Em qual tempo verbal devo escrever?

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Por: Shirayuuki (Liga dos betas)



Bom, sou Shirayuuki, um novo membro da Liga dos Betas e, vira e mexe, aparecerei aqui para conversar com vocês. Hoje, mais especificamente, vim falar sobre tempos verbais.

Eis uma dúvida que muitos autores têm logo que decidem escrever. “Ótimo, tenho meu enredo pronto, meus personagens, já sei como começar! Só falta... o tempo verbal.” É um detalhezinho de nada, que muitas vezes alguns escritores até deixam de lado. 

Mentira. Não é um detalhezinho de nada. O tempo verbal é superimportante. É ele quem mostra se a sua história já aconteceu, se está acontecendo, ou, quem sabe, se acontecerá. O que veremos aqui é como identificar cada um, quais suas características, como cada um deve ser usado para que você possa escolher qual melhor se encaixa para a sua fic.

Comecemos, então, conhecendo os modos verbais: Indicativo, Subjuntivo e Imperativo. 

Ø Imperativo, como dá para perceber pelo nome (imperador, imperativo... Todos entenderam), é para indicar ordem.

Façam vocês uma excelente fic!
Não escrevas tu em internetês.

Normalmente usado em diálogos (em que um personagem ordena ao outro o que fazer), o Modo Imperativo apresenta a forma positiva e negativa. Não tem passado, nem futuro (quando se pede algo, pede “agora”. Não tem como pedir no passado, ou no futuro, mas o contexto pode indicar isso). E, dependendo do contexto em que esse modo verbal está inserido, pode indicar um pedido, um conselho, ou mesmo uma ordem autoritária.



Sejamos nós gentis uns com os outros, para uma convivência mais agradável.
Não mate o colega que não entende de ortografia. 

O Modo Imperativo tem mais duas características: Não tem “eu” e, como esse tempo verbal se refere a pessoas próximas (uma ordem, pedido ou conselho só se aplicam diretamente à pessoa com quem se fala), a 3ª pessoa, tanto no singular quanto no plural (ele(s)/ela(s)), torna-se você(s).

Não dá para o personagem dar uma ordem a si mesmo, a não ser que ele se refira si mesmo em terceira pessoa. Imagine: “Faça eu...” Parece que o ser está ordenando a uma segunda pessoa que faça o personagem, e não que o personagem está ordenando algo a si mesmo.


Clara dava tudo de si na corrida dos cem metros, na escola. Ela era a primeira, mas suas pernas pediam um descanso do esforço exaustivo. “Vamos, Clara. Só mais alguns passos. Dê somente mais alguns passos.” Ela pensava consigo mesma.

Ø Já o Subjuntivo passa a ideia de dúvida e temos tempos verbais nesse modo: o presente, o pretérito e o futuro.

Mas, Shirayuuki, pensei que os tempos verbais eram usados apenas no Modo Indicativo!



Bem, você pode ter dúvidas sobre o passado, o presente e o futuro. 

O Modo Subjuntivo tem o “eu”. E os verbos podem vir acompanhados dos advérbios: se (passado), quando (futuro), que (presente). Vejamos alguns exemplos:

Se ele fosse depressivo, não estaria rindo à toa.
Quando tu fores um(a) escritor(a) profissional, pedirei autógrafos.
É preciso que eu vá escrever uma fic.

> O presente do subjuntivo expressa algo que pode acontecer agora.

É preciso que eu vá escrever uma fic.
Para sermos bons escritores, talvez seja necessário que nós estudemos.



Em momento algum houve a certeza. Podemos estudar, da mesma forma que não. Eu posso escrever uma fic, mas se eu mudar de ideia não o farei. 

Existe, também, a forma composta do presente do subjuntivo, formada pelos verbos auxiliares no modo subjuntivo + o verbo principal no particípio. É usado para expressar dúvida de algo que pode ou não ter ocorrido.


Talvez eu tenha ajudado com esse post.
Quem sabe tu tenhas feito a fic?

> O pretérito imperfeito pode ser usado para expressar ideia de condição ou desejo:


Se ele fosse depressivo, não estaria rindo à toa.
Eu poderia ser mais feliz, se eu tivesse mais chocolate em casa.

Esse tempo verbal também pode ser usado para expressar algo que aconteceu depois de uma primeira ação, também já ocorrida.

Shirayuuki desejava que nós abríssemos o dicionário.


Entenderam? Tudo o que aconteceu na frase anterior está no pretérito. Shirayuuki desejava – está lá atrás, já aconteceu há um bom tempo. Nós abrirmos o dicionário – também já aconteceu, mas depois de Shirayuuki ter desejado que nós abríssemos. Pelo que a frase dá a entender, nós não abrimos o dicionário, embora Shirayuuki desejasse isso.

A forma composta desse tempo verbal indica algo que poderia ter acontecido, mas não aconteceu. 


Se vós tivésseis saído ontem, não teriam tido tempo para estudar para a prova de amanhã.
Se houvessem estudado no início da semana, teriam se saído melhor na prova.


> Já o futuro do subjuntivo indica a possibilidade de algo vir a acontecer:

Quando tu fores um(a) escritor(a) profissional, pedirei autógrafos.
Quando vós terminardes de jogar, guardarás as peças.

A forma composta do futuro do subjuntivo mostra uma condição para que algo aconteça, quando essa condição já começou a ser acatada:


Quando eu houver feito o meu trabalho, terei mais tempo para ler.
Quando nós tivermos aprendido bem a escrever, nossas fics serão melhores do que já são!

Outra característica desse modo verbal é sua dependência de outro verbo. Em todos os exemplos anteriores, os verbos no modo subjuntivo vieram acompanhados de um verbo principal:



Se ele fosse depressivo, não estaria rindo à toa.
Quando tu fores um(a) escritor(a) profissional, pedirei autógrafos.
É preciso que eu vá escrever uma fic.
Para sermos bons escritores, talvez seja necessário que nós estudemos.
Shirayuuki desejava que nós abríssemos o dicionário.
Quando vós terminardes de jogar, guardarás as peças.
Quando nós tivermos aprendido bem a escrever, nossas fics serão melhores do que já são!

Perceberam como o verbo no subjuntivo concorda com o verbo principal? Se o verbo no modo subjuntivo está no presente, o verbo principal também está no presente:



É preciso que eu vá escrever uma fic.
Para sermos bons escritores, talvez seja necessário que nós estudemos.

Da mesma forma, se o verbo no modo subjuntivo está no pretérito, o verbo principal também está no pretérito:



Se ele fosse depressivo, não estaria rindo à toa.
Shirayuuki desejava que nós abríssemos o dicionário.

E, claro, o mesmo vale para o futuro:

Quando vós terminardes de jogar, guardarás as peças.
Quando eu houver feito o meu trabalho, terei mais tempo para ler.
Quando nós tivermos aprendido bem a escrever, nossas fics serão melhores do que já são!


Ø Agora vamos ao mais usado: o Modo Indicativo!

Como o próprio nome já diz, o modo indicativo indica! (Isso é bem óbvio, Shirayuuki!) É usado em quase todos os tipos de texto (narração, dissertação), em diálogos, no nosso dia-a-dia, quando falamos... Possui a maior variação de tempos verbais, e, infelizmente, muitos escritores os confundem... 

A partir daqui, faremos um rápido apanhado de todos os tempos verbais, mostrando suas funções e características. Depois, nos aprofundaremos nos tempos verbais: Presente e Pretérito Perfeito, que são os mais usados em narrações, e os mais injustiçados. 

Então, comecemos: 

> Presente do indicativo: Indica uma ação que está acontecendo no momento em que é dito:


Você lê esse post. Seu coração bate. Seus pulmões se enchem e esvaziam de ar. 
Vós escolheis comer a sobremesa primeiro. 
Nós tratamos de estudar!

Também pode ser usado como presente histórico:

Em 1945 termina a Segunda Guerra Mundial. (termina=terminou)

Ou indica um futuro próximo:

Amanhã eu escrevo isso. (escrevo=escreverei)

Ou, ainda, pode indicar um processo habitual, ininterrupto:

O autor tem uma ideia, escreve, e posta.

> Pretérito Perfeito do Indicativo: Ações que ocorreram e que foram terminadas, concluídas:


Tu ajudaste o amigo a entender aquela lição de química.

Eles fizeram um resumo da reportagem.

> Pretérito Imperfeito: Ações que ocorreram, mas que não foram terminadas:
Ele já saía quando soube que deveria ficar. 
Eu ia ouvir música, e lembrei-me de uma tarefa para fazer!

> Pretérito mais-que-perfeito: Expressa um fato que aconteceu antes de outro já ter ocorrido e terminado:

Escrevera a fic e revisou.
Estudara antes de seus pais chegarem.

Esse verbo também possui a sua forma composta, que expressa a mesma ideia:



Tinha escrito a fic e revisou.
Havia estudado antes de seus pais chegarem.

Pode também ser usado para orações optativas:

Quem me dera se eu soubesse voar!

> Futuro do Presente: Indica algo que vai acontecer depois do momento em que se fala:

Escreverás apenas narrações amanhã.
Nós faremos o nosso melhor para fazer excelentes doces para a Shirayuuki!

Também pode ser usado para exprimir incerteza:

Poderei escrever bem se eu me dedicar.

Ou para indicar ordens:

Não usarás pantufas fora de casa!

> Futuro do Pretérito: Explicita ações que iriam ocorrer, mas não vão mais:

Eu faria isso, se não tivesse que estudar.

Vós leríeis mais jornais, se não fossem tão estafantes.

Pode também ser usado com polidez num pedido, indicando presente:

Eu ficaria grata se me dessem cupcakes.
Você leria esse tópico para mim?



Agora que vimos bem por cima os verbos no modo indicativo, prestaremos mais atenção ao seu emprego em fanfics, que é o nosso objetivo. 

Narrações (que é o tipo de texto usado em fanfics) contam histórias. Quem as conta é o narrador, e quem as lê é o leitor. O narrador pode narrar algo que já aconteceu (nesse caso ele conhece TODA a história — começo, meio e fim), ou ele pode contar algo que está acontecendo (aí ele conhece apenas o que já aconteceu, mas não sabe o que acontecerá). Então, temos duas situações: a fic ambientada no passado (o narrador conta o que já aconteceu) e a fic ambientada no presente (conta o que está acontecendo). 

Quando uma fic está no presente, todos os verbos da narrativa estarão no presente. A não ser que tenha trechos contando algo que aconteceu no passado, ou trechos em que o narrador prevê o que vai acontecer no futuro.

Vejamos um exemplo:

“Sentado aos pés de Prim, vigiando-a, está o gato mais feio do mundo. Nariz esmagado, metade de uma orelha arrancada, olhos da cor de abóbora podre. Prim o chama de Buttercup, insistindo que a coloração amarelada de seu pelo combina com a da flor de mesmo nome. Ele me odeia.”

Esse pequeno trecho dos Jogos Vorazes narra o que está acontecendo no momento em que acontece. Nesse trecho acima, descreve Buttercup, o gato de Prim.

“[...] Ele me odeia. Ou pelo menos desconfia de mim. Apesar de já ter se passado muito tempo, acho que ele ainda se lembra de como tentei afogá-lo num balde quando Prim o trouxe para casa. Gatinho raquítico, com a barriga inchada por causa dos vermes e cheio de pulgas. A última coisa que eu precisava era de outra boca para alimentar. Mas Prim implorou tanto — até chorou — que fui obrigada a deixá-lo ficar. No fim, deu tudo certo. Minha mãe o livrou dos vermes e ele se provou um excelente caçador de ratos. De vez em quando pega até uma ratazana. [...]”



Todo o trecho sublinhado está no passado, já que a narradora rememora o que aconteceu quando Buttercup entrou na família. É um trecho que conta algo que já ocorreu e acabou. 

Ou seja, fics ambientadas no presente terão sempre seus verbos no presente. Podem ter trechos no passado ou no futuro, mas não é a todo minuto.

Agora, analisemos uma história ambientada no passado:

“[...] [A Casa Verde] era na rua Nova, a mais bela rua de Itaguaí naquele tempo; tinha cinquenta janelas por lado, um pátio no centro, e numerosos cubículos para os hóspedes. Como [Dr. Simão Bacamarte] fosse grande arabista, achou no Corão que Maomé declara veneráveis os doidos, pela consideração de que Alá lhes tira o juízo para que não pequem. A ideia pareceu-lhe bonita e profunda, e ele a fez gravar no frontispício* da casa; mas como tinha medo ao vigário, e por tabela ao bispo, atribuiu o pensamento a Benedito VIII [...]”.

*Frontispício: Fronte, frente, fachada.



Esse trecho de O Alienista, de Machado de Assis, é um excelente exemplo de narração no passado. O trecho sublinhado está no presente, pois no Corão continua tendo essa declaração de Maomé, mas o verbo principal da frase (achou) está no passado. 

Perceberam? Então, narrações no presente têm sempre seus verbos no presente. Narrações no passado têm seus verbos derivados do passado (pretérito perfeito, imperfeito, mais-que-perfeito, futuro do pretérito). Podem ter trechos de narração no passado em narrativas ambientadas no presente, mas os verbos serão no presente, majoritariamente. Podemos achar trechos no presente em fics ambientadas no passado. Podem ter trechos no futuro em ambos os tipos de narrativa.


Mas, Shirayuuki, então pode tudo?!


Não, meu bem. Não pode tudo, senão esse post não teria um propósito. Então nos resta: O que não pode? 

Vejamos o seguinte exemplo: O Naruto decidiu escrever uma narrativa contando as suas aventuras como um ninja. Obviamente, sua narrativa deverá estar no passado, já que ele decide contar o que já aconteceu. Mas Naruto é um garoto que gosta de se desafiar e decidiu escrever a história no presente. Vejamos um trecho do que ele escreveu:


“[...] Aí volto para Konoha, depois que eu, Sasuke, Sakura e Kakashi-sensei conseguimos terminar a nossa missão. Mal vejo a hora de chegar logo lá, para comer um lámen de porco, e o meu estômago roncava demais! Assim que chego, vou correndo para o Ichiraku! [...]”


O que não está adequado nesse trecho?

“[...] e o meu estômago roncava demais! Assim que chego [...]” Esse comentário bagunça toda a ordem dos fatos. Afinal, o verbo roncava está no pretérito perfeito, e esse tempo verbal indica uma ação já terminada. Como o restante do trecho está no presente, parece que o estômago de Naruto roncava antes de todas as outras ações no presente.

O mais adequado seria:

“[...] Aí volto para Konoha, depois que eu, Sasuke, Sakura e Kakashi-sensei conseguimos terminar a nossa missão. Mal vejo a hora de chegar logo lá, para comer um lámen de porco, e o meu estômago ronca demais! Assim que chego, vou correndo para o Ichiraku! [...]”

O raciocínio é: não bagunçar o fluxo do que aconteceu com o que acontece. Não misture passado, com presente! Se você tem uma grande dificuldade com tempos verbais, organize uma linha do tempo para cada capítulo, e faça uma leitura atenta do que aconteceu. Procure sempre respeitar essa linha do tempo. Trabalhe principalmente com o tempo verbal em que se sentir mais confortável.

É algo muito simples, mas que exige uma grande atenção.

Agora é só escolher o tempo da sua fic, e mãos à obra!

Boa escrita!


****



Fontes:

Araújo, Ana Paula. Tempo e Modo Verbal. Disponível em: http://www.infoescola.com/portugues/tempo-e-modo-verbal/ Acesso em: 16/09/2013

Assis, Machado de. O Alienista. Coleção Nossa cultura, nossos autores. Campinas, SP: Komedi, 2009.

Cabral, Marina. Tempos e Modos Verbais. Disponível em: http://www.mundoeducacao.com/gramatica/tempos-modos-verbais.htm Acesso em: 16/09/2013

Cabral, Marina. O Narrador e a Gramática da Narração. Disponível em: http://www.brasilescola.com/redacao/gramatica-da-narracao.htm Acesso em: 16/09/2013

Collins, Suzanne. The hunger games. Tradução de Alexandre D’Elia. — Primeira edição — Rio de Janeiro: Rocco Jovens Leitores, 2010

Duarte, Vânia. Formação dos Tempos e Modos Compostos. Disponível em: http://www.brasilescola.com/gramatica/formacao-dos-tempos-modos-compostos.htm Acesso em: 16/09/2013

Schutt, Diego. Modos de Narração. Disponível em: http://ficcao.emtopicos.com/estrutura/modos-de-narracao/ Acesso em: 16/09/2013

http://www.conjuga-me.net

http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf61.php

22 comentários:

  1. Parabéns pelo post! Seja muito bem vindo!

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  2. Olá, amei muito o post e foi de grande ajuda mesmo.

    Gostaria de fazer uma pergunta se não for problema.

    Bom, é sobre os pontos de vista. Eu escrevo uma fanfic que está inteira em 3º pessoa, mas eu coloco os pontos de vista de duas pessoas... Por exemplo:

    "E ele viu aquilo e sentiu uma pontada no coração que não soube explicar."

    E em uma outra parte.

    "Ela estava exaltada e por isso saiu correndo como se não houvesse amanhã!"

    Eu faço isso de forma intercalada durante um capítulo ou um capítulo de um e um de outro, mas todos em 3º pessoa. Não uso aquela coisa de "POV Fulano", "POV Sicrano".
    Sei que já vi isso em livros, mas não me lembro de já ter visto com dois personagens intercalados em um mesmo capítulo. É claro que eu não faço bagunça. Primeiro é a vez de um, e depois de outro. Não fica misturado.
    Eu só queria sua opinião quanto à isso.
    Obrigada

    ^^

    E bem vindo!

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    1. Sobre os POVs, em uma fanfic de 3a pessoa, Beah, você está fazendo certinho. A 3a pessoa realmente te dá essa liberdade de mudar os pontos, afinal, seu narrador é onisciente, ele "conhece" todas as personagens. Continue assim <3

      bjos

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  3. Valeu mesmo, muito obrigada... essa dúvida cruel estava me corroendo rsrsrsrs

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  4. Adorei seu post! As vezes eu sofro com problemas pra manter o mesmo tempo verbal. Começo a escrever no passado e quando vejo estou no tempo presente. O que devo fazer?

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    1. Acho que o único remédio é escrever e rever muito. Podes não notar ao escrever, mas notas ao rever, e ao escrever regularmente vais treinando para que isso não aconteça. Arranjar um beta talvez te possa ajudar também ;)

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  5. Existe alguma recomendação específica de tempo verbal para histórias narradas em primeira pessoa? Algum tempo verbal pode ajudar a reforçar o mistério contido na história?

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    1. Sem conhecer a história é muito difícil responder a esta pergunta. O melhor é perguntares ao teu beta, se tiveres um. Se não tiveres, e se pretenderes postar a história no Nyah! Fanfiction, podes sempre adquirir um na secção Liga dos Betas do site. :)

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  6. Gostaria que me fosse terada a seguinte duvida: está certo eu escrever assim, quando estou a fazer uma narrativa? " em Janeiro de 1981, ele vai trabalhar no hospital" na verdade, trata-se de uma passagem usada na biografia funebre do meu tio

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    1. Creio que sim, mas depende do contexto e do tempo verbal que estás a usar nesse momento, logo não posso ser grande ajuda.

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  7. Ótimo artigo! Só cuidado ao escrever com letra maiúscula após as reticências, pois geralmente não se aplica (exceto quando não é mais a continuação do diálogo, o que não foi o caso).

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  8. Oi, estou escrevendo em primeira pessoa e no presente. Mas a historia contem vários flashbacks narrados em primeira pessoa também de algo eu aconteceu a dois anos atrás, essas partes eu coloco no presente também ou no passado?

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    1. Olá! Acho que depende da tua escrita e daquilo que sentes que fica melhor. Aspetos como a forma como os flashbacks são iniciados pode ser um fator na escolha do tempo verbal. Porém, se fosse eu a decidir, eu provavelmente escreveria no passado, para reforçar a ideia de que é um flashback.
      Espero ter ajudado!

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  9. Também tem essa ressalva que acho importante: quando a história é contada no passado, e inserimos um trecho de um passado ainda mais distante (no caso um trecho longo), fica confuso pra saber quando parar de usar o pretérito mais que perfeito. Queria saber se preciso usar o preterito mais que perfeito apenas pra me "inserir" nesse relato mais remoto, e depois de inserido, se poderia continuar esse relato (digressão), apenas com o preterito perfeito; ou se tenho que seguir o relato inteiro com os verbos nos preterito mais que perfeito. .

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    1. Olá! Tudo depende de como tu queres inserir a história (neste caso, a mais antiga) na história. Pode ser um personagem a relatar, ou podes estar a introduzir um personagem e o narrador contar um bocado sobre a vida passada do personagem, etc. Sem mais informações não te posso ajudar muito. Consegues ser mais especifíco/a sobre como é que tu queres fazer?

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  10. Arraso de post, valeu!
    É assim que se escreve?

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  11. Sei que o tópico já é um tanto antigo, mas poderia ajudar a esclarecer uma dúvida?
    Se a narração está no passado, quando vou descrever lugares ou pessoas, devo descrever também no passado?
    Digamos que eu esteja contando uma história que já aconteceu (nesse caso uso a narrativa no passado), mas descrevo um lugar tal como ele é ainda hoje, mesmo assim descrevo no passado?
    Obrigado!

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    1. Olá! Antes de mais, obrigada pela leitura!
      Em relação à tua pergunta, a resposta é que em princípio sim, escreves no passado. Deste modo, estás a escrever no mesmo tempo verbal que o resto da história, dando uma maior continuidade à ação. No entanto, existem exceções. É difícil ajudar-te sem ter acesso ao texto, mas em princípio a narração deve continuar no mesmo tempo verbal. :)
      Espero ter ajudado!

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  12. Artigo muito útil, mas ainda tenho dúvida. Estou narrando uma história em primeira pessoa, logo no começo do capítulo a personagem relata os sentimentos da hora de sua morte, como se sente, o que está acontecendo e porquê. Porém estou com dúvidas se coloco no passado ou no presente. Por exemplo: [...] A luz do farol do carro ofuscou minha visão quando tiraram o capuz que cobria meu rosto, estava confuso, olhei para o lado e vi Jília ajoelhada de cabeça baixa em posição de execução ao meu lado com uma arma apontada para sua cabeça, percebi que me encontrava na mesma situação [...] A minha ideia é passar ao leitor que esse é o fim, ou até mesmo deixar a suspeita que ele sairá dessa. Seria melhor então colocar no presente? [...] A luz do farol do carro ofusca minha visão quando tiram o capuz que cobria meu rosto, estou confuso, olho para o lado e vejo Júlia ajoelhada de cabeça baixa em posição de execução ao meu lado com uma arma apontada para sua cabeça, percebo que me encontro na mesma situação [...] Quero que o leitor viva o momento junto com a personagem, qual as vantagens e desvantagens de narrar no presente e no passado?

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    1. Oi! Sobre vantagens e desvantagens não te posso dizer muito porque não conheço quase nada da história e, como tudo na escrita, raramente há certo e errado e este é um desses casos. No entanto, como tu dizes que "a personagem relata os sentimentos da hora de sua morte, como se sente, o que está acontecendo e porquê", eu aconselharia o presente, e teria o cuidado de explorar mais os sentimentos do personagem (o medo, o terror, a raiva, a confusão, etc, consoante aquilo que se aplica à cena) do que exatamente a ação/o que está a acontecer (que também é importante, mas todos nós sabemos que em cenas altamente stressantes/aterrorizantes aquilo que está a acontecer passa facilmente despercebido). No entanto, também é importante olhar para a história na generalidade. Se tu pretendes escrever tudo no passado, ter só este trecho no presente pode ser estranho e incomodar a leitura. Acho que mais importante que uma cena em particular é olhar para história na globalidade e ter algo consistente e com sentido. Espero ter ajudado!

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