isso, uma dica muito importante é prestar atenção nessa situação, para evitar erros bobos.

Usar os verbos no tempo certo não é difícil caso você se baseie nessas definições básicas que contei aqui. Pode ser um pouco complicado absorver todas essas informações de uma vez, ou compreender exatamente o que cada tempo verbal quer expressar apenas com um exemplo, porém, o contato inicial é assim mesmo. Pense na estrutura da sua frase enquanto você a escreve que, com o tempo, escrever os verbos certos vai se tornar algo quase que involuntário. Pode não parecer, mas isso ajuda muito na compreensão e interpretação do leitor, além de aumentar o nível gramatical da escrita.

Bom, acho que sobre tempos verbais do indicativo, eu não tenho mais nada para contar a vocês. Espero ter ajudado vocês e, qualquer dúvida que apareça aí, só vir perguntar. Estamos à disposição, sim? :3

Fontes:

Livro Coleção Estudo 6V, Colégio e Pré- Vestibular Bernoulli. Volume Dois, Língua Portuguesa, Frente C, módulo 05.


6 comentários:

  1. Cadê vocês na minha vida no meu tempo de Ensino Médio? #poxa HSUIAHSIAHSIAUHSIAUHSHIUAHSIAU

    Acho que agora as coisas ficam mais fáceis de entender porque eu já passei por todo o processo cansativo do ensino médio. Mas eu lembro que eu tinha um dificuldade do caramba com os verbos, e não só com eles, com tudo que tinha relação com a gramática. c':

    Agora ficou mais fácil e vocês também explicam de um jeito mais divertido. Nem minha professora mais descolada conseguia fazer isso. Eu racho de rir com as aulas de português do Nyah e as postagens daqui, ai eu sinto vontade de me aprofundar no assunto e sempre acabo estudando além do que tá aqui.

    Acho que o que vocês escrevem da esse efeito nas pessoas, pelo menos isso anda acontecendo com a maioria das pessoas que eu converso e que frequentam o blog.

    EEEEENFIM, valeu por mais essa postagens e KILLJOYS, eu não gosto do pretérito mais-que-perfeito, não entendo como você gosta. D': Não sei explicar, mas eu fico com um tique nervoso ao ponto de abandonar a leitura da fic quando um autor usa demais, é sério. T_T Eu acho irritante sem nenhum motivo aparente. Vai ver é doença. -q HSAHSUHAIUHASUASIA

    Beijos da Linnie do amor e da justiça! :*

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    1. Nós não queremos ser chatos, por isso os posts são tão divertidos, mas sem perder o foco.
      Ainda bem que gostaste.

      Beijos

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  2. Eu adoro o pretérito mais-que-perfeito, mas tenho sérios problemas em escrever assim, sempre erro o tempo verbal em algum momento ou fico em dúvida, aí desisto Q_Q. Geralmente uso o perfeito nas fanfictions.
    Um que acho interessante é o imperfeito, lembro de um drabble que vi em pretérito imperfeito, tinha ficado legal, mas infelizmente ela excluiu a fic e-e.
    Agradeço o post, me ajudou bastante.
    Até.

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  3. Olá! Eu agradeço a vocês, Betas, por terem esse e vários outros locais de onde podemos retirar informações e dúvidas frequentes sobre escrita e relacionados. Eu queria apenas uma sugestão de como usar o Futuro do Pretérito na redação (vulgo a história). Obrigada :)

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    1. O Futuro do Pretérito deve usar-se quando estamos a pensar numa condição, como: "Eu faria isso, se tu fizesses isso". O quando se deve usar depende da história e do momento dela. :)

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